– Um dia?! Isso é muito! – Exclama Nico levantando-se. – Não temos todo esse tempo! Pessoas estão morrendo aos montes! Helena não tem todo esse tempo!

Nico já está aos berros com Valdez.

– Me desculpa. – Sussurra Leo meio que se encolhendo. – É o que posso fazer.

– Não se desculpe você não tem culpa! – Anne levanta-se para ajudar Leo se defender verbalmente. – Nós já esperamos muito podemos esperar mais um dia!

– Não, não podemos! – Revida Nico furioso chegando perto de Anne.

Jôh, a única sentada, levanta-se batendo com as mãos espalmadas na mesa.

– Chega! – Grita.

Todos olham para Jôh com espanto.

– Leo tem um ótimo plano! – Leo sorri. – E vamos segui-lo ! Helena aguenta! – Grita aborrecida. – Já estamos correndo grande perigo para salvar lá, por mim explodiríamos tudo sem busca-la, mas Leo, eu e Anne vamos arriscar nossas peles para salva lá...! – Respira funda. – Então, Nico, siga o plano ao pé da letra ou nada feito! É para seu próprio bem e dela.

– Mas, Helena... – Nico tenta.

– Chega dessa garota! – Manda com lágrimas nos olhos. – Chega. – Sussurra. ( n.a: Quem sentiu o ressentimento e o ciúmes?)

Anne e Leo começam a ficar preocupados com a reação de Jôh. Sentem que não é uma simples discussão sobre o plano.

Jôh vira-se para ir embora, então Nico volta a falar:

– Eu não posso deixar ela lá mais um dia! Eu gosto muito dela para deixar isso acontecer!

A garota sente a fagulha de raiva acender em seu peito, assim pega a primeira coisa que vê na frente, um livro grosso de couro, era a Bíblia em latim, e atira com toda força em Nico, que é jogado no chão com tamanha força que a Bíblia bateu em seu peito.

– Não chegue mais perto de mim, nunca mais!

Jôh sai da biblioteca com calma depois disso, mas com lágrimas rolando dos seus olhos. Assim que alcança a porta sai correndo.

***

Valdez começara a fazer bombas terrestres há algumas horas atrás, já tinha três. O garoto estava com Anne no sótão ( ou no porão ) onde tinha uma mesa de marceneiro com vários equipamentos tirados do seu cinto em cima dela.

Anne fazia companhia sentada ao seu lado e já aproveitava esse tempo para faze uma bomba de fumaça colorida, as vezes Leo parava com que estava fazendo para dar uma olhada no trabalho da garota e o ajeitava para não explodir nas mãos dela.

– Para uma filha de Hermes você leva jeito. – Elogia.

Volta para seu trabalho.

Anne para o que está fazendo para começar observar, de novo, Leo. A garota admirava as rugas de concentração que se formavam entre suas sobrancelhas, os olhos entre abertos, a ponto da sua língua para fora e suas mãos trabalhando compulsivamente enquanto seus olhos acompanhavam.

– Era muito bonito e fofo! – Pensou Anne ficando vermelha.

– Você é muito bonito. – Repetiu em voz alta.

Leo vira-se para ela com um sorriso irônico.

– Eu sei. Eu estava pensando em me candidatar a Miss Universo. – Sorri.

Anne ri jogando sua cabeça para trás.

– Olha, terminei a quarta bomba. – Coloca a bomba do lado das outras.

– Cara, você é muito bom nisso! – Anne olhou um relógio pendurado na parede. – Nossa! Já estamos aqui a duas horas! Não está cansado? Por acaso você é a Samara, nunca dorme? – Perguntou fazendo a comparação com o filme o chamado.

– Hã? – Ergue uma sobrancelha.

– Deixa para lá. – Anne diz sentando em cima da mesa.

– É muito difícil me cansar... – Olha de esguelha para Anne. – Principalmente quando estou do seu lado, baby. – Pisca para a garota.

Anne sente-se feliz com o elogio, mas não sabe se é uma brincadeira ou verdadeiro. Anne pensa que não sabia o que acontecia entre os dois, Leo as vezes segurava sua mão, a abraçava, mas isso podia significar que ela era apenas uma amiga. Ou que ele realmente gostava dela? Anne queria muito perguntar, mas tinha medo de que a resposta fosse a primeira opção. Anne estava realmente apaixona e não sabia o que fazer.

– Olha isso. – O garoto falou indo até ela e parando entre as suas pernas.

Leo mostra um cilindro do tamanho da sua mão da cor prateado e com um pequeno botão vermelho na ponta.

– O que é? – Pergunta Anne querendo um pouco de distância dele, já que estava começando a ficar sem fôlego.

– Esse é o botão que ira me dizer quando devo explodir tudo. – Diz feliz.

– Legal.

– Foi feito só para você conseguir acionar. Se outro tentar apertar o botão nada vai acontecer.

Leo põe o cilindro na mão de Anne entrelaçando seus dedos. O coração de Anne começa a bater a 100.

– Por favor, cuide-se lá dentro. – Diz olhando dentro dos seus olhos. – Não suportaria te perder. – Leo fica vermelho.

Os dois começam a se aproximar muito devagar até suas respirações se misturarem. Os dois estão muito vermelhos e com sorrisos nos rostos.

– Posso? – Sussurra com leveza.

– Deve. – Sussurra de volta.

Os braços de Valdez escorregam pela cintura da garota, os braços dela pararam em volta do pescoço dele, os lábios se encontram com leveza e uma mão de Leo vai até o rosto de Anne começando o acariciar.

O beijo era quente e frio, forte e fraco, preto e branco. Era perfeito. Seus lábios moviam em perfeita sincronia, seus corpos cada vez mais próximos e suas línguas disputavam espaço. Leo termina o beijo com um selinho entre sorrisos.

Os dois olham-se sorrindo um para o outro muito vermelhos.

Nico ainda estava na biblioteca pensando no que havia acontecido mais cedo, quer dizer, apenas em uma parte. Jôh tinha ficado braba com ele. Por quê? Por que ele havia beijado ela a uma noite atrás e no outro dia havia dito que gostava de outra. Mas Nico não gostava de Helena como gostava de Jôh. Helena era sua melhor amiga, mas Jôh já era uma parte de si.

Decidiu ir atrás dela.

Saiu da biblioteca e começou a procurar em toda mansão. Procurou em todos os lugares possíveis na mansão, mas ela não estava na mansão, pelo menos não dentro. Saiu para o quintal. Procurou nas estufas, quadras etc, mas encontrou-a em um lugar nada haver com ela.

Jôh molhava os pés na piscina enquanto tentava conter as lágrimas.

Quando Nico viu isso percebeu a grande idiotice que fez e sentiu seu coração apertar. Caminhou até Jôh decidido a consertar tudo.

– Jôh. – Chamou com gentileza.

Quando Jôh ouviu a voz do garoto as lágrimas caíram mais velozmente.

– Disse para não chegar perto de mim. – Disse limpando o rosto.

– Jôh, por favor. – Pede Nico tentando acariciar o cabelo dela, mas ela o afasta quando levanta abruptamente.

A garota para na frente de Nico com um olhar assassino.

– Quer saber de uma coisa Nico? Eu fui uma boba apaixonada. Deixei você brincar comigo para esquecer ela. Eu sabia que você gostava dela, mas pensei que talvez... – Nico ouvia tudo com uma dor insuportável no peito. - Eu realmente achei que você gostava de mim. Achei que tinha encontrado alguém que me entendia. Pensei ter encontrado alguém que iria cuidar de mim, que ia fazer todos meus medos desaparecerem, pois com você tudo desaparecia. A raiva e medos etc desapareciam. – Tentava limpar as lágrimas, mas parecia que elas nunca parariam. – Sabe, eu realmente gostei de ontem a noite, mas você, aposto, nem se importa só pensou: Vou só me divertir um pouco.

Jôh vira para ir embora, mas Nico segura o pulso dela fazendo se virar para si.

– Já está difícil não te matar, não dificulte.

– Eu te ouvi agora sua vez de me ouvir.

– Eu gosto de Helena – A garota tenta se soltar, mas Nico segura seus ombros com força. – como amiga. Helena é minha melhor amiga como Anne é sua e aposto que você ama muito Anne, por isso nunca iria querer que alguém a machuque

Jôh olha para Nico.

– Johanna eu gosto muito de você. Você já é uma parte de mim. Você é muito especial para mim. Sabe por quê? – Nico afasta uma mexa de cabelo do rosto da garota e deixa sua mão na bochecha dela enquanto a acaricia. – Por que você é diferente com essa sua aparência exótica, com seu jeito durão, com a vontade de matar todos e com esses lábios doces. - Limpa as lágrimas da garota. – Acredita?

Jôh não responde apenas o abraça como uma criança com medo. Ficam assim por um tempo, sem falar até que se quebra o silencio.

– Desculpa pela livrada.

Ouve o coração de Nico bater como se fosse uma musica calmante.

Nico, com delicadeza, afasta Jôh de seu corpo fazendo a olhar para si. Olhou dentro dos seus olhos como nunca tinha olhado de uma forma tão intensa que deixou a garota envergonhada. Contornou seus lábios com os dedos como nunca tivesse percebido eles ali, então com um solavanco a beijou com tamanha intensidade que teve que segurar sua cintura para não deixa-la cair.

A beijou como se não a beijasse a décadas e como se nunca mais fosse beija-la. Acariciou as costas dela como se fosse um animal ferido. A garota só pode corresponder com a mesma intensidade. Afagava seus cabelos com suavidade às vezes enrolando os dedos neles como se fosse sua corda salvadora.

Nico parou o beijo e voltou a abraça-la forte.

– Nunca vou deixar você escapar de mim. – Sussurrou ao beijar a testa de Jôh.