Eu coloquei um vestido vermelho simples, tomara que caia, justo no peito e ia soltando abaixo dele, um dos meus saltos prata preferido e amarrei o cabelo.

Quando cheguei no estacionamento vejo Melanie saindo de um taxi, com um vestido branco curto de renda, e um salto azul claro.

– Não vai conseguir ficar maior do que eu com esses saltos – falei quando cheguei perto dela, ela ergueu um pouco a cabeça pra me olhar.

– Culpa dos seus saltos – ela riu.

Fomos para dentro do restaurante, fomos as primeiras a chegar, mas não demorou muito e Castle logo apareceu na porta do restaurante, assim que nos viu veio em nossa direção

– Huum, vou deixar a musa e seu escritor sozinho por um momento - falou Mel se levantando, antes que eu pudesse dizer algo Castle chegou.

– Boa noite – Castle disse e sentou-se do meu lado.

– Hum, boa noite – Mel sorriu – me dêem licença, já volto.

– Ela é simpática – Castle sorriu – Está muito bonita, Kate. – ele me encarava, sorrindo.

Castle estava com uma calça preta, e por baixo do blazer preto estava com uma camisa azul, que realçava ainda mais seus olhos. Eu sorri.

– Obrigada, e você também esta bonito Castle.

O sorriso dele aumentou ainda mais.

– Uou, acho que vamos para a outra mesa ali – Lanie sussurrou quando passou por mim, seguida de Espo e Melanie.

– Haha – fiz careta para ela.

– Só falta o Ryan – Esposito disse e puxou a cadeira para Lanie sentar – é uma noiva mesm...

– Oi pessoal – ouvimos ele falar e nos viramos para ele.

Esposito que ainda estava em pé desabou na cadeira e ficou encarando o amigo. Junto dele estava uma garota loira, que segurava a mão de Ryan e estava levemente corada.

– Essa é a Jenny, minha namorada – ele a apresentou.

Todos disseram oi para Jenny que sorriu e acenou para nós. Ryan puxou a cadeira e sorriu para ela.

– E não é que a garota existe mesmo – Esposito brincou e Lanie deu um tapa no braço dele – Ai – falou esfregando a mão no braço.

– É um prazer conhece-la, Ryan fala muito bem de você – Lanie disse.

– Obrigada, hum, Lanie – Jenny sorriu – ele me fala muito de vocês também.
– É, ele ama a gente – Esposito disse rindo.

Jenny riu, enquanto Ryan franzia o cenho para o amigo.

O garçom logo chegou e fizemos nossos pedidos.

– Estão a quanto tempo juntos? - Mel perguntou

– Cinco meses - Ryan respondeu sorrindo e segurando na mão de Jenny.

– E vocês - Jenny perguntou apontando para Espo e Lanie, depois para mim e Castle.

– Alguns meses - Lanie disse e virou-se para mim - e vocês?

Cerrei os olhos para ela.

– Acho que estou sobrando aqui - Mel disse - não sabia que estava com ele, Kate.

Eu mato essas duas. Castle não parecia desconfortavel como eu estava, na realidade ele só estava sorrindo.

– Não estamos juntos - falei pausadamente para as duas.

– Oh, é uma pena não é mesmo, eles formam um casal bonito - Mel disse e olhou para Jenny, que assentiu sorrindo.

– Vocês não viram eles desvendando assassinatos juntos ainda - Ryan disse.

Até ele?

– Cuida lá cara, não vá abusar da minha irmã - foi a vez de Espo falar.

– Vou cuidar bem dela, pode deixar - Castle falou.

Olhei para ele com os olhos arregalados, ele estava apenas sorrindo, como se essa situação fosse normal.

Virei-me para Mel e Lanie que estavam rindo com as sobrancelhas erguidas me encarando. Fui salva pelo garçom com os nossos pedidos.

No inicio comemos em silencio, mas logo voltamos a conversar, e graças a Deus, o assunto mudou. Castle contou algumas idéias que estava tendo para o próximo livro.

– Estou doida para ver a evolução do relacionamento dos personagens - Melanie disse e me encarou sugestivamente.

– Tipo o que, casamento? Porque juntos eles já estão - Lanie falou.

– Acho que um pedido desse assustaria nossa detetive.

E lá vamos nós de novo. Vou matar aquelas duas que dizem ser minhas amigas.

– Ela é do tipo durona, mas no fundo adora um mimo, acho que o nosso personagem tem que ir com calma, mas não ser lento demais... Tem que deixar as coisas acontecerem, mas quando se sentir pronto, tem que arriscar, porque a Nikki não me parece ser a quem da os primeiros passos, não quando o assunto é esse.

Todos passaram a olha-la e depois a encaram a mim e ao Castle.

– Eu mato você - sussurrei para que só ela ouvisse.

– Estou falando dos personagens - falou.

– Quantas vezes você leu o livro, para saber assim da essencia dos personagens? - Castle pergunou.

– Hum, a Kate é a inspiração para a Nikki, então...

– Melanie - a censurei, ela e Lanie estavam rindo - vamos mudar de assunto, que tal?

Mel então, por ter pesado na consciencias eu acho, começou a falar um pouco sobre dança e riu quando Castle disse que achou que ela fosse se quebrar quando viu ela no estúdio. Jenny disse que era psicóloga, o que logo chamou atenção da Mel e elas entraram em umas conversas que ninguém mais entendia.

Assim se passou o jantar, eles deixaram de pegar no meu pé e estavamos todos rindo com algumas piadas que Castle contava, Mel e Jenny já tinham se enturmado muito bem.

– Bom pessoal, estava otimo, mas nós vamos indo - Ryan falou - vamos...

– Me poupe dos detalhes cara - Espo disse divertido, arrancando risadas de todos, até de Jenny - alias, poderiamos ir também - ele cutucou a Lanie.

Resolvemos todos irmos, mas com a promessa de que faremos de novo.

Ao chegarmos no estacionamento vi que nem Castle nem Melanie tinham vindo de carro, então ofereci carona para eles.

– Oh, muito obrigada Kate, mas não quero interromper - ela pisocu - pego um taxi, relaxa.

Eu iria discutir mas ela me olhou com uma cara feia e se virou para ir até a rua chamar um taxi.

– Você aceita? - perguntei ainda encarando ela entrar no taxi.

– Não moro tão perto da sua casa Beckett, não é bom você andar sozinha de carro por ai. - ele disse, e eu agorame virei para ele.

– Castle, acho que as vezes você esquece que eu tenho uma arma – falei arqueando uma sobrancelha.

– Oh não, acredite, não esqueço. – ele sorriu.

– Vamos logo Castle.

Fomos até o meu carro e saímos do estacionamento.

– Já leu o livro? – Castle perguntou.

– Oh, sim, muito bom – falei, ele abriu um sorriso gigante, foi quando eu lembrei da cena de sexo e de Melanie falando “então aquela cena de sexo foi fruto da imaginação do Rick?” – mas, sexo, Castle?

– Claro, dei aos leitores o que eles queriam. Porque não gostou dessa parte? – ele perguntou malandro.

– Não, é... Só que eu não achei que ela ficaria com ele tão rapido.

– Nikki pode ser inspirada em você, mas não é você totalmente.

Essas palavras tem duplo sentido, e eu sei que ele quis que eu entendesse as entrelinhas porque sentia o olhar dele em mim.

– Tem razão – respondi somente, não tinha uma resposta melhor.

Já estávamos chegando no loft dele, e eu agradeci por isso. Não falamos mais nada depois disso, eu estava realmente sem saber o que falar, o que não era muito comum.

– Bom, obrigado Kate – Castle falou quando parei na frente do loft – até amanha.

– Até amanha Castle.

Ele desceu do carro e eu dei a partida.

Antes era apenas Lanie falando, agora Melanie também, e o Castle me aparece com essas palavras com duplo sentido. Se antes eu estava confusa, agora então nem se fala. Vinho, eu precisava de um bom vinho e um banho.

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No dia seguinte encontrei Castle no elevador da delegacia, ele me entregou meu café, como sempre, e fomos para a minha mesa. Os rapazes não estavam lá, deduzi que foram atrás do suspeito. Não haviam papeis em cima da minha mesa, o que dizia que a pericia não achou mais nada no quarto de Isabella.

Ouvi o elevador e me virei para ver Ryan e Espo saindo dele juntamente com um homem, olhei para Castle que se levantou da cadeira e nós fomos atrás dos rapazes. Eles levaram o homem até a sala de interrogatório e eu e Castle ficamos esperando ali fora, logo eles saíram.

– Encontramos ele no trabalho, ele não disse muita coisa, mas admitiu conhecer a vitima.

– Okay Ryan, vou ver se ele fala algo a mais para mim – disse e entrei na sala, com Castle indo atrás de mim.

– Paul Mc Carter – disse sentando – então você conhecia Isabella Zanella?

– Aham – ele disse simplesmente e começou a roer a unha.

– Qual era a natureza do seu relacionamento com ela? – Castle perguntou antes de mim.

– Ah, cara, a gente transou uma ou duas vezes, mas a guria ‘tava’ tão enlouquecida por um tal de concurso ai, que não agüentei ficar mais perto dela. Não o vejo a alguns dias.

– Ela esta morta, Paul – falei.

Ele parou de roer as unhas.

– Meu, que bad – ele se inclinou para trás – ‘pera’, vocês...

– Onde você estava as 23 horas, à três dias atrás? – perguntei.

– Hey, espera ai, eu não matei essa maluca não. – ele disse, eu arqueei uma sobrancelha esperando ele responder – eu estava em casa com a minha mãe, era aniversario dela, ela pode confirmar isso, assim como a vizinhança que viu a festa. Escute, eu estive com ela a alguns dias, confesso, mas não a matei, simplesmente parei de atender aos telefonemas.

– Vamos conferir o seu álibi, por enquanto você fica aqui – eu disse me levantando.

– Porque você a chama de maluca? – Castle perguntou.

– Cara, você tinha que ver aquela garota. Ela estava obcecada com esse concurso ou sei lá o que é, dizia que tinha que ganhar a qualquer custo e que nada nem ninguém ia ficar na frente dela. Eu chegava no quarto dela e ela tava contorcida em posições humanamente impossíveis, segundo ela fazia parte da coreografia.

– Ela falou alguma vez, se estava sofrendo ameaças? – voltei e perguntei.

– Não, acho que era ela quem ameaçava os outros, cara, vocês não tem noção do brilho estranho que saia dos olhos dela cada vez que ela dizia que essa vaga era dela. Pô, é de deixar qualquer um com medo, resolvi cair fora.

– Obrigada Paul, mas ainda vamos ter que conferir seu álibi.

– Tudo bem Detetive, sou inocente nessa parada.

Eu e Castle nos levantamos e saímos da sala.

– Não foi ele – Castle disse – não é uma boa historia.

– Tenho que concordar – falei – então Espo, conseguiu algo?

– Liguei para o condomínio da mãe dele, o porteiro e vizinhos confirmam, ele estava lá no aniversário da mãe.

– De volta a estaca zero – suspirei.

Fomos até o quadro e ficamos parados na frente dele, tentando achar alguma coisa por onde começar, de novo.

– Acho que deveríamos voltar as bailarinas – Castle disse.

– Todas tem álibi Castle – falei.

– Temos que rever, você viu como o Paul falou que ela estava, parece que essa vaga na Russia é realmente algo grande.

– Matar por isso? Não me parece muito real – Esposito falou.

– Não, não parece muito real mesmo, mas o que mais temos? Vamos pegar os álibis mais fracos e rever, quem sabe não deixamos passar algo – eu falei.

– É... – Ryan hesitou antes de falar – não pegamos o álibi de duas das bailarinas que estavam lá.

– Elas não tinham desavenças com Isabella, não vejo o porque – falei.

– Bom, só estou falando, que se fosse outra pessoa...

– Tudo bem, tragam a Heloisa e a Mel aqui, só para constatar o que já sabemos, que não foi nenhuma delas – disse sentando.

Ryan fez uma careta, sussurrou um “desculpe” e saiu.

– Ele está, certo sabe Beckett – Espo disse.

– Eu sei, só não quero que a Melanie ache que eu desconfio dela, eu a conheço desde criança, ela é incapaz de matar uma formiga – revirei os olhos lembrando de quando ela saiu correndo porque uma borboleta tinha pousado nela aos 10 anos.

– Apenas procedimentos – Castle disse, percebendo que fiquei incomodada com a situação

Eu sorri .

– Obrigada – falei apenas.

– Sempre – ele disse sorrindo.