Acordei às três horas da manhã. Ainda estou na sala, ou melhor, eu e Loki. Ele está dormindo e eu tento me mover, já não sinto mais dor. Começo a andar pela sala até que decido ir ao quarto do Capitão. Ele não está lá, então vou até meu quarto.

As luzes dele estão ligadas. Vejo um saco de pancadas pendurado e o Capitão sem camisa treinando. Bato na porta, mesmo ela estando aberta e, bem, ser o meu quarto. Ele não para e nem olha na direção da porta. Limpo a garganta bem alto, ele ainda não me vê. Vou atrás dele e abraço sua cintura.

Ele para, tira as luvas e as faixas das suas mãos. Se solta do meu abraço e vira de frente para mim. Mas não se move, fica apenas me encarando.

– O que foi? Está com raiva de mim? Está bravo? – Pergunto.

– Nada, não e não sei. – Ele diz, mas se afasta de mim. O que faz com que eu me sinta culpada. E triste.

Ele está sentado na cama, com os braços apoiados nos joelhos e cabeça entre as mãos. Não chego mais perto dele, por que pelo jeito ele não quer.

– Ok, que bom que explicou tudo. – Digo e me viro para sair do quarto. – Mas você sabe que não foi uma escolha minha. Eu não escolhi que acontecesse tudo isso.

– Eu sei que não! – Diz ele de pé.

– Mas não parece que sabe!

Eu saio do quarto, sinto as lagrimas se formando atrás dos meus olhos. Chego à sala e me sento no sofá ao lado do que Loki está. Mas que merda! Não posso acreditar em uma coisa dessas!

O Capitão entra e me levanta, com isso fico a poucos centímetros dele. Ele me aproxima mais, acabando com o espaço entre nós.

– Me perdoe. Eu não deveria ter feito aquilo. É que eu não quero dividi-la. Você deveria ser só minha.

Amei ouvir aquilo, mas ainda me sinto um pouco magoada. Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

– Sinto muito, não queria fazê-la chorar.

– Está tudo bem.

Ele aproxima seu rosto, seus lábios quase encostam nos meus.

– Eu te amo. E muito. Você me faz esquecer que tenho problemas. Me deixa mais leve.

– Até parece que faço tudo isso.

– Não consigo parar de pensar em você.

– Eu também te amo muito.

Ele sorri, aquele sorriso maravilhoso. Ele aperta o abraço e me beija, o toque de seus lábios são ternos e ao mesmo tempo ardem por um desejo. Correspondo ao beijo, como se aquilo fosse a única coisa que me fizesse querer continuar. O beijo me fez esquecer que tenho problemas.

– Você me fez esquecer os meus problemas. – Digo entre beijos. – Mas só por alguns minutos.

Ele ri e me beija novamente. Mas somos interrompidos, alguém limpa a garganta. Viro a cabeça, foi Loki.

– Desculpe-me interrompe-los, mas não estou a fim de assistir a isso. – Ele diz.

– Tudo bem nós vamos para o quarto então. – Steve fala.

Steve me levanta e eu entrelaço minhas pernas em sua cintura. Loki protesta, mas o Capitão já está no meio do caminho. Já no quarto, ele fecha a porta (comigo ainda pendurada nele), me coloca na cama e me beija com muita vontade. Tiro sua camisa e abro sua calça. Ele cola seu corpo em mim e ri.

– O que foi? – Pergunto entre um beijo.

– Você está fazendo umas caretas.

– Estou? – Pergunto confusa.

– Você está insegura? Quer que eu pare?

– Não. Nem pense nisso.

Ele ri de novo. Em poucos segundos já estou só com a roupa intima. Ele tira o resta da sua roupa, e começa a beijar meu corpo, quando chega de novo até minha boca ele pergunta:

– Pronta?

Balanço a cabeça. Foi uma das melhores noites de amor da minha vida, ou melhor, a única noite de amor que já tive. Mas mesmo assim a melhor. Depois de certo tempo ele deita do meu lado e fica me observando.

– Fiz alguma coisa errada?

– Não, você estava perfeita meu amor. – Ele diz.

Ele muda a posição na cama e deita na minha barriga. Eu fico mexendo no cabelo dele. Ele pega minhas mãos e fica brincando com meus dedos. Acho que está escondendo algo de mim.

– O que foi? – Pergunto.

– Bem... Depois do teste que Loki quer fazer eu... Nós... Os Avengers e eu...

– Fala Rogers!

– Nós vamos para uma missão, sem nenhuma localização especifica. É tipo uma ronda pelo planeta. Só para nos certificarmos que nenhum problema ocorreu durante o período que você foi raptada.

– Hum.

– Mas não vai durar muito tempo.

– Mais ou menos quanto tempo?

– Três a quatro meses.

– Ok.

– Ficou decepcionada?

– Não. Imagina.

Ele faz uma careta de dó e me dá um selinho. Eu finjo que estou brava, ele deita do meu lado e eu deito em cima dele.

– Espero que dure menos. Eu posso ir junto?

– Não. Loki vai ficar com você.

– E desde quando vocês confiam nele?

– Desde que nós vimos que ele... Bem... Te ama.

– Hum. E?

– E o J.A.R.V.I.S. irá avisar o Stark caso ele tente qualquer coisa.

Ele ainda está escondendo algo.

– O que mais você tem para me dizer?

– Caso tudo de errado nessa missão, Loki a levará para Asgard.

– Mas vocês partirão hoje?

– Provavelmente.

Algumas horas depois...

– Bem você só tem que ficar paradinha aí. E continue sentada, vai que a dor seja muito intensa e você caia e se machuque.

– Ok Loki. – Digo com muita rispidez, mas eu não queria fazê-lo.

Ele me olha, vejo dor em seus olhos, acho que estou sendo muito dura com ele. Mesmo que ele mereça isso.

– Olá Emma. – Diz Thor.

Meu pai, Loki e os outros estão conversando. Não sei se posso considerar isso algo bom. O que será que tanto conversam?

– Oi Thor. O que foi?

– Bem, quero lhe explicar por que você irá para Asgard com Loki caso essa missão de errado. Bem... Um tempo depois de Loki criar um exército e invadir New York, ele foi preso. E eu comecei a tentar estabelecer a paz nos nove reinos. Mas uma raça antiga, os Elfos Negros, tentou afundar novamente o universo em trevas. Pedi a ajuda de Loki, ele me ajudou e até me salvou. Ele como Deus da Trapaça, é claro, me fez acreditar que tinha morrido.

– Hum. E?

– Bem, eu livrei os nove reinos com a ajuda de Jane Foster e outros bons amigos. Enquanto ele retornou para casa e tomou posse do trono.

– Então ele matou Odin?

– Não, ele não conseguiria fazer isso. Loki não tem agido, ultimamente, como uma boa pessoa. Mas não mataria seu pai, mesmo tentando acreditar que o odeia ou, agora, odiava. Meu pai morreu de pura velhice.

– E o que tudo isso tem a ver com eu ir para Asgard?

– Ah claro... Por ele estar com a posse do trono, sua segurança será muito maior lá. Muitas pessoas, inimigas nossas, sabem que você é filha do Stark. Por isso achamos melhor protegê-la. Mesmo que, pensando no que pode acontecer de pior, algum de nós morra. Ou todos nós. E sabemos que Loki irá te proteger com tudo o que estiver ao seu alcance.

– Okay.

Ele sorri, afaga meus cabelos e avisa os outros que terminou de me explicar.

– Então... Vamos começar com Clint, então será o Banner, Natasha, Thor, Pepper, Chase, Tony, eu e daí o Loki. – Diz Steve com um ar sério.

– Tudo bem, só quero que isso termine logo.

Do Clint ao meu pai, eu não senti dor alguma.

– Ok, serão os mesmos procedimentos.

– Vamos logo.

Ele balança a cabeça em afirmativa. A primeira coisa que fazem é cortes nele. A dor é suportável, mas mesmo assim eu as senti. Depois o queimam, a dor tem a mesma intensidade, mesmo sendo pior que os cortes. Daí começam a socá-lo, mesma intensidade, nenhuma alteração. Seguem-se choques, chicotadas, sufocamentos, afogamentos, envenenamentos (que logo eram seguidos pelo antídoto), congelamentos, entre outros que não me lembro. Todos o mesmo resultado. E o mesmo aconteceu com os procedimentos em Loki. Era uma dor suportável.

Todos estão em silencio, tentando entender ou encontrar um por que nisso.

– Acho que são apenas avisos. Tipo... Só para eu saber que algo está acontecendo a eles. A única coisa que não vou saber adivinhar é se morreram, já que não podemos fazer um teste. – Digo.

– Provavelmente é isso. – Diz Banner. – Não tem outra explicação.

Todos concordaram. E se retiraram para se arrumarem para a missão. O pior é terem saído sem olharem uma vez se quer para mim. Não entendo o que acontece com eles.

– Não fique triste. Eles só não querem se separar de você novamente, já que a recuperaram a pouquíssimo tempo. – Fala Loki atrás de mim, só estamos eu e ele na sala.

– Hum. Mas eles vão se despedir, não é?

– É claro que vão.

Eu chego mais perto dele e o abraço. Ele fica em choque por alguns instantes, mas logo me abraça, um abraço muito apertado. Eu quase choro, sempre fui chorona, mas ultimamente estou exagerando.

– Eu vou estar sempre com você minha donzela.

– Eu sei, e sei que está me falando isso por que sabe que eu imagino que você sabe de algo sobre essa missão.

– Hum.

– E você sabe?

– Sei, mas não vou contar a ninguém, nem a você.

– Ok.

Aperto o abraço e ele beija minha cabeça.

– Eu amo você, mesmo não querendo admitir isso.– Digo.

– Acho que você já admitiu.

– Não, ainda não.

Ele ri e ficamos assim por alguns minutos.