Stefan estava deitado de costas, jogando sua bola de borracha amarela contra o teto. Ela retornaava para suas mãos, isso sempre o mantinha entretido nos momentos de tédio.

Rebekah e Nik foram para Atlanta participar de um churrasco da família do 12983618389234724298º marido de sua mãe. Ele poderia imaginar o rosto de Rebeca quando eles colocarem um prato cheio de carne gordurosa em frente a ela. Carne e gordura eram os dois maiores inimigos de Rebekah, quando se trata de comida. Então provavelmente ela ficaria só na salada, a menos que fosse muito picante. Ela não gostava de coisas apimentadas. Na questão de comida, Rebeca era exigente, ao contrário de Stefan, que poderia comer tudo. Carne, legumes, doces, bolos, biscoitos .. mmm, doce de leite. Deliciosos doces de leite, que provavelmente eram feitos por anjos.

Ai! A bola caiu em seu rosto. Concentre-se, Stefan.

De qualquer forma, Nik provavelmente estava entediado também. A não ser que houvesse algumas mulheres bonitas para ele entreter, ele nem sequer precisava tentar. Quando Nik estava vivendo com seu pai em Londres, ele só estudou em escola para garotos, então quando ele se mudou para Mystic Falls e começou a frequentar a escola mista era como Alice no país das maravilhas, descobrindo uma forma completamente nova, territorio inexplorado. Ele nunca teve uma namorada também, já que seu pai era um homem muito rigoroso, por isso a agenda de Nik estava cheia com atividades extra curriculares. As garotas praticamente começaram a se atirar em seus pés, e ele ficou assustado. Então Rebekah pediu a Stefan para ajudá-lo antes que seu irmão fizesse algo estúpido.

Stefan levantou-se da cama e esfregou o nariz. Ouviu passos e sussurros na frente de seu quarto.

"Você vai vir comigo para o escritório hoje, e eu vou lhe mostrar algumas coisas" - ele ouviu seu pai dizendo. Ele olhou através da porta entreaberta de seu quarto e viu seu irmão em pé na frente de um espelho, e repara sua gravata, enquanto seu pai estava escovando a parte de trás de sua jaqueta com uma pequena escova de madeira "Você tem muito o que aprender" - O pai deu um olhar de para Damon e Stefan podia ver o rosto de Damon ficando sério no espelho. Ele até engoliu um pouco. "Afinal de contas, você é um Salvatore" - O Pai mostrou um sorriso em seu rosto frio e bateu nas costas de Damon, seu Pai raramente sorria, e quando o sorria, Stefan jurava que conseguia ouvir sua pele rachar...

Damon estava tão estranho de terno, já que ele estava sempre vestina calça jeans e uma jaqueta de couro com uma camisa preta ou azul simples sob ela. Ele parecia uma versão mais nova de seu pai, e isso era algo que Damon jurou que nunca seria. Damon nunca se deu bem com seu pai, até que ele disse que espera que Damon assumisse os negócios da família, quando ele morrer. Essa foi provavelmente a primeira vez em sua vida que Damon teve algum reconhecimento ou aprovação de seu pai.

Stefan fechou a porta, silenciosamente, suspirou e caiu de costas na cama. Ele tentou ligar para Katherine, mas ela o ignorou, novamente. Ela estava fazendo compras com Melanie. Ou Melody. Ou Melissa. Ou alguma de suas outras lacaias que começam com a letra M. Ele não via Katherine a dias, e ele não conseguia se lembrar da última vez que os dois conversaram. Toda vez que ele tentava falar com ela, nem um minuto se passava antes que ela começasse a tirar a roupa, ou fossem para esse assunto. Sexo. Isso é tudo que eles fizeram recentemente. Não que ele esteja reclamando. Katherine é ótima na cama. Ela faz qualquer coisa. Literalmente qualquer coisa. Mas muitas vezes ele sentia falta de suas conversas, as que tinham no início de seu relacionamento. Ele sentia falta da garota por quem ele se apaixonou.

Ele rolou e sentiu algo farfalhando no bolso. Ele franziu a testa e estendeu a mão no bolso com os dedos, tirando dois pedaços de papel. Ele abriu e viu um número de telefone e o nome de Elena no outro.

Merda! Que dia é hoje? Ele pegou o celular que estava em cima da mesa perto da cama. Quinta-feira.

"Merda" - Ele deveria chamar Elena hoje, já que ela deveria começar a ajudá-lo em Matemática. Ele nem sequer disse a seus pais que está com nota baixa em Matemática. Ele só disse a Rebekah e Nik, e Rebekah disse que Elena é a melhor quando se trata de tutoriar.

Elena era muito bonita. Ela parecia tão inocente especialmente naquele vestido preto que ela estava usando no outro dia. Ela era, provavelmente, virgem. Stefan se perguntou como seria fazer sexo com uma virgem. Inexperiente, tanta energia, ela provavelmente iria gritar o dobro do normal como .. concentre-se, Stefan. De qualquer forma, ela era .. bem, ela não se parecia com Katherine. Ele queria tocar no cabelo dela. Seu cabelo provavelmente cheirava shampoo de morango. Katherine tem tantos produtos em seu cabelo que às vezes ele nem sabia que cheiro tinha. E em seu rosto havia pouca maquiagem, ela não passava massa corrida com sombra e rímel e tudo o que as meninas usavam para ficar "mais bonitas". Mas não era mesmo sobre sua aparência, era sobre como ela se comportou perto dele. Ele não lembrava de ter visto Elena, o que significa que, provavelmente, eles não tinham nenhuma aula juntos. Ela era fria com ele. Ela não parecia querer ele, mesmo que não sabendo nada sobre ele. Ela não babava ou gaguejava, embora fosse um pouco desajeitada com a coisa do Um Amor Para Recordar, mas ele gostava disso. Rebekah o fez assistir esse filme, e ele secretamente gostava dele, embora ele nunca tenha admitido isso para ela. Até hoje ele continua o chamando de outro romance adolescente ridículo, embora uma lágrima tenha caído de seus olhos quando Jamie morreu. Ele teve sorte que Rebekah estava com os olhos transbordando suas próprias lágrimas para notar uma rolando pelo rosto dele. Enfim, Elena parecia diferente. Parecia natural e normal, e ela ... o tratou como se ele fosse qualquer outro estudante, não um Salvatore, mesmo que não soubesse o que isso queria dizer, mas seu pai gostava de repetir isso, especialmente para Damon quando era mais jovem "Você é um Salvatore, aja como um" - ouvia seu pai gritando com Damon cada vez que ele fizesse algo que seu pai não aprovaria, que acontecia muitas vezes. Se eles estivessem vivendo em uma cidade maior, ele seria um dos muitos caras com um Porsche vermelho e um casaco Letterman. Mas na pequena cidade de Mystic Falls, todos sabiam quem Stefan Salvatore era e todo mundo queria ser seu amigo. Não por causa de quem ele era, mas por causa do que o seu nome significava. E ele não sabia o que seu nome significa. Mas Elena não se importava que ele é Stefan Salvatore, e isso era bom.

Ele ergueu o telefone, olhou para o papel e ligou para ela.

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"Hey Jer" - Elena gritou enquanto seu irmão passou na frente de seu quarto - "Qual?" - Ela levantou dois esmaltes quando ele colocou a cabeça pra dentro de seu quarto.

Ele franziu a testa e entrou em seu quarto. Andou até a cama, onde ela estava deitada de bruços, e pegou os dois esmaltes em suas mãos.

Ele levantou o olhar deles e olhou para ela, franzindo as sobrancelhas. "Eles são iguais" - ele riu, colocando-os na cama.

Elena pegou os dois dele e franziu a testa. "Não, eles não são."

"O que você quer dizer? Olha, ambos estão em frascos idênticos, e ambos são cor de rosa "- ele riu novamente.

Homens.

Elena balançou a cabeça. "Não, este é um rosa" - ela levantou um dos esmaltes no ar - "E este é um rosa com um brilho roxo" - ela levantou o outro.

Jeremy franziu as sobrancelhas novamente, olhando para ela como se ela fosse louca, ficando cada vez mais irritado com ela.
"Elena, por que você me perguntaa essas coisas? Você tem Jenna para isso "- ele suspirou e virou-se para sair do quarto.

Acho que ele não gostou de nenhum deles. Ela encolheu os ombros e abriu o frasco do rosa com brilho roxo e começou a passar em seu polegar. De repente seu telefone começou a tocar.

Ela revirou os olhos e pegou o telefone, que estava do outro lado da cama, com a mão livre.

"Alô?" - Ela colocou o telefone no ombro dela e apertou-a contra seu ouvido.

"Oi, Elena .. é o Stefan "- ela ouviu uma voz do outro lado. Ela poderia ter imaginado ele, deitaado em uma cama king size coçando a nuca, onde o cabelo termina.

Oh, ele se lembrou de ligar. Ela ficou surpresa que ele soubesse que dia da semana é.

"Você me disse para ligar na quinta-feira. E hoje é quinta-feira "- acrescentou ele sem jeito.

"Você está livre hoje?" - Ela indo direito ao ponto.

"Sim" - Hoje era realmente perfeito, ja que ele não tinha nada melhor para fazer.

Sentou-se na cama. Sua voz soava bonito no telefone. Massculina, mas bonito.

"Centro dos tutores em cerca de duas horas?" - Ela sugeriu ao tentar passar o esmalte em seu segundo dedo.

"Centro dos Tutores? Mas lá tem .. "

"Ners? Geeks? Pessoas sem vida? "- Ela tinha cortado no meio de sua sentença.

Podia ouvi-lo suspirar por telefone. "Pessoas que eu não conheço, foi o que eu quis dizer" - ele continuou.

Merda, ela tinha esmalte em todo o seu dedo. Algumas mulheres não podem fazer mais de uma tarefa.

Ela sentiu se rosto corar. Ela e sua língua grande. Sempre tinha que dizer tudo o que estava em sua mente.

"Oh, vamos lá Stefan, eu tenho certeza que você vai encontrar todos os seus amigos lá, eles todos tem problemas com notas também" - ela respondeu com a mesma voz fria do outro dia.

Ela ouviu uma risada do outro lado. Bom, ele não se sentiu ofendido. Mesmo que ele estivesse, quem se importa. Ela com certeza não.

"O que você diria sobre o Grill?" - Stefan perguntou.

"O Grill?" - Ela perguntou chocada, era um lugar muito público, sem paz ou calma...

"A menos que você ficará envergonhada de ser vista comigo?" - Ele puxou um sorriso em seu rosto, que ela não podia ver, mas que ela podia imaginar.

"Eu ficarei" - ela respondeu, sem emoção na voz - "Mas eu vou superar minha vergonha pra te ajudar em matemática" - acrescentou. Ela se pegou rindo como um idiota. Ela queria se dar um tapa. Controle seus hormonios, Elena.

"Ótimo" - ele riu "Vejo você no Grill em duas horas" - Seu sorriso começoua a diminuir - "E oh, Elena"

"Sim?" - Disse ela interessada em o que mais ele poderia acrescentar.

"Use algo bonito."

E ele desligou. Ela manteve o telefone pressionado em seu ouvido, com a boca aberta em choque. Ela queria ligá-lo de volta e chingá-lo. Quem ele pensa que é? Eles não são amigos. Eles não são nada. Eles são estranhos. Ela não tem que se vestir bonita para ele como as outras garotas da escola.

Mas ela controlou-se. Ela não se importa com o que ele tinha a dizer sobre ela, para ela, ou o que ele pensa sobre ela de qualquer maneira. Para ele, as pessoas são bonecos. Bonecos que ele gosta de brincar. Bem, ela não vai participar da brincadeira. Ela jogou o telefone do outro lado da cama, e deitou no mesmo lugar onde estava antes e voltou a pintar as unhas.

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Duas horas mais tarde, Elena entrou no Grill, com um vestido branco, um Converse branco também e uma jaqueta jeans. Tinha livros debaixo do braço direito, e ela estava mordendo a perna de seu Ray Bans branco que estavam em sua mão esquerda. Seu longo cabelo castanho estava caindo sobre suas costas e ombros, e ela estava sem maquiagem, exceto pelo delineador quase invisível.

Ela não se vestiu para ele, ou porque ele pediu a ela. Mas o vestido era novo. Ok, não era novo. Ela comprou Deus sabe quando, mas ela só o encontrou hoje na parte de trás do seu guarda-roupa ainda com a etiqueta. Portanto, teoricamente, era novo.

Stefan a notou no momento em que ela pisou no Grill. E ela estava .. deslumbrante. Ele se sentia culpado, percebendo o quão linda ela estava. Claro, ele notava as outras meninas, e achava que elas tinham boa aparência, mas a palavra "linda" tinha sido reservada apenas para sua namorada. Porque quando alguém é linda, isso inclui, além de sua aparência, como é sua personalidades, como é seu cheiro, seu cabelo sedoso, sua pele. Como ela murmura enquanto dorme ou fala rápido quando fica animada. Você sabe, todas as pequenas coisas que as outras pessoas não sabem. Essas eram as coisas que faziam uma pessoa linda. Coisas pessoais. Por isso, ele não entendia por que a primeira palavra que veio em sua mente quando ele viu Elena ali era "linda". E ele não conseguia se lembrar da última vez que ele pensou que Katherine era linda, que o fez se sentir ainda mais culpado.

Ela tinha ficado na ponta dos pés para dar uma olhada melhor em todo o lugar. Do seu ponto de vista, ela era tão pequena. Quando ela finalmente o viu, sentado à mesa no canto, ele acenou para ela. Ela sorriu e acenou de volta, cuidadosamente indo encontrá-lo.

Ela andava tão graciosamente. Como se fosse mais leve que o vento. E era bom ver alguém que não estava vestida provocantemente.

Quando ela se aproximou da mesa, ele se levantou da cadeira e puxou uma cadeira para ela. Ele não estava tentando ser charmoso, ele estava simplesmente fazendo o que sua mãe lhe ensinou a fazer quando se encontra na presença de uma dama. Mas Elena nunca se considerou uma dama, nem era tratada como uma, de modo que ela estava tentando encontrar uma mensagem oculta por trás de seu gesto.

"Hey" - ela disse com um sorriso no rosto, antes de se sentar na cadeira ele puxou para ela, e colocando a pilha de livros de matemática sobre a mesa.

"Hey. Você está linda "- disse ele, sentado em uma cadeira em frente a ela. Eles estavam sentados em uma pequena mesa, fazendo assim que ficassem proximos um do outro..

Ela engoliu seco, tentando afastar suas palavras.

Ela tirou a jaqueta jeans, revelando os ombros nus. Ela estava usando um vestido sem alças, ele podia ver as marcas de onde as alças do sutiã deveriam estar. Ela tinha ombros pequenos, e ele começou a pensar sobre o gosto bom que sua pele teria, e como ele gostaria de plantar beijos sobre aqueles ombros e tirar o vestido de seu corpo, e como ela provavelmente cheirava a morangos e leite, ou talvez como doces de leite. Talvez melhor que doces de leite. Katherine nunca cheirava doce de leite, ela não comia doces de leite. Ele podia sentir seu perfume. O que era aquilo sobre ela que o fazia sentir desse jeito? Ele nem sequer a conhecia. Mas por que ele tinha uma sensação de que conhecia? Por que ela ficou na sua cabeça toda a segunda-feira, e por que ele pensa sobre ela, enquanto Katherine estava beijando seu pescoço e seu peito? E ele nem sequer imaginá-la na posição de Katherine, não, ele pensou em seus olhos castanhos e os lábios carnudos, e se perguntava por que ele percebia todas essas coisas em uma estranha? Ele estava se sentindo culpado, porque ele tinha a sensação de que estava traindo Katherine emocionalmente com alguém que ele nem conhece. E por que ele tem uma necessidade de falar com ela no corredor, mas ela passava por ele como se ele não existisse?

Concentre-se, Stefan.

Elena o pegou olhando na direção de seus ombros nus, mas não o interrompeu. Não porque ela gostava dele olhando, mas porque ele não olhava para ela com luxúria, mas .. admiração. E ela gostava do olhar por trás daqueles olhos.

"Quer alguma coisa para beber?" - Ele finalmente ergueu o olhar de seus ombros.

"Claro" - ela sorriu levemente.

Stefan levantou a mão no ar para chamar o garçom. Quando ele viu alguém se movendo na direção de sua mesa abaixou a mão. Ele olhou para a pilha de livros de matemática na mesa e franziu a testa. Math. Elena viu sua carranca e sorriu.

"E.. Elena "- ouviram uma voz suave, do sexo masculino acima deles, chamando seu nome.

Elena levantou a cabeça e viu Matt parado na frente de sua mesa com um olhar confuso em seu rosto. Oh merda. Ela esqueceu completamente que ele começou a trabalhar no Grill.

"Matt" - Elena disse, os músculos de seu rosto enrijeceram. Stefan notou, por isso decidiu se intrometer antes que a situação ficasse mais estranha.

"Hey Matt" - Stefan disse, esticando a mão para Matt.

Ambos estavam no time de futebol, mas eles não se conheciam muito bem. Matt não saía com os caras da equipe, exceto Tyler. Mas Matt era um daqueles caras que todo mundo gostava, porque ele nunca brigava com ninguém e ele sempre passava a bola.

"Hey" - Matt estendeu a mão para apertar a de Stefan. Seu olhar voltou para Elena instantaneamente, só para encontrar sua cabeça baixada. "O que posso fazer por vocês?"

"Duas cocas?" - Stefan pediu, tentando pegar o olhar de Elena.

Ela sentiu ele olhando para ela, então ela levantou a cabeça um pouco, sorriu para ele e balançou a cabeça. Matt viu, então acenou de volta para Stefan e começou a caminhar até o bar.

Elena lançou um suspiro alto e cobriu o rosto com as mãos. Stefan era a última pessoa com quem ela queria que Matt a visse. Não porque Matt odiava Stefan, Matt não odiava ninguém, mas porque Stefan era Stefan. E Matt muitas vezes a contou os rumores sobre ele e as outras líderes, e o que eles faziam enquanto Katherine não estava olhando, ela não queria que Matt pensasse que ela é uma daquelas meninas. Especialmente depois que ela lhe disse que não está procurando relacionameto porque quer se concentrar em seus estudos.

"Namorado?" - Stefan tentou quebrar um silêncio desconfortável.

Elena riu e balançou a cabeça, empurrando seu cabelo para trás. Agora seu cabelo castanho estava caindo perfeitamente sobre os ombros bronzeados, e a única coisa em que ele conseguia pensar era como seria a sensação de mover lentamente o cabelo dos ombros e beijar sua pele...

"Melhor amigo" - ela interrompeu sua onda de pensamentos.

"Parece algo mais para mim" - Stefan tomou um livro da pilha e abriu-o, tentando parecer que não se importava, mas ele se importava.

"Ele..." - Elena continuou, puxando os dedos pelo cabelo - "Ele tem sentimentos por mim" - ela abaixou a cabeça como se isso fosse culpa dela.

"Mas você não sente o mesmo por ele?" - Perguntou Stefan, mantendo o tom de voz desinteressado.

"Não" - Elena balançou a cabeça. "Ele é meu melhor amigo" - Ela deu de ombros, como se isso fosse a única desculpa que tinha. Como se fosse a única desculpa que precisava.

E era. Se Rebekah viesse a ele um dia e contasse que tem mais do que sentimentos de amizade por ele, ele não saberia como reagir. Ela é como sua irmã.

Stefan balançou a cabeça em compreensão.

"Aqui está" - eles ouviram a mesma voz suave, do sexo masculino, como antes, e encontraram duas garrafas de coca-cola junto com dois copos cheios de gelo sobre a mesa. Eles levantaram a cabeça e viram Matt de pé ao lado da mesa, sorrindo. Para eles.

"Obrigado" - Stefan disse, pegou sua carteira e entregando o dinheiro pra ele, seus lábios curvados em um sorriso e ele saiu.

Elena suspirou de novo, dessa vez mais calmamente.

"Devemos começar" - Elena disse enquanto pegava um livro da pilha e abria.

E eles estudaram. Estudaram por uma hora sem parar. E Stefan não era tão estúpido quanto ela pensava. Não, ele era realmente muito, muito inteligente. Ele pegava o jeito muito rapidamente, ela não tinha idéia de como ele conseguiu tirar nota ruim em Math. Se ele estudasse antes dos exames, ele saberia o suficiente para obter um D, possivelmente C.

"E então isso vai .."

"Aqui" - disse ele, apontando para o caderno com a sua caneta.

"Sim" - disse ela animada. Ela disse que com mais emoção do que planejava "Bom trabalho" - Ela tossiu, tentando esconder sua animação anterior.

"Eu não sou tão idiota como você pensa, Elena. Eu sou apenas .. "- ele levantou a cabeça do caderno só para pegá-la olhando para ele, esperando o final da frase.

"Preguiçoso, matemática é chata"- Ele riu e coçou a nuca, inclinando-se para apoiar na cadeira.

Ela soltou uma gargalhada. "Oh, vamos lá, Matemática pode ser divertida."

Ele olhou para ela e franziu sua sobrancelha. "Você sabe que você soa como uma idiota, né?" - Ele puxou um leve sorriso em seu rosto, dando-lhe um sinal de que ele não estava falando sério.

Ela corou e abaixou a cabeça.

Stefan, você é tão estúpido! Ele se bateu mentalmente.

"Eu quero dizer" - continuou ele, tentando chamar sua atenção - "Não há uma história por trás de matemática" - disse ele sério.

Ela levantou a cabeça e olhou para ele confusa. "O que você quer dizer?" - Ela perguntou, tomando um gole da coca de seu copo.

"Alguém fez isso" - ele apontou para a pilha de livros de Elena perfeitamente ordenados por tamanho -. "Nós resolvemos estes problemas dessa maneira só porque alguém disse isso, se eles encontrassem alguma outra forma, estaríamos fazendo essa outra forma também. A Matemática praticamente não existente, é apenas um monte de regras que alguém escreveu, sem qualquer explicação. E quando você pergunta se não pode fazer de outro jeito, eles dizem que você não pode, sem qualquer explicação. Literatura ou História, por exemplo, elas fluem. Uma coisa acontece e, em seguida, a outra coisa acontece como repercussão da anterior, e isso só mostra que as pessoas não aprendem nada ao longo dos anos, porque elas permitem que a história se repita. Daqui a 20 anos, duvido que a raiz quadrada de nove vai me ajudar com meus problemas" - ele continuou brincando com a caneta como uma criança, jogando-a de um lado para outro, puxando-a entre os dedos.

Uau. Essa era a única palavra em que Elena poderia pensar. Uau. Ela não tinha idéia de que ele pensava sobre essas coisas. Ela não tinha idéia de que ele pensava. Talvez esta seja a única coisa. Talvez isto seja o único pensamento que ele tem em sua mente. Quero dizer, olhe para ele. Ele é um típico atleta, não há nenhuma maneira de que ele seja diferente dos outros.

Stefan levantou a cabeça para olhá-la só para pegá-la olhando para ele, sem palavras. Ela não tinha nada a dizer. Ela não sabia o que dizer.

Ele sorriu. "Vamos, eu vou te levar para casa" - ele ofereceu.

"Eu tenho que usar o banheiro primeiro" - ela levantou-se da cadeira com pressa e começou a caminhar em direção ao banheiro.

Pelo amor de Deus, o que foi que Elena? Como ele fazia você ficar tão confusa? E por que você continuou olhando nos olhos dele o tempo todo? Ele tem lindos olhos verdes, apesar de tudo.

Quando ela estava prestes a abrir a porta do banheiro, sentiu a mão de alguém puxando-a pelo pulso. A pessoa rolou-a e prendeu-a contra a parede, mantendo suas mãos na parede ao lado de sua cabeça. Ela fechou os olhos.

"Que diabos, Elena?" - Ouviu a voz de Matt. Ela podia sentir sua respiração em seu rosto. Ela abriu os olhos e franziu a testa para ele "O que você está fazendo aqui com ele?". - Perguntou ele com um tom áspero de voz.

Ela colocou as mãos em seu peito e empurrou-o, ainda franzindo a testa para ele. "Estou tutoriando ele, Matt" - ela sussurrou para ele.

"Em quê?"

"Matemática" - ela franziu as sobrancelhas e inclinou-se contra a parede.

Matt soltou uma gargalhada. "Você realmente acha que ele não quer mais nada de você?" - Ele olhou para ela sério, mas ela revirou os olhos para ele "Alguém como ele pode pagar por um tutor profissional" -. Ressaltou.

Ela olhou para ele, sem palavras. Será que isso vai se tornar uma coisa freqüente, ela não saber o que dizer? Porque ela não gostava. Sua língua era a única arma que tinha. Mas ela odiava o fato de ele estar certo. Se ele estava mal em matemática, poderia ter contratado um tutor profissional, não uma estudante da High School, que ele ofereceu para pagar o dobro por seus serviços.

"Mas eu acho que você não é tão inocente" - ele apontou o olhar para os ombros nus.

Ela pegou o seu olhar e franziu as sobrancelhas. Às vezes, ela ficava tão irritada com ele. Sentia-se mal por ele amá-la, porque ela nunca vai amá-lo dessa maneira, mas ela estava cansada de seu ciúme. Porque ele ficava com ciúmes de cada indivíduo que se aproximava dela, embora ele não tivesse nenhum direito.

"Vá se foder, Matt" - ela disse - "É a minha vida, eu posso fazer o que quiser com ela."

Os melhores amigos não deveriam se apaixonar por melhores amigos.

Matt abriu a boca um pouco, em estado de choque. Ele sabia que Elena podia ficar assim, mas ele não estava acostumado a ela ficar assim com ele. "Ótimo" - ele bateu palmas - "Mas não venha correndo para mim, quando ele te dispensar como se você não fosse nada" - ele virou as costas para ela e foi embora.

Ela queria chamá-lo e pedir desculpas. Ela nunca quis ser assim com ele. Mas ela não chamou, ela suspirou alto e se apoiou com mais força contra a parede, de costas, tentando descobrir por que a primeira pessoa que passou por sua mente quando ela foi presa contra a parede era Stefan. E por que ela não o empurrou.

E por que ela queria que fosse ele.

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