Altas Loucuras em Hogwarts escrita por Guedes


Capítulo 20
Término


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal! Quero dedicar o capítulo à C A Okawa, pela maravilhosa recomendação! Eu amei!



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POV Alvo

Eu não sabia se fora efeito da bebida ou se aquela coragem louca que deu em mim naquele momento fora aquele tipo de coragem louca que aparece do nada algumas vezes na sua vida e você consegue fazer o que bem quiser, mas, sinceramente, eu estava me lixando para isso.

O fato era: eu tinha beijado Ennelize e, por incrível que pareça, ela tinha correspondido. O resto eram apenas detalhes.

Ao contrário do que dizem, eu tinha completa consciência do mundo ao meu redor. Sério. Eu podia dizer exatamente qual música estava tocando naquele momento, que alguém tirara uma foto, e que alguém começara a chamar o meu nome mas parara no meio da sentença. Eu também poderia dizer perfeitamente que a mão esquerda de Ennelize estava nos meus cabelos, enquanto sua mão direita estava no meu pescoço. Eu meio que, tipo, poderia ficar ali pelo resto da minha vida.

Mas os meus malditos pulmões não. Eles precisavam de ar.

Eu me separei de Ennelize apenas o suficiente para conseguir respirar. Ela não saiu correndo nem tentou se distanciar mais, o que era um bom sinal.

– Então… - comecei, ainda de olhos fechados.

– Então… - foi o máximo que ela conseguiu dizer.

Nós dois rimos e eu a beijei de novo.

Mas, como o que é bom dura pouco, logo Ennelize se afastou de mim e me encarou, séria.

– Você tem namorada – disse.

Eu franzi a testa, sem entender o sentido da declaração. Só depois de algum tempo me ocorreu que Ennelize não sabia da minha situação atual com Stéfany.

– Mais ou menos – falei.

– Como assim “mais ou menos”? Ou vocês estão namorando ou não estão – ela retrucou.

– Nós demos um tempo – expliquei. – Eu quero terminar definitivamente com ela o mais rápido o possível, mas... não sou insensível o suficiente para fazer isso por carta.

Ela ergueu uma sobrancelha.

– Mas é insensível o suficiente para beijar outra garota enquanto ela está fora?

Eu revirei os olhos.

– Ennelize, eu teria beijado você mesmo que ela estivesse do meu lado – decretei. Ela sorriu de lado e eu não consegui me conter: só percebi o que tinha feito depois que as palavras da minha boca: - Eu estou apaixonado por você.

Ennelize parou, me encarando feito uma estátua, incrédula.

Claro, Alvo, pensei, até porque você tinha que fazer alguma burrada, não é?

Mas então, para o meu alívio, ela sorriu.

– Apaixonado, é? - perguntou ela em um tom que geralmente era usado por namoradas (e que, há algum tempo atrás, eu sinceramente não esperava ouvir de Ennelize).

Dei um suspiro de alívio.

– É - respondi corando. Ela riu e me abraçou. E por algum tempo nós ficamos apenas assim, abraçados, até que Ennelize sussurrou:

– Bem, você não é o único que está apaixonado.

Eu sorri, sentindo fogos de artifício estourando dentro do meu peito. Era uma sensação boa.

***

Ter Ennelize como amiga era melhor do que tê-la como inimiga. E ter Ennelize como namorada (ou quase isso) era infinitamente melhor ainda.

Nós ficamos rodando por aí como antes, mas a diferença era que agora a conversa era ocasionalmente interrompida por um beijo. Para se ter uma ideia, ela nem sequer reclamou quando eu peguei outro copo de uísque de fogo – pelo contrário: ela deu um suspiro e me pediu um gole. Meio espanando, eu dei a ela, que tomou e disse:

– Bem, o nome faz jus à bebida.

Eu apenas ri e balancei a cabeça. Aquela garota era demais.

***

Os alunos que tinham ido passar o feriado em casa chegavam três dias depois do ano novo. Isso incluía Stéfany. Os últimos dias tinham sido melhores do que eu imaginava que poderiam ser, o que apenas aumentou a minha determinação em acabar logo com isso.

– E então, amigão, preparado? – perguntou Escórpio dando um tapa nas minhas costas.

– Preparado para que? Terminar com a Stéfany? Nasci pronto – disse confiante.

Ele riu e nós fomos tomar café da manhã. Ainda não teríamos aula naquele dia, mas no seguinte sim. Afinal de contas, os outros alunos só chegariam na hora do jantar.

No Salão Principal, Ennelize ainda não tinha descido para o café. Por isso me sentei com os meus irmãos/primos/outros amigos na mesa da Grifinória.

– E aí, como vão as coisas com a Ennelize? - disparou Rose assim que eu me sentei ao lado dela.

– Como se ela não tivesse contado para você - retruquei pegando um pedaço de bolo de chocolate enquanto meu querido primo Hugo não acabava com ele.

– Na verdade ela não me contou. Você tem tido o monopólio do tempo livre dela nesses últimos dias - explicou.

– Ah… - comentei com um sorriso. - É, vão bem. Muito bem.

Rose deu um sorriso malicioso.

Quão bem? - perguntou. Eu revirei os olhos e continuei comendo. - Vocês estão namorando?

– Não.

– Não?! Como assim não?! Alvo Severo Potter, o que diabos você está esperando?

– A minha “namorada” voltar para que eu possa terminar com ela, talvez? - sugeri.

– Mas vocês não tinham terminado?

– Não. Nós demos um tempo. Dar um tempo é diferente de terminar.

Ela revirou os olhos.

– Que seja. Mas ajeite isso logo, senão eu te garanto uma coisa: você vai arranjar um grande problema.

– Eu sei, Rose, eu sei - falei suspirando. - É por isso que eu vou tentar falar com ela assim que chegar no castelo.

– Ah, eu sabia que você tinha sentido minha falta, Alvito! - disse uma voz em um tom excessivamente meloso atrás de mim.

Ah, não. Essa não.

Antes que eu pudesse expressar alguma reação diferente de deixar o copo de suco cair com um estrondo no chão e molhar algumas pessoas ao meu redor, um furacão loiro pulou no meu pescoço.

– Oh, Alvo, você não sabe o quanto eu senti sua falta no feriado! Eu queria tanto que você estivesse comigo... Esse tempo foi a pior coisa que já aconteceu conosco! Merlin me livre de ter que ficar longe de você de novo.

A cada palavra que saia da boca dela meu estomago afundava um pouco mais. Saudades?! Da última vez que tínhamos agido como um casal ela estava a ponto de me estrangular! Eu não sabia que tipo de poção ela tinha tomado no feriado, mas precisava encontrar o antídoto. Logo.

Pelo canto do olho eu vi Ennelize entrar no Salão Principal e parar olhando incrédula para a cena. Ótimo. Eu estava definitivamente ferrado.

– Hum, Stéfany? - falei tentando tirar os braços dela do meu pescoço. - Nós precisamos conversar.

– Agora não - ela fez birra. - Eu quero passar um tempo com o meu namorado.

– E é por isso que nós precisamos conversar - devolvi sério.

Ela olhou nos meus olhos por um segundo, e então deu um suspiro e disse:

– Está bem. O que que foi? - perguntou.

– Aqui não - eu falei me levantando. Ela deu outro suspiro e me seguiu.

Antes de sair do Salão, pedi a Rose sem som:

Deseje-me boa sorte.

Ela apenas sorriu como se dissesse "Eu te avisei". Não duvidei nada que fosse isso que ela estivesse querendo dizer.

Nós fomos andando pelos corredores quase desertos até chegar a uma sala vazia. Abri a porta para ela que entrou de cara emburrada.

– É o seguinte: - comecei. Se teria que fazer isso, que fosse logo - para você o nosso tempo pode ter sido a "pior coisa que já aconteceu", mas para mim não. - Ela abriu a boca, com a intenção de falar alguma coisa, mas eu levantei o dedo em um sinal de que ela deveria me deixar continuar. - Eu percebi uma coisa com ele.

– Que você está apaixonado e não consegue viver sem mim? - ela perguntou com um sorriso no rosto.

– Não. Que eu quero terminar. – Não me pergunte de onde veio essa coragem par dizer isso assim, na lata. Me pareceu apenas a coisa certa a se dizer, ou eu não diria.

Stéfany recuou alguns passos, como se estivesse tentando se distanciar o máximo de mim, ou da informação que eu acabara de transmitir à ela.

– O-o-o que? – balbuciou

– Você ouviu – falei. – Eu quero terminar.

– Mas... Alvo... Eu não entendo...

Eu balancei a cabeça.

– Você não entende... ou não quer entender? – Ela parou e me olhou, fria.

– Não importa – sussurrou. – Afinal de contas, quer eu entenda ou não, assim que você sair daqui vai voltar correndo que nem um cachorrinho para a Stanford, não é? Eu deveria ter percebido isso antes. Há quanto tempo vocês estão juntos, HEIN?

Ela não vai...

– É claro, ela é bonita, inteligente, “diferente”, é claro que vocês estavam juntos pelas minhas costas. É claro, como foi que eu não percebi isso? Foi quando vocês viraram amiguinhos, não foi? Eu devia ter desconfiado! Ninguém...

...distorcer a história. É, ela vai.

Ela continuou tagarelando essas idiotices, enquanto eu andava de um lado para o outro, com as mãos nos cabelos. Como eu não pensara nisso antes? Era claro que ela não iria aceitar o término. Ela era Stéfany. Iria fazer alguma coisa para reverter a situação - e nesse caso seria a distorção. E nesse caso a culpa cairia em cima de Ennelize.

– ...aquela detenção no armário de vassouras! É claro que não teve detenção nenhuma! Vocês ficaram é se agarrando, me fazendo de idiota! Como se eu jamais fosse descobrir...

Dei uma risada seca.

– Você acredita mesmo em sequer uma palavra do que está falando, Stéfany? Eu não te traí. Eu não sou mau-caráter, está bem? Tudo que aconteceu entre mim e Ennelize foi durante o feriado, durante esse tempo. E sabe por que isso aconteceu? Porque eu estou apaixonado por ela. Já faz algum tempo que eu me toquei disso. Deveria ter terminado com você antes.

Ela me olhou sem reação. Lágrimas (falsas) escorriam pelo seu rosto.

– Você não presta – sussurrou, e foi embora batendo o pé.

Dei um suspiro, aliviado por aquilo ter terminado, mas então me dei conta de uma coisa: precisava falar com Ennelize o mais rápido o possível.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram???????? A autora querida de vocês merece reviews????? Sim ou claro??????
P.S.: aos 39 fantasminhas que estão lendo isso: apareçam!