Acordei com o galo cacarejando alto e depois um relincho e mais outro.

Abri os olhos e vi como o quarto estava claro.

Olhei para o lado e nada de Guilherme,virei para o outro lado e peguei meu celular.

Era 7 da manhã e por incrível que pareça eu estava de bom humor e relaxada,o que uma noite boa num lugar diferente não faz com nosso corpo?

Me levantei e escutei mais um relincho.

Fui até a janela e pude ver meu amor e seu avô arrumando os cavalos.

–Bom dia meu amor.-Gritei e ele me olhou e sorriu.-Bom dia Seu Carlito.

–Bom dia.-Eles disseram juntos.

–Vá tomar café amor e venha cavalgar com a gente.-Meu amorzão disse.

–Ta bom.

Entrei no quarto novamente e vi em cima de uma cadeira,uma muda de roupa dobrada.

Acho que é para mim.

Peguei a muda e fui até o banheiro,tomei um banho de banheira muito relaxante.

E depois me arrumei rapidinho.

Desci e uma bela mesa estava posta,Dona Janet estava novamente ao telefone.

Ela me olhou e sorriu.

–Bom dia,fique a vontade querida.-Ela disse tampando um lado do telefone.

–Bom dia,obrigada.-Me sentei e me servi,ela ficou mais uns minutos no telefone e logo desligou.

–Então fofa,dormiu bem?-Sorri.

–Muito bem.

–As roupas de Nara serviram perfeitamente em você.-Me olhei.

–Sim sim.-A olhei sorridente.

–Me conte um pouco sobre seus pais querida.-Sorri de canto.

–Bom meus pais são separados,eu moro com minha mãe,meu irmão,Guilherme e Nara.Meu pai mora em Miami,meu irmão morava com ele mas ele decidiu morar com a gente.

–Ah...eu sinto muito.

–Tudo bem...já faz muito tempo que eles são separados,meu pai tem uma mulher e essa mulher uma filha.Minha mãe esta noiva também.-Ela sorriu.

–Sabe Sôphie,Guilherme sempre foi um garoto muito bom mas depois que aconteceu umas coisas a algum tempo atrás...

–Eu sei,sobre o acidente.

–Ele te contou?-Assenti.

–Ele nunca tinha contado para ninguém,ele confia em você Sô.-Sorri.-Então...ele mudou começou a sair todas as noites,a beber,a não ir para a escola mas Sôphie assim que ele me apresentou você eu vi um brilho,eu vi aquele olhar que eu não via a muito tempo.Guilherme estava preso na dor da morte da sua mãe e da sua irmã e ele não amava nem gostava de ninguém a sua volta.Mas Sôphie meu neto é completamente apaixonado por você.-Sorri.

–E eu sou completamente apaixonado por ele,a senhora deve me entender não é?-Ela assentiu.-Eu vi no Guilherme a parte que faltava em mim,eu vi nele a minha razão de viver.

–Sôphie as vezes Guilherme é difícil de entender mas basta uns jogos de cintura que será fácil fácil desvenda-lo.-Sorri sem mostrar os dentes.-Ele é igualzinho ao vô dele.

–É?-Ela assentiu rindo,conversamos mais um pouco e depois fui escovar meus dentes.

Sai da casa e Guilherme escovava a crina de um cavalo branco com algumas manchas em marrom,o mais incrível que sua crina era preta.

Me aproximei e sorri.

–Que lindo.-Gui me olhou.

–Linda na verdade,essa bela égua era de Jenny e por isso seu nome é Jenn.-Ele sorriu olhando.-Essa é o seu.

–Ela é linda.-Passei a mão por ela,ela relinchou e balançou a crina.

–Ela gostou de você.-Sorrimos.

–Não tem problema eu cavalgar nela?-O fitei.

–Não não.-Ele me olhou.

–Qual o seu?-Perguntei olhando os dois cavalos do nosso lado.Um era totalmente preto e o outro era marrom.

–O preto,o nome dele é Trovão.-Sorri.-Aquele marro se chama Ted e é do meu avô.

–E sua avó?

–Ah ela não gosta de cavalgar,prefere tricotar.-Olhamos para a varanda e lá estava ela tricotando sentada na outra cadeira de balanço,Seu Carlito lhe falava alguma coisa que a fazia sorrir.

–Seus avós são um amor de pessoa.

–Eles gostaram muito de você,serio mesmo,os dois não paravam de te elogiar.-Sorri.Ele passou a mão pela crina da égua e sorriu.-Bom você já cavalgou alguma vez?

–Claro que já.-Ele me deu uma ajuda e consegui subir nela rapidamente.

Ele subiu no Trovão e me olhou sorridente.

Começamos a cavalgar sem pressa,fomos para trás do casarão e pude ver que aquele lugar era gigante.

Cheio de colinas e arvores.

Mas ainda tinha uma grande area nivelada e não pensamos duas vezes antes de apostarmos uma corrida.

–HA EU VOU GANHAR.-Gritei.

–VAI NÃO.-Aumentei as galopadas e cheguei em primeiro ao lago,que era nossa linha de chegada.

–UHULL-Gritei com as mãos para cima e desci do cavalo.

Ele chegou uns segundos depois e desceu do cavalo também.

–Aham aham ganhei de você,uhulllll-Comemorei.

–Não vale,eu estava um pouco...enferrujado.

–Aceita logo a perda que dói menos.-Ele riu e veio em minha direção.

–Aonde aprendeu a cavalgar?-Passou os braços por minha cintura.

–Minha mãe,ela adorava cavalgar sabe,ela era meio hippie.

–Ata.-Ele sorriu.O beijei e dei um abraço apertado.-Amor esse lugar seria perfeito para nosso casamento não é?

–Aham,perfeito...você quer mesmo casar comigo?

–Por que é tão difícil de acreditar?

–Ah sei lá é que é estranho saber que você me ama,você me ama não é?-Ele riu.

–Te amo.

–Muito?

–O suficiente.

–O suficiente para que?

–Para você nunca ter duvidar.-Sorri de uma orelha a outra e novamente nos beijamos.-Ai Meu Deus.

–O que?-Ele abriu a boca e depois sorriu.

–Eu tenho que te mostrar uma coisa.-Ele entrelaçou meus dedos e saiu correndo me puxando.

–Amor,calma aê.-Ele riu,subimos uma colina e vimos a maior árvore dali.Ela tinha lamparinas que estavam apagadas e um balanço amarrado em um dos galhos.

–Meus avós fizeram isso aqui para mim,Nara e Jenny,passávamos horas e mais horas aqui brincando ou apenas conversando.

–Esse lugar é lindo.-Me virei e dava para ver toda a cidade dali.

–Quer ir no balanço? Não se preocupe ele é seguro,meu vô troca as cordas e a madeira todo ano.

–Você me empurra?-Sorri o olhando.

–Claro.-Fui até o balanço e me sentei,dei um impulso para frente e ele me ajudou com o resto.

Eu me sentia livre,me sentia como um pássaro saindo da jaula.

Eu sentia que podia voar se eu quisesse.

Era uma felicidade tão grande que parecia que ia explodir o meu peito.

–AMORRRRRR.-Gritei do nada pulando do balanço.

–O QUEEEE?-Ele gritou aterrorizado,acho que o assustei.Me virei e corri pulando nos seus braços.

–EU TE AMO TANTO.-A felicidade era tanta que meus olhos estavam cheios de lágrimas.

–Amor...-Ele me abraçou forte me tirando do chão,um abraço diferente,como se tivesse medo de me perder.-Eu te amo tanto que não sei nem como explicar.-O fitei.-Amor você esta chorando?

–São lágrimas de felicidade amor,eu estou tão feliz com você que eu acho,acho não,tenho certeza que quero viver para sempre ao seu lado.-O abracei novamente.

–Eu quero viver para sempre ao seu lado princesa,não importa o que aconteça.

–Por favor nunca me deixei.-Minha voz saiu falhada e as lágrimas começaram a descer.

–Eu não vou,eu...-Ele parou para respirar.-Eu não vou te deixar.

–Promete?-O fitei,seus olhos também estavam marejados.

–Prometo.-Nos beijamos novamente.