–Sô,Sô.Terra chamando Sophie.-Nara estalou os dedos na minha frente me fazendo "acordar".

–Oi?-A fitei.

–Oi,tudo bon?-Sorriu irônica.-Eu estava te contando do meu maior mico e você ai no mundo da lua.

–Eu não estava no mundo da lua,eu estava pensando...

–Sobre o que?

–Sobre a escola de artes abandonada,tenho tantas perguntas.Por que será que fecharam aquele lugar? O que será que aconteceu? Quem era o dono daquilo?

–Bom eu não sei mas quem sabe você possa pesquisar um dia desses

–O mais engraçado é que eu passava por aquela rua praticamente todos os dias e nunca reparei naquele prédio.

–Vai ver você estava no mundo da lua-Sorriu.

–É deve ser...então quer fazer o que?

–Ah se eu pudesse adoraria tomar um banho,se não for incomodo.

–Claro que não é,pode ir sim.-Ela sorriu.Emprestei uma roupa minha para ela já que ela não queria ouvir a "cabrita parir".Vai entender a Nara.

Enquanto ela tomava banho um calor tomou o quarto.

–Credo que quente-Abri a janela do meu quarto e adivinha quem estava na varanda do vizinho?Se você pensou no Guilherme parabéns acerto.

Ele estava apensa de samba-canção,sem camisa e com o cabelo todo bagunçado e fuçava algo no seu celular.

Ele levantou a cabeça e me olhou,deu um sorriso de canto que eu como uma moça educada(ui!!!) correspondi com o mesmo tipo de sorriso.

Atrás dele a porta/janela estava aberta e podia se ver uma pontinha da cama e ali pude ver um pé descoberto,um é feminino.

Ficamos um bom tempo nos fitando,nenhum desviava o olhar.

Olhando dali,Guilherme parecia ser um garoto misterioso com muitos segredos e aquilo meio que me intrigava,o que nele tanto me chamava a atenção?Seria sua beleza um tanto que diferente?Ou seu jeito de filhinho de papai? Não sei,só o tempo dirá.

Escutei um tipo de resmungo e finalmente acordamos do nosso "transe".

Ele virou a cabeça para trás e falou algo como um "já estou indo".

Me deu uma última olhada e um aceno,acenei de volta.Assim ele entrou fechando a porta.

–O que tanto olha?-Nara disse atrás de mim.Me virei e ela enxugava os longos fios vermelhos.

–Só estava abrindo a janela,hoje esta bem quente não é?-Ela deu de ombros e se sentou na ponta da cama.

–Sabia que esse quarto ai-Apontou para a sacada.-É o do meu irmão?

–Nossa,quem diria-Ela não precisava saber que eu já sabia disso não é?

–Pois é,se você tiver sorte não vai escutar as cabritas parindo-Ri.

–É engraçado como você fala das ficantes do seu irmão-Ela sorriu de canto.

–É...

–Ele nunca teve uma namorada?

–Teve,uma só.Ela se chamava Drika e...

–E...-Pedi que continuasse.

–Bom eles namoraram um tempo,ai aconteceu umas coisas e tiveram que terminar.

–O que aconteceu?

–Talvez um dia eu possa te contar,meu irmão não quer que eu fique comentando-Assenti.

–Tudo bem...então bora assistir um filme?

–Claro-Nos jogamos na cama e colocamos um filme qualquer.-Não quer chamar seu irmão não?

–Rah-Ri dela.-Ele deve ter saído.

–Ah-Falou meio para baixo.-Tudo bem então.

[. . .]

–Nem acredito que hoje tem educação física-Nara disse toda empolgada,faltava ela sair pulando pelos corredores.

–Odeio educação física-Estávamos a caminho do vestiário para colocarmos nosso uniforme.

–Por que?

–Toda a vez que tem queimada o alvo sou eu e sabe se uma bola de queimada ja doi imagina várias vindo ao mesmo tempo

–Você ja pensou em falar com o diretor?Talvez ele possa te ajudar.

–Não,a filha dele é uma das patricinhas daqui e com certeza vai defender a filha e todo o resto

–Hum,bom vamos ver com o tempo o que podemos fazer-Assenti.Avistamos a porta do vestiário e adivinha quem estava saindo de lá? As bitches para variar.

–Não sei pra que se produzir tanto para uma aula de ginástica,você vai suar e ficar fedido,não adianta estar com a cara toda pintada se esta cheirando a gamba.-Nara riu.Entramos no vestiário quando não tinha mais ninguém.Tirei minha roupa e guardei no armário.

–Nossa Sô como você é bonita-Nara me olhava dos pés a cabeça.

–Que?-A olhei não entendendo nada.-Não entendi.

–Menina que corpão é esse?-Ela veio na minha frente me analisando por inteira..sabe não é muito confortante ver uma menina te examinando enquanto você esta apenas de calcinha e sutiã.

–Como assim Rah?

–Menina olha isso-Ela me virou e pude me olhar no espelho.

–O que que tem?

–Que curvas são essas?Olha essa cintura-Ela apertou minha cintura.Só ai realmente pude perceber que estava com mais curvas que mês passado.Meus seios estavam um pouco maiores,minha bunda e coxas também.Minha cintura afinou e eu não parecia tão reta como antes.

–Dês de quando eu tenho curvas?-Rah riu .

–E é tudo seu,nada de plástica,diferente daquelas vacas ambulantes.-Ri.-Aquelas meninas pagam milhões de dólares para ficar com um corpo que nem chega aos pés do seu e olha você que tem vive escondendo por trás dessas roupas enormes.

–Ah...-Senti minhas bochechas esquentarem.

–Hoje mesmo depois da aula vamos fazer compras-Ela sorriu.

–Mas Rah...

–Nada de mas você precisa dar uma repaginada no seu guarda roupa e no seu estilo.-Suspirei dando me por vencida.

–Bom vamos terminar de nos trocar antes que a professora venha nos puxar pelo cabelo.Ela assentiu.Coloquei minha roupa de ginástica e fomos para a quadra.Chegando lá a professora tinha divido a turma em dois,meninos para lá e meninas para cá.

–Hoje vai ser vôlei para as meninas-Sorri.Pelo menos um esporte que eu gosto e que vou mais ou menos bom é o vôlei.-E futebol para os meninos.Vamos lá pessoal,não podemos perder tempo.

E lá fomos nós para mais uma aula de puro suor e boladas.

As quadras do colégio eram enormes.Tinha tanto de futebol(no gramado e no chão mesmo) quanto vôlei e baskete.A de futebol normal e a de vôlei ocupavam o mesmo espaço já que o lugar é bemmmm grande,então você pode ver eles jogarem futebol enquanto jogamos vôlei.

Estava pronta para receber a bola quando sinto uma pancada muito mas muito forte na cabeça,acabei por cair com tudo no chão.

Só escutei o apito da professora,fechei meus olhos mas voltei a abri-los e vi aquela renca de gente em volta de mim.

–Com licença,deixa eu ver como ela ta-A professora disse.

–Saem da minha frente é minha amiga que esta ali-Só vi a Nara empurrando uns garotos ate chegar em mim.-Amiga como você esta?

–Estou tonta e com dor de cabeça-Falei fraca.

–Temos que te levar para a enfermaria-A professora disse colocando a mão na minha testa.

–Deixa que eu levo-Escutei uma voz no meio da multidão.Do lado de Nara Guilherme apareceu,sem camisa com o cabelo todo bagunçado.-Fui eu que acertei a bola sem querer,pode deixar que eu levo ela.

–Tudo bem e o resto podem voltar para o jogo,vamos la pessoal acabou o showzinho-A professora tirou todos os alunos que ali tinha,até Nara teve que sair mesmo ela tentando fazer a cabeça da professora para ficar.

Guilherme se abaixou e como se eu fosse uma pena me pegou sem esforço algum,passei o braço pelo seu pescoço.

–Nossa achei que você pesava mais

–Ta me chamando de gorda?-O olhei incrédulo.

–Não,só que...eu achava que você pesasse mais-Ele foi andando em direção a enfermaria.

–E por que achava isso?

–Bom você usa aquelas roupas gigantes e sei lá-Sorriu de canto.Era minha impressão ou ele estava um pouco nervoso.

–Tudo bem

–Ah e me desculpa pela bolada,não era para te acertar,era para acertar outra pessoa-Arqueei uma sobrancelha.

–Quem?

–Minha irmã

–Por que?

–Pois ela fica chamando minhas ficantes de cabritas que parem-Ri.

–É,isso é verdade-Ele sorriu e ficamos alguns segundos em silêncio.

–Eu tenho que te agradecer-O fitei.

–Pelo o que?

–Nara tinha razão,se você não tivesse chamado a polícia aquele dia eu estaria de castigo

–É...você duvidou de mim e eu provei,odeio que duvidem de mim

–Também odeio-Novamente o silêncio nos tomou.Chegamos na enfermaria e a Senhora Betty deu um pulo quando me viu.

–Senhorita Yanks o que aconteceu?-Ela ajeitou o óculos.

–Bom eu sem querer acertei uma bolada na cabeça dela-Guilherme respondeu por mim.

–Bom pode coloca-la ali por favor-Apontou para uma maca.-Como se sente?

–Um pouco tonta e com dor de cabeça

A enfermeira fez uma bateria de exames para apenas provas que estava tudo bem,como eu imaginava.

–Então eu já posso ir para aula?-Me sentei na maca.Guilherme me olhava encostado na porta.

Eu não quero parecer safada nem nada mas até que ele tem um corpo bem filé hein.

–Sugiro que vá para casa descansar e caso sentir algo vá ao médico,senhor Mendes-Olhou para Guilherme.-Lhe darei folga se acompanhar a senhorita Yanks até em casa.

–Claro-Ele sorriu.Ela nos entregou dois papéis que tivemos que levar para o diretor e logo após apenas enviei uma mensagem para Nara pedindo que levasse nossas mochilas embora.E claro ela surtou mas prometi que contaria tudo depois.

Já no estacionamento do colégio caminhamos até uma linda moto daquelas que quando você vira na curva seu joelho quase encosta no asfalto.

–É sua?-Apontei para a moto.Realmente ela era muito bonita.

–É-Ele sorriu e seus olhos brilharam.

–Muito bonita

–Valeu...Ah espere aqui

–Aonde vai?

–Já volto-Ele saiu correndo para onde não sei.Me encostei na moto esperando Guilherme.Ele voltou usando um moletom da Hollister e segurando uma jaqueta nos braços e um capacete.-Coloque.-Me estendeu a jaqueta de couro.

–Por que?

–Vai por mim é melhor você colocar-Peguei a jaqueta e olhei nas costas delas que estava escrito 'Harley Davidson'.-Por que você tem uma jaqueta com o logotipo da Harley se você tem uma Honda?

–Porque eu também tenho uma Harley-Ele sorriu e deu uma piscadinha.Abri a boca num O perfeito.

–Serio mesmo?Uau que maneiro,eu sempre quis andar numa Harley

–Um dia desses agente sai para um passeio que tal?-Assenti colocando a jaqueta.Ele me jogou o capacete pegando outro na moto.

Sentou e com um pouquinho receio me sentei passando os braços por sua barriga.

–Pronta?-Engoli seco,seria a primeira vez que eu estaria andando de moto e além do mais com um garoto que eu mal conheço.

–Eu acho que sim-Ele riu e ligou a moto dando logo após a partida.A velocidade não era muito rápida mas era rápida o bastante para meu rosto quase congelar de frio.Realmente ele tinha razão.

Em poucos minutos estávamos estacionando na garagem de sua casa,ele desligou a moto e desci.Meu coração estava acelerado e parecia que ia sair pela boca.

–Então o que achou?-Tirou o capacete,fiz o mesmo.

–Eu acho que meu coração vai sair pela boca mas tudo bem-Ele riu.

–Você não viu nada-Olhei em sua garagem e tinha dois carros cobertos com um pano e no outro canto algo como se fosse uma moto também coberta por um pano.

–Aquela é sua Harley?-Apontei para a "moto".

–Não-Ele caminhou até lá tirando o pano aonde pude ver no tanque uma caveira linda com direito a flores e até um pássaro.

–Uau...não sabia que ela dirigia

–E dirigi muito bem aliás,a minha esta no concerto-Sorriu tampando novamente a moto da irmã.-E esses dois ai-Apontou para os carros.-São as minhas paixões,quer ver?

–Claro-Ele retirou o pano que revelou um conversível vermelho maravilhoso,meu queixo foi parar lá no chão.-O meu Deus...eu não acredito que você tem um Galaxi 300.-Analisei cada cantinho do carro,e não era réplica não.

–Lindo né,é o meu xodó-Sorriu sentando no capô.-Como sabe que é um Galaxi?

–Bom meu tio ama carros e tem uma coleção miniatura dos preferidos dele e esse aqui é o meu preferido e dele também,sou louca por carros ainda mais quando antigos.-Ele balançou a cabeça meio surpreso.

–Achei que garotas só ligassem para moda e unhas-Rimos.

–Não gosto de moda e muito menos de fazer as unhas,prefiro mesmo carros,motos e blusões 3 vezes meu tamanho.-Ele riu.

–Você é diferente.-Me olhou diretamente nos olhos.Ai que olhos lindos meu Deus...mas o que eu to falando?Meus olhos são um pouco mais claro que os dele.

–E isso é bom?-Me escorei no outro carro ainda com o pano.

–Para mim sim,faz tempo que não conheço garotas que não pensem apenas em fazer compras e gastar meu dinheiro-Sorriu de canto.-Na verdade acho que você é a primeira garota que eu estou conversando normalmente sem querer ficar ou pegar.

–Sério?Então é isso é bom ou não?

–Para você eu não sei mas para mim é,eu preciso de uma amiga sabe?Que eu possa confiar e poder contar meus problemas sem ter que me preocupar com quanto de dinheiro ela vai querer no final do dia.-Sorrimos juntos.Ficamos uns segundos em silêncio até que ele disse quase gargalhando.-Cara isso foi muito gay.

–Ah nem pra tanto-Ri também.

–Promete nunca contar para ninguém que eu disse isso?

–Prometo,palavra de Yank-Levantei a mão em sinal de juramento.

–Então...quer ver o outro carro?

–Claro-Ele desceu do capo,dei espaço para ele que tirou o pano do carro.Era bem moderno e tinha de ser bemmm caro.-Bonito mas ainda prefiro o outro.

–Pois é...-Ele riu.

–Bom eu acho melhor ir para casa-Suspirei.

–Não-Até me espantei com a rapidez que ele disse.

–Não?-Arqueei uma sobrancelha.

–Fica mais um pouco,por favor-Com aqueles olhos era quase impossível dizer não.

–Será?-Mordi o lábio nervosa.

–Vai Sô só mais um pouquinho-O jeito que ele pronunciou meu nome foi tão fofo que não consegui resistir.Olha a ser aqui pode ser rapidamente "abduzida" com um simples jeitinho fofo da pessoa pronunciar meu nome.Preciso me tratar rapidamente.

–Ta bom-O acompanhei até entrarmos em sua casa que não era tão novidade para mim já que eu tinha vindo ontem.O que me surpreendeu mesmo foi seu quarto .

O lugar era tomado pela essência do seu perfume que aliás até que era bom.

Tinha alguns instrumentos na parede e até que o quarto era bem legal.

–Você também toca?-Perguntei apontando para as guitarras na parede.

–Sim mas meu pai não sabe

–Já ate sei porque-Ele sorriu e se sentou na cama.

–Senta aqui.-Bateu com a mão na cama.Eu não sei bem porque mas eu não sentia vergonha de estar num quarto de um garoto(que ontem quase comeu uma garota na escada da casa dele)numa casa praticamente vazia a não ser pelos empregados.Eu me sentia bem,me sentia confortável,como se nos conhecemos a muitos anos.

–Toca alguma coisa para mim-Pedi me sentando a sua frente.Ele levantou e tirou uma das guitarras e conectou no amplificador.

–O que quer que eu toque?

–Sweet Child O'Mine-Ele sorriu e tocou um pedacinho e realmente era muito bom.

–Mais algum?-Neguei e ele voltou a colocar a guitarra no lugar dessa vez tirando o violão-Que tal irmos no parque?Lá é bem melhor de tocar.

–Claro-Me levantei também.Fomos a pé já que o parque não era tão longe dali,novamente passamos por aquele prédio e não deixei de reparar que numa das janelas dava para ver a ponta de um dos espelhos.

Chegamos no parque e nos sentamos na grama mesmo.

Sem falarmos uma palavra se quer ele começou a tocar uns acordes e logo após uma bela voz que era desconhecida por mim até agora,saíra.

Ele cantava Photograph do Nickelback,uma das minhas bandas favoritas.

Ele terminou de cantar,não resisti e tive que aplaudir.Ele riu.

–Você canta muito bem Gui,parabéns-Ele ficou vermelho igual um pimentão.

–Obrigado mas não é para tanto

–Claro que é,você tem uma bela voz-Ele ria olhando para suas mãos.

–Assim eu fico com vergonha

–Não tem que ter vergonha,tem que ter orgulho,são poucos que tem o privilégio de cantarem tão bem.

–Quem dera meu pai pensasse assim

–Ele deve ter os motivos dele de pensar sobre isso e se me permite dizer ele não sabe o que esta perdendo-Rimos.

–Sabe tocar?

–Nem uma nota-Novamente rimos.

–Quer aprender?-Assenti.Ele se levantou e se sentou atrás de mim colocando o violão no meu colo.Senti um arrepio ao sentir sua mão na minha.Devagarinho ele foi tentando me ensinar a tocar algumas melodias,algumas notas e até que não era tão difícil assim.

–AHHHHHHHHHHHHHHH SOPHIE AMIGA VOCÊ ESTA BEM-Senti um peso no meu pescoço assim que abri a porta de minha casa.

–Rah???-O que ela fazia na minha casa se quer que eu estava lá.

–Ai amiga eu achei que meu irmão tinha te raptado-Ela disse me olhando enquanto segurava meu rosto com as duas mãos.Guilherme coçou a garganta atrás de mim.

–Nara você acha que eu seria capaz de fazer isso?-Ela olhou feio para o irmão.

–Ah para conseguir uma garota você faz qualquer coisa neh senhor Guilherme

–Cala a boca Nara eu e a Sophie só estávamos no parque,eu estava ensinando ela a tocar-Olhei para Gui que mostrou o violão a irmã.

–Tocar?-Ela me olhou e eu apenas assenti.-Então ele não te fez nada nem deu em cima de você?

–É...-Ela cerrou os olhos.

–Estranho-Disse com uma voz engraçada.-Bom mesmo assim vocês poderiam ter avisado neh,eu vim aqui e não tinha ninguém a não ser seu irmão,fui lá em casa e também não tinha ninguém.Vocês queriam que eu pensasse o que?

–Que estávamos apenas conversando em algum lugar por ai?-Gui arqueou uma sobrancelha.

–Para de ser idiota Guilherme,e Sô a sorte que eu menti para seu irmão dizendo que sabia aonde você tava se não...-Ela me olho de relance.

–Valeu amiga,bom quer entrar Gui?

–Não valeu,eu vou ir para casa terminar umas coisas.Depois agente se fala.-Veio até mim e me deu um beijo na bochecha e um abraço.Óbvio que não recusei.

–Ta bom,obrigada por tudo-Ele deu uma piscadinha e saiu de minha casa.

–Pode me contar tudinho,não deixe uma vírgula de fora-Rah me arrastou até meu quarto e contei para ela o que tinha acontecido,só que não tinha acontecido nada de mais.Ela ainda brigou comigo por não termos ido ao shopping e prometeu que amanhã me levaria nem que fosse me puxando pelos cabelos.

Era umas 8 da noite quando ela foi embora,no mesmo horário que minha mãe e meu irmão chegaram.

–De quem é essa jaqueta?-Henrique perguntou assim que pisei no último degrau da escada.

Olhei para mim mesma e só ai lembrei que ainda vestia a jaqueta de Guilherme.

–Ah essa jaqueta?-O que iria falar?Pensa rápido,pensa rápido.

–É,de quem é?Pois que eu saiba você não tem uma Harley.

–Ah bom é que vai ter uma peça no colégio e...-Comecei a improvisar.Vai eu devo ter um talento de atriz escondida em mim.-E eu vou ser uma das motoqueiras roqueiras.

–Motoqueiras roqueiras?-Ele arqueou uma sobrancelha.

–É,bom eu não estou com fome então vou subir de novo para o meu quarto-Subi correndo para o meu quarto.Tirei a jaqueta a colocando em cima da minha cama,cheirei minha roupa e o perfume dele estava impregnado em mim.

Bateram na porta três vezes.

–Sim?-Era Henrique.

–Posso?-Abri mais a porta para ele que passou.

–Então o que quer?

–Eu sei que estava mentindo-Arregalei os olhos.Calma Sophie não demonstre nervosismos.

–Mentindo?Da onde?

–Ah por favor né maninha eu sou seu irmão você acha mesmo que eu não sei quando esta mentindo e além do mais...-Foi até a jaqueta a pegando e a cheirando.Engoli seco mordendo meu lábio nervosa.-Pude sentir de longe o perfume masculino.Pode ir me contando de quem é essa jaqueta?

–É do...-Ah agora já foi não da mais para mentir.-Do Guilherme.

–Que Guilherme?-Ele quase gritou.

–Shiuuuu fala baixo,se a mamãe souber estou ferrada.

–Quem é esse Guilherme Sophie?-Ele falou como se fosse meu pai.

–Ele é o nosso vizinho irmão da Nara

–Você esta saindo com o nosso vizinho Sophie?

–Eu não sai com ele na verdade foi assim,ele sem querer chutou a bola que me acertou dai ele me levou na enfermaria.E depois da enfermaria viemos embora a pedido da enfermeira mas resolvemos ir no parque e ele me ensinou a tocar violão.Mas eu juro Rick,não aconteceu nada.-Falei rápido de mais em apenas um fôlego.

–Poh calma-Suspirei profundamente.

–Eu juro Rick não aconteceu nada e ele só me emprestou essa blusa porque ele me trouxe de moto e não queria que eu pegasse muito vento.Por favor Henrique não fale para a mamãe ou se não ela vai achar que aconteceu muito mais coisa que uma simples ida ao parque.

–Olhe bem nos meus olhos e me diga,não aconteceu mais nada?-Fiz o que ele pediu.

–Não maninho não aconteceu,eu juro,palavra de Yank-Levantei a mão como juramento.

–Ta bom eu vou acreditar em você mas por favor da próxima vez me avise aonde esta e com quem esta

–Ta bom a e não brigue com a Nara,ela mentiu para você mas por que ela é uma grande amiga minha

–Não vou brigar com ela,ela é legal-Ele sorriu.

–Tah agora será que poderia me dar licença,eu vou ir tomar banho-Ele assentiu e saiu do meu quarto.Me joguei na cama abraçada a jaqueta.

Ufa!!!O que uma simples jaqueta pode fazer.

Resolvi ir tomar um banho paraver se essa dor de cabeça passava.