–Amor tem certeza que seus avós vão gostar de mim?-Perguntei na metade do caminho,estávamos indo para a casa dos avós de Gui.

–É claro que vão linda,não tem ninguém que não goste de você.-Sorri e liguei a rádio,tocava uma música da P!nk.

Conversamos mais um pouco até que chegamos(a sorte que eles moravam na cidade vizinha que não era muito longe dali) num tipo de fazenda,na verdade parecia ser uma big de uma mansão.

Ele parou o carro e descemos,ta era uma enorme casa antiga,na verdade era aqueles casarões bem antigos mesmo sabe mas estava mega conservado.

–Nossa.-Fechei a porta do carro ainda olhando para o casarão.

–Lindo né? Meu tataravô que comprou e meu avô restaurou.-Sorri e demos as mãos,andamos por um caminho de pedras até a entrada da casa.

Vimos um senhor sentado numa cadeira de balanço,ele lia o jornal.

–Vovô.-Guilherme chamou,o senhor demorou um pouquinho para perceber nossa presença ali.-Não liga não,ele é meio surdo.-Gui sussurrou para mim.

–Ta bom.-O senhor nos olhou e sorriu de uma orelha a outra.

–Guilherme.-Ele dobrou o jornal e se levantou,o senhor devia ter uns 70 anos mas ainda tinha uma aparência boa.

–Oi vovô.-Guilherme o abraçou.

–Nossa quem diria você por aqui.-Gui sorriu.

–Bom lembra que eu falei da minha namorada para vocês? Então é ela.-Gui me olhou,o senhor me olhou e sorriu.-Vovô essa é Sophie a mulher da minha vida,amor esse é meu avô.

–É um prazer conhece-lo Senhor Mendes.-O abracei,uau até que o senhor é bem perfumado.

–O prazer é todo meu mas pode me chamar de vovô também.-Sorri de canto.

–Vovô cade a vovó?-Olhou em volta.

–Ela deve estar na cozinha como sempre,podem ir chama-la.-Assentimos e entramos na grande casa.

–Com licença.-Falei e meu olhar rodou tudo.-Uau.-Tudo era antigo e moderno ao mesmo tempo,era simplesmente um dos lugares mais bonitos que eu já vi em toda minha vida.

–Lindo né? Essa casa foi construída a mais de um século atrás.-Seu avô disse atrás de nós,fiquei boquiaberta.

–Tudo é tão simples e...calmo.

–Do jeitinho que meus avós gostam.-Ele sorriu e seus olhos brilharam.-Vem vamos chamar minha avó,ela esta muito ansiosa para te conhecer.-Sorri.

Ele me puxou até um comodo da casa e era umas cozinhas mais lindas que eu já tinha visto em minha vida.

Vi uma senhora preparando um café e falando ao telefone.

–Vovó.-Gui me escondeu atrás dele(uma tarefa nada difícil pra baixinha aqui).Ela se virou e sorriu.

–Olga depois eu te ligo ta? Beijo.-E ela desligou.-Querido,que saudade.-Ele deu um beijo em sua testa.

–Também senti a sua vovó.

–Então o que devo a honra de sua visita?

–Eu vim te apresentar uma pessoa vovó.-Gui deu um passo para o lado e assim que ela me viu,seus olhos brilharam e um sorriso cresceu em seu rosto.

Ela me olhou de um jeito tão acolhedor que eu me senti muito bem sabe?

–Ai meu Deus.-Ela juntou as mãos.-É essa sua namorada de quem nos falou?

–É sim vó.

–Olá senhora Mendes.-Sorri.

–Pode me chamar de Janete ou de vovó mesmo.-Sorri novamente e ela veio me abraçar,um ótimo abraço.Ela me olhou e passou a mão pelo meu rosto.-Você é tão linda,eu nunca pensei que sobreviveria o bastante para ver a garota que conquistou o coração difícil do meu neto.-Sorri.Gui ficou vermelho.

–Obrigada.-Sorri sentindo minhas bochechas esquentarem.

–Vocês não sabem como estou feliz agora,eles não formam um casal perfeito Carlito?-Ela olhou para seu marido,seus olhos brilharam.

–Formam,formam sim.Sabe o que vocês me lembram? De quando eu e sua avó éramos namorados,foi a melhor época de toda a minha vida.-Eles sorriram.Seu Carlito foi até sua mulher e a abraçou de lado.

–Ah quanto tempo os senhores são casados?-Perguntei.

–Ah 52 anos.-Fiquei boquiaberta.

–52 anos? Uau mas como conseguiram isso?

–Na nossa época não tinha essa história de namorar um hoje,terminar amanhã e no outro dia já estar com outro.Nada disso,nós só poderíamos namorar a partir dos 18 embaixo dos olhos de nossos pais e não podíamos separar por nada.

–Uau.-Sorri para Gui.

–Será que vamos conseguir ficar 52 anos casados vida?-Gui me perguntou me abraçando pelas costas.

–Você quer casa comigo um dia?-Olhei para cima e ele sorriu.

–Claro que sim amor.-Sorri e recebi um selinho,olhei para seus avós e eles sorriam de um jeito tão fofo.

–Mas querem saber de uma verdade?-Assentimos.-Nem tudo foi mil maravilhas,para aguentar 52 anos com seu avô não foi fácil não,tivemos muitas brigas mas no final um dos dois sempre acabava dizendo que amava um ao outro ai tudo se resolvi.

–Vamos fazer assim então amor,quando brigarmos vamos dizer que nos amamos e pronto,nos resolvemos.-Gui disse me dando um beijo nos cabelos.

–Ta bom.-Eles sorriram.

–Bom o café já esta quase pronto,Gui vá ajudar seu avô a pegar os ovos no galinheiro.-Gui sorriu.

–Ta bom.-Ele me deu um beijo na bochecha e foi atrás de seu avô.

–Como posso ajuda-la?-Perguntei.

–Não precisa querida,vocês são os convidados.

–Eu insisto.-Ela sorriu.

–Vamos por a mesa então.-Assenti.Arrumamos tudo direitinho,Dona Janet fez uma mesa completa.Tinha de tudo pães,geleias,doces,sucos,torradas...tudo simplesmente tudinho do bom e do melhor.

–Aqui esta os ovos.-Guilherme colocou em cima da bancada uma cesta cheia de ovos.Ele estava um pouco sujo.

–Obrigada,como foi lá?-Ela perguntou pegando os ovos.

–Não é mais tão fácil como antigamente.-Gui disse rindo.

–É falta de prática.-Senhor Carlito disse rindo.

–Ah amor você esta todo sujo.-Falei rindo e indo até ele,tirei uma palha de seu cabelo e bati com a mão sua blusa para tirar um pouco da sujeira.

–É flor.

–Querido venha comigo,devo ter alguma coisa de seu primo ai ainda.

–Meu primo?Quando ele veio ai?-E ai não escutamos mais suas vozes que se perderam no corredor enorme a dentro.

–Aonde posso lavar minhas mãos?-Perguntei.

–Segunda porta a direita.-Sorri e fui pelo corredor,entrei na porta tal dita e até o banheiro era enorme e bonito.Tinha uma bela banheira antiga e um belo lavabo também.

Lavei minhas mãos e do nada Gui apareceu atrás de mim,ele tinha mudado de camiseta e de calça.

–Oi princesa.-Recebi um beijo no ombro.

–Oi.-Lavei minhas mãos e deixei ele lavar as dele.

–Então como esta sendo os primeiros momentos com meus avós?-Sorri.

–Eu amei eles,de coração.-Seus olhos brilharam.

–Meus avós são tudo para mim.

Saímos do banheiro e voltamos para a sala de jantar novamente.

–Podem se sentar.-Dona Jane disse,me sentei ao lado de Gui.

Começamos a conversar e ao mesmo tempo pude provar um pouquinho de cada delícia que Dona Jane tinha preparado.

–Dona Jane esse foi o melhor café que já tomei em toda minha vida.-Falei sorrindo,ela sorriu também.

–Onw Sôphie,fico tão feliz em saber disso.

–Ei eu tive uma ideia,por que vocês não passam a noite aqui?-Seu Carlito disse sorridente.

–É,ai você aproveitam mais um pouquinho.-Olhei para Gui.

–Mas eu não tenho roupa e não quero incomodar.-Senti minhas bochechas esquentarem.

–Ah pare Sôphie,eu tenho algumas roupas de Nara que ficam aqui quando ela vem pra cá,ela tem o mesmo corpo que você,acho que cabe.E além do mais seria uma honra tê-los aqui.-Olhei para Gui e ele sorriu.

–Vamos ficar não é amor?-Sorri.

–Pode ser então mas eu tenho que avisar minha mãe.-Ele assentiu.-An...com licença,eu vou ligar para ela.

–Perto da cadeira de balanço é o melhor lugar para pegar sinal.-Assenti para Seu Carlito.

Me levantei e sai da casa,fui até o lugar indicado e liguei para minha mãe.

–Mãe?

–Oi filha.

–Mãe,você se importa se eu passar a noite aqui na casa dos avós de Guilherme?

–Vocês estão na casa dos avós dele?

–Aham,é na cidade vizinha,é tipo de uma fazenda sabe? Muito legal aqui mãe,queria que estivesse aqui.

–Ah filha,deixa para outro dia.Bom espero que se divirta,me ligue amanhã para me contar como foi.

–Claro,bom eu vou ir ajudar a lavar a louça mãe.

–Tudo bem,até amanhã.Te amo.

–Também te amo.-E desliguei.

Entrei novamente e Gui ajudava a tirar a mesa,o ajudei também e fui até a cozinha.

Peguei um pano de prato e comecei a secar,ela me olhou de cenho franzido.

–Nada disso flor,não precisa secar.

–Eu ajudei a sujar,então eu ajudo a limpar.-Ela sorriu.

Arrumamos tudo rapidinho e assim que terminei resolvi ir tomar um ar.

O céu estava um laranja meio avermelhado por conta do por do sol,um dos mais bonitos.

Senti ser abraçada por trás.

Olhei para cima e Gui sorria.

–Sabe eu vinha muito aqui com meus pais,na verdade por uns meses eu morei aqui e depois que me mudei,nós víamos aqui todo final de semana.

–Esse lugar é lindo.-Ele assentiu.

–Quer ver uma coisa?-Assenti,ele entrelaçou nossos dedos e me puxou para dentro de casa.Entramos pelo corredor e lá no final tinha uma bela escada antiga,subimos e ela deu para outro corredor.

Ele entrou comigo na segunda porta e vi que era um quarto bem arrumado e perfumado.

Ele foi até uma porta/janela e a abriu,me olhou e esticou a mão.

Caminhei até ele e assim vi uma das vistas mais bonitas de todo os tempos,dava para ver um pouco da cidade lá trás e lá no final o por do sol e em cima de nós as estrelas brilhavam mais que nunca.

Eu nunca tinha visto tanta estrela em toda a minha vida.

–Amor.-O olhei e sorri de uma orelha a outra,me aproximei mais a beirada e novamente senti ser abraçada por ele.

–Olhe uma estrela cadente,faça um pedido amor.-Sorri e pensei em algo.

"Quero ser feliz para sempre ao lado de Guilherme."

–Agora você amor.-Ele mordeu o lábio e sorriu.

–O que pediu?-Perguntamos ao mesmo tempo.

–Que quero ser feliz para sempre ao seu lado.-Falamos juntos.Sorrimos e nos beijamos.

–Eu te amo.

–Eu te amo mais.

Bom acho que finalmente estou vendo o que realmente a palavra felicidade significa.

Estou num lugar perfeito ao lado do homem da minha vida e não preciso de mais nada para ficar feliz.