Os minutos pareceram horas de tão lentos que os ponteiros relógio andavam, e aquilo era mais que uma tortura para Emma, que só desejava sua casa, sua cama. Embora ela soubesse que não era isso o que teria essa noite, não era.

Chegara a casa e jogara a chave sobre a mesa da cozinha, indo para o banheiro e se despindo no caminho, sem se importar com a bagunça que ficaria, ela só refletia seu estado psicológico fodido.

Ligara a água da banheira e se olhara nos espelho por alguns minutos, intensamente. Tocou suas olheiras e seu rosto. Estava horrível. Sem vida, pálida. Podre. Girou o registro da água gelada da pia e molhou o rosto, gemendo por pura manha.

–Você está tão fodida, Xerife Swan.

Rira de forma irônica e notara as lágrimas formando-se em seus olhos contrastando ironicamente com seu riso. Que se tornara algo habitual para as ultimas semanas. Precisava sorrir e fingir que estava tudo bem, para seu filho, seus pais, a cidade e principalmente, para Regina.

Olhou para a banheira já suficientemente cheia de água quente, fechara o registro e entrara ali. Deitou-se com cuidado e respirou fundo, deixando que a água ajudasse a relaxar um pouco. Deslizara a mão pelo próprio ombro, massageando levemente o local por longos segundos, trocando o lado e estralando o pescoço depois, com um gemido de alívio.

Permitiu que o corpo deslizasse, de forma que seus cabelos ficassem submersos, mas não seu rosto. Respirou fundo, olhando para o teto e sorrira de forma meio débil.

–Que Deus me ajude.

Dito isso, apenas afundara ali, deixando que o ar fugisse por seus pulmões e bolhas de ar subissem até a superfície para se encontrarem com as demais moléculas em estado gasoso presentes no ambiente. Seus belos olhos se fecharam com certa força e seus punhos se cerraram.

O que Emma não sabia era quanto tempo demoraria para a água preencher seus pulmões, sua respiração parar de lutar por ar e o frio fechar seus olhos.