Revenge! escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 5
Bloody Mary


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap!!!!
hihihih
Espero que gostem!



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Acordar Al foi um processo no mínimo…nojento. Serio, duas gotas de sangue de Sophie ingeridas por Albus! Se me contassem isto eu iria no mínimo vomitar, no entanto eu estava a ver. Ou melhor, eu estava a ajudar a minha filha, tinha de ser forte. Por ela.

Mas o certo é que resultou. No segundo a seguir, a febre tinha baixado e as manchas desaparecido. Al parecia, perfeitamente, adormecido.

Rachel parou de chorar no momento em que entramos no quarto. Ela estava tão entusiasmada com a recuperação do meu primo que nem reparou na presença de Sophie, o que foi bastante estranho uma vez que foi Sophie quem salvou Al.

Mas eu percebi que quando a pessoa que amamos está desmaiada, nós não ligamos para mais ninguém á nossa volta.

Albus acordou uns minutos depois e pareceu desorientando por ter tanta gente á sua volta. A tia Ginny e o tio Harry foram imediatamente avisados da recuperação do filho e em menos de meia hora a porta tocou, anunciando Ginny, e a avó Molly, com um sorriso no rosto.

Pelo que a minha mãe me contou, tanto a avó como a tia, não conseguiam estar no mesmo sítio que Al. Algo sobre ser demasiado doloroso. Eu percebia o que elas sentiam, em parte. Na realidade, eu nunca tinha passado por algo parecido, mas imaginava algo semelhante a acontecer com Sophie, e eu não sabia o que fazer.

O jantar foi servido assim que toda a família se reuniu na Mansão, incluindo os Malfoy. As estrelas da noite foram Al, Sophie e eu. Todos queriam saber o que tinha andado a fazer nestes últimos 6 anos. E Sophie era a alegria da mesa.

De todas as vezes que imaginei a minha filha a conhecer a enorme família, nada se comparava aquilo. Eu pensava que Sophie iria ficar envergonhada ou com medo, no entanto, deveria calcular que, tal como Scorpius, ela dar-se-ia bem no meio da multidão.

Boa, Rose, a tua filha não herdou a tua timidez infantil. Sorri.

Mais uma característica para a lista coisas-que-Scorpius-e-Sophie-têm-em-comum!

Realmente, ou eu andava a imaginar coisas e eles não eram nada parecidos, ou Scorpius era mais lento do que eu pensava por não ter percebido que ela era sua filha. Quer dizer, na minha opinião, eles eram iguais! Como é que ele não via isso?

Por outro lado, eu dava graças a Merlin por ele não perceber. Como é que eu iria dizer que ele tinha uma filha com 5 anos?!

– Tu vens Rose? – Perguntou Lexi, desviando-me dos meus pensamentos.

– Hum? O quê?

Todos se riram da minha reação.

– Queres vir connosco a um bar muggle que há aqui perto? – Convidou Hugo.

Antes que pudesse responder, a minha cabeça pareceu arder. A dor aumentou ainda mais, e mais, e mais. Eu sabia o que aquilo era! Nos últimos 6 anos, eu sentia aquelas dores de cabeça, quase todas as semanas.

Coloquei as mãos ao lado da cabeça.

– Rose? – Chamou a minha mãe. – Rose? Estás bem?

– Espere tia – pediu Al. – Ela está bem!

Eu não conseguia falar, aliás estava, apenas, vagamente ciente do que se passava á minha volta. O meu corpo estava ali, mas a minha cabeça estava num bar escuro.

Al e Lexi iriam confortar a minha mãe. Eles sabiam o que se passava comigo, já o tinham presenciado noutras alturas. Sophie também, pelo que se manteve calada.

Eu estava num bar que não conhecia. Tudo á minha volta era preto e vermelho. Vi uma garrafa de whiskey. Jack Daniel’s! Uma placa exterior com o nome do bar. Bloody Mary!

E depois, tão depressa como apareceu, a dor foi-se embora. Deixando a minha visão desinibida.

Todos olhavam para mim, uns preocupados outros ansiosos.

– O que foi isso? – Perguntou Draco.

– A Rose tem visões sobre as ações da Parker – explicou Al. – Não me perguntem porquê, que eu também não sei.

– O que viste Rose? – O tio Harry assumiu imediatamente a postura de auror.

– Eu acho que nós vamos a um bar – informei. – Alguém sabe onde é o Bloody Mary?

Acontece que Bloody Mary não era um bar qualquer. Era usualmente frequentado por vampiros e bruxos duvidosos.

Como eu não sabia explicar o que ia acontecer, exatamente, o tio Harry delimiou um plano. Scorpius, Hugo, Lily, Al, Luke e Lexi, entrariam disfarçados no bar, enquanto o ele ficava do aldo de fora a vigiar. Quanto a mim, entraria pela porta principal á vista de todos. Claro que eu reclamei por esse facto.

– Mas, Rose, eu quero que ela saiba que tu estás connosco – explicou Harry.

– Porquê? – Perguntei. – Porque não deixa-la na ignorância!

– Porque assim ela vai tentar chegar até ti – argumentou. – Mais hipóteses de a apanharmos!

– Vai usar-me como isco? – Eu estava chocado. O meu próprio tio!

– Mais ou menos – admitiu. – Embora eu saiba que tu te podes defender muito bem, eu nunca te deixaria desprotegida. Ela nunca te vai tocar!

E com isto, ali estava eu, á porta do bar. E para piorar a situação, obrigaram-me a vestir-me toda de preto. “O bar é meio gótico”, explicou Lexi. Odeio que me deem ordens! Bolas, eu visto o que quero! Mas, devo admitir, que eu estava um máximo com aquelas roupas!

Suspirei e entrei.

O ar estava pesado, e custou-me a respirar nos primeiros segundos. Depois habituei-me.

Olhei á minha volta. Vi um homem barrigudo e curvado que eu sabia que era Albus. Vi a mulher pálida e morena em que Lexi se tinha transformado, com a poção polissuco. Vi Hugo, Lily e Luke na mesma mesa. E encostado á parede ao lado do bar estava Scorpius.

Procurei por uma cabeleira loira que calculava estar por ali, e encontrei-a sentada ao balcão, de costas para mim. O plano não era fazer contacto direto, mas sim tomar uma bebida e sair, no entanto, eu não resisti.

Caminhei para o balcão, passando por Lexi.

– O que estás a fazer? – Perguntou ela, a sussurrar. Ignorei-a e continuei o meu caminho.

Sentia cinco pares de olhos nas minhas costas, e um pouco á minha direita Scorpius piscou-me o olho. Revirei os olhos.

Sentei-me no banco a seu lado e chamei o barman com o dedo. O rapaz logo me atendeu.

– Quero um Jack Daniel’s – pedi, lembrando-me da visão.

Percebi que Parker sorriu de lado, sem retirar os olhos do seu copo. Pelo aspeto, seria o mesmo que o meu.

– Parker – cumprimentei, sem emoção na voz.

– Weasley – ela retribuiu.

– Não esperava ver-te por aqui – menti.

Ela riu pelo nariz.

– Muito pelo contrário. Eu é que não esperava ver-te aqui! – Afirmou. – Não é muito a tua cara.

– Resolvi mudar de ares- disse.

– Mas diz-me Rose, o que te motivou a vires falar comigo, esta noite?

Não era estranho, eu estar, realmente, a ter uma conversa com uma pessoa que desejava matar, e ela a mim? Sim, era estranho. Muito estranho! No entanto, eu sabia que por detrás daquela conversa ainda existia a ameaça, tanto dela como minha.

– Sei lá – respondi. – Eu estava em casa aborrecida e resolvi fazer-te uma visita e para não nos sentirmos sozinhas, trouxe uns amigos!

Ela riu.

– Estás a falar dos teus primos, do teu irmão, da loira oxigenada, do brutamontes e do Scorpius?- Perguntou ela, ainda a rir-se. – Oh, querida, eu percebi logo quem eles eram assim que entram pela porta!

– Como?

– Tenho os meus truques – afirmou.

Tente esconder a surpresa por ela saber do nosso plano.

– Então se sabes da presença deles, também sabes que não vais sair daqui – informei.

Parker olhou para mim e riu-se.

– Eu acho que vou – admitiu. – É que sabes tu não és a única com amigos, e eu tenho um a vigiar a tua casa, querida.

Arregalei os olhos. Ela sabia!

– Oh, já chegaste lá, foi? – Provocou-me. – Se eu não aparecer no local combinado dentro de – olhou para o relógio – quinze minutos, ele te ordem para matar a tua querida filha.

– Como é que tu sabes dela? – Sério Rose?! Ela acabou de dizer que andava a vigiar a casa!

Jéssica riu-se de novo.

– Eu sei que ela existe e muitas mais coisas sobre ela – informou. Parker olhou por cima do ombro na direção de Scorpius, e eu percebi o que ela queria dizer. Ela sabia quem era o pai da minha filha. Olhou de novo para mim. – Por isso, eu acho que tu vais dizer aos teus amigos para me deixarem sair, ou então diz adeus á Sophie.

Era desperdiçar uma oportunidade única de capturar Parker, no entanto, mesmo não sabendo se era ou não mentira o que ela dizia, eu não iria arriscar a vida da minha filha. Jéssica pareceu perceber a minha decisão, pelo que se levantou e encaminhou para a porta de saída.

Luke e Hugo levantaram-se para a impedir, eu abanei a cabeça quando os nossos olhos se cruzaram. Eles ficaram confusos, mas aceitaram a minha decisão.

Dois minutos depois da saída de Parker, bebi a minha bebida de uma vez e segui pelo mesmo caminho. Os meus amigos vieram atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

Opiniões?
Repararam na posição de Scorpius no bar? E a comparação de Sophie e o pai em relação aos multidões?