O que ele tinha feito de errado, sua cabeça estava muito perturbada, não crê que tinha feito aquilo e como acontecera, em todos os seus 1000 anos de vida nunca tinha acontecido, por que ele simplesmente não a fez esquecer tudo, esquecer-se dele, não, não esse pensamento ele renegava com todas as suas forças ele não conseguia imaginar fazendo isso, iria pagar pelo que fez, iria arrepender-se, mas agora era tarde, pela primeira vez não foi a razão que falou mais alto, e suas ações não foram baseadas em planos, apenas aconteceram.

Klaus sabia mais que ninguém que ser o rei o prejudicaria nesse caso, mas agora seguiria em frente. Faziam cerca de duas horas que havia quebrado o pescoço de Ellie, ele sabia tudo, afinal ler as mentes às vezes é tão gratificante que não gostaria de ser novamente um humano.

Ellie abre os olhos, estavam dourados reluzentes, cheios de fúria, seu corpo estava diferente, mais forte, seus sentimentos, sua fome, sua raiva, aquele homem.

Klaus percebe, e a mantém no chão, até que alguém bate na porta e ele a manda ficar ali e não mover-se, Ellie fica furiosa e seu instinto seria matar Klaus, de tanta raiva que estava dele, quem ele pensava que era para mandar nela, então para contrariá-lo ela levantaria e iria embora ver Cami.

Contudo quando tentou levantar, seu corpo estava imóvel, não estava acreditando nisso, quando percebeu que sua garganta parecia ter sido esfolada até rasgar e depois jogado álcool em cima, além disso, estava latejando com uma dor incontrolável que se espalhava por todo o seu corpo, não sabia por que estava com fome e seu estômago revirando-se, parecia que não comia há meses e havia pego a pior dor de garganta do mundo, seu pescoço estava doendo como se tivesse caído ferozmente de uma escada, e então começou a lembrar.

Rápidos flashbacks lhe ocorriam, desde a noite em que saíra da boate e vira os vultos, porém aos poucos as imagens foram se modificando, clareando, não era mais um vulto que vira no beco e sim um homem, moreno de estatura baixa, com dentes afiados e puro rancor nos olhos, veio em sua direção muito rápido não teve tempo para nenhuma reação, nunca tinha visto isso antes, mordendo seu pescoço quase a matando, ela ficou com o mínimo de sangue possível no corpo quando desmaiou, até que sentiu um impulso e alguém a levantando, abriu levemente os olhos e viu um rosto que agora era familiar, Klaus.

Em meio a suas recordações, um bravo som emitido por Klaus ecoou pelo apartamento, ele estava furioso, mas ao virar-se e ver Ellie o observando estática do outro lado da sala, imóvel, sua fúria diminuiu, estremecendo com a raiva que crescia dentro de si, o homem que estava na porta entrou e quando Ellie cruzou com os seus olhos, seu coração disparou, era ele!

Era o homem que quase a matou, Klaus estava sem reação, então quando viu, ele estava esmurrando o garoto que tinha lá seus 19 anos, não mais, já Klaus deveria ter mais ou menos sua idade, 26 anos. O garoto caiu no chão nocauteado, então Klaus aproximou-se de Ellie, e delicadamente passou a mão em seus cabelos e disse:

– Juro que irei explicar, mas agora você terá de tomar algo, sem negar.

Ellie, de certa forma estava feliz por ele estar se importando com ela, mas antes de tudo tinha uma raiva enorme crescendo, e não conseguia olhar para o garoto nocauteado que quase a matou dias a trás, sua vontade era de fazer mais que Klaus, era de matá-lo.

Segundos após esse pensamento pairar sobre suas memórias ela logo o repreendeu, pois nunca pensara assim, ela já não se reconhecia mais, ou será que essa era a verdadeira Ellie por trás da ingênua escritora? Já não sabia, estava tão desorientada esperando por uma esperança para ajudá-la e a única pessoa que poderia a ajudar, seria a pessoa que estava morrendo de raiva a minutos a trás, porém é a única com qual pode contar, pois Cami não a entenderia ninguém entenderia apenas Klaus.

Minutos após Klaus ter saído, voltou com um copo de viagem gigante e o entregou a Ellie, explicando:

– Tudo isso não passa de idiotice minha, me perdoe, tudo que aconteceu não foi planejado, no entanto aqui estamos, beba tudo e depois você decidirá o que fazer, já decidi muito por você até agora e nem lhe conheço.

Ellie estava com tanta fome que nem pensou e virou o copo, era sangue, o melhor gosto que já sentiu em toda sua vida, era isso, era disso que seu corpo ansiava e a torturava, sangue, a euforia que o gosto lhe proporcionava a deixava em êxtase, nunca havia sentido isso antes, ela precisava de mais era quase impossível controlar sua vontade depois de cada gole, era um vício que a consumia por completo. De repente, suas dores voltaram, cada osso de seu corpo parecia estar se quebrando, dilacerando seu corpo aos poucos, sentia cada músculo e tendão se rasgando para dar passagem aos ossos e realmente estavam a dor era inigualável, nunca havia sentido antes, e não parava. Então as únicas palavras que ouviu foram de Klaus:

– Apenas algumas horas, e você estará completa. Será minha.

Depois de três horas acabou, Ellie estava desolada, seu corpo doía muito, e minutos depois estava nova, como se nada tivesse acontecido, estava sem nenhum ferimento das queimaduras? Ela havia visto o sol queimando-a e segundos depois, estava como se nada tivesse acontecido, além de não ter nenhum dos ossos quebrados, nada. Que diabos havia acontecido pensou Ellie, isso não é normal, na verdade nada que aconteceu nos últimos dias era normal.

– - -
POV. KLAUS

Klaus estava exausto, Phill ainda estava apagado no canto da sala, e Ellie estava confusa, não sabia o que estava acontecendo e ele tinha de contar, pois não poderia esconder dela, foi ele quem não quis deixá-la ir, agora teria de revelar a verdade, toda a verdade. Após muito tempo encarando-a, e pensando em como ela é linda, os olhos dela desde o primeiro instante o atraiu. Foram por eles que a salvara. Ele decidiu contar a verdade quando Ellie conseguiu finalmente acalmar-se.

– Aquela noite em que você estava na Rua Sheen, faltava apenas mais um híbrido e estaria completo, meu bando estaria formado, me serviriam a qualquer custo, então quando vi Phill, jovem, solitário e na beira da estrada morrendo, o transformei, mas as coisas deram erradas, a ligação não funcionou com ele e quando a transformação acabara ele fugiu, cego de raiva, eu havia tomado partido, pego as rédeas de sua vida, assustado e com raiva por não ter tido escolha, a escolha que mudara a sua vida, eu não tinha como fazer com que ele me obedecesse lhe obrigar, ele correu o mais rápido que pode, o deixei ir a cidade, estava deserta e não haveria problemas maiores, mas foi quando eu ouvi a 3km barulho de pele humana sendo perfurada e logo em seguida o cheiro de sangue, quando cheguei ele havia fugido novamente, e lá estava você, desmaiada quase morta, foi impossível vê-la e deixá-la morrer, então lhe dei meu sangue para lhe curar e voltar a ter uma vida, mas você estava fraca demais, então decidi trazer - lhe para cá, cuidei de seus ferimentos e a transformei em híbrida para me satisfazer.

– - -
POV. ELLIE

Ellie começou a compreender tudo que tinha acontecido e tudo se encaixava era verdade, sua raiva aumentou em tal ponto que se transformou em lobo assassinando Phill por quase tê-la deixado morrer, ele merecia, mais que tudo ela precisava, quando viu o que fez depois de saciada com a ideia de fazer justiça com as próprias mãos uma maré de culpa invadiu sua mente, era forte, doía tanto quando a transformação, ela era um monstro, que não se arrependia de ser quem ela queria ser, mas ela era uma assassina e isso a torturava e para sempre a torturaria.

Klaus estava paralisado com a reação dela e com seus pensamentos, sentia orgulho de certa forma, ela é forte, decidida e capaz de muito mais que pensa, ela era a híbrida perfeita o serviria devido à ligação.

Foi no instante em que Ellie falou:

– O que é a ligação? Eu devo minha vida a você, antes sentia muita raiva queria matá-lo, mas agora preciso retribuir tudo que fez por mim. - Começou a chorar, suas emoções como vampiras foram aumentadas e seus sentimentos, sua culpa e sua gratidão estavam aflorando. - Eu não tenho família, minha mãe casou-se novamente e vim morar para Nova Orleans e construir uma nova vida, minha única família é Cami e não quero deixá-la porque sou um monstro e não quero matá-la.

Klaus encobriu suas lágrimas, ele era o rei da cidade e senhor dos híbridos, não se renderia por uma garota recém-transformada. Então para consolá-la disse:

– Meu amor, não fique assim, durante quase 1000 anos eu me culpei por minha mãe ter me transformado contra minha vontade, meu pai me renegou até a morte quando meu irmão o matou, a culpa vinha à tona em todo instante, basta saber conviver com ela. Agora respondendo a sua pergunta. A ligação é o que o criador de um híbrido tem com ele, ou seja, tudo o que eu mando eles fazem sem hesitar em nenhum momento ou questionar as minhas ordens.

Interrompendo-o a campainha toca, ele levanta-se e quando abre a porta, era a arrumadeira, entretanto Ellie a sentiu ouviu sua fala e sentiu sua jugular pedindo para ser mordida, sua ânsia por sede era maior que todo seu controle, e quando se deu por si, a mulher estava no chão sem nenhuma gota de sangue, e Klaus a olhava firmemente tentando corrigi-la.

– - -

Passaram cerca de 2 semanas que Ellie ficou na casa de Klaus, ele a ensinou controlar-se diante de humanos, e a lutar.

Durante todo esse tempo, as horas vagas à tarde, Klaus a levava para um enorme salão no primeiro andar do prédio, era imenso, não tinha nada além dos dois, suas respirações ecoavam pelo local, então, ele disse:

– A partir de hoje até você conseguir, irei lhe ensinar tudo que sei para se defender, caso eu não estiver próximo de você para fazer isso, você não deve levar muito jeito para luta, mas com o tempo irá aprender, pois uma híbrida não saber defender-se não resulta muito bem, não temos pressa, afinal temos todo o tempo do mundo.

Ellie então tentou disfarçar o sorriso que Klaus provocou em seus lábios com as palavras de querer protegê-la, e fingindo ter se ofendido ela respondeu:

– Posso nunca ter lutado, mas irei tentar, e vou conseguir para não precisar ser defendida. - E em seguida fez cara feia, brincando com Klaus, ela sabia que ele não a corresponderia até porque era o Klaus, o rei que era impiedoso com todos e sem sentimentos.

Porém se surpreendeu com a ação seguinte dele.

– E com a minha ajuda, eu vou te ajudar e mais ninguém, pois só eu posso protegê-la, e mesmo quando não for necessário te defenderei. - Mal havia terminado a frase e soltou uma risada curta.

E de repente ele a golpeia de leve tirando os pés de Ellie do chão a fazendo cair de costas, furiosa levantou-se tapeando a cara de Klaus por ter a feito cair, e logo depois se arrepende pela sua ação, já imaginando que ele a repreenderia por isso no mesmo minuto. Entretanto ele disse:

– Nunca faça isso quando alguém te golpear inesperadamente, a pessoa só rirá da sua cara, quando isso acontecer, você tem de acertá-lo antes que ele se recupere do golpe que deu.

Klaus segura a mão de Ellie a ajudando a se levantar do chão e aprender os golpes, ele a empurra para trás, no entanto não com muita força, com receio de machucá-la, ela com a rapidez de vampira dá a volta e alcança as costas de Klaus e o chuta para longe o deixando contra parede caído no chão.

Quando ela fez isso, Klaus bem no fundo estava orgulhoso, pois ela era mais forte que pensava, e do que ele propriamente imaginou, era perfeita, ele em segundos levantou-se e disse que no dia seguinte eles continuariam que por hoje bastava.

Com o passar dos dias, Ellie ficava mais ágil e desenvolvia sua força e suas habilidades, faziam cerca de cinco dias que treinavam, quando Klaus a desafiou para realmente lutar e mostrar o que ela sabia fazer, ele sorriu ironicamente quando propôs, e disse:

– Vamos descer, e você provará o quanto aprendeu de tudo que lhe ensinei, às vezes é possível que consiga se defender, mas é pouco provável precisamos de muito mais treino, ao longo destes dias apenas me observou e além do dia em que me jogou para o chão, você não lutou e não sei o que pode fazer.

Ellie estava de certa forma preocupada e com medo de que nunca iria conseguir lutar com Klaus, o híbrido que vencia de todos que o desafiassem, até que ele a chutou para longe, fazendo-a bater com o corpo contra as portas, ela caiu e instantaneamente se levantou, com raiva cegando seus pensamentos, a única coisa que conseguia distinguir era fazer melhor que ele, e ela iria.

A raiva a estava consumindo mais do que um dia poderia imaginar, e decidiu realmente lutar e tentar fazer tudo que aprendeu e usar suas habilidades provenientes de ser uma híbrida, então, pegou Klaus e o jogou no chão com toda sua força, fazendo o salão tremer e o chão rachar, mas não estava percebendo e continuou, sua fúria estava a mil, socou a cara de Klaus com uma das mãos e o jogou contra a parede que após rachar, desmoronou, e ele caiu para trás, levantou-se segurando Ellie no alto e a impulsionou com tua sua força para fazê-la parar, ela voou e caiu para fora do prédio, parando no hall onde era feito de brita, ela rasgou a maior parte de seu corpo.

Em desespero, Klaus viu que tinha ido longe demais deixando seu ego ser maior que sua razão, e tinha acabado de torturar Ellie, e não gostou, ela era diferente o fazia sentir coisas que ele mesmo duvidava, ele pulou até onde ela estava, Ellie tinha cortes em todo corpo seus ossos quebraram e seu rosto estava sangrando, mal deu tempo de Klaus chegar perto dela quando foi atacado e arremessado para o outro lado da rua para fora do toldo que cobria o lugar onde estavam e Klaus parou em uma lanchonete que estava fechada, quebrou parte da loja e não conseguia se levantar.

Ellie estava se curando, quase todos os cortes tinha cicatrizado e estava nova, então percebeu o que fez, se ele não fosse um híbrido e imortal, estaria morto, mas quando olhou para o que tinha feito a Klaus ficou surpresa, a lanchonete do outro lado da rua estava pegando fogo, e ainda pior, Klaus encontrava-se desmaiado envolto pelo fogo que ardia sem escrúpulo.

Foi quando ela lembrou que ele morre expondo-se ao sol e ao fogo, morrendo, sem nem pensar sua reação foi correr até lá e salvá-lo, no meio do caminha sentia sua pele arder e entrar em chamas, era uma dor incontrolável, mas que teria de suportar e pegar ele, quando chegou pequenas chamas saíam de sua pele e Klaus estava quase morto, Ellie o pegou no colo e levou até o apartamento, ela estava em chamas e sem forças, o soltou no chão e aos poucos o fogo de ambos cessava, quando Ellie já não tinha mais indícios de queimaduras, devido sua cura ser muito rápida, Klaus estava em carne viva, e não estava cicatrizando como de costume, ele gritava ensurdecedoramente para que a dor cessasse, até que ela deu seu sangue a ele e o curou na hora.

Horas depois quando Ellie foi falar com Klaus sobre tudo que havia acontecido, ele não estava querendo matá-la por incrível que fosse ele abriu o maior sorriso que podia quando a viu, e ele realmente estava feliz em vê-la, fez gesto para que ela sentasse ao seu lado em sua cama para conversarem.

– Klaus me desculpe por antes, eu não sabia que eu seria capaz de fazer isso, desculpa.

– Não há pelo que se desculpar, eu a incentivei a lutar e você se superou e me surpreendeu, era essa a intenção.

Ellie estava muito arrependida, mas sabia que Klaus não a culpava, e se sentia muito honrada por isso. Não era a qualquer pessoa que ele mostrava clemência.

– Eu o salvei, dei meu sangue para você, não estava curando e quando tomou curou rapidamente, como isso foi possível?

Klaus sabia que Ellie é mais forte e ágil que ele, ninguém nunca havia o superado, mas ela sim, ela havia conseguido, obteve sucesso em tudo que aprendeu com ele, e a relação deles cada vez era mais profunda, a cada dia, estavam mais próximos.

– Isso aconteceu porque temos uma ligação e com isso seu sangue pode me curar, você é mais forte que eu, e acho que pode ser defender a partir de hoje garota. - Foi impossível ele esconder um sorriso e tom de sarcasmo quando disse que ela poderia defender-se sem ele, mas ele estava decepcionado, pois ele tinha de mantê-la segura.

Continuaram com as lutas, porém menos violentas ou Ellie acabaria com Klaus, ele odiava essa ideia, mas amava ao mesmo tempo, pois ele mataria qualquer um que o fizesse e fosse mais forte, mas não ela, não conseguia.

A noite depois que ambos retornavam das caçadas, para tomar sangue animal, eles se deitavam na cama e Ellie aconchegava-se nos braços de Klaus, era o melhor lugar no mundo, e ficavam conversando até tarde da noite, ele fazia carinho em seus cabelos para fazê-la dormir, e saía de fininho da cama para não acordá-la.

O que estava acontecendo com ele? Ele não era assim, nunca foi e nunca imaginou ser, era uma hipótese que antes odiava até conhecê-la, quando isso aconteceu, tudo mudou cada manhã, tarde e noite que passava ao lado dela percebia que pela primeira vez em sua vida ele tinha se apaixonado e ela estava ali, mas não podia, ela não o amava, nunca o amaria, apenas tinha gratidão por ter salvado sua vida devido à ligação. Ele nunca seria bom o bastante para ela, sempre pensou isso.

–--
POV.ELLIE

Ellie a cada dia que passava sentia que aquela raiva e tudo que sentira por Klaus quando o conheceu, passara, e no lugar um sentimento novo crescia que a dominava por inteiro, preenchia cada espaço de seu coração, ela realmente estava gostando dele, os dias em que ele fazia cafuné e contava histórias engraçadas de sua vida para fazê-la sorrir, isso os aproximou e a ligação influenciava apenas em suas ações, não nas emoções, mas nem adiantava ela ter esperanças, ele nunca se apaixonaria por ela, pois ele era O Rei que governava Nova Orleans a quem todos temiam e sempre as mulheres se jogavam em cima dele, ele teria quem quisesse sem medir esforços, teria tudo que quisesse, e na hora que quisesse.

Quando os dois estavam caminhando na floresta, Klaus disse a ela que deveria voltar para casa e fazer Cami se esquecer de tudo sobre ela, seria melhor, pois se ela lembrasse iria procurá-la e pretenderia saber tudo sobre eles, inclusive o que eram, e assim se fizessem isso nada aconteceria, era a hora certa a fazer, pois ele confiava nela e sabia que era capaz de fazer isso e controlar-se.

Contudo, ele passou maior parte do tempo com Ellie, ensinando-a a fazer as coisas, e enquanto isso, seus híbridos recém-criados, continuavam a treinar para mais tarde realizar o plano de Klaus, matar todas as bruxas que conspiravam contra ele, quando ele parou de auxiliá-los para ajudá-la, eles de certa forma ficaram estressados e enciumados com Klaus por fazer as vontades dela e sempre dar mais atenção a ela, mas isso não mexeu com ele até porque eles fazem tudo que Klaus manda.

Ellie estava sem chão, chorou uma tarde apenas de imaginar falando com Cami, fazendo-a esquecer de tudo que passaram.

Klaus entrou no quarto e disse:

– Enfim, sei que hoje será um dia difícil, mas você só poderá ir a noite ver Cami, pois não podemos nos expor à luz solar, como somos metade vampiro e metade lobo, se isso ocorre, acontece igual há muitas semanas atrás, entra em chamas até a morte, somos imortais, porém com algumas exceções como essa, e assim podemos apenas sair à noite, nossa vida é apenas a noite, criaturas noturnas como você descreveria em seus livros.

Ellie intrigada responde:

– Creio que será difícil me adaptar, não costumava sair à noite e etc, como sabe dos meus livros?

– Meu bem, podemos ler a mente das pessoas, como nossos sentidos são literalmente aguçados, mas é fácil se acostumar a isso, logo você acostumará também, tem alguns pensamentos dos quais envolvem profundos sentimentos como amor, por exemplo, que não é possível decifrá-los, ou seja, não consigo identificar o que está pensando.

Aproximava-se das oito da noite quando o sol já havia se posto e a lua estava brilhando, Ellie sai de casa acompanhada por Klaus, enquanto caminhavam começou a ouvir vozes e algumas conseguia até entender, na verdade eram pensamentos das pessoas que por ali passavam, eram tantas, mas conseguia ignorá-las, sentia algo a mais do que Klaus havia dito sobre ler pensamentos, estava sentindo muito afeto e angustia mas ela não estava sentido isso e sim outra pessoa, foi quando ela olhou para Klaus e viu em seus olhos tudo que acabou de sentir, ela conseguia sentir e distinguir seus sentimentos, porém não sentia amor, até que recordou-se da fala anterior dele, que híbridos não identificam amor nas pessoas.

Sua atração por ele era maior que tudo que já havia sentido, ambos pararam, eles estavam na portaria do prédio onde Cami e Ellie moravam prestes a presenciar o momento que ela mais temia.

Fazer sua melhor amiga esquecer-se de tudo que viveram esquecer-se dela.