Quando abriu os olhos estava imóvel, amarrada com cordas fortes nas mãos e nos pés. Ela sentia-se um pouco fraca. Forçou as cordas, mas nem com magia conseguiu se livrar. Ela procurou seu dragão, ele estava desacordado mas perto dela. Era noite, algumas tochas iluminavam as tendas ao redor dela. Arya estava amarrada á um tronco, e Fírnen tinha amarras nas asas, nas patas e no focinho. Aquela imagem fez a elfa sentir raiva, muita raiva. Vários Gigantais passavam por ela com sua pelagem colorida e armas feitas de dragão. A elfa gritava com eles, mas não lhe davam ouvidos. Ela decidiu parar e tentou formular um meio de sair dali. Seus pensamentos voltaram para á muito tempo atrás, quando fora capturada pelo Espectro Durza. Lembrou-se de sua prisão e do quanto sofrera, e de como Eragon a libertara. Ah Eragon... ela ainda se lembrava o quanto havia ficado feliz ao ser resgatada por um Cavaleiro de Dragão. Ele tirara seu sofrimento e fora seu amigo e companheiro de aventuras. Sim, ele havia gostado da elfa mais do que devia, e esse “amor” também a afetou quando Fírnen e Saphira se tornaram parceiros. Arya havia se sentido atraída até o meio elfo, mas deste sentimento ela tinha medo e se afastou esperando que tudo passasse. Não funcionou, quando voltou para Ellesméra ela sentiu um pesar enorme, assim como Fírnen. Ela sentia... algo que os humanos chamavam de saudade. Ela gostaria que o Cavaleiro pudesse salvá-la novamente, embora nunca fosse dizer isso em voz alta. Em certa parte da noite o Gigantai vermelho que era o líder segundo Murtagh veio falar com a elfa em sua língua nativa. Pediu que ela se render-se, senão ele a torturaria –não mataria, não estava autorizado a isso- mas ela e Fírnen se recusaram a cooperar. Então veio a tortura: ela passou dias sendo ferida lentamente, quase não tinha comida e era obrigada a respirar um tipo de gás que a fazia ter alucinações. Uma dessas a fez acreditar que Eragon estava ali para salvá-la, o que arrancou lágrimas da elfa quando descobriu que era apenas um sonho. Ela não soube exatamente quantos dias aquilo tudo durou, tudo estava distorcido para ela. Então um dia ela percebeu que estavam se preparando para a batalha. Não soube o que iria acontecer com ela, mas finalmente as torturas pararam e ela conseguiu dormir sozinha. Em seus sonhos, ela viu um exército de Gigantais, mas não era o exército que estava com ela ali. Era bem maior, e eles viajavam seguindo o curso de um rio por um deserto. Não, não era o Deserto Hadarac, ela tinha certeza. Havia um Gigantai maior que os outros, e sua pele era amarelada, quase dourada, e devia ter cerca de 10 metros de altura. Mas ele não liderava sozinho. Havia uma garota com ele, na verdade era uma elfa. Ela era alta, muito bonita, que lembrava Arya de usa mão, com o cabelo branco e algumas mexas rosas e marrons, vestindo uma túnica marrom e rosa. Estava sentada em um trono como uma verdadeira Rainha. A elfa irradiava uma aura negra, e Arya conseguiu ver que ela trazia um pequeno saquinho amarrado na cintura. Dentro havia um cristal negro que irradiava força, mas uma força negra cheia de ódio e rancor. Arya estremeceu de medo, aquele era... não, não podia ser. Uma figura sobrevoava o exército. Então ela ouviu um rugido poderoso que a deu muito medo.

Foi tirada de seus pesadelos com grande sacrifício. Ela estava suada e tremendo de frio. O pior é que ela sabia onde era aquele lugar. Não sabia quem era a elfa que lhe dera medo, mas sabia que o exército Gigantai estava indo atacar. E que aquele deserto e aquele rio eram o caminho para a Nova Ordem dos Cavaleiros de Dragão. Um exército ia atacar Eragon e Saphira. Ela esperneou e gritou, tentando se soltar, correr e avisar Nsuada, Murtagh ou até Eragon do perigo. Ela tentou até um Gigantai se aproximar e bater com força em sua cabeça. Antes de perder a consciência seu pensamento foi correr e avisar Eragon, era protegê-lo do mau que estaria vindo.