Desventura Divina: A Jornada de Ouro escrita por Lady Meow


Capítulo 21
Nico di Angelo vira fantasma novamente


Notas iniciais do capítulo

Quem esta vivo sempre aparece, não é mesmo?
E lá vou eu, com vários e vários pedidos de desculpas e realmente, me desculpem (se alguém ainda lê essa historia).
O ano foi corrido, faculdade, muitos problemas com meu pc (tive que reescrever esse capitulo do 0 mais de duas vezes) e falta de inspiração me fizeram demorar mais de 1 ano para postar o penúltimo capitulo desta fanfic (sim, o penúltimo!)
Sem mais enrolação, lhes entrego o (razoável) penúltimo capitulo de A Jornada de Ouro!

PARA RELEMBRAR A HISTORIA: O antepenúltimo capitulo contou a historia de nossa nova personagem, Calliope Campbell e sua trágica historia de infância com sua irmã mais nova, nossa velha conhecida Ronnie Vega, durante uma missão com Nico e Leo a acompanhando com o proposito de encontrar coisas para fazer um grande ritual para trazer Ronnie e Valentine de volta do coma..



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NICO

Acordei com alguns raios de sol que atravessavam as frestas da cortina preta do chalé. Estava tão cansado da viagem que havia dormido assim que tinha chegado, sem nem mesmo ouvir os sussurros dos mortos ou passar horas acordado refletindo sobre algo que aconteceu em 1946.

Os lenços cujos fios de cabelo que havíamos pegado encontravam-se ao lado de um cachecol lilás e um par de brincos de pérola no criado mudo. Os dois pertenciam a duas garotas que haviam cometido suicídio noite passada, em partes diferentes do mundo. Os objetos eram uma forma de representar suas almas, e que segundo Thomas Lewis, o bruxo filho de Hécate, seriam usadas para fazer a troca necessária para trazer as da minha irmã e Ronnie de volta do coma.

Se eu tinha pegado aquelas coisas do corpo ainda quente das duas meninas? Eu não me orgulhava de dizer que sim. Quando eu sai da casa da segunda garota carregando o cachecol, Leo vomitou nos pneus do meu carro e Calliope apenas virou o rosto e fez uma expressão de nojo.

Então, partimos e chegamos no meio da noite. Felizmente, ninguém havia nos visto.

O ritual estava marcado para acontecer de noite, depois do toque de recolher, então teria tempo o suficiente para me preparar, – como Thomas havia dito, pois eu teria um papel importante por ser filho do deus dos mortos – certo?

Errado.

Eu ainda tinha algo para resolver antes disso.

Vesti minhas roupas e me dirigi ao refeitório, tomei apenas metade do café que havia escolhido e guardei o resto no bolso da jaqueta. Me dirigi a uma das alas de chalés do acampamento, sempre cumprimentando timidamente alguns semideuses acordados.

Parei na porta do iluminado chalé numero 19. Dei umas batidas ritmadas na porta. O chalé de Tique havia sido construído interna e externamente para parecer com um cassino.

Uma figura gigante apareceu, com cabelos ruivos descabelados e seu famoso pijama de cifrões, Elle não aparentava estar muito animada em acordar cedo.

— Espero que você tenha trago. — ela estendeu a mão, tirei dois copos de café da jaqueta e entreguei um a ela, que o agarrou e se afastou para eu entrar. — Bom dia, Nico.

Fechei a porta atrás de mim, absorvendo a claridade e o barulho vindo dos consoles e caça niqueis que faziam parte da decoração. Elle sentou numa das camas e começou a tomar seu café.

Callie estava sentada na outra cama. Aparentemente, ela já tinha acordado antes e se arrumado, prendendo o cabelo num coque e usando uma blusa emprestada pela anfitriã da casa, que no corpo magro dela ficava mais parecida com um vestido.

Entreguei o outro copo para ela.

— Beba, minha flor. Cafeína é a única coisa que pode nos manter em pé depois de uma noite mal dormida nesse chalé barulhento e claro demais! — reclamou Elle, gritando para as paredes. — Passar a noite aqui foi o suficiente para me fazer morrer de saudade da cama improvisada que eu tinha no meu trailer!

Quando chegamos, precisávamos esconder a legado em algum lugar e o chalé de Tique parecia uma ótima ideia, já que apenas havia Elle dormindo ali.

Pelas olheiras levemente aparentes no rosto bonito de Callie, aquela havia sido uma péssima ideia.

Depois das duas terem comido os biscoitos que havia trazido também, Callie e nós nos dirigimos em direção a Casa Grande. Precisava criar uma boa historia para explicar a chegada da legado.

Todos os campistas deviam estar em seus treinos e aulas naquele momento, por isso o caminho estava vazio. O silencio entre nós era um pouco desconfortável.

— Você viu Leo hoje? — ela disse primeiro.

— Não vejo ele desde ontem. Acho que ele esta bom. — respondi, um pouco receoso da minha secura involuntária nas palavras, pois poderia soar até um pouco grosso.

Encontramos Quíron na varanda, observando o treino de arco-e-fecha a distancia. O centauro fez uma expressão curiosa ao me ver acompanhado de uma moça desconhecida.

— Acredito que seja melhor conversarmos lá dentro. — disse o centauro, entrando dentro da casa branca. Callie estava de boca aberta, encarando a parte equina do lendário treinador de heróis.

— Sim, metade cavalo. — assenti, a puxando para dentro.

Quíron acenou para que sentássemos num dos sofás, claramente ansioso para que eu explicasse o que estava acontecendo. Não havia nenhum sinal de Dionísio, quer dizer, Sr. D.

Iria começar a explicar, porém Callie havia sido mais rápida e começou a se apresentar com uma disseção perfeita:

— Me desculpe por chegar de repente no seu acampamento, senhor. Me chamo Calliope Campbell. — ela estendeu a mão formalmente para ele, que a apertou. — Sou filha de um semideus de Apolo e neto de Afrodite, uma legado, como vocês chamam. Sei que meu nome soa estranho, mas vim parar aqui seguindo os rastros da minha meia irmã mais nova, Veronica Vega. Esse rapaz me ajudou a estar aqui.

Quíron ficou um pouco em silencio, absorvendo as palavras. Até mesmo para mim que sabia a verdade, a versão da historia criada pela garota era convincente o suficiente.

— Senhorita Campbell, é uma prazer conhece-la. Não estou acostumado a receber apresentações tão formalmente, mas tudo bem. — ele sorriu, se não tivesse acreditado na historia, pelo menos havia fingido bem. — Eu realmente não sabia que Veronica tinha uma irmã... Mas receio que Nico já tenha o que aconteceu com ela...

— Sim, ele me contou e bem, eu entendo. Minha irmã foi uma heroína para vocês, eu não podia estar mais orgulhosa, mesmo não sendo próximas. — Callie deu um pequeno sorriso.

— Ah, além disso, Quíron, Callie também precisa de abrigo. Ela tem sangue grego como nós, acho que podemos ajuda-la.

O centauro analisou bem nós dois, atento a qualquer desconfiança que poderíamos causar, mas por fim, apenas suspirou.

— Diferente dos Romanos, não costumávamos receber legados. Pois bem, não costumávamos. — O sorriso dela se transformou uma expressão decepcionada. — Antes de sermos surpreendidos com aquele ataque, Sr.D e eu estávamos planejando incluir descendentes divinos mais distantes aqui nós próximos anos, como uma forma de deixar o acampamento mais movimentado e aumentar nossas defesas, mas já que você apareceu... Considere-se a primeira legado do Acampamento Meio-Sangue.

A expressão de felicidade de Callie era tão bonita que poderia ser impressa um telão, ela disse uma serie de “muito obrigada” da maneira mais doce possível. A cada segundo que passava perto dela, fazia perceber o que Leo tinha razão, ela era muito bonita.

— Muito obrigada, senhor, de verdade. — ela agradeceu mais uma vez.

— Poderá ficar no chalé de Apolo se quiser. Nico pode falar para alguém de lá preparar um beliche para você.

Quíron realmente parecia querer conversar mais, porém foi interrompido um campista pedido ajuda para resolver uma briga que acontecia por ai ou algo do tipo. Resolvemos sair e deixa-lo resolver as coisas.

— Uau, isso foi mais fácil do que eu pensei. — eu disse rindo.

— Quem não iria querer alguém como eu por perto?

Por um momento, eu mesmo imaginei sua irmã dizendo aquilo. Quer dizer, provavelmente Ronnie diria aquilo em algum momento.

Ou talvez elas se parecessem mais do que eu pensava.

— Ah, ei, você acha que ela... elas vão voltar? — perguntou esperançosa. Pelo visto, Callie também estava pensando na irmã.

— Eu realmente queria que isso acontecesse. — respirei fundo e a encarei assumir um semblante preocupado. — Ah, ei Callie... você quer ver ela? — disse, depois de um tempo.

— Ronnie? Eu posso?

— Sim. Posso deixar você lá enquanto procuro alguém do chalé de Apolo pra arranjar coisas para você. — sugeri.

Ela apenas assentiu e me deixou guia-la até a porta da enfermaria. Falei para ela ir falar diretamente com Sasha, a pequena enfermeira mirim e dizer que eu havia mandado ela lá. Quando me virei para continuar o caminho sozinho, Callie me chamou do topo dos degraus da entrada da enfermaria.

— Nico... — ela acenou a cabeça, num sinal de agradecimento. — Obrigada... Por tudo. De verdade.

Bati a lateral da mão na testa numa continência informal e voltei a caminhar. Tinha muito mais o que fazer no chalé de Apolo além de pedir para que alguém arranjasse uma cama.

Na verdade, tinha assuntos inacabados para resolver com um certo alguém de lá.

Desde que havia voltado a vida junto com todo o resto do pessoal, eu mal havia trocado meia dúzia de palavras com ele em meio a essa correria que era nossa tentativa de fazer as garotas acordarem do coma.

Bem, era hora de ouvir uma bronca enorme do meu médico particular favorito e também conhecido como... meu namorado.

A sala de tratamento intensivo estava mais fria que o normal aquela noite.

Apesar de seus corpos estarem sendo aquecidos pelas várias maquinas que as mantinham “vivas”, eu podia sentir uma frieza na pele queimada da mão de Valentine.

Aquela noite seria nossa única chance de acorda-las, pois Sasha havia dito que eles desligariam os aparelhos na manhã do dia seguinte.

    E algo me dizia que isso estava em minhas mãos.

    Mesmo que milhões de coisas passassem na cabeça naquele momento, eu só conseguia pensar em como traze-las de volta. Mesmo com tudo o que havia acontecido durante a maldita jornada, elas ainda cumpriram o que prometeram. Logo, eu deveria fazer o possível para salvar Valentine e Ronnie, afinal, havia sido eu que tinha as convencido ao entrar naquela aventura suicida.

    As parcas eram cruéis. Há anos atrás minha irmã pura, Bianca havia morrido e eu não havia tido chance de me despedir ou muito menos salvá-la. Então depois, durante o despertar de Gaia, eu havia descoberto Hazel, uma meia irmã romana, e a trazido de volta a vida.

    E agora, isso estava acontecendo de novo. Outra irmã, eu não a deixaria morrer como aconteceu com Bianca, logo faria o possível para trazer ela de volta como Hazel.

    Usei uma sombra para me lavar ao nosso esconderijo secreto, o Bunker 9, sem me despedir. Estava tentado ser otimista e pensando que da próxima vez que veria elas, estariam acordadas e com vida.

    Era hora de por o plano em pratica.

    Ao contrario de outra reunião, essa havia menos pessoas. Elle, Greg, Sasha, Leo, Callie, Joy e aquele cara que cuidava do acampamento de trailers junto com a Elle, Oliver alguma-coisa, estavam espalhados pelo bunker, sentados com expressões tensas e ansiosas.

    Thomas Lewis, o bruxinho esquisito, estava apoiado próximo à lareira, enrolando um fio nos dedos impacientemente. Uma mala cheia de coisas estava nos seus pés.

    — Tem certeza esta pronto? — Elle perguntou, levantando e colocando o braço em cima do meu ombro.

    Eu não sabia como responder.

    — Ei, menina das cobras — ela continuou, apontando para Joy. — Tem alguma previsão? Ouviu alguma coisa do Oráculo?

    — E-eu? As cobras estão silenciosas hoje. Nenhum sibilo que pudesse revelar algo. — respondeu, ajeitando os óculos e colocando o cabelo atrás da orelha.

    — Teremos que descobrir tentando. — Tom se espreguiçou e tirou um livro de bolso sabe-se-lá-de-onde.

    — Sabe mesmo como fazer isso, Tom? — indagou Sasha, pouco confiante.

    — Segundo minha mãe, eu sou um garoto prodígio quando se trata de feitiços e encantamentos.

    — É, mas tipo... A maioria dos feitiços e encantamentos que você faz é para... Fazer uma pizza aparecer com mágica ou fazer as roupas se lavarem sozinhas? — comentou Greg, estava na duvida se ele estava apenas falando normal ou estava sendo irônico.

    — Mesmo assim, sou a melhor chance que vocês... Quer dizer, elas têm. — ele colocou o livro aberto numa pagina marcada numa mesa. Ele pegou uma serie de vidrinhos da mala de madeira junto do que parecia ser um mini aparelho de fondue.

    — O que é isso? — a filha de Tique pegou um dos vidrinhos, azul brilhante. Tom rapidamente tomou das mãos dela e colocou de volta na mesa com cuidado.

    — Fluido de Urano que caiu no mar quando Cronos o matou. A mesma coisa que gerou Afrodite quando caiu na espuma do mar. — Respondeu, derramando o conteúdo de vários potinhos dentro de negocio de fondue que estava ligado.

    — Como conseguiu isso? — Oliver, que até então estava cochilando numa poltrona, perguntou com sua voz calma. — Alias, Tom, como você consegue todas essas coisas desde pequeno?

    — Meu pai criou um culto para atrair gente rica. Ele usava meus poderes e tudo mais, até quando eu resolvi fugir das mãos daquele mão de vaca explorador e me juntar a turma da Elle, mas antes eu peguei algumas coisas bem legais dele, tipo esse negocio. — explicou o filho de Hecáte, ainda concentrado na mistura.

    Mesmo não fazendo muito sentindo, todos pareceram aceitar tranquilamente aquela explicação e resolveram não fazer mais perguntas.

— Quase pronto — sussurrou. Thomas derramou quase todo o liquido de Urano na mistura e em seguida estendeu a mão para mim. — Fios de cabelo.

Tirei dois lencinhos onde estavam os fios de cabelo e entreguei a ele, que os adicionou a poção ou seja lá o que fosse aquilo. O bruxo tirou seu chapéu (que parecia pertencer a algum cosplay de Senhor dos Anéis) e o apertou contra o peito, sussurrando uma oração silenciosa para si próprio.

— Podemos começar — finalizou por fim, convidado todos a se aproximar da mesa. Por algum motivo, sua voz e sua aparência mostravam que ele estava cansado — Vamos explicar a missão: No mundo inferior, como já deve saber Nico, existe um lugar para onde vão as almas que não tem destino de definido, ou seja, as almas das pessoas em coma, que estão entre a vida e a morte. Por ser filho de Hades, não há ninguém melhor para ser indicado para essa tarefa que você.

— Entendo. — murmurei, atento a explicação.

— Quando você chegar lá, procure as almas delas e jogue o conteúdo de cada frasquinho em cada uma delas. — Ele pegou uma concha e encheu dois frascos pequenos de vidro com a mistura de cor esquisita e cheiro não muito bom. — Alias, isso que eu acabei de fazer é uma poção para fazer suas almas recordarem de quem são e que precisam voltar para seus corpos na terra, pois quanto mais tempo sua alma fica sem rumo por lá, menos você lembra de quem é aqui. Eu fiz uma oração para minha mãe para que de certo e cara... Acho que esgotei minha energia mágica — Após entregar os fracos a mim, ele se jogou numa cadeira, sua respiração estava ofegante. — Você tem o cachecol e o par de brincos das meninas que se mataram, certo? — Assenti. — Entregue eles a Caronte antes de tudo. Logo abrirei um portal lá para te trazer de volta ao corpo ao te acordar, então trate de achar elas o mais rápido possível e as puxe junto com você quando chegar a hora.

Eu estava cheio de duvidas, mas não sabia se deveria perguntar mais alguma coisa. Falando assim, o plano parecia fácil, porém, eu sabia que na realidade não seria assim. Um calafrio fez meu corpo tremer e ficar mais pesado. Além do mais, as língua um pouco presa de Tom não o fazia o melhor orientador do mundo.

— Mas espere... Como vou parar nesse lugar? — Mesmo que eu fosse um filho de Hades, nunca havia tentado ir ao lugar onde almas sem destino ficavam, quer dizer, eu quase nem sabia da existência verdadeira desse lugar, só havia ouvido meu pai comentar sobre uma ou duas vezes. Esse realmente era uma parte chave.

— Vamos fazer você entrar em coma e bem, nosso tempo esta pouco. — Ele olhou pro relógio na parede.

— O que????? — perguntei assustado. Como assim eu também entraria em coma?

— Faça as honras, Elle... E Nico... Não esqueça que você tem pouco tempo.

Eu iria contestar, mas apenas tive tempo para ouvir um pedido de desculpas de Elle e ver a mesma golpear minha nuca com um taco de madeira antes de cair no chão e apagar.

Eu não me lembrava muito de como havia sido minha experiência “em coma” dentro de um vaso em Roma, comendo sementes de romã para me manter vivo, mas com certeza havia sido menos doloroso do que essa.

Massageei minha nuca dolorida antes mesmo de abrir os olhos. Que dor infernal.

O que Thomas havia dito?

“Você tem pouco tempo”

Algo do tipo.

Meu corpo estava cercado por uma nevoa branca e espessa que me impedia de ver além de meio metro a frente. Num gesto automático, coloquei as mãos nos bolsos, encontrando os dois frascos e o par de brincos. Por algum motivo, o cachecol vermelho estava enrolado no meu pescoço.

Me coloquei de pé e tentei tirar o pó da minha roupa. Quando olhei para as minhas mãos, notei que elas estavam meio transparentes, mas ainda eram solidas e ainda tinha tato.

— Olha por onde anda — ranhou uma alma, eu não tinha a visto se aproximar. Diferente de mim, ela era branca e pouco detalhada, além de apenas deixar um rasto fino quando se afastou.

Forcei minha visão e só assim notei que estava cercado por almas que desapareciam e apareciam em segundos, mas mesmo assim era possível ver seus rostos sem expressão e confusos.

Eu deveria ser diferente por ser um semideus ou algo assim.

E bem, aquele mar de gente espalhada se estendia por um bom pedaço de ilha cercada pelo velho conhecido Rio Estige.

Pelo visto, teria uma longa busca pela frente.

— Com licença. — Eu dizia, desviando das almas no caminho enquanto procurava pelo rostos conhecidos de Ronnie e Valentine.

Estava procurando por 5? 10? 15 minutos? Eu não sabia. Não sabia como o tempo corria naquela parte daquele Inferno.

Oh inferno, como eu havia me arrependido de não ter escutado as explicações longas do meu pai sobre todos os lugares do Submundo.

O barqueiro! — alguém gritou a distancia, alguma coisa estava estranha:

Almas só veriam o Mundo Inferior da visão mitológica se acreditassem nos mitos gregos. Os mortais veriam apenas o “pós vida” de acordo com suas próprias crenças... Então, seria muito raro alguém que acreditasse nos mitos gregos que não fosse um... semideus?

Deixei um pouco desse linha de raciocino e foquei na informação que aquela voz havia me trazido: Caronte estava por perto.

Presumi que ele estava se aproximando para buscar almas de pessoas que estavam em coma e havia morrido. E provavelmente estava certo.

De uma parte do terreno mais elevado, vi seu barco se aproximando da margem rapidamente. Desci rapidamente rumo ao seu encontro, pois havia lembrado que precisava entregar o cachecol e o par de brincos a ele.

Algumas almas fizeram fila e começaram a entrar no barco quando o mesmo parou.

— O bruxo avisou que eu encontraria você aqui, Di Ângelo. — murmurou o barqueiro fantasma coberto por seu tradicional capuz.

— E ai, Caronte. — por trabalhar com o meu pai, eu o via mais vezes do que gostaria. Eu gostava de imaginar que Caronte era aquele tipo de cara que ia jogar pôquer e beber cerveja com seu velho numa noite de sexta depois de um longo expediente levando almas para o julgamento final. — Thomas contatou você antes foi?

— Eu gostei desse cara, ao contrario de você que é mão de vaca que nem o seu pai, o garoto fez uma boa oferenda junto com uma boa gorjeta para mim. Meus serviços não são de graça. — Reclamou. — Ande garoto, me entregue às duas almas da troca e finja que eu nunca ajudei, estou com pressa.

Estendi os dois objetos que simbolizavam as almas das duas garotas que havia se matado para ele que os deixou cair na agua do Estige de propósito. A medida que os dois afundavam, as almas delas apareciam sentadas no barco.

Aquela cena era um de certa forma agoniante.

Caronte se virou e começou a remar, porém, no meio do caminho se virou para mim.

— Você tem uma péssima mania de querer trazer as pessoas de volta a vida, garoto. Mas sabia que uma hora ou outra elas vão morrer e eu levarei suas almas no meu barco.

Eu não sabia se aquilo era um alerta ou uma ameaça, mas resolvi fingir que não havia ouvido.

Bem, uma parte da missão estava feita.

Virei às costas e adentrei numa parte mais a fundo da ilha, onde o caminho era parcialmente bloqueado por pedras pontudas e gigantescas, e a nevoa mais expressa.

Ali a quantidade de almas ficava um pouco menor, portato resolvi levar aquilo como uma indicação que estava seguindo a direção certa. Quanto mais o caminho ficava íngreme, mais tinha impressão que estava caminhando para uma clareira ou algo do tipo.

O chão seco e terroso, agora começa a ficar coberto por pequenas florzinhas brancas. Quando as pedras se dissiparam do caminho, vi que estava certo quando a estar indo rumo a uma clareira.

Ao fundo dela, um pequeno curso do Rio Estige jorrava de uma extremidade da parente e sumia numa passagem do outro lado. As mesmas florzinhas e matinhos se espalhavam bem naquele lugar.

Então, eu cai.

Minhas costas bateram no chão e senti meu corpo ser arrastado pelo chão até parar perto da água corrente. Uma mão empurrou minha cabeça rumo a água, porem eu tencionei o pescoço ao máximo para apenas as pontas do meu cabelo entrar em contato com ela.

— Será que é uma nova aparência do Devorador? Olha, ele é diferente da gente.

Aquela voz. Eu a conhecia.

Ela fez meu coração dar um salto de alivio.

— Tem razão. Então eu devo afundar a cabeça dele?

A outra voz. Eu havia até esquecido do meu risco de ser afogado de tanta felicidade. Felicidade em dobro.

Eu tinha as achado.

Quer dizer, elas haviam me achado.

— Vá em frente. — Valentine ordenou.

O que?

Comecei a me debater desesperadamente. Mesmo com os pés presos, os usei para acertar Ronnie, fazendo a sair rolando longe.

Levantei meu torso e tentei tirar seja-la-que-fosse que estava prendendo meus pés. Era uma espécie de corda tecida com os fios tirados do pequeno mato que crescia ali junto com as flores. A ideia poderia soar boba, mas quando entrelaçados cuidadosamente usando todo o tempo do mundo que fosse possível, aquilo poderia ser uma corda forte.

Mas não tão forte”, pensei ao conseguir arrebentar os nós.

Levantei, encarando Valentine a uns metros a frente com Ronnie se juntando a ela. Ambas mantinham uma pose defensiva e me olhavam como se precisassem me matar a todo custo.

Suas roupas eram as mesmas que elas usavam no dia em que as encontramos quase morrendo naquela cratera, como se estivessem congeladas na aquele momento. Assim como eu, suas almas pareciam ser mais sólidas que as outras, mas a única diferença era a ausência total das cores nelas, como se tivessem saído de um filme antigo.  

— Valentine? Ronnie? Sou eu, Nico. — estendi os braços, num sinal de que estava ali em paz.

Elas arquearam as sobrancelhas, se encararam e voltaram a me encarar ainda mais observadoras, eu podia ouvi-las comentar mentalmente: “Quem  é esse maluco e por que ele ta chamando a gente assim?”

Ronnie e Valentine não lembravam mais nem seus nomes.

Era como Tom havia dito: quanto mais tempo sua alma ficava perdida sem um caminho, menos você se recordava da sua vida. Elas estavam em coma a mais de seis meses, nem seus nomes sabiam mais.

Logo eu finalmente tinha entendido.

Quanto mais tempo as pessoas ficavam em coma, mais suas almas perdiam sua essência e menos recordavam que tinha uma vida para qual voltar, e que precisavam acordar. Por isso quanto mais dias se passavam com a pessoa inconsciente, menor ficavam as chances acordarem e voltarem a ser o que era antes.

Por isso a poção que Tom havia feito precisava de um fio de cabelo de um parente próximo do lado mortal, aquilo um ingrediente responsável por reestabelecer à ligação entre corpo e alma.

Se eu não tivesse vindo buscá-las, Valentine e Ronnie nunca iriam acordar. Os aparelhos seriam desligados e seus corpos parariam de funcionar. Elas estariam mortas.

Espere, os aparelhos seriam desligados hoje.

Havíamos começado o ritual exatamente na madrugada do dia em que completaria o sexto mês desde que a Jornada havia acabado, desde que elas haviam sido encontradas totalmente inconscientes.

Mesmo assim, eu sentia um alivio insuperável ao vê-las. Eu poderia salva-las. O que eu sentia era como se a esperança do mundo inteiro havia retornado. Me sentia confiante por ter conseguido fazer o meu melhor e estava ainda mais feliz por poder dar a elas uma segunda chance por tudo que elas fizeram para trazer todos nós de volta a vida.

Tudo havia sido fácil demais.

Enquanto Caronte não viesse para buscar as almas delas eu ainda tinha tempo.

— Ei, sei que vocês provavelmente não sabem que eu sou agora, mas escutem: eu sei quem vocês são e posso ajudar.

Seja já como eu tenha soado, não deveria ter parecido nada confiável, pois elas partiram para cima de mim.

Por mais que os poderes delas haviam sido acelerados a um nível que só se conseguiria em muitos anos de treinamento, minha irmã e Ronnie não sabiam nada de combate corpo a corpo, logo seus movimentos eram desajeitados e mal executados.

Quando as duas partiram para cima de mim, eu apenas me afastei para trás e agarrei o braço das duas e puxei uma contra outra, fazendo as duas se bater com mais violência do que eu desejava e caírem no chão aos meus pais.

Com um movimento rápido, eu peguei os frascos do meu bolso e destampei. Aproveitei para jogar em cima delas enquanto elas tentavam se desenroscar.

Eu não sabia se elas sentiam algo, mas quando o liquido brilhante entrou em contato com suas “peles” elas começaram a se contorcer e gritar de dor.

Observar elas se agonizarem e não poder fazer nada era como receber um facada nas costas repetidas vezes. Seus corpos espirituais tremiam, porém iram recuperando as cores normais e ficando como o meu.

— Por que...? Nico... Por que? — agonizou Valentine.

— Faça isso pa...rar, seu idiota — chorou Ronnie.

Meu coração estava sendo partido em milhares de pedaços. Eram como se eu sentisse o que elas estavam sentindo.

— Eu estou aqui... Vai passar, eu prometo. — tentei acalma-las.

Espere, Valentine havia dito meu nome e Ronnie me xingado... A memoria delas estava voltando então? Havia dado certo.

— Aonde a gente esta? — disse Valentine, estendendo a mão para ajuda-la a levantar. Ela ainda tremia seu corpo violentamente quando a apoiei no meu ombro. Fiz o mesmo com Ronnie do outro lado.

— A gente não devia estar...  — Ronnie estava sem folego para completar.

— Mortas? — dei um sorriso aliviado. — Não, não estão mortas. Quer dizer, ainda não. Por isso precisamos fazer suas almas voltarem para seus corpos.

— A Jornada.... Acabou? — perguntou Valentine, recobrando suas poucas memorias.

— Sim, vocês conseguiram. O acampamento esta são e salvo, e todo mundo também. — respondi.

— E por que você esta aqui? E esta quem nem a gente?

— Porque eu vim buscar vocês.

Fui surpreendido por um abraço sufocante das duas. E que vergonha, eu estava quase chorando. O momento de emoção era bom demais para não ser aproveitado. As lembranças desde quando havia aparecido para elas pela primeira vez como fantasma e as convidado para a Jornada, e todo o resto passavam na minha cabeça. Mas com elas, também passam coisas como a sensação de impotência por não ter conseguido evitar com que elas sofressem nas mãos daqueles cientistas malucos da tal O.R.D.E.M e pior, de ter colocado elas naquela aventura suicida que quase tinha as matado.  Eu havia feito elas quase se sacrificarem para salvar os filhos dos deuses que nem mesmo se importavam com a existência das duas.

Eu havia sido uma espécie de guia e vilão ao mesmo tempo. As guiando por um caminho bom mas que as levaria para a morte certa.

Bem, e agora? Havia entregado os objetos a Caronte, encontrado as almas das meninas e feito elas recordarem de quem eram... Mas, como iriamos voltar?

Thomas havia dito que eu seria puxado com elas junto quando eles me acordassem na superfície, mas quando? E se eles não conseguissem?

“Eles vão conseguir, tenha certeza. Você chegou até aqui, não é possível que não de certo”, falei para mim mesmo.

Mas quanto tempo passava naquele lugar, mais risco corria. Não podia esquecer que estava no Mundo Inferior, com mais duas semideusas altamente vulneráveis... Aquilo poderia ser o prato cheio para um monstro que o gostasse de almas ou um ser malvado que veria em nós uma oportunidade de fazer algo contra os deuses.

Além do mais, as coisas estavam sendo fáceis demais.

Para um semideus que existia desde a Segunda Guerra Mundial, eu sabia que nada para nós era fácil.

Ou melhor, se estava sendo fácil era por que alguma coisa ruim as parcas estavam preparando para acontecer em seguida.

Foi então que ouvi um rosnado monstruosamente demoníaco.

Dito e feito, a nossa complicação havia aparecido.

A uns metros a frente, na entrada da clareira, um homem de pele azul estava nos olhando.

Eu gostaria que ele fosse um smurf, um avatar ou um quarto membro do Blue Man Group, mas não era.

O azul de sua pele era quase negro e suas costas estavam cobertas por um manto de penas e pele de abultre. Para completar sua aparência nada agradável, seus dentes eram pontudos e saltos para fora e os olhos eram largos abismos negros com um único circulo amarelo em cada um. E ah, ele andava inclinado para frente, corcunda e pelo tamanho dos braços, parecia muito habilidoso em usar eles para se mexer como um quadrupede.

— Devorador. — Sussurraram as duas em uníssono.

— Eurínomo. — lembrei seu nome.

Tudo que sabia sobre esse cara havia aprendido com as lições de Hades: era um daimon, um demônio devorador de cadáver, principalmente de corpos apodrecendo. Mas, pelo medo que as meninas exalavam, acredito que ele tenha mudado a dieta para algo mais light... Tipo almas de semideuses em coma.

Como havia dito antes: Nada na vida era totalmente fácil para a gente.

Antes de eu sequer pensar numa saída, ele avançou em nossa direção. Ronnie e Valentine foram espertas e correram para os lados, me deixando totalmente na mira do ataque dele.

Eu as agradecia pelo favor, mas só tive tempo de dar um mortal para frente no ar e sair rolando, dando um olé naquele monstros e chutando terra com o pé no rosto dele.

Havia sido um movimento e tanto, eu estava orgulhoso.

— Não deixa ele te morder, se ele te morder você já era. — gritou Ronnie. Então ok, nada de ser pego por ele, ou nada de voltar para o corpo.

— Nico, cuidado! — alertou Valentine quando Eurínomo sacudiu a terra e partiu para cima de mim.

As unhas dele rasgariam metade do meu corpo se Ronnie não tivesse afastado jogando um pedregulho médio nele. Levantei e corri mais para frente, me escondendo atrás de uma das pedras.

As pedras...?

Percebi que além da que eu estava escondida, havia mais duas que eram largas o suficiente para conseguir ficar em pé em cima e difíceis de serem escaladas. Poderiam servir e um bom ponto alto para cada um ficar e correr menos risco de ser alcançado por ele enquanto pensávamos num plano.

— Subam nas pedras, agora! — gritei, elas obedeceram e começaram a escalar as suas com dificuldade.

Por estar num ponto exatamente no centro, o devorador estava com duvida para qual lado seguir e para qual de nós ele deveria avançar.

Como iriamos derrota-lo? Não tínhamos poderes, nem nenhuma arma em mãos, muito menos tempo para fazer outra corda com matinho entrelaçado, enquanto nosso novo amigo azulado, tinha unhas e dentes afiados, além de toda força demoníaca que só monstros possuíam e... Bom, só isso abria para ele uma vantagem de 3x0 contra nós, pobres espíritos indefesos.

Depois de aparentemente decidir quem ele iria tentar atacar no “uni-duni-te”, Eurínomo correu em direção da pedra de Valentine, que era a mais baixa.

Ok, ele era esperto e não havia feito aquela escolha aleatoriamente.

Suas garras eram fortes demais a ponto de conseguir penetrar facilmente na superfície rochosa depois de umas tentativas. Ele não precisava de muito esforço para subir até o topo, onde Ronnie estava desesperada.

Quando ele estava a mais uma braçada de alcançar o topo, Valentine pegou outra pedra menor e a jogou na mão que ele estava usando para segurar. A dor foi o suficiente para ele soltar e cair, porém logo ele se recompôs e pareceu ainda mais furioso.

Estava tentando planejar uma estratégia quando fui surpreendido por uma puxão no ar, como se o vento estivesse me sugando. Meu corpo estava brilhando enquanto parecia querer desaparecer e uma luz forte saia das minhas costas.

Era como se eu estivesse sendo puxado por uma forte corrente para dentro do portal que ficava cada vez mais intenso atrás de mim.

Eu deveria estar acordando, era a hora de voltar ao meu corpo. Aquele era o portal da vida e da morte e eu estava sendo puxado para dentro dele.

Oh não”, pensei.

Valentine e Ronnie ainda estavam nas pedras e Eurínomo ainda estava furioso a sua espera. Eu não podia deixa-las.

— NÓS PRECISAMOS IR AGORA! — gritei com todo o pulmão.

O desespero tomou conta do meu coração, como elas chegariam até ali? Eu comecei a lutar contra a gravidade que me puxava para dentro do portal, travando meu corpo com os pés e deitando no chão com os braços esticados para fora para que elas segurassem minhas mãos.

A cada segundo que passava, mais esgotado eu ficava e mais ia desaparecendo aos poucos, me rendendo as forças que me seguravam. Eu não aguentaria muito tempo, mas precisaria.

A pedra de Ronnie estava mais próxima a minha e a mesma viu nisso uma chance para vir até mim. Ela deu alguns passos para trás e correu para dar impulso, saltando a pedra num movimento digno de parkur.

Achei que iria cair com o peso quando agarrei sua mão no ar e a segurei, mas prendi ainda mais os pés a ponto de causarem muito incomodo. Onde estava Valentine? Eu quase não conseguia ver com meu cabelo cobrindo a minha cara.

Ela ainda estava na pedra enquanto a gravidade me puxava cada vez mais. O demônio azul viu que ela estava tentando descer e resolveu lhe entregar toda a sua atenção. Quando chegou ao chão, Valentine estava encurralada.

Cara a cara com ele, minha irmã não sabia o que fazer. O puxão se tornava estava ainda mais intenso.

Num gesto de imprudência, Tine correu e deu volta na pedra, sendo seguida por Eurínomo, mas ganhando um centésimo de vantagem naquela corrida mortal. Ela estava fazendo o caminho mais longo possível, para não ser alcançada pelo monstro.

Suas pernas grandes eram rápidas e boas de se correr, mas não sabia até quando eu aguentaria até ser puxado completamente. O cara azul não estava muito atrás dela.

Senti meu corpo ser puxado com força quando ela estava a menos de um metro de mm e Eurínomo na sua cola. Eu não aguentava mais, tinha que lutar contra a gravidade e ainda tinha que segurar Ronnie com o outro braço. Quando fui levado para dentro do portal luminoso, eu gritei desesperadamente e estiquei ainda mais meu braço com esperança que ela conseguisse alcança-lo.   

A ultima coisa que consegui ver foi Valentine dando um pulo e tentando alcançar minha mão desesperadamente quando o portal se fechou e fui arrastado para dentro.

 

U l t i m o  C a p í t u l o:

“Quando eu conheci e disse adeus a minha meia irmã gêmea”


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Notas finais do capítulo

E é isso!
Estamos caminhando rumo ao ultimo capitulo da fanfic, mas não é por isso que deixarei de terminar esse com um suspense a mais não é?
Espero que tenham gostado e muito obrigado por terem me esperado e me aguentado por todos esses anos! Muito obrigada e desculpa pela demora!



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