E depois daquele dia, Sebastian voltou a morar com Emilia. ''Como uma família feliz'' dizia Zoey.

Quando a pequena Zoey estava com os seus seis aninhos, Emilia chamou-a na sala. A menina, que estava em seu quarto, brincando sozinha, desceu pulando.

''Sim mamãe?'' -Emilia pegou-a em seu colo, e sentou-se no sofá. Acariciou lentamente o rosto dela, e sorriu, terna.

''Preciso lhe contar uma coisa, querida''.

''Conte, conte''.

''Você... Vai ter um irmãozinho.'' -Emilia soltou sem rodeios. Zoey pulou de alegria. Sempre quis ter alguém mais para brincar, além dela mesma e seus brinquedos.

Algum tempo se passou, e Sebastian deixou Zoey na casa de uma amiguinha, para levar Emilia ao Hospital, ter o novo bebê. O menino nascido fora batizado de Theodore, carinhosamente apelidado de ''Theo''.

Com a família inteira reunida, Zoey começou a perceber que os pais passavam tempo demais com Theo, e não lhe davam a mesma atenção que antes. Ela começara a ficar com raiva do mais novo integrante da familia, e começara a ficar um pouco revoltada com os pais.

''Querida, amamos vocês dois por igual''. -Seu pai lhe explicara, depois de Zoey ter chutado sua canela porque ele não pode leva-la ao parque.

''Amam mesmo?''. -A menininha estava aos prantos, frágil.

''Claro, querida.'' -E um abraço procedeu nos minutos seguintes.

No mesmo dia, Emilia estava com Theo no colo, sentada no sofá, brincando com ele. Zoey sentara ao lado da mãe, fitando o irmão.

''Quer segura-lo?'' -Emilia perguntou a Zoey.

''Posso?''. -Perguntou, meio receosa.

Emilia colocou Theo no colo de Zoey, apoiando-o, sem solta-lo. Zoey segurava-o com firmeza, sem machuca-lo. Theodore estendeu uma das pequenas mãos, e a colocou em uma das bochechas de Zoey, e sorriu. Fora neste dia que Zoey entendeu porque os pais amavam tanto aquela pequena criatura de olhinhos pequenos.

A partir daí, as coisas na família Bulstrode-Hoper só pioravam. Eles tinham pequenos momentos de alegria, mas as brigas entre Emilia e Sebastian eram constantes.

''Caroline, Caroline, Caroline, parece que você só pensa nela, Sebastian''. -Emilia ralhou. Estavam dentro do quarto, mas a briga ecoava pela casa, e chamou atenção de Zoey e Theo, que estavam na sala. Subiram e ficaram perto da porta fechada.

''Caroline? Eu só penso em você Emilia! Nunca em mim. Você não vê?''. -Sebastian estava com a voz trêmula.

''Não. Não parece. Você nunca se importa comigo.''

''Eu vou embora desta casa então, já que nunca me importo''. A esta fala, Zoey abriu a porta do quarto, chorando, e Theo atrás dela.

''Não vá embora papai, não vá.''

Cinco anos se passaram depois desta briga. Sebastian segurava a situação com dificuldade. As brigas aumentava, mas ele sempre tentava para-las. E Emilia também. Pensava nos filhos, e se reconciliava com o marido. Mas num belo dia, ocorreu uma briga. Uma briga diferente de todas, que nem Zoey, nem Theo presenciaram, porque já estavam dormindo.

Depois dessa briga, Sebastian fora dormir no sofá, e Emilia no quarto. Sebastian acordou no meio da noite, sem fazer barulho. Foi no quarto, silenciosamente e pegou todos os seus pertences. Dera um beijo em Emilia, sem acordá-la. Depois foi ao quarto de Theo, lhe dando um beijo. Depois deixou um livro na estande dele. Um livro de contos.

Em seguida Sebastian se dirigiu ao quarto de Zoey, lhe deu um beijo na bochecha, e colocou junto dela na cama um diário em branco. E fora embora, sem deixar bilhete, sem avisar, e sem dizer onde ia.

Naquela noite, ele jogou sua vida com Emilia para o alto. Deixara a esposa, uma filha de 11 anos, e um filho de 5, sem pensar nas consequências.