Nova Terra escrita por Raposa das Bibliotecas


Capítulo 21
Rainha do Sul




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Preciso planejar um ataque certeiro, mas como posso fazer isso com este monte de babacas? A Rainha olhou em volta, vendo todos os homens babões, bebendo de seu bom vinho, comendo de sua boa carne, chupando seus dedos engordurados, mas nenhum realmente preocupado com o verdadeiro assunto: o ataque contra o Norte.

–Cavalheiros! –Chamou, mas nenhum deles largou de suas conversas e de suas gulodices. –Precisamos... Precisamos nos preparar. –Ela tentou novamente, mas não conseguiu chamar a atenção deles. Por fim, cansada de tanto tentar, se levantou e pegou uma besta no canto, escorada em um criado, e atirou um dardo longo contra a cabeça de um gordo que estava comendo toucinhos. Isso lhes chamou a atenção. –Cavalheiros, como eu dizia, precisamos planejar um ataque contra o Norte. –O corpo do gordo escorreu para o lado, se esborrachando no chão. Todos ficaram olhando, exceto a Rainha, que continuou seu discurso naturalmente, como se nada tivesse acontecido. –Debaixo dessas coisas – ela apontou para as tigelas com carnes e para as canecas de cornos ou de madeiras com cervejas negras ou vinhos – está o mapa, e podemos usá-lo para planejar o ataque, se eu não estiver incomodando vocês. –Logo, limparam a mesa, e um mapa feito com tinta preta estava exposto. Vários bonecos de madeira foram postos em cima da mesa e também de navios. Bonecos maiores, que representavam os gigantes, não foram deixados de lado.

–Minha Rainha, - se pronunciou o Lorde de Vila Solar, do Pico do Verão – não acha mais prudente se não atacássemos o Norte? Pelo que sabemos, estamos tendo uma boa colheita nos Anjos, Pastoboi e até mesmo em Oyen. Soubemos que nossas rosas de Pedreira e da Mosca estão lindas e majestosas, prontas para a colheita. Em Primavera do Leste e em Black, a pescaria tem sido um ponto forte. Não devemos considerar que o Norte não é um perigo para nós?

–Lorde Fillion...

–Fellion...

–Lorde Fellion, eles mataram o meu filho! MATARAM MEU FILHO.

–Todos nós lamentamos por isso, minha Rainha...

–E lamentará você sozinho, se não se calar, em uma estaca no alto da muralha, com a cabeça separada do corpo.

Ele logo se silenciou.

–Majestade... –Lorde Water V de D’águas se levantou, com uma mão posta para trás e a outra livre, e, com esta, pegou um boneco montado em um cavalo. –Em D’águas, apreciamos a montaria e nossos soldados aprendem a atirar com bestas e arcos desde os seis anos. Atualmente, temos três mil cavaleiros experientes e mil e duzentos e cinquenta e três em treinamento. Peço que os aceite em seu exército rumo ao Norte, levando nosso estandarte convosco.

–É muito generoso, Lorde Water... Hã... Sexto...

–Quinto...

–Isso, quinto. Tenho, nos Quartéis, quatrocentos e cinquenta mil homens treinados; tanto cavalaria, como prontos para cerco etc. Peço que guarde seus homens para um possível ataque, levarei cento e oitenta mil homens para as terras geladas e D’águas. Poderia continuar treinando seus homens. É um prazer enorme ver que meus Lordes se dispõem a ajudar-me com seus soldados. Mas eu preciso de Lorde Julie, de Lady Carla e de Lorde Yan.

–Para que exatamente, minha Rainha? –Perguntou Karwater, um dos Senhores do Rio.

–Necessito de navios.

–Pretende ir para o Norte pelo mar, Majestade? –Perguntou Lorde Monter, da Mosca.

–Pretendo ir por terra, Lorde, mas quero me aproveitar da fragilidade do Norte. Quando visitei, com meu falecido marido, vi que Griffin é beira mar, assim como Castelo Black, suspenso em um penhasco. Mandarei navios para atacá-los por trás. Estarão todos tão concentrados na batalha em seus portões, que não prestarão atenção no mar. Um golpe certeiro, devo dizer.

–Um golpe covarde. –Disse um dos Lordes ali, mas nenhum saberia dizer qual certamente.

–Ouvi dizer que eles têm grifos. –Informou-lhes Lorde Karwater.

–Eu ouvi dizer isto também.

–E eu.

–Também já ouvi isto.

–Eles não têm grifos. –Disse-lhes a Rainha. –Eu andei por aquele castelo e não vi nenhuma dessas criaturas. É somente o símbolo deles. Esta é uma mentira que se espalhou. Estas criaturas podem até ter existido um dia, mas hoje já não vivem mais.

–Quando marchará para o Norte, minha Rainha?

–Em breve, muito em breve, estou esperando uma encomenda das ilhas do verão.

–Eu desejo acompanhá-la, minha Rainha. –Se ofereceu Lorde Millam e Lorde Killam também se ofereceu em seguida. E assim, Lorde Boi Gordo, Angles IV, Water IV e V, Karwater e Mina.

–Agradeço-lhes a preocupação, mas nenhuns de meus Lordes irá para a guerra comigo. Preciso de vocês aqui, para governar o Sul enquanto não volto. Estarei muito bem protegida pelos meus Sores.

–Se me permite, minha Rainha, mas que encomenda é esta?

–Ouvi dizer que os Mestres e as Sacerdotisas do Sol podem produzir armas incrivelmente poderosas, com poderes divinos. Pedi a eles que fizessem para mim uma espada de lâmina vermelha que cuspisse o calor do Sul. Uma arma indestrutível, e que somente um sulista de sangue real possa portá-la. Batizei esta arma de Cálice de Fogo.


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