Continuei andando...

–Eu devo estar ouvindo coisas...-pensei enquanto andava.

Eu comecei a ignorar os sons que eu ouvia,mas ainda estava assustado. Andei por uns 10 minutos,e vi alguma coisa pendurada em uma arvore,não consegui enxergar direito,então fui chegando mais perto,e mais perto,e vi que era um papel velho,amarelado e com uns desenhos estranhos. No papel estava desenhado o que parecia um homem com uma roupa preta e braços longos,sem rosto,e umas arvores do lado. E escrito em cima "Fuja". Olhei bem e pensei:

–Que desenho estranho. O que diabos ele está fazendo aqui? E por que está escrito "Fuja"? Seja lá quem for que desenhou isso,precisa de umas aulinhas de desenho. Nem ao menos fez os olhos,o nariz e a boca...

Ouvi um estalo novamente. Ignorei, mas tinha uma sensação de que tinha alguém atras de mim,me observando...Tomei coragem e continuei a andar,deixando o papel para trás,preso na arvore como eu o encontrei.

No percurso todo, aquele papel passava pela minha mente..."Fuja"..."Fuja"...

–Fujir? Fujir pra onde? Ou melhor,fujir do que?-pensava.

Minhas pernas estavam moles de tanto andar,então resolvi parar um pouco para descansar.

–Só cinco minutos. -Pensei- se eu quero sair daqui tenho que ir logo,não quero passar a noite toda nesse lugar...

Sentei,tirei meus tênis,e fiz massagem no meu pé,estava muito dolorido e cheio de calos. Abri minha mochila e procurei algo para comer e beber,tirei minha garrafinha d'água e uma metade de um sanduíche de queijo e presunto. Comi um pouco e tomei um pouco para sobrar para mais tarde,deu para matar a sede mas comer a metade de uma metade de sanduíche não mata a fome né?

Olhei no relógio,passou-se 6 minutos (aproveitei para ver se tinha sinal,mas não havia). Levantei, guardei minhas coisas,e peguei uma lanterna que havia achado no meio da bagunça da minha mochila. Apertei o botão para ligar,ela piscou um pouco e desligou. Apertei novamente,aconteceu a mesma coisa.

–As pilhas devem estar fracas ou mal colocadas...-pensei.

Abri onde fica as pilhas e as arrumei. Liguei a lanterna de novo. A luz acendeu,meus olhos estavam acostumados com a escuridão,então fiquei meio cego com a luz forte. Abri os olhos,e vi para onde a lanterna apontava. Vi um homem com um paletó preto,pele branca como giz e braços longos chegando quase ao chão no meio das plantas. Levei um susto e cai no chão. Esfreguei os olhos e quando abri novamente não havia mais nada lá,o homem tinha sumido...

–O-QUE? EU VI... ESTAVA BEM ALI!...E-EU...estou tendo alucinações?!-gritei quase sem folego.

. . .