Graças ao amor. (Stalker) escrita por Wave


Capítulo 3
Kolme




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Temido pela insegurança, falta de higiene e bichos nojentos. Era o portão 16. O abandonado portão 16. Todo enferrujado, no meio das árvores, no ponto mais distante do centro do parque. De certo modo, o lugar perfeito para encontrar com o Hullu. Ele dissera 15h. Faltava cinco minutos. Decidira chegar cedo para ver se tinha mais chances de encontrar Roy. E lá esperou, desviando de ratos e baratas, esforçando-se para respirar aquele ar fedorento ao redor.

15 horas em ponto. Hora de ver o Hullu. Poderia ser uma pegadinha e ela teria que, talvez, dar o próprio sangue para resgatá-lo. E mesmo assim, não conheceria seu rosto. Porém, passaram-se alguns segundos e uma figura saiu atrás de uma árvore. Miranda mal conseguiu se conter.

Roy estava lá, aparentemente bem. Sorriu ao olhar para ela.

–Oi.-apenas disse isso. O que foi suficiente para Miranda pular em seus braços e chorar, chorar muito.

–Pensei que tinha morrido.-dizia entre soluços.- Você tá bem, ai que bom. Fiquei tão preocupada! O tempo não passava logo e...-fez uma pausa.-Cadê o Hullu?

–Exato...hã, ele me pediu pra que viesse comigo.

Faria de tudo para escapar do pesadelo. Roy explicou no caminho que Hullu a libertaria da perseguição se ela o seguisse até...

–Sua casa? Ele está aí dentro?- desesperou-se.

–Sim e não. Vamos entrar, vamos.

E ao entrarem, Roy a levou para seu quarto e fechou a porta. Olhou sério pra ela. Ela permaneceu calada. Então ele andou até seu armário e abriu a porta. Ela ficou em estado de choque.

Lá estavam: o cachorrinho empalhado, o ursinho e o vestido. Além de milhões de fotos dela e...a gravata do seu pai.

–R-Roy...-conseguiu dizer.- O que é...- ele encostou o dedo nos lábios dela.

–Não me chame de Roy. Prefiro Hullu.

–SEU MALUCO!

Era inocente, mas não burra. Deu um tapa na cara de Roy e saiu correndo em direção a porta. Roy se pôs entre elas, impedindo a passagem.

–Do que está com medo, Mirandoce?- aquela voz suave soava repugnante agora.-Não tenha medo daqueles que te amam...

–Você não me ama.-respondeu.-Se amasse, não transformaria minha vida num inferno!

–Só estava te fazendo feliz. Não gostou dos presentes?

Não conseguiu responder. Ele a empurrou devagar até que ela caísse na cama. Onde desmaiou de nervoso.

–----

Acordou algumas horas depois. Era o que achava, mas parecia ter sido muitos anos dormindo.

–Bom dia, Mirandoce...

Quis gritar mas estava amordaçada com tanta força que ficava difícil até respirar. Com certeza o rosto estaria sangrando quando retirasse o pano. Olhou ao redor. Estava no banco de trás de um carro. Roy não dirigia, de quem seria aquele carro?

–Que pena que dormiu, fofa. Perdeu a diversão.- retirou várias fotos do bolso. Fotos dela. Nua. Em poses provocantes, forçadas. Ainda desmaiada.

Achou que ia desmaiar de novo, mas apenas sentiu uma tontura muito forte e passava horrivelmente mal. Desatou a chorar.

–Ah, calma. Você nem viu nada. Que sono pesado você tem, né? Não acordou nem quando nós...brincamos.

Mira arregalou os olhos. Como ele pode? Seu melhor amigo desde o oitavo ano a traíra. Arruinara sua vida. E agora lá estava ela. Num carro com um maníaco, sem saber o que a reservava. Seu pai estava morto, sua mãe, em outro país que nem ela sabia qual era. Não havia escapatória para esta situação. Fechou os olhos e aguardou. Permaneceram em silêncio por alguns minutos. Quando finalmente Roy/Hullu disse:

–Vou te levar à um lugar feliz.

Deu partida no carro. Miranda não abriu os olhos até pararem.


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Notas finais do capítulo

Mais um epílogo e pronto.
Obrigada por acompanhar até aqui



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