Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 7
Confusões por favores


Notas iniciais do capítulo

Hey! O_/



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ENNELIZE

Era um linda sexta-feira e faltava apenas uma aula para o dia acabar. Trato de Criaturas Mágicas com a Lufa-Lufa.

Em sua maioria, os lufanos eram legais, mas nessa turma havia John Paul. Ele era um cara de altura mediana, magricelo, de cabelos cacheados e olhos castanhos e com alguns probleminhas. Ele era apaixonado por uma tal de Caroline: uma uma garota morena, de cabelos meio encaracolados, de um tom marrom claro. Ela também era uma lufana. Ah, ele também é primo da Mariana.

Caroline tinha um namorado sonserino chamado Carn. Só que a maioria das pessoas tinham dificuldade de pronunciar o nome e tiraram o "n" do final. Posteriormente, o apelido foi traduzido e passaram a chamá-lo de Carro.

John Paul inventara um apelido diferente; em vez de reduzir, ele aumentou. Se qualquer um perguntasse a ele o nome de Carn era Carne.

Voltando ao assunto, você deve estar se perguntando "mas por que você está apresentando essa pessoas?". Bem, vamos à história.

A aula terminou e Hagrid dispensou a gente. Como sempre, John veio falar com Mariana:

– E aí prima, como vai?

– Duas coisas: 1) não me chame de "prima" em público, 2) muito bem.

– Ah, é me esqueci que VOCÊ, MARIANA, TEM VERGONHA DE SER MINHA PRIMA!

Eu ri. John podia ter seus problemas mas sabia como irritar uma pessoa.

– Cale. A. Boca. - Sibilou Mariana.

– Até aonde eu sei a boca é minha.

– Ah, vá se ferrar, vá.

Ele olhou para Mariana como se estivesse ponderando algo. Eu sabia que, seja lá o que quer que ele estivesse ponderando, não era boa coisa.

– Que tal uma troca? - disse ele por fim.

Mariana ergueu as sobrancelhas.

– Como assim "uma troca"?

John Paul abriu um sorriso.

– Uma troca. Uma coisa por outra. Um favor por outro favor. Você faz uma coisa por mim e eu calo a minha boca.

– Não - falou a garota quase que na mesma hora. - Se o que você vai fazer é tão ruim que tem que pedir a mim, então não.

– Não é exatamente ruim, é só que... Bem, digamos que se eu fizer isso vão dizer que estão inventando. Mas se outra pessoa fizer talvez ela acredite.

– Tem a ver com Caroline, não é? - perguntou a prima. - John, eu já disse pra você esquecer essa garota. Existem tantas outras em Hogwarts e...

– Eu faço - eu disse por fim.

– O que? - perguntou Mariana olhando pra mim.

– O favor pro John Paul. Eu faço.

– Mas por que? - era John, até mesmo ele tinha ficado espantado.

– Como eu não sou sua prima, você não vai poder simplesmente calar a boca. Então vai ficar me devendo um favor. Gosto de pessoas me devendo favores. Principalmente quando essas pessoas não têm medo de levar uma detenção.

Mas a verdade era: depois de que alguém foi falar coma McGonagall, ela me deixou sem ir à Hogsmeade no próximo passeio e deu à Stéfany uma detenção na Floresta Proibida com Hagrid. A loira era o tipo de pessoa que fazia besteira e sempre saia impune por que ninguém tinha coragem de denunciá-la. Mas dessa vez ela se ferrou por minha causa, e eu sabia que ela daria um jeito de se vingar - ela sempre dava.

Por isso, quando ela se vingasse de mim, eu me vingaria da vingança dela. Eu já até tinha um plano. Mas ele envolvia uma segunda pessoa. E esa pessoa seria John Paul.

– E então? Você vai ou não vai ou não vai me contar o que eu tenho que fazer?

– OK. Me encontre às oito horas entrada da biblioteca.

***

Como John Paul pediu, às oito horas eu estava na biblioteca. O lufano estava sentado ao lado da porta de braços cruzados.

– Você está atrasada - disse ele.

– Não estou não, são oito horas.

– Não é não. São oito e um.

– Que se dane - retruquei. - Você vai ou não me dizer o que quer que eu faça? Tenho coisas melhores pra fazer.

– OK. Venha comigo.

Ele entrou para a biblioteca e foi se andando pelos corredores de estantes. Inicialmente eu achei que ele estava andando aleatoriamente, mas depois percebi que ele estava procurando um corredor vazio. Ele parou em um em que tinha livros sobre Poções.

– Então, você sabe que eu gosto da Caroline, não sabe? - perguntou ele.

Tudo mundo sabe - respondi.

Ele me fuzilou com os olhos.

– Colabore, Ennelize.

– OK, OK. Você gosta dela. E daí?

– E daí que ele não dá a mínima pra mim por causa daquele namoradinho idiota dela, o Carne.

Eu pensei em dizer que absolutamente todas as garotas de Hogwarts não davam a mínima pra ele, e nem todas tinham um namorado, mas achei melhor não.

– E?

– E que ele esta traindo ela. E ela é a única pessoa de Hogwarts que não sabe - isso era verdade. O nome da outra garota era Anna.

– Tá - falei impaciente. - Mas o que isso tem a ver com o favor? - Essas declarações óbvias já estavam começando a me cansar.

Ele sorriu diabolicamente - ou tão diabolicamente o quanto podia.

– Ah, Ennelize. Tudo. O plano é: agora há pouco eu enviei uma coruja pra ele dizendo que se ele não contasse a Carol o que está fazendo com ela até amanhã a noite, eu contaria. - O cara tava com um brilho louco nos olhos. - O fato é: ele não vai contar.

– E se você contar - eu falei achando a linha de raciocínio dele -, ela vai achar que você está inventando só pra que ela termine com o Carro.

– Isso mesmo. É aí que você entra.

– E o que, exatamente, você quer que eu faça?

Ele sorriu mais ainda.

– Que você seja Ennelize Stanford, a Louca de Hogwarts, e arme o maior escândalo que conseguir. De preferência, em um lugar com muitas pessoas. E que Anna esteja lá.

Eu sorri. Até que não era tão ruim assim.

– Eu concordo - falei. - Mas com uma condição: que você esteja disposto a fazer uma coisa desse tipo, ou talvez pior, quando eu te pedir.

Ele ergueu as sobrancelhas, porém sorriu.

– E o que você vai você me pedir pra fazer?

– Espere e verá, Jonh. Espere e verá.

***

Já era domingo de manhã e, até onde eu sabia, Carne não tinha contado nada à Caroline, o que significava que daqui a pouco haveria uma grande confusão.

– Você vai mesmo fazer o favor pro John Paul? - perguntou Mariana quando nós descemos para tomar café da manhã. Eu tinha contado a ela o que ele me pedira para fazer e como eu faria.

– Sim.

– Não gosto disso - falou ela.

Apenas dei de ombros e entramos no Salão Principal. Procurei John Paul com os olhos e ergui as sobrancelhas para ele, que fez que não levemente com a cabeça. Nós nos sentamos na mesa da Corvinal e eu localizei Caroline na mesa da Lufa-Lufa e Carn na mesa da Sonserina. Anna estava sentada na frente dele.

Alvo Potter estava sentado a dois lugares de distância de Carn, e estava olhando para mim. Ele ergueu as sobrancelhas quando me viu olhando para a mesa dele e eu desviei o olhar sem me dar ao trabalho de fazer algum gesto para responder.

Comi meu café da manhã rápido, me levantei e fui até à mesa da Lufa Lufa, onde Carol estava sentada.

– Hum... Caroline? - chamei.

Ela se virou para mim.

– Sim? - Perguntou erguendo as sobrancelhas.

– Posso conversar com você lá fora?

– Tudo bem - ela disse se levantando. Fomos para os jardins e quando chegamos lá eu disse:

– É o seguinte: seu namorado está traindo você.

Ela franziu a testa.

– Como assim?

Eu suspirei. Sério, às vezes a inocência dos lufanos me irrita.

– Então tá. Deixa eu te explicar: ele está namorando você, mas ao mesmo tempo está pegando outra garota. O nome dela é Anna e ela é da Sonserina.

– Olha, eu não sei por que você está falando isso, mas eu conheço o meu namorado. Ele não faria isso...

– Vocês, lufanos, e sua mania de só ver o lado bom das pessoas. Tudo bem, ser bonzinhos às vezes é lagal, mas.. qual é o grande problema de ver o lado ruim das pessoas de vez em quando, só pra variar? Seu namorado mentiu pra você. Ele está te traindo e Hogwarts inteira sabe disso. Se você não acredita em mim faça o teste.

Ela estava com raiva. Dava para ver isso na cara dela. Mas mesmo assim ela perguntou:

– Qual teste?

– Diga a ele que, sei lá, a avó de alguma amiga sua morreu e você vai ficar no Salão Comunal da Lufa-Lufa consolando ela. E depois siga ele. Veja aonde, ou melhor com quem, ele vai estar.

– Tudo bem. Mas se ele não estiver me traindo...

– Você vai fazer o que? Me matar? Se vingar de mim? - Eu ri. - Eu adoraria ver.

Ela franziu o nariz e se virou em direção ao castelo. Eu ia segui-la, mas alguma coisa segurou o meu braço.

Eu me virei e vi uma mão e... mais nada. Havia apenas uma mão, com o pulso desaparecendo em pleno ar.

– Mas que diabos... - comecei.

Antes que eu pudesse terminar, mas a continuação da mão apareceu. Um braço, um rosto, um tronco, pernas e Alvo Severo Potter estava parado me encarando. A mão direita segurando o meu braço e a mão esquerda segurando um tecido prateado. Levei uns dois segundos para perceber o que era aquilo.

– Você tem uma Capa da invisibilidade! - Exclamei.

– Sim - respondeu ele fechando a cara. - E não grite. Se eu quisesse que Hogwarts inteira ficasse sabendo disso, eu mesmo já teria o feito.

– Só um segundo, você estava me espionando?

– Eu não estava espionando! É so que, quando você olhou pra mesa da Sonserina e depois saiu sozinha com aquela garota... bem, eu sabia que você ia fazer alguma besteira.

Eu olhei feio para ele, não me importava o que ele dissesse; para mim, ainda estava me espionando.

– Olha aqui, se eu faço ou deixo de fazer besteira, é problema meu. E não seu.

– Ah, é sim. Eu sou inspetor, esqueceu?

– Não, eu não me esqueci. Mas eu acho que eu me esqueci das vezes que você se meteu na vida das outras pessoas por ser inspetor... Ah, espere aí! Isso nunca aconteceu! Pois então, não se meta na minha vida, Potter.

Eu soltei o meu braço e saí andando para o castelo. Tinha uma confusão a causar.

***

Caroline fez o que eu sugeri, e nós ficamos escondidas em um armário perto das portas do Salão Principal, esperando Carn sair.

Depois do que pareceu séculos, ele saiu de mão dadas com Anna e nós tratamos de segui-los. Eles foram para a biblioteca, pararam em uma estante vazia. Ficaram conversando por algum tempo e depois começaram a se beijar. Eu já estava começando a ficar constrangida em ver aquilo, então desviei o olhar.

– Eu te avisei - sussurrei para Caroline.

Ela estava em choque. Olhava para a cena com a boca levemente aberta, como se não soubesse o que pensar da situação. Mas ela saiu desse estado ao ouvir a minha voz. O rosto dela se contorceu de raiva e ficou muito, muito vermelho.

– É avisou - disse em um tom alto.

Carn e Anna se assustaram e se separaram. Naquele momento, mais do que nunca, eu quis ter uma câmera para registrar a cara do garoto. Era um misto de incredulidade e surpresa e... seria vergonha? Eu duvidava.

Já Anna estava olhando para ele com a cara vermelha de raiva.

– Carol! - Exclamou Carn. - O que você está fazendo aqui?

– Sou eu que te pergunto isso - retrucou a morena. - O que você está fazendo aqui se agarrando com ela?

– Não é o que você pensa.

– Ah, é? Então o que é?

– A propósito, a avó da sua amiga não tinha morrido? - Ele perguntou.

– NÃO! - Ela berrou pegando um livro da estante. - Mas você vai morrer! Você e essa vadia!

Dito isso ela tacou o livro neles. E outro. E outro. E mais um. E assim por diante. Eu aproveitei a situação para me esgueirar para longe escondida; mais cedo ou mais tarde a bagunça chamaria a atenção da Madame Pince e eu não estava a fim de me meter em mais uma confusão.

– O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Eu ouvi a voz da bibliotecáira já na porta da biblioteca.

Abri um sorriso.

A confusão já estava formada, logo, logo a história estaria correndo pelos corredores de Hogwarts.

E o meu nome nem estava metido no meio disso.


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Notas finais do capítulo

Caso tenha algum lufano aí que esteja querendo me matar, explicações: o John Paul não é da Lufa-Lufa porque ele é retardado nem vice-versa. Ele é da Lufa-Lufa porque é meio que inspirado em uma pessoa real e retardado porque posteriormente eu precisarei de um personagem assim!! Não me matem!



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