Basket Case escrita por schristinef


Capítulo 14
Lazy Bones


Notas iniciais do capítulo

I can't take it anymore, What with all the liars, Like a prisoner of war, I don't want your sympathy, I don't want your honesty, I just want to get some peace of mind...



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Uma semana se passou e cada dia dela, em que eu acordava, parecia que eu estivesse pior. Hoje quase não consigo caminhar, mas não quero ficar no quarto. Estou tentando disfarçar, a tentativa, é claro, é fracassada. Estou tão ruim que não consigo nem comer, pois dói de mais.

Naquela semana não fui ver o Capitão e nem o Loki. Desconfio que eu só consiga melhorar por causa do Loki, mas ainda não tenho certeza. Os Avengers têm me contado que Steve está muito bravo comigo, mas não consigo explicar isso, o porquê de eu não ir até lá vê-lo.

Decidi ir até a cela de Loki hoje. Acredito que seja mais por necessidade do que qualquer outra coisa. Ele está no andar de baixo ao do Capitão. Quando entro no recinto, encontro meu pai e outro médico ou cientista, não sei dizer o que ele pode ser.

Pedi ao meu pai que eu pudesse ficar a sós com Loki. Para minha surpresa meu pai não insistiu muito para que eu não fizesse isso. Entro na cela, ele está preso a parede e tem um olhar vago. Mas aquilo não me convence, sei que ele não é fraco. Por isso, mesmo que Thor tenha o acertado, a cena não me pareceu correta. Era “forçada” de mais para ter causado algum dano ao Loki.

– Bom dia. – Diz Loki, a inocência transborda ao pronunciar cada palavra. – Quem é você?

– Por favor, Loki pare. Eu não sou tão idiota assim.

– Não sei do que está falando. – Mas após ter dito essas palavras ele dá um sorrisinho de escárnio, o que o denuncia completamente.

Eu fico em silencio e ele se levanta ainda sorrindo.

– Meu amor, que bom que seguiu sua intuição. Isso poderia fazer de você uma grande feiticeira em Asgard.

– Hum.

– Posso lhe pedir algo?

Eu afirmo com a cabeça.

– Solte-me. Por que me prender? Se eu quisesse já teria escapado.

– Não, não teria não. Thor colocou feitiços na cela, que nem você conseguiria quebrá-los.

– Ah, andou estudando a situação.

– Talvez. E eu ainda não quero lhe soltar. Estou gostando de vê-lo preso.

– Claro que está. E então, a que devo a maravilhosa visita?

– A uma necessidade.

– Entendo... E?

– Quero que pare com o que está fazendo comigo e com o Capitão.

– Não.

– Então só com o que está fazendo a ele.

– Talvez. Faço se me soltar dessa parede.

Vou até ele e o solto. Fico na frente dele e ele repete algumas palavras em voz baixa.

– Pronto.

– Vou conferir.

– Então você vai sair daqui?

– Não.

Pego meu celular e abro um aplicativo. Clico na imagem onde está o Capitão, a melhora já da para ser notada. Guardo meu celular e encaro Loki. Ele se aproxima, ficando a centímetros de mim, está tão perto que sinto sua respiração.

– Estou com saudades. Nunca quis te machucar, pelo menos até ter que te usar como uma arma.

– Sei. E então? Qual seu plano? O que vem agora?

– Nada. Eu acho.

– Nada? Sei. E você acha que eu acredito nisso.

– E deveria, pois é a verdade.

– Ok.

Ele coloca suas mãos em meus ombros e desce a direita até o lugar onde está meu coração. Ele pressiona as pontas dos dedos no local e com a outra mão me aperta contra o seu corpo.

– Agora eu posso ver. Você já me amou! E isso é ótimo! Facilita muito pra mim.

– Como assim? – Digo com raiva.

Ele não me responde, quando direciono meu olhar para seus olhos vejo que estão dourados. Ele murmura algumas palavras, dentro de sua boca vejo uma luz da mesma cor dos olhos. Quando ele termina de murmurar, ele me beija e sinto aquela energia descendo pela minha garganta e indo em direção ao meu coração.

Quase desmaio. Ele senta e me põe em seu colo, não necessariamente nessa ordem. Olha para mim e diz que espera que eu sobreviva. E se tudo der certo que irá me explicar. Então eu não aguento mais e resolvo desmaiar.

Acordo na sala e ainda no colo do Deus da Trapaça. Ele sorri para mim e afaga meu rosto. Eu tento me levantar, mas tudo dói. Encontro o olhar do meu pai, ele parece cansado e com raiva. Pelo jeito andou chorando, já que seu rosto está levemente inchado. Dou uma olhada na sala e vejo o Capitão, que faz um bico como se tivesse com algo muito azedo em sua boca.

Sinto um súbito desejo de abraçar Steve. Até tento me levantar novamente e de novo a dor vence.

– É melhor você não se mover muito. O período necessário para a magia se instalar ainda não foi completado. – Diz Loki com calma.

– O que?

– Bem, nos dias em que você esteve comigo, andei pensando muito no que eu realmente sentia por você...

– Se é que sentia algo. – Diz meu pai com amargura.

– E quando cheguei à conclusão, vi que ainda estava apaixonado por você.

– E daí?

– Eu não vou conseguir viver sem você. Então resolvi colocar em você um feitiço de uma magia muito antiga e que não pode ser retirado. Assim você vive o quanto eu viver e por conseqüência morre quando eu morrer.

– Jura? E quem disse que eu quero isso?

– Você. Seu corpo não está recusando a “mudança”. E quando eu fui ver o que você sentia por mim, vi que não me odiava, mas também nunca deixou de gostar um pouco de mim.

– Não se esqueça de lhe contar o outro detalhe Homem Rena. – Steve fala e se aproxima mais de mim.

Queria muito que ele chegasse mais perto ainda e me tirasse dali.

– Claro... Essa magia não pode apagar sentimentos já existentes, por isso caso você ame mais alguém, ela transforma um amor que pode ter começado há pouco tempo ou que não duraria muito em algo eterno. – Explica Loki.

– E?

– E você ama todos esses babacas. O seu amor pelo Capitão é maior do que imagina e agora vai se tornar eterno. Infelizmente, seu amor por ele não é como o que tem pelo seu pai ou por qualquer outro Avenger. Assim terei que dividi-la com ele.

– Me dividir? Como assim? Virei objeto agora?

Ninguém responde. E novamente tento me levantar. Loki me segura.

– Você não pode sair do meu colo, já que eu executei a transferência da energia, assim eu te ajudo a diminuir a dor. Mas se quer enfrentá-la sozinha, fique a vontade.

Ele tira a mão de cima de mim, mas eu continuo lá. Nos últimos dias já senti muitas dores e não pretendo senti-las tão cedo.

– Foi o que pensei. – Diz ele com um sorriso.

–Então... Por que tudo isso agora? Desistiu de aniquilar eles?

– Não. Como disse ainda te amo.

– E daí?

Daí, que eu não conseguiria continuar com aqueles planos sem te matar. E eu nunca o quis. E tudo o que descobri pode afetar diretamente você. Por isso vou descobrir um outro jeito de matá-los.

– Muito reconfortante. Então...

– O que? – Ele pergunta.

– Se te matarem eu morro?

– Provavelmente.

– Provavelmente? Você não sabe? – Perguntam meu pai e Steve ao mesmo tempo.

– Não. Na única história que vi sobre esta magia, o casal morria de velhice.

– Mas com todo seu poder, você não consegue adivinhar? – Pergunta meu pai.

– Não.

– Mas se isso acontecer é por que eu te amo, não é?

– Isso minha donzela.

– Seguindo uma lógica, então você não poderia matá-los e nem eles matar você. Por que assim das duas maneiras eu morreria. Não faz sentido? – Digo.

– Eu já pensei nisso. Por isso estou esperando que a “mudança” termine.

– Para que? Matar algum deles? Você não disse que não poderia viver sem mim?

– Disse e é verdade. Mas acredito que se eu ou um deles sofrer algum corte, ou até algo pior, você sentirá. Não terá as mesmas feridas em seu corpo, mas sentirá quando nos ferirmos.

– Que maravilha. – Digo com muita raiva.

Ele ri. Ele até está mais fofinho.

– Se você deixar podemos fazer um teste amanhã? – Loki pergunta.

– Por que só vai terminar amanhã?

– Não, terminará daqui umas duas horas. Mas, prefiro que descanse antes de qualquer coisa que possa acontecer. – Diz com uma expressão estranha, acho que é de preocupação.

– Então você quer que eu durma?

– Exatamente.

– Ok.

Fecho os olhos. Não consigo tirar uma pergunta da minha cabeça.

– Loki...

– Sim?

– Se te matarem talvez eu morra, mas como eu estou ligada ao Capitão também, se o matarem eu também poderia morrer, não?

– Não tinha pensado nessa possibilidade, bem, exclusivamente. Já que o laço entre você e ele é forte. Então acredito que se matarem seu pai ou qualquer outra pessoa que você ame, mas não como eu ou Rogers, você provavelmente não morrerá. Mas não posso garantir quanto a você sentir as dores.

– E o que mais você pensa agora?

– Acho que se eu morrer, mesmo com um laço muito forte, você continuará viva. Isso por que você também está ligada ao Rogers. Assim caso eu morra, você só morrerá quando ele morrer. E caso ele morra, você só morrerá quando eu morrer.

– Você acha que agora está certa a lógica?

– Provavelmente. Agora durma.

Ele me dá um beijo na testa e alguns minutos depois caio no sono.


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Notas finais do capítulo

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