Será que estava morto?, pelo jeito ainda não, ainda restava folego, percebeu que estava dentro da lagoa, afundando lentamente, a lagoa era assim tão funda? Ele passou a mão sobre o local onde os dentes que o haviam salvado da morte por atropelamento pra uma morte por afogamento. Não havia buraco algum no seu corpo, nada de sangue. Ao perceber isso ele tomou um susto, e logo o resto de ar que ainda possuia saiu em bolhas até a superfície, seu corpo automáticamente começou a tentar tomar grandes goles de ar, mas tudo que vinha era água, ele sentia a água pesada invadir suas vias respiratórias, sua cabeça começava a doer muito, seus olhos giravam ele apertava o próprio pescoço, tentando inconcientemente impedir que a água entrasse.

Alan sentiu um puxão bruto que fez suas duas pernas se juntarem como se uma corda as tivesse laçado, e começou a girar, cada vez mais rápido, devia ter sido pego por um rodamoinho, depois de ser jogado um pouco pra cima, ele sente o impacto. suas costas bateram em algo, era água, ele estava deitado em cima da água, mas não boiando, estava, deitado na água, como se fosse impossivel passar por ela, parecia haver uma camada que o impedia de atravessar a superfície da água, sentiu um sopro forte entrando pelo seu nariz, quase tão forte como o canhão de vento, ele se sentou e despejou uma grande quantidade de água pela boca que foi expulsa pelo sopro, e então sentiu como se estivesse passando uma corrente de ar forte por todo seu corpo, no começou doeu um poucom mas depois foi como um alivio, essa era a verdadeira sensação de respirar.

Alan percebeu que não encostava mais na água, estava erguido no ar, enquanto uma rajada de ar passava pelo seu corpo com força, por dentro e por fora, se sentia puro, e leve, talvez estivesse morto, arriscou abrir os olhos, e para sua surpresa quando olhou para cima viu o lago, ainda estava dentro do lago, mas havia uma bolha gigantesca que impedia a água de chegar perto dele, era um pouco assustador, o lago era escuro e havia água para todos os lados, ele não conseguia enxergar a superfície, só havia escuridão para todos os lados.

Um feixe de luz ilumina a bolha, um buraco no teto da bolha se abre formando um túnel que leva até a superfície, uma rajada de ar passa por esse túnel enxendo mais a bolha, ele sente a presença boa que constuma sentir na lagoa, e uma imagem começa a se formar, se tornando sólida bem diante dos seus olhos.

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O Coração do Vento

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Flutuando junto com Alan estava um dragão, bem diante de seus olhos, um dragão de verdade em formato de serpente, seu corpo era alongado, com quatro membros, dois dianteiros e dois trazeiros, não havia asas, havia dois chifres saido de sua cabeça que apontavam para trás, seu focinho lembrava o focinho de um lobo, porem muito maior, e deste saiam dois fios que ondulavam lentamente, suas garras eram afiadas, distribuidas em cinco dedos, como uma monstruosa mão humana coberta de couro e pelos, o dragão tinha um revestimento de couro, e por cima do couro havia uma cobertura de um pelo prateado, o dragão não era gigantesco, devia ter uns 7 metros de comprimento, seus olhos estavam fechados, e Alan teve a impressão de que ele estava meditando, aproximou um pouco o rosto, Alan ainda flutuava, não sabia como estava fazendo aquilo, mas não o exigia esforço algum, o dragão de repente se moveu, e encostou o topo de sua cabeça na testa de Alan, e seus olhos se abriram, brancos como a neve, clarearam e Alan pode distinguir a íris que era de um branco diferente do globo ocular, ele estava olhando bem nos olhos de Alan, a boca se retraiu deixando as enormes presas a vistas.

-Eu Wind Nogard, um dos espíritos dos ventos de Ao, contrato Alan, como responsável pelos ventos da região Nordeste do Continente Sul Americano, Todos os termos já são previamente conhecidos. Ecoou a voz que estava na sua cabeça, agora no ar. Vinha do dragão.

Alan sentiu uma grande pressão no ouvido, a bolha se expande ainda mais, e Alan é expulso da lagoa como em um jato de uma baleia, só que de vento, que o arremessa dezenas de metros no ar acima da lagoa, quando ele chega a altura máxima é atingido por uma pancada forte do estomago.

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O despertador toca, pelo jeito o celular de Alan voltou a funcionar, ele havia colocado a música "Wind" de Akeboshi como despertador, nada mais relaxante do que acordar com essa música. Se levantou e foi tomar um banho, algo estava diferente no ar quando ele saiu do banho, foi até a janela e olhou o horizonte, sem duvida o ar estava mais facil de respirar, o ar de onde morava sempre foi facil de respirar, mas agora dava a ele a satisfação de quando se bébe água.

Alan voltou ao banheiro, pois percebeu outra coisa diferente, havia alguns traços na sua visão, traços brancos, meio transparentes, que passavam ondulando pelo seu quarto, e entrando pela sua janela, em todo lugar havia pequenos traços que apareciam e sumiam, lavou seu rosto, podia ser algo no seu olho, mas os traços continuaram a apareçer, quando foi até a janela, tentou segurar um dos traços, mas ele desviou da sua mão e girou, contornando-a e depois seguindo... esses traços eram o vento, Alan estava exergando o vento, e tinha acabado de perceber isso, quando em sua mente veio uma chuva de memórias: um sonho, muito real, ele estava dentro da lagoa, um dragão branco o olhava, um nome, Wind Nogard, o ar passava pelo seu corpo. Quando voltou a si, e olhou para os pequenos traços brancos girando em torno da sua perna, lembrou-se.

Wind Nogard, havia lhe dado o poder de enxergar o vento. O que mais ele deveria esperar que aconteçesse?