Capitulo 87 – Preocupações

Algumas horas depois...

P.O.V. Melissa

“Estávamos no hospital e esperávamos pela resposta da médica, o que era pra acontecer só amanhã acontecia hoje, e eu mal conseguia me concentrar no que Castiel e uma enfermeira diziam, eu estava muito abalada.”

“Castiel havia dito que tinha ligado para a Rosa e avisado que acontecera tamanho incidente, também havia ligado para minha mãe e ela pretendia vir urgente com meu pai e meu padrasto. Eu era uma desastrada e por causa disso a vida do meu filho corria risco...”.

–... Será que vocês dois podem parar de tagarelar por alguns minutos...? – perguntei alterada e os dois me olharam, os fitei, deitando-me na cama e olhando aquela maldita sala de cor branca.

–... Mel, por favor, não se exalte, todos estamos preocupados, mas estamos aguardando a doutora, só ela saberá dizer se... – ele se interrompeu fechando os punhos. – Vai ficar tudo bem, confia em mim!

–... É culpa minha...

– Não é não, foi um acidente... – disse ele e eu suspirei. – Não quero que diga mais isso entendeu, você entendeu?

–... Castiel, me diz...

– Você me entendeu? – ele perguntou sério e eu assenti.

“A doutora chegou e nós dois a olhamos, ela nos encarou e ela não parecia ter uma cara muito boa.”

– Você é o pai da criança? – perguntou ela e Castiel confirmou. – Será que podemos conversar lá fora...

– Claro, eu já volto... – disse ele me olhando e eu senti algumas lágrimas escorrerem do meu rosto.

– Me diz logo o que aconteceu! – disse e eles me olharam espantados.

– Mel, calma...

– Eu não vou me acalmar enquanto eu não saber o que aconteceu, pare com esse mistério e me diz, por favor! – disse irritada aos prantos.

–... Olha... – Castiel me olhou preocupado se aproximando. -... Está tudo bem... Você precisa relaxar...

– Não! – disse e ele se afastou. – Me dizer logo... Aconteceu alguma coisa com essa criança...? – disse olhando para minha barriga e ela então olhou para Castiel.

–... E- Eu lamento muito! – disse ela e eu senti mais lágrimas escorrerem no meu rosto, Castiel veio me abraçar, senti seus fortes braços envolverem-me, mergulhei em rios de lágrimas.

“Me afastei dele bruscamente e ele me olhou de modo perdido e surpreso, me afastei dele dando passos para trás!”

– Mel... – disse ele também abatido, ele deu um passo e eu recuei.

– Você disse que ficaria tudo bem! Você mentiu! – disse irritada. – Por que demorou tanto para me dizer, eu sofreria menos...

–... Eu sinto muito... – disse a doutora e eu enxuguei minhas lágrimas, sentei-me na minha cama.

– Nós daremos um jeito... – disse Castiel.

– Ele tem razão, vocês ainda são jovens... Vão ter outra oportunidade...

– Acha que eu vou querer ter outro filho depois do que aconteceu... – disse o olhando seriamente. – Acredita que eu vou esquecer que perdi um filho, meu filho... Você é um imbecil... – disse irritada.

–... Eu sei que você está abalada, mas eu também estou... Eu ia ser pai... – disse ele me olhando, se sentando e me encarando. – Acha que eu não estou me sentindo destruído...

–... Acho... – disse ríspida e ele me olhou de cara feia. – Você não sabe o que eu estou sentindo e nunca vai saber...

– Você pode ter carregado ele, mas isso não quer dizer que você ama mais ele do que eu, eu queria tanto quanto você que isso não estivesse acontecido, mas eu não posso fazer nada...

– É, você não pode... – disse. – Mas pode fazer uma coisa...

– O que? O que você quer que eu faça, diga! – ele me olhou de modo tristonho.

– Saia agora!

– O que?

– Saia! Eu quero ficar sozinha!

– Você ficou maluca, eu vou fingir que não ouvi isso! Você precisa de mim, agora mais do que nunca! – disse ele.

– Não me faça repetir, ou eu mesmo te tiro daqui com o pouco da força que me resta...

– Então vai ter que usa-la... – disse ele.

– Senhor, é melhor se retirar, acho melhor ela ficar sozinha, ela deve estar confusa... Mas tarde você volta tudo bem?

–... Eu vou ir Mel, mas eu vou voltar, estamos nisso juntos, não me deixe de lado agora, pode não parecer, mas eu preciso de você mais do que você precisa de mim! – disse ele beijando o canto da minha boca e se retirando junto com as outras duas.

“Deitei-me na cama e me cobri, um grande aperto tocava meu peito e as lágrimas me consumiam, eu não queria mais viver, essa era a verdade.”

P.O.V. Castiel

“Sai do quarto meio irritado, a maioria do pessoal estava lá e eu não sabia o que dizer, todos me olhavam preocupados, principalmente a mãe da Mel que acabava de chegar.”

–... E então Castiel, está tudo bem, não é nada grave, certo? – perguntou Rosa me olhando e eu a encarei.

– A Mel perdeu o bebê... – disse e todos se entreolharam preocupados e abatidos.

– Mas como? Eu não acredito...

– Ela caiu da escada e parece que não resistiu ao impacto... Ela está bem fisicamente, mas acho que seria bom as garotas falarem com ela... – disse.

– Você não vai vir com nós? – perguntou ela e eu neguei. – Mas, você precisa estar do lado dela, agora mais que nunca...

– Tem razão, como eu sou idiota! – disse os encarando. – Acha que eu não quis, mas ela não acredita que estou mal pelo que aconteceu, ela não quer que eu pise naquele quarto e quer saber eu não vou implorar por isso! – disse e estava de saída, mas o pai da Mel me segurou.

– Fique calmo, eu seu que está aborrecido, mas tente entender o lado dela, não é fácil para uma mulher perder um filho...

– Não está sendo fácil para mim! – disse me soltando dele. – Ela não entende isso, não entende que esse filho também era meu, que eu estou sofrendo... – bufei o fitando, senti que todos me encaravam e eu ergui a cabeça.

– Nós sabemos disso... – disse seu pai e eu o olhei sério.

– Não me importa! Eu queria que ela soubesse disso... Que ela só entendesse...

– Pra onde está indo? – perguntou Armin e eu ri.

– Se ela não me quer aqui, não tem motivo de ficar... – disse.

– Fique, não importa o que Mel diz... Fique para ela saber que você se importa mesmo com ela, que se pudesse você faria o que fosse possível para impedir... – disse seu pai e eu o olhei.

– Acho que ela vai estar em boa companhia... – disse e ele riu, eu o encarei.

– Todo mundo aqui sabe que a única pessoa que ela quer ao seu lado é você...

– Mas eu estou...

– Então demonstre... Não fuja das suas responsabilidades... Presencie, mesmo que ela não queira, tudo o que ela está passando... Não seja um covarde... – ele disse e eu olhei para trás e as garotas sorriam de canto.

–... Você tem razão... – disse e ele assentiu. – Eu vou ficar aqui onde é o meu lugar, esperarei vocês todos a verem e depois eu converso com ela com mais calma... Eu entendo como ela deve estar...

– Isso tente entende-la, ela está confusa e não devemos pressiona-la tanto... – disse ele e eu assenti.

“Me sentei num banco próximo a porta enquanto: Armin, Alexy, Vio, Lys, Rosa e Leigh aguardavam. A dona Rosa (mãe da Mel) se aproximou de mim e via as lágrimas em seus olhos.”

–... Acha que ela irá superar? – perguntou ela para mim e eu a olhei seriamente.

– Eu conheço a Mel, ela jamais vai esquecer o que aconteceu, mas ela é muito forte e acredito que vai, com a ajuda de todos, superar o que aconteceu. – disse e ela me abraçou.

– Que bom que diz isso... – disse ela.

– Eu fui um idiota... Disse que tudo ficaria bem, mas...

– Você queria lhe passar confiança, é totalmente normal, você não tinha como saber... – ela se afastou de mim.

– Mas eu...

– Tanto ela como você não deve se culpar pelo que aconteceu... – disse ela. – Vocês são jovens, na hora certa acredito que ela terá um novo presente... – ela sorriu e eu retribui meio sem graça.

– Me desculpe...

– Pelo que?

– Por fazer sua filha infeliz... Eu me odeio por isso... – disse fechando os punhos.

– Por favor... – ela sorriu. – Você nunca poderia fazer minha filha infeliz, pelo contrário, ela ama você como eu nunca vi ela amar alguém, vejo o brilho nos olhos dela ao falar seu nome... Lembro o brilho quando disse que teria um filho seu... – disse ela. – Ela não poderia ser mais feliz...

– Mas eu não me perdoei por termos brigados tantas vezes...

– Todo casal passa por obstáculos, vocês superaram e acredite vão superar isso... Juntos... Não se esqueça... O pai da Melissa pode ter sido um péssimo marido, talvez a Mel até acredite que ele não foi um bom pai... Mas ele fez coisas por elas, ele sempre esteve lá... Ela não precisa saber... – disse ela e entrou na sala onde Mel estava.

– Eu ficarei aqui... Não sairei do seu lado Mel... – disse encarando o chão.

P.O.V. Melissa

“Fiquei pensando um pouco, todos meus planos com essa criança, tudo o que ela poderia se tornar esses planos já não era existentes, alguém bateu na porta e eu me virei, era minha mãe.”

–... Mãe... – disse piscando diversas vezes, ainda não acredita que agora ela estava aqui comigo, perto de mim.

– Filha... Como você está? – perguntou ela.

– Como acha que estou?! – perguntei segurando as lágrimas que já pretendiam cair.

–... Eu sei o que aconteceu, sinto muito...

– A culpa é minha, eu deveria ter...

– Você não teve culpa, foi um acidente... – disse ela ao meu lado, limpando minhas lágrimas com sua mão.

– Eu não sei o que fazer... – disse a abraçando firmemente, querendo nunca mais solta-la.

– Querida, eu lamento tanto... – disse ela e eu a olhei.

– Eu fiz algo errado, por que me tiraram justo isso... Eu não posso suportar... Não consigo... Não consigo... – disse e ela me abraçou.

– Querida... Fique calma...

– N- Não consigo! Juro que estou tentando, mas... – funguei. -... Não consigo ser forte... Não aguento esse peso... Eu penso nos presentes que já ganhei... Nos nossos planos... De como seria essa criança...

– Mel...

– Mas de repente tudo desaba em cima de mim... Eu estou tentando... Juro que estou, mas...

– Então tente de novo... Não faça tudo sozinha deixe Castiel fazer parte disso...

– Eu não preciso de mais problemas...

– Castiel nunca foi um problema pra você, por que diz isso?

–... Não é isso... Não quero lhe trazer problemas, não é justo com ele...

– Você não está sendo justa...

– Ele não precisa me ver assim... Só vai fazer ele se sentir pior... E eu não quero isso... Não quero perder o controle... Eu só quero isso de volta... – disse passando a mão na barriga com um movimento involuntário, mas eu as afastei.

–... Quer ficar sozinha... Quer ver seus amigos? – perguntou ela e eu assenti.

– As garotas, eu sei que algumas vieram... Eu quero vê-las... Juntos com os garotos...

– Devo chamar Castiel?

– Não! Ele deve estar cansado...

– Não tanto quanto você...

– Acredite nem se eu quisesse conseguiria dormir... – disse e ela se levantou.

– Eu não quero me intrometer, mas tome cuidado com o que faz...

– Só me diz quando eu tirarei esse feto de mim... – disse estressada e ela me olhou.

– Dentro de alguns dias, antes de sua Formatura... – disse ela e eu assenti.

–... Era um garoto ou uma garota? – perguntei receosa.

– Uma bela garotinha... – disse ela e eu me entristeci, era o desejo de Castiel, ele queria uma garota mais do que tudo.

–... Saia, por favor... – disse e ela saiu novas lágrimas surgiram e eu olhei para o lado e vi uma espécie de radio relógio, peguei-o e joguei-o com raiva na parede. – Não é justo... Não comigo...

P.O.V. Rosalya

“A mãe da Mel saiu e ela disse que esperássemos um pouco, ouvimos um barulho vindo de seu quarto e Castiel foi o primeiro a se levantar, mas eu o impedi de entrar, ele me encarou sério.”

– Ela já sabe que era uma menina... – disse sua mãe e Castiel se livrou de meu braço.

– Não é justo! – ele disse saindo por um corredor.

– Castiel espere... – disse, mas ele saiu assim mesmo por um corredor comprido.

– O deixe Rosalya, ele também precisa ficar sozinho, ele logo voltara para cá... – disse o pai da Mel e eu assenti.

– Por que ele ficou tão mal?

– É óbvio Rosa... – disse Lys e eu o olhei.

– Então me diga...

– Castiel mais que ninguém queria esse filho... – disse ele. – Depois da Mel claro, mas uma vez quando o visitei ele me disse que estava feliz em saber que ele era o pai, no fundo ele queria isso...

– Tá, tudo bem, mas e dai...

– Ele queria uma garota e bem foi o que aconteceu... – disse Lys e eu então entendi.

–... Eu... Eu entendo...

– Vamos logo vê-la, é melhor agora que Castiel saiu... – disse Armin e todos assentiram.

– Armin, não tire proveito do estado da Mel... Ou eu responderei por Castiel... – disse o pai de Castiel e eu sorri, Armin o olhou meio emburrado, mas seguiu em frente.

“Olhei para Leigh e ele sorriu fraco, fiz o mesmo, nos beijamos e ele me encarou de modo apaixonado.”

– Espero poder um dia ter um filho com você... – disse ele e eu sorri o beijando. – Você não poderia me dar um presente melhor... Eu te amo e quero que saiba que sempre estaremos juntos... Nunca duvide de mim...

– Eu não duvido... – disse me aproximando dele. – Eu também te amo... – disse o beijando e ele retribuiu, nos afastamos e os pais da Mel nos encaravam.

– Desculpe... – ele disse sério para eles e os dois sorriram.

– Tudo bem, vocês são um casal perfeito... – disse ela.

– Tem razão, igualzinho a Mel e o Castiel... – disse o senhor e nós sorrimos. – Mas tudo em seu tempo...

– É, nós sabemos... – disse ele me olhando de modo sedutor. – Eu á respeito tanto e eu quero fazer tudo do jeito que for preciso para te ver feliz...

– Você é incrível... – disse sorrindo e o abraçando.

– Não, você é!

“Fomos até o quarto da Mel, ela estava um pouco alterada e procurava algo para jogar nas paredes, mas conseguimos controla-la, ela estava muito abatida, eu entendia os dois, como devia ser difícil perder alguém que nós amamos.”

“Armin tentava consola-la, mas era em vão, não via o brilho em seu olhar, ele havia se perdido, e isso me entristecia, aos poucos ela adormeceu e nós nos retiramos também cansados.”

“Resolvemos ir pra casa, mas Castiel não, ele sugeriu que os pais da Mel fossem embora e não se preocuparem, no fim todos fomos juntos acompanhados com o pai da Mel.”

“Castiel deveria ficar com ela, e eu achava bom ele ter essa oportunidade. Eu tentava entender como tudo aconteceu, nada batia, a história que a Mel me contou, algo não cheirava bem.”

“Josh...” – pensei e tudo se esclareceu. “Claro... Se a Mel não é dele e já que ele não pode tira-la de Castiel ele decidiu fazer isso, mas quem faria uma coisa dessas...”

– Jessy!