Capítulo 86 – Incidente

P.o.v. Melissa

"Depois de algumas horas tentando ligar para Castiel ele atendeu e disse que tinha acabado de sair da casa do Josh."

"Desliguei o celular e depois de mais alguns minutos ele chegou, o encarei preocupada."

– O que você fez? - perguntei.

– Nada demais...

– Sobre o que conversaram?

– Como se você não soubesse! - ele se sentou um pouco irritado, mas deu aquele sorriso debochado.

– Por que você chegou tão alterado? Ele te fez alguma coisa, disse alguma coisa...?

– Não, nós mal trocamos palavras me irritei facilmente ao vê-lo que nem deu tempo... - suspirou. - Eu só lembrei de algo que não me agradou muito...

– E o que foi?

– Quando eu digo que ele continua o mesmo você deveria me ouvir mais... - disse ele e eu me sentei ao seu lado.

– Seja mais claro...

–... Fala sério Mel... - ele me olhou com um olhar inferior, como se eu fosse uma estúpida. - Ele guarda um porta retrato de vocês dois e ainda foi aquela maldita foto que exporão para todos ver!

–... Você viu? - perguntei e ele fez uma cara de surpresa.

–... Já sabia?

–... E-Eu... - o encarei e selei nossos lábios, ele me afastou com cautela.

– Não acredito que você fez o que estou pensando...

– O que exatamente você acha que eu fiz? - perguntei séria.

– Aposto que como não aconteceu nada entre vocês, você precisou presenteá-lo de alguma forma. - disse ele me olhando.

–... Tem razão... - disse ele e eu me levantei, ele veio até mim rindo.

– Não precisa mentir... Eu sei que você não tem nada haver... Eu sei que você nunca seria capaz de tal ato. - o olhei.

–... Então por que...?

– Porque eu pensaria assim antes... - disse ele e eu o olhei profundamente.

–... Você mudou mesmo... - disse e ele fez uma careta.

– Não exagere... - disse ele meio emburrado.

– Marrento... - disse me aproximando de seu ouvido, ele deu um sorriso malicioso, me fazendo dar de encontro com a parede.

–... Bem agora quem que está ruiva é você... - ele sussurrou em meu ouvido. - Quer saber eu adorei...

– Isso não era para você... - fitei ele é ri, ele ergueu meu queixo e sorriu.

–... Nosso tá calor aqui, neh? - disse ele e eu ri, claro que era uma piadinha interna, ele me beijou e eu correspondi.

–... Deve ser impressão sua... - sorri e ele então me encarou, colando nossas testas.

– Passa a noite na minha casa! - ele disse me olhando com um sorriso nos lábios.

–... É melhor não... - disse e ele se ajeitou meio intrigado.

–... É por causa da Jessy, não é?

–... Não quero arranjar problemas com sua família!

– Eu sei, olha eu entendo, mas eles foram fazer uma viagem já faz algumas horas e levaram Ketlyn...

– Espera aí... Quer dizer que Jessy e você estão sozinhos... na mesma casa... - sorri. - Você fica aqui hoje!

– Não posso, eu tenho que cuidar dela...

– Ela é bem grandinha... - disse séria. - Você pode ficar aqui...

– Mesmo se pudesse, eles vão passar alguns dias fora antes da formatura e eu não posso passar todas as noites em sua casa...

–... Eu não vou poder dormir tranquilamente sabendo disso...

– Então fica esses dias na minha casa...

– Mas...

– Olha eu prometo que não cairei nos truques dessa pessoa...

– Tudo bem, mas é bom que ela não tente nada porque se não...

– Já entendi, não se estresse... Não vai precisar se preocupar comigo. - disse ele e eu assenti.

"O abracei e ele riu, o olhei e ele me encarou."

– Nós então voltamos?

– Isso responde sua pergunta? - disse e beijei delicadamente seus lábios.

– Não... - riu ele. - Será que pode tentar mais uma vez... - o beijei rindo e ele sorriu.

"Estava tudo bem, pelo menos eu achei que estava."

P.O.V. Alice

"Olhei ao meu redor, finalmente estava em paz, ou quase ficar vigiando aquela senhora não era para qualquer um."

–... Ainda não cansou de procurar o que não existe...

"Me virei assustada e era Guilherme, como ele podia ser tão bom em tudo, era rápido, ágil e forte... E ainda era maravilhoso."

"Eu não queria decepcionar ninguém, mas eu não posso ir embora sem o que me pertence, ou eu me darei mal."

–... O que você faz aqui? - perguntei me levantando da areia e andando para longe dali.

–... Quero te ajudar! - disse ele e eu o olhei surpresa.

– Pare de brincar garoto... - disse dando as costas para ele e senti seu braço segurar meu pulso.

– Não sou nenhum garoto... - disse ele fazendo eu o encarar, bufei tentando não olhar para aqueles olhos violetas.

– Disse que não pretende machucar ela... Então me leva até o dinheiro e eu a ajudo...

– Não quero a droga da sua ajuda, fica longe de mim... - disse olhando sério esperando que ele me solta-se.

"Já estava escurecendo e quando olhei para onde ela estava, já havia saído. Estava vazio a praia agora."

– Idiota, você me fez perder ela...

– Se esse dinheiro existe ela não deixaria aqui...

– Sabe de algo que eu não sei... - ele negou a cabeça. - Ótimo, agora me larga...

– Eu não posso! - disse ele pela primeira vez sério e frio.

– Me larga, agora! Se não eu...

– Você o que? - ele perguntou e com minha outra mão que sobrava eu busquei algo em meu casaco.

–... Eu te mato... - disse apontando a pistola para ele e ele me olhou um pouco assustado, me soltando.

–... Mesmo? Acho que não... - ele disse de repente e eu o encarei me afastando.

– Fica bem longe de mim, eu não quero ter que te machucar... - disse e ele riu.

– Ao te julgar aposto que nunca matou alguém, na verdade você parece que nunca nem sequer pegou numa arma.

– Você não sabe nada sobre mim... - disse e segurei com as duas mãos à arma. - Você não sabe...

– Me de essa arma agora Alice... - disse ele agora se aproximando e eu mirei nele, ele parou onde estava.

– Se você der mais um passo eu juro que acabo com você... - disse com uma lágrima no rosto.

– Alice... Abaixa essa arma...

–... Tem razão ninguém nunca suspeitaria, ninguém nunca suspeitou! - disse.

–... Do que está falando?

– Tem razão eu menti... Meu pai matou minha mãe sim, mas meu pai não fugiu à minha procura, nem eu fugi por causa dele... Do que ele fez...

– Eu não entendo... - disse ele me olhando com cautela.

– Eu fugi por causa do que eu fiz... - disse suspirando e abaixando a arma. - Eu nunca mataria quem eu amo...

"Me afastei e tentei fugir, mas ele me segurou novamente, só que dessa vez com delicadeza."

–... Mas eu fui obrigada aquela noite... - disse o olhando.

– Seu pai... O que você fez? Você disse que não fez nada, mas eu quero saber... O que fez a ele?

–... Quando ele resolveu dormir, mesmo depois da morte dela, como ele podia não sentir nada, como não se sentiu culpado... Como eu me sinto pelo que fiz mesmo sendo o certo...

– O que você fez?

– No dia seguinte antes de ele dormir eu dei algo para ele beber, misturado com um troço que iria fazê-lo dormir como um morto.

– Quando ele caiu no sono eu peguei um travesseiro e bem o resto você deve imaginar, eu não queria que ele acordasse, nem sentisse nada, eu fui cuidadosa de todo modo.

– Eu sou um monstro... - disse. - Fui obrigada a fugir depois de tudo o que aconteceu, ele era a minha única família e eu não conscientizei isso! Eu nem ao menos posso voltar para lá, ninguém desconfia mais... Não haveria razão!

– Eu estou sozinha, essa é a verdade! - disse terminando.

"Abaixei minha cabeça e então senti de repente seus lábios de encontro nos meus, olhei de relance surpresa e ele se afastou."

– Você ainda tem a mim... Isso não conta? - ele sorriu e me beijou novamente, suspirei me afastando.

– Eu ia...

– Não, você mesma disse que não mataria alguém que ama, ao menos que aja algum motivo... Eu acho que não há motivo!

–... Precisa se afastar de mim... - disse olhando para os lados, agora não, porque eles estavam aqui?

– Por quê?

–... Eles estão aqui... Salve ela...

– Mas e você?

– Eu sei me cuidar! - disse e ele me olhou sério.

– Olha esse é um número restrito me ligue quando puder, eu acho que sei do que você fala e só pode estar em um lugar.

– Tudo bem... Eu tentarei ligar...

–... - ele me abraçou. - Você tem que ligar, entendeu?

– Sim! - disse e me beijou uma última vez, só o vi partir.

–... Chegou a hora de alguém pagar pelos gastos... - disse um cara chegando e eu me afastei.

– Eu já sei onde está... Logo entregarei para você sabe quem... - disse e ele colocou suas mãos em meu pescoço.

– Para o seu bem, é bom que seja verdade... - ele disse e eu o olhei assustada, o empurrei e ele afrouxou me soltando, saiu dali rindo.

– Malditos! - disse irritada.

P.o.v Melody

"Estava em casa, assistindo um filme com meus pais, a noite caiu e eles foram dormir, como não estava com sono fiquei lá."

"Depois de algumas horas, o sono ainda não vinha, minha cabeça estava a mil, só conseguia pensar no Viktor."

"A campainha tocou e eu me levantei um pouco assustada por causa do horário."

"Ao abrir não havia ninguém, sai para olhar mais perto e a porta se fechou, tentei abri-la, mas foi em vão."

"Olhei com mais calma e algo me dizia que tinha alguém ali, era Viktor!"

– O que você quer? - perguntei indo além da varanda.

–... - um silêncio rondou ali e eu fui até o jardim que por sinal estava escuro.

– Viktor...

–... Como sabia que eu estava aqui? - ele apareceu e eu sorri.

– Você não foi muito cuidadoso! - disse e ele se sentou na cadeira dupla de balanço.

–... Eu precisava falar com você... - disse ele me puxando e eu me sentei ao seu lado.

– Achei que não quisesse mais falar comigo...

– Queria ter certeza que nesse tempo que estive fora você pode se ajeitar com suas amigas!

–... Eu expliquei que eu mudei um pouco, mas que não tinha haver com você... Elas entenderam...

–... Você disse a elas que terminamos...? - perguntou ele me olhando e eu neguei.

– Você pediu um tempo... Acreditei que era só por um tempo...

– Foi difícil ficar longe de você...

– E acha que para mim não foi? Eu sei exatamente o que pensa sobre meu novo eu... Por que voltou?

–... Eu quero você assim, posso me sentir mais seguro com você do meu lado... Por isso voltei, você ainda quer algo comigo?

–... Você me assustou agora a pouco...

– Não queria que me visse, mas precisei me assegurar que não machucaria mais ninguém! - disse ele e eu o encarei.

– Você está melhor, eu sei... Porque eu também estou...

– Eu gosto de acreditar nisso... - disse ele segurando minha mão e eu olhei para ele. - Podemos voltar ao que era antes?

–... Sim...

"Ele sorriu e eu me aproximei dele o beijando agressivamente, o puxei para mais perto e ele me olhou espantado."

–... Você está mais forte do que nunca... - ele disse e eu mordi meus lábios. - Só não se esqueça que eu não posso te desgastar tanto...

"Não entendi o que ele queria dizer com aquilo, então eu me toquei, ele ainda queria a parte de mim que era humana."

"Suas presas entraram em minha visão e eu lembrei do dia em que ele havia feito isso comigo..."

–... Você pretende...? - perguntei e ele negou sorrindo.

– Está faminta! - disse ele.

– O que? Não...

– Não dorme e não se alimenta! Você sabe que precisa se alimentar de alguma forma...

– E o que você sugere? - perguntei séria. - Eu não pretendo matar ninguém... Nem nada do tipo...

–... Eu tenho outra coisa em mente... Mas deve se alimentar como puder... Me entendeu? Não necessita disso... Você ainda é humana...

– Ou quase... - ri e ele assentiu.

"Ele pegou meu pulso e suas presas cravaram ele, então o mesmo se afastou e eu o olhei."

– Beba! - disse ele e eu o encarei. - Só um pouco, é mais que necessário...

"Cravei minhas presas e aquilo foi incrivelmente estranho, me afastei." - ele limpou minha boca.

– Boa garota! - disse ele e eu o beijei, meu sangue fervia agora. - Quer dar uma volta comigo?

– Claro... - disse e ele selou novamente nossos lábios.

P.o.v Castiel

"Fomos para minha casa e assim que cheguei Jessy nos esperava, ela olhou para Mel com uma cara nada boa."

–... O que ELA faz aqui? - perguntou ela olhando para mim.

– ELA é minha namorada, então é bom que não tente nos separar porque desta vez você não terá sucesso. - disse.

–... Achei que tinham terminado! Seus chifres vão continuar a crescer desse jeito...

– Ora sua... - disse e Mel me segurou.

– Calma Castiel, não vamos ligar para ela...

– Tem razão, isso não vai ser nada bom, principalmente para você Mel... - selei nossos lábios.

P.o.v Jessy

"Droga, aqueles dois agora estavam mais unidos do que nunca!"

– Ela vai ficar aqui hoje... É melhor começar a suporta-la. - disse ele e subiu as escadas.

–... Vai ser um prazer passar esses dias com você... - disse ela e eu sorri.

–... Seu sarcasmo são alegria para meus ouvidos, é bom você tomar muito cuidado... - sorri e ela me encarou surpresa.

"Sai de lá rindo e fui para meu quarto, seria mais fácil do que eu imaginava."

– Me aguarde Mel, você não perde por esperar...

P.o.v Melissa

"O que ela pretendia?"

–... Mel você não vai subir? - perguntou Castiel apoiado sob a escada, eu assenti meio atordoada. - Tudo bem?

– Sim... - peguei meu celular que tocava e atendi, era Armin.

–... Meh... Que bom que me atendeu, soube que se acertou com o idiota do Castiel...

– As notícias voam em um estalar de dedos, não?

–... Você sabe que não gosto muito dela... - disse uma voz feminina e eu estranhei.

–... Ahn... Armin? Quem está com você?

–... Ninguém! - ele disse e ouvi um estrondo. - Tá, tá... é a Bianca...

– Quem?

– Me passa esse celular... - disse alguém e então o celular ficou mudo. - Pronto, é a Bia!

–... Ah... Você... - disse já meio descontente, não por alguém estar com Armin, mas por ser a Bia à estar com ele.

–... Me passa isso daqui... - disse Armin e outro estrondo surgiu na ligação. -... Estamos terminando de escolher as músicas... Sabe para o baile... Somos os DJs e nada pode dar errado!

– Seih... E é só isso que estão fazendo?

–... Você sabe que eu só tenho olhos para você... - ele disse e ouvi um barulho.

– O que foi isso?

– Foi só a desastrada da Bianca... Estávamos escolhendo alguns jogos agora e ela derrubou tudo... Lamentável... Ela só me da problemas...

– Isso é culpa sua... - ouvi no fundo e ele riu.

– Só lembre-se que ela é amiga da Ambre...

– Ela não é nojenta como todas as outras... Está com ciúmes?

– Não... Claro que não! - disse. - Você sabe que eu só gosto de você como amigo...

–... É eu sei... - disse ele suspirando. - Como vocês estão?

– Eu e Castiel estamos bem...

– Eu me referia a você e ao bebê! - disse ele.

–... Está tudo bem... Já está dando para notar a barriga... Mas quase não perceberam quando eu por o vestido para a formatura...

– Então sobre ela... Eu queria saber...

–... Eu quero tanto ir... Espero que o Castiel tope!

–... É claro... Eu tenho que ir... Boa noite... - disse ele e logo desligou.

"Entendi logo qual era sua intenção."

– Droga... - disse me sentando na escada e Castiel desceu elas até parar no degrau em que eu estava.

– O que foi?

– Era o Armin...

– Ele não se cansa de você não...? - ele perguntou bufando e se sentando ao meu lado.

– Acho que não... - sussurrei e ele me olhou receoso.

– Tá brincando...? - ele sorriu amargamente.

– Acho que ele queria me levar para o baile... - disse o encarando. - Eu nem me toquei e sai falando que queria ir contigo... Eu sou uma egoísta...

"De repente senti seus lábios nos meus, ele sorriu me olhando fixamente enquanto acariciava meu rosto."

– Armin dará um jeito... Ele vai ser o DJ e não terá tempo disso...

– Mas... Ele pretendia sim...

– Ele então vai achar alguém... - disse ele. - Porque você vai comigo...

– Quer mesmo ir?

– Vamos tocar no dia como nos velhos tempos... Não deu certo aquele lance de banda, mas eu imaginei que não seria fácil como nas novelas...

– E quer dizer que você e eu... Vamos no baile juntos?

– Sim... - ele sorriu.

– Isso! - disse e o beijei. - Eu vou poder cantar?

– Sim... E mais para frente quando eu, você e nosso filho tiver nascido podemos recomeçar com isso...

– Castiel eu ainda tenho receio... - o encarei.

– Não se preocupe, eu amo você e sabe eu consegui um emprego na gravadora faz um tempo... Vai dar tudo certo...

–... Eu falava de Armin...

– Quer ir com ele? Talvez ele de smoking fique mais bonito que eu...

– Castiel, por favor... - disse sorrindo e ele sorriu. - Sério... Estou mal por ele...

– Esquece ele, aproveita que está comigo... Que estamos juntos de novo... - ele segurou minhas mãos e eu me levantei.

– Desculpe, mas não é tão simples como você deseja, ele gosta de mim e eu me importo com seus sentimentos!

– Tá, e o que pretende fazer? - perguntou ele se levantando e me encarando.

–... - suspirei não tendo nada em mente. -... Não faço a menor ideia... - disse subindo aquelas escadas e deixando lá Castiel.

"Pude ver seu olhar me percorrer uma última vez, foi quando parei e olhei-o de longe, ele me encarava."

–... Talvez eu não deva ir com ninguém... Melhor eu nem ir...

– Vai deixar de se divertir por causa de um otário que ainda não superou o seu fora, por favor Mel, sejamos racionais... - ele disse.

– Você não ficou muito bem quando eu terminei com você! - disse e ele me fitou.

–... Certo... Mas agora estou melhor... Tanto que pude ficar sozinho sem um super visor...

– E Jessy não conta?

–... O que quer de mim? - perguntou. -... Quer saber, me desculpe, se faz tanta questão de ir com ele... Tudo bem... Vá!

– Eu não quero ir com ele! - disse já alterada e depois suspirei meio cansada.

– Será que podemos jantar... Vamos lá jantar vai... A sós claro... - ele sorriu e eu neguei minha cabeça, seu sorriso caiu.

– Eu vou dormir! - disse e ele suspirou.

– Posso ir te ver depois? – perguntou.

–... Melhor não... Eu estou cansada... – ele virou a cara meio irritado.

–... Está tudo bem?

– Sim...

– Certeza? – ele me encarou sério.

– Eu já disse que sim! - disse irritada saindo dali e indo para um quarto.

P.o.v Armin

–... Você é mesmo uma intrometida...

– Eu? Você me chama até aqui e liga para a Mel? Achei que tínhamos algo a fazer... - disse ela e meu irmão entrou no meu quarto.

–... O que ela está fazendo aqui? - perguntou.

–... Armin eu acho que não poderemos jogar afinal... E- Eu vou embora... - disse ela e eu a segurei.

– Mas já?

–... Meu namorado está me esperando, desculpe Armin... Ah... Tome é um novo PSP! - disse ela e eu peguei o presente.

– Valeu... Mas você não me disse que tinha namorado!

– Deveria?

–... Não, claro que não! - disse.

– Até mais Armin! - disse ela.

–... Quer que eu te guie até à porta?

– Não, eu sei o caminho... Eu não vou te atrapalhar mais...

–... Oh... Okay...

"Ela saiu e eu fechei a porta com tudo do meu quarto, depois virei-me irritado e lá estava Alexy, droga..."

–... O que foi isso? - perguntou ele e eu suspirei.

– Isso o que? Não enche...

– Você ficou puto só de ouvir a palavra namorado vindo da boca dela, você está com ciúmes? - ele riu perguntando e eu fiquei sério.

– Que? Tá maluco? Nada haver... - disse e ele me encarou. -... Eu só estava surpreso, só isso!

– Que? Tá maluco? Nada haver... - disse e ele me encarou. -... Eu só estava surpreso, só isso!

–... Será mesmo? – perguntou ele e eu então reparei que via ela pela janela, saindo da minha casa, um carro estava estacionado e provavelmente era de seu namorado.

–... Eu já disse que não tem nada haver... – disse batendo a janela e ela se fechou.

– Tá... Tudo bem...

– O que você quer afinal? – perguntei desinteressado, enquanto me sentava em minha cama e segurava o PSP.

– Eu vou comprar meu smoking... Queria saber se você tá afim de ir comigo? – perguntou e eu ri.

– Para que...?

– Ora, para o baile de formatura... A “Vio” está super empolgada e acho que eu também... Você não vai?

–... Eu até que gostaria, mas eu não tenho par! – suspirei.

– Por que não convida a Bia... Soube que ela não tem par também...

– O que? Ficou maluco... Ela tem namorado...

– Cara todo mundo sabe que ele não presta, não sei por que ela está com ele...

– Não importa, estão juntos e provavelmente os dois vão juntos...

– Se você não perguntar nunca vai saber... Desiste da Mel, ela ama o Castiel, entende isso de uma vez! – disse ele e eu me levantei irritado.

– Cala a boca Alexy, acha que eu não sei disso?! – perguntei. – Eu estou cansado de você me dizer isso, estou cansado de todos me dizerem isso! – disse e sai do meu quarto.

– Aonde pensa que vai há essa hora? – perguntou ele me seguindo.

– Ver se encontro ainda hoje a Bianca...

– Não se atreva a... Você disse Bianca...? – ele perguntou me parando e eu bufei.

– Sim, satisfeito? Eu vou ver se ela quer ir comigo...

–... Mas...

– Me deixa, agora! Eu vou resolver isso e não preciso que você me diga o que fazer... – disse e sai em direção a ela que ainda estava em frente a minha casa.

– Qual é o seu problema, nós estávamos fazendo isso para a escola, não aconteceu nada demais... – disse ela.

– E como posso ter certeza? – perguntou ele.

– Eu não sou como você... – disse ela irritada e eu apenas observei, os dois não perceberam minha presença.

“Ele então deu um tapa em seu rosto e ela virou o rosto e me encarou, seus olhos lacrimejavam, na mesma hora soquei o idiota e ele tombou no chão.”

– Você está bem? – perguntei e ela me olhou distante, ela passou a mão no rosto e depois olhou para ele que estava no chão, acho que havia batido muito forte. Ela entrou no carro rapidamente e ligou à chave, pronta para já acelerar.

– Ei, espera! – disse apoiando na janela do carro, era uma grande Ferrari e eu sabia que não era dela, e sabia também que ela queria sair dali o mais rápido possível. – Bianca, espera!

–... O que você quer? – perguntou ela séria.- Eu acho que só atrapalho sua vida então é melhor eu ir...

– Eu nunca disse isso... – disse e ela me olhou.

– Não foi o que pareceu... – disse ela e ia pisar no acelerador.

–... Qual é o seu problema?

– Não sei, pergunta para a Mel, aliás, porque não chama ela para a sua casa da próxima vez, assim você não precisara se preocupar comigo... – disse ela e eu segurei o volante, com uma mão e ela me encarou.

–... Eu adoraria, mas não foi ela que ficou encarregada disso... – disse sério e ela sorriu amargamente.

– Você é um idiota mesmo... – disse ela bufando. – Você não vai esquecê-la nunca...

– E se eu não quiser esquecê-la...? – perguntei. – Eu pelo menos gosto dela, e não estou com alguém por interesse... – ela me deu um tapa e eu me afastei.

– Você não sabe nada sobre mim, se você acha que é por interesse está enganado, muito embora eu não te deva satisfações eu quero que entenda uma coisa, se eu não gostasse dele eu não estaria com ele... Eu não sou como a Mel, eu nunca ficaria com alguém por pena...

“Ela disse e acelerou, logo a perdi de vista, ela estava certa a Mel só havia ficado comigo porque ela tinha pena, e ainda por mais que negue no fundo ela me usou... Quem era eu para julgar Bianca!”

P.O.V. Castiel

“Após Mel sair de lá bufei, me jogando no sofá, Jessy chegou e sentou ao meu lado, á encarei e ela sorriu.”

–... O que você quer?

– Muita ousadia sua chamar essa garota para cá! – disse ela e eu ri amargamente.

– Ousadia é você abrir sua boca para falar dela, que por sinal nunca te fez nada!

– Claro que fez, ela tirou você de mim, e isso eu nunca vou aceitar!

– Eu nunca fui seu! – disse e logo á fitei, meu rosto involuntariamente virou-se para ela.

– Ainda vai ser... – ela disse e se aproximou de mim, eu a afastei bruscamente, me levantando.

– Não, não se depender de mim! – disse e ela me olhou irritada,

– Você irá me pagar, sabe que o que está cometendo é um erro, tudo poderia ser melhor se você ficasse comigo...

– Isso não vai ser possível... – disse e ela se aproximou de mim, passando a mão sobre meu corpo. – Pare com seus joguinhos... – a afastei.

– Vocês vivem brigando... Não faz sentido continuar com isso...

– Nossas brigas nos unem de uma forma ou de outra, você não tem que se meter... – disse irritado.

– Tanto faz, eu achei que você poderia mudar de ideia... – disse ela. – Mas já vi que não, eu poderei superar isso, só espero que você supere... – ela disse.

–... Idiota... Do que está falando?! – disse e ela me deu as costas.

“Subi as escadas e fui até o quarto onde Mel ficaria, entrei cuidadosamente e ela estava lá na cama.”

–... Desculpe-me, Mel... – disse. – Eu sei que vivo dizendo isso, mas... Esse cara me tira do sério, você não sabe como eu te amo, e mesmo que não acredite eu posso te dar mais que ele... – disse suspirando, ela continuou imóvel.

“Aproximei-me um pouco e a vi dormindo, hesitei por um instante, ficando imóvel, contemplando-a apenas de camisola, com um lençol levemente a cobrindo.”

“De repente como se meu olhar a atingisse, ela torceu-se sobre o quadril da esquerda, repuxando com suas coxas o lençol, que a pouco á cobria, para frente.”

“Seu corpo continuava magnifico, suas curvas me enlouqueciam, ela havia mudado tanto em tão pouco tempo, não fisicamente, mas mentalmente. Sim, ela tinha amadurecido e se tornado menos amargurada com si mesma.” – me aproximei mais um pouco.

–... Você disse que tinha medo... E eu entendo, eu também tenho... Não é fácil, mas eu vou estar aqui quando você precisar... Nunca mais irei deixar alguém nos separar... Ao menos que você se canse de mim!

“Cheguei até o pé da cama, onde ela estava, sentei na cama do lado oposto ao dela e passei a olha-la, bufei.”

–... – ela se mexeu virando a cara para mim, seu rosto angelical estava ali, podia apostar que estava acordada mesmo com aqueles olhos fechados.

“Sorri e literalmente engatinhei até ela, me aproximei pronto para beija-la, mas num pequeno sobressalto ela se desviou, me fazendo dar de encontro com o travesseiro, seus risos ecoavam agora no quarto.”

“Virei-me, encarando o teto e em seguida virando meu rosto para olha-la, ela agora sorria como uma boneca, mas tinha um olhar provocador que me fazia ficar totalmente anestesiado.”

–... Estava acordada o tempo todo, não? – disse fazendo uma careta, enquanto me sentava na cama, ela riu mais uma vez.

–... Sim, foi tão fácil te convencer...

– Você me fez de idiota... – disse e ela se aproximou de mim.

– Ei... – disse ela e eu á encarei. – Eu só te ajudei!

“Ia discutir com ela, mas seus lábios vieram de encontro com o meu e eu me calei, ela sorriu afastando-os.”

–... Eu nunca vou me cansar de você! – disse ela e eu á olhei com uma cara de travesso. – Adoro quando você diz que está errado... Mesmo quando não está...

– Você me faz dizer coisas que nem eu esperava ouvir... – disse e ela sorriu, logo rindo que nem uma doida. – O que foi?

–... Precisava ver seu encontro de cara no travesseiro, foi épico! – disse ela rindo e eu cuidadosamente fiquei sobre ela.

– Você adora me provocar, não? – perguntei e ela negou com a cabeça, eu sorri de lado.

– Você está vendo coisas...

– Eu só vejo você aqui, que por sinal é a coisa mais maravilhosa que eu já vi... – disse e ela arqueou uma sobrancelha.

–... Você não é o primeiro que diz isso! – disse ela para me provocar e eu inclinei-me um pouco a levando comigo.

–... Agora que eu lembrei, eu sou sim... – disse rindo e ela me olhou com uma cara de cachorro sem dono, ri.

– Você é um pervertido...

– É, sou eu... – disse sarcástico e ela sorriu me analisando.

“Seus olhos começaram a percorrer os meus, e percebi que a todo o momento eles desciam involuntariamente para meus lábios, ela aproximou-se de mim e eu sorri.”

“Ela jogou seus braços envolta de meu pescoço e eu reagi de imediato a beijando, antes mesmo dela dar algum tipo de sinal para eu avançar.”

“Desci meus beijos para seu pescoço e ela sorriu se contraindo, continuei á beijando, podíamos ouvir o barulho da chuva agora.”

– Cast-... – ela disse e parou me afastei dela.

– É melhor eu ir, você deve estar cansada... – sorri.

“Ela se sentou e eu abaixei suas mãos que envolviam meu pescoço, terminando de me afastar, tentei sair de lá, mas a mesma me impediu me segurando e fazendo-me sentar, ela me olhou meio contrariada.”

– Desculpe... Eu não estou facilitando nada... – disse ela e eu ri, a fazendo me olhar indiferente.

– Por que acha que tudo precisa ser tão complicado, eu estou bem... Sério... – disse e ela me olhou séria.

– Posso te pedir uma coisa se está tudo bem...? – ela perguntou e eu assenti. – Será que pode ficar comigo até eu dormir, eu estou meio perturbada, não sei, sinto que algo muito ruim vai acontecer... Estou com medo...

– É claro, claro que eu fico... Se você faz questão que eu fique não ficaria mais feliz... – disse e ela sorriu me beijando.

– Obrigada! – disse ela.

“Começamos a conversar, até que aos poucos a danada caiu no sono e eu me levantei com cautela para não acorda-la. Uma trovoada vinda do céu ecoou janela a fora e então as luzes se apagaram.”

– Castiel! – disse Mel acordando assustada.

– Calma Mel, foi só um trovão, deve ter acabado a energia, fica aqui que eu já volto, vou buscar umas velas.

– Tudo bem, mas, por favor, não demora... – disse ela e eu assenti saindo do quarto.

P.O.V. Melissa

“Esperei um tempo e nada do Castiel voltar, eu então levantei da cama e sai do quarto, segui o corredor escuro, fui pondo a mão na parede até chegar no quarto de Castiel, entrei e ele não estava lá, procurei por uma vela, mas nada.”

“Sai de lá e sabia que em frente á seu quarto tinha a escada que dava para a sala, fui até ela e segurei no corrimão e desci um degrau usando um pé como apoio, repeti novamente o mesmo ato.”

“Senti algo frio como um vulto passar atrás de mim, olhei para os lados, mas era impossível distinguir alguma coisa, estava totalmente escuro, olhei para a frente novamente.”

– Castiel... Você está ai embaixo? – perguntei e estava pronta para descer mais um degrau, mas senti algo me jogar com tudo para frente.

P.O.V. Castiel

“Fui atrás das velas que deveriam estar na cozinha, tentei procura-las, mas não as encontrava, depois de um tempo finalmente encontrei uma lanterna. Após encontra-las um barulho muito alto vindo da sala tirou minha atenção.”

“Liguei as luzes da lanterna e fui até lá, apontei a lanterna pela sala e foi então que vi que era á Mel. Larguei a lanterna e fui até ela para ajuda-la, a força na mesma hora voltou.”

– Mel... Mel... Responde... – disse a ajudando a se virar, seus braços estavam ralados e com algumas lesões, olhei suas pernas e elas também estavam raladas.

– Castiel... – disse ela me olhando aflita, eu olhei para os lados pensando no que fazer, ela segurou no meu peito.

– Espera Mel, eu vou chamar uma ambulância...

– Seja rápido Castiel! – disse ela chorando e eu a encarei assustado.

– O que houve? Você não está bem?

–... O que menos me preocupa é comigo... – ela disse e eu lembrei então que ela estava grávida.

“Olhei para ela e percebi então porque ela estava tão preocupada, sua camisola estava coberta de sangue, e suas mãos também, á olhei também preocupado e então peguei imediatamente meu celular.”

“Minha cabeça girava, será que... Eu não queria nem pensar na possibilidade...”