Cold Wind escrita por miojo


Capítulo 36
Mundo de dor - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, mas é estou com vista em casa, então fica dificil escrever :S
Boa leitura



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“Não é da sua conta.” Jane rosnou e saio batendo a porta.

 

Bebi o leite devagar, tomando cuidado para não maltratar meu estomago vazio. Assim que acabei de beber o leite, mordi um dos pães, ele chegou como pedra em meu estomago, mas eu me forcei ao desconforto de comer ele por inteiro. Guardei o outro pão para mais tarde, caso Jane não trouxesse mais alimentos.

 

Comecei a explorar o quarto,  minha cama estava intacta, lençóis vermelho vivo. entrei no pequeno banheiro, todo em azul céu. Não existia janelas, apenas um aquecedor que irradiava o leve calor pelos cômodos. Abri a cômoda, e encontrei alguns vestidos, todos em modelagem antiga, apertados no seios e largo no resto. Provavelmente para suportar a minha barriga.

 

Peguei um dos vestidos, cor de salmão. Tomei um banho longo, tentando não pensar na solidão. Assim que terminei me vestir, e fui rondar o quarto, procurando por possíveis saídas. Joguei meu corpo na cama, quando percebi que não havia outro modo de escapar, a não ser pela porta. E mesmo que eu conseguisse escapar, Jane me deteria tão facilmente.

 

Meu corpo caído sem animo sobre a cama, meus olhos vagando pelas idéias. Thomas tinha dito que Aro não sabia de mim, que eu ser feita prisioneira era um assusto dele. Não conseguia entender como isto estava acontecendo. Se Aro não estava por trás disso, porque Jane estava me vigiando?

 

Tudo parecia ainda mais complicado e complexo, e eu me perdia nos pensamentos. Para depois levar um choque com as lembranças do meu Jake, da minha família. A realidade jogava ainda mais adagas em meu peito, e eu me sentia ainda pior, um lixo.

 

 

Sete dias e sete noites se passaram... e as adagas perfuravam cada vez mais fundo em mim.

 

Jane me trazia refeições duas vezes ao dia, e não dizia uma palavra, so me olhava com ódio. A fome de minhas coisinhas era saciada, mas a minha sede estava apertando.

 

Minha barriga havia crescido alguns centímetros. E eu passava os dias acariciando o pequeno montinho, rezando para minha família me tirar daqui antes deles nascerem.

Estava sentada ao lado da cama, observando o encontro da parede com o teto. Quando ouvi os passos de Jane.

 

Ela entrou no quarto trazendo algumas frutas e uma garrafa de leite. Minha mãe ficaria feliz, com a alimentação saudável que eu estou tendo. Eu sorri sozinha imaginando minha mãe sorrindo.

 

Jane deixou a bandeja sobre a cama, e parou diante de mim.

 

“Não vai comer?” A voz irônica.

 

“Hoje não estou com fome.” Suspirei profundamente.

 

“Sede?” ela me perguntou dura.

 

“Sim.” Eu não erguia os olhos, com medo de encontrar os dela.

 

“Droga!” ele reclamou e saiu andando.

 

Olhei para o leite, mas não quis beber. Estava farta desses alimentos. Eu precisava de sangue, quente e fresco. Eu queria acreditar que a Jane não traria um humano ate mim, eu não seria capaz de beber o sangue dele, e assim continuaria sedenta.

 

 Eu fechei os olhos e acariciei minha barriga. Sorrindo com as sensações proporcionadas pela gravidez.

 

Minha mão subiu alcançando meus cordões, abri o que minha mãe havia me dado e sorri com a frase. Já o do Jake, eu me entristece, estava faltando a pedra, a pedra que me protegeria segundo ele.

 

Se passaram minutos e então novamente os passos leves de Jane, e o cheiro doce a acompanhando. Ela entrou e jogou no chão um veado, com o pescoço torcido. O sangue  ainda estava quente, ele tinha acabado de ser morto. Sem pensar me joguei sobre ele, sugando ate a ultima gota do sangue quente e cremoso. Quando terminei limpei a boca, completamente saciada.

 

Jane ainda estava lá , me olhando. Sua expressão era de nojo. Então pela primeira vez ela falou comigo, sem ser por obrigação.

 

“Thomas me paga, alem de ser baba ainda tenho que caçar animais.” Ela revirou os olhos.

 

“Obrigada.” Eu agradeci, os olhos dela se arregalaram.

 

“Você esta grata? Ele te mantém presa aqui, esperando você ter seus filhos. E você esta grata?” Ela ergueu uma das sobrancelhas.

 

“Não, eu estou sendo grata a você, que esta me tratando melhor do que eu imaginava.” eu disse baixo, com medo da reação dela.

 

“Eu não estou aqui porque quero! Ele me obrigou!” ela fechou os olhos, prendendo os dentes, e formando bolas com as mãos.

 

“Aro?” eu já sabia que não, mas era um modo de entender o que estava acontecendo.

 

“Aro? Não, ele não sabe de nada.” Ela sorriu, e se virou, pegando o corpo sem vida do animal no chão e saiu.

 

Mais uma semana, sem trocar palavras com a Jane, apenas olhares repletos de  incógnitas.

 

Não estava com sede ainda, minha garganta estava suportavelmente tranquila. Minha barriga já havia crescido mais, agora já apontava nos vestidos. E isso em deixava contente, e amedrontada ao mesmo tempo. O tempo deles estava se acabando. Eu suspirei pesadamente, esperando que a Jane entrasse com meu café.

 

ela não se demorou, e o cheiro de ovos me fez saltar da cama. OVOS. Meu sorriso estava enorme, e meu estomago tremia com a ansiedade por eles. Demorou alguns segundos para ela entrar no quarto. ela sorria, e estendeu a bandeja com os ovos para mim, se sentando na cama.

 

O espanto de ve-la se sentando ali, me fez parar de respirar. Os ovos em minhas mãos, o olhar vermelho sobre mim. eu tremi. Devagar eu me sentei na extremidade da cama. Comendo os ovos, ela me observou, e esperou eu terminar antes de falar.

 

“Quanto tempo?” Ela olhava para minha barriga.

 

“Um mês e meio.” Eu respondi, sem temer.

 

“Só?” ele ergueu uma das sobrancelhas.

 

“Eles crescem rápido.” Eu sorri.

 

“Qual o tamanho deles?” Ela estava realmente curiosa ou era tudo uma armação para consegui as informações? Eu teria que correr este risco, se quisesse que ela respondesse as minhas perguntas.

 

“Aproximadamente quatro meses e meio.” Eu falei baixo.

 

Jane fez uma careta, e bufou. Para depois me encarar de um jeito que ela nunca tinha feito antes, como se ela me observasse.

 

“Eu te invejo.” Ele disse seria, se levantando.

 

Era normal que uma vampira invejasse qualquer ser que pudesse ter filhos. Mas a jane? Ela ainda era tão nova. Assim como eu uma adolescente, não era de se esperar que ele desejasse ser mãe, eu pelo menos não desejava isso ate engravidar. Mas o olhar dela era sublime.

 

Eu acariciei a barriga, erguendo os olhos para encara-la. mas ai ela fez outra careta, rindo alto.

 

“Não! Não é de ter filhos! Eu não quero isso!” ela ria alto.  E eu me vi perdida, não tinha motivos para ela me invejar.

 

Jane era linda, talentosa, e fazia parte do Clã mais poderoso do universo dos vampiros, ela era respeitada. Não havia sentido para ela ter inveja de mim, eu sou apenas uma mestiça, que tem um coração batendo no peito. Minhas agilidades são inferiores as dela, meu talento é bobo perto do dela.

 

“O que eu tenho que você inveja?” eu realmente estava curiosa.

 

Jane se levantou e saiu brutamente. Sem me responder. Me deixando sozinha novamente.

 

Meu coração não se acostumava com a idéia de estar sem o Jake, não importava o que eu fazia, e quanto tempo se passava, ele ainda sangrava por não ter o Jake por perto. Eu chorava todas as manhas , todas as tardes, todas as noites... não tinha outro modo de esperar.

 

Mais dois dias se passaram , e então Jane invadiu meu quarto com fúria. Gritando e rosnando. Eu me encolhi, com medo que ela fizesse alguma coisa as minhas coisinhas. Mas ela não fez nada, ela começou a andar de um lado para o outro. Estava nervosa.

 

“Quem ele acha que e? Eu ainda vou fazer ele gritar de dor!” ela cuspia as palavras, como se fossem armas.

 

“Thomas?” Eu perguntei, ainda encolhida no canto.

 

“Além dele me obrigar a ser sua baba, ele ainda esta me usado! Desgraçado!” ela socava o ar.

 

“Ele esta te obrigando?” Eu comecei a me ajeitar, a barriga já estava grande o suficiente pata incomodar.

 

“Ele esta usando o que eu tenho de mais precioso contra mim!” Ele reclamava, “ Ele esta usando o Alec!” Ele gritou.

 

Thomas a estava mantendo sobre controle, a obrigando a me vigiar. Jane, se curvando diante de alguém, parecia mesmo inacreditável. Mas nem o poder dela era suficiente contra Thomas, ninguém poderia fazer nada. Ele dominaria o mundo.

 

“Com o plano dele?” eu perguntei esperançosa, Jane estava se mostrando compreensiva.

 

“Eu não sei ao certo. Ele quer tomar o lugar dos Volturi, ele quer ser como o Aro!” ele revirou os olhos.

 

“Mas Aro não via permitir.”

 

“Aro não vai poder fazer nada, ninguém pode!” Ele socou a parede, fazendo a estrutura tremer.

 

Jane se jogou sentada ao meu lado no chão, encarando a porta aberta. Ela sabia que eu não fugiria. Eu sabia que ela não me deixaria dar nem um passo. Eu não era boa em palavras, e então com um toque sutil encostei meus dedos em sai mão, ela me olhou espantada. Eu me senti estranha, como se eu não estivesse funcionando. Então segurei seu pulso, a olhando com curiosidade.

 

“Você não viu nada?” eu perguntei sem entender o que estava acontecendo.

 

“Vi o que?” ela me perguntou soltando minha mão do seu braço e se levantando.

 

“Nada.” Eu disse baixo, a observando sair rapidamente pela porta.

 

Jane tinha se aberto comigo, eu nunca tinha imaginado isso. Os olhos cor de rubi me mostrando um lado frágil e humano na garota feita de ódio. Era incrível como as coisas mudam quando você é obrigada a olhar nos olhos de quem você deseja a morte todos os dias, e ter que agradecer por ela não te torturar.

 

Tomei um banho rápido, estava de calcinha e sutiã quando senti um pequeno movimento no meu ventre, coloquei minha mão sobre o local de onde tinha vindo. E ouve outro, com força. Soltei um grito sem perceber, no segundo seguinte Jane estava parada diante de mim.

 

“Ta nascendo?” Ela se assustou.

 

“Não, acho que ta mexendo!” eu disse sorrindo, enquanto uma lagrima escorria.

 

“Posso?” Ela perguntou esticando uma das mãos na direção da minha barriga.

 

Eu não queria deixa-la tocar em minhas coisinhas, mesmo que fosse ainda pela minha barriga. Não queria ela perto deles, mas ela estava com olhos cobertos de bondade, não parecia estar querendo machuca-los. Dei um passo para trás, Jane me olhou confusa, ela também não tinha certeza do que estava fazendo.

 

Tirei minhas mãos do vente devagar, cedendo espaço para que a pequena e pálida mão da Jane encostasse em meu ventre. A sua mão tremia ao se aproximar da minha barriga. Senti o toque gelado dela, e em reflexo, uma das minhas coisinhas mexeu, formando um ovo onde a mão dela encostava. Jane deu um salto para trás.

 

“Eu o machuquei?” Ela perguntou confuso, meu coração se inflou ao saber que ela não queria machuca-los.

 

“Não,” eu sorri, Jane balançou a cabeça e saiu andando, sem dizer nada. Ela estava mudando.

 

Eu estava com um dos vestidos nas mãos, quando ouvi o chiado de dor de um pequeno roedor. Jane odeia ratos. Mas no segundo seguinte Jane invadiu meu quarto. os olhos tingidos de ódio, não era a mesma Jane que a pouco esteve aqui.

 

“O que você fez comigo?” Ela gritava me olhando com fúria.

 

“Eu não fiz nada!” eu me defendi.

 

“Então porque aquele rato esta vivo?” ela gritou.

 

“Eu não sei.” Eu gritei de volta. Então reconheci o olhar de penitencia, e me preparei para a dor.

 

E ela veio, so que fraca, eu apenas senti minhas pernas dobrarem. Estava de joelhos no chão, sentindo uma dor terrível, mas que não se compara com a dor que a Jane provocava. Meus gritos eram sufocado dentro do meu peito, abri os olhos confusa. Jane estava dando o melhor que conseguia, e meu corpo ainda estava agüentando.

 

“O que você fez?” Ela gritou.

 

E então a dor veio com toda a força, e eu berrei me atirando no chão, me contorcendo com a dor. Era ainda pior que as outras vezes. Então logo parou, jane sorriu vendo que estava tudo normal.

 

“O que você tinha feito?” ela me perguntou grossa.

 

“Nada, eu não fiz nada.” Eu disse sem fôlego, estava sentindo o reflexo da dor. Ela me olhou com fúria e saiu, batendo a porta atrás dela.

 

Eu ainda estava sentada no chão, esperando a dor passar de vez. quanto me lembrei que eu também perdi meu dom. isso me assustou, talvez seja algum sintoma da gravidez, mais porque isso afetaria a Jane? Desisti de entender e  me levantei, para me vestir.

 

Acabei de me vestir e me deitei na cama, já havia contado milhões de vezes quantas tabuas havia no assoalho, quantas haviam no teto. Já não sabia o que fazer para passar o tempo. Com a cabeça vazia, meu corpo começava a imaginar o toque quente do jake em minha pele, seus lábios grossos tocando os meus, seu abraço apertado, e então as lagrimas apareciam mais uma vez. Meu coração estava doendo cada dia mais, cada vez a dor era mais insuportável. A dor de perder quem ama.

 

Acabei adormecendo, acordei com a Jane entrando no quarto, com uma bandeja de frutas. Ela as jogou sobre a cama. Eu me levantei correndo.

 

“Eu também não estou funcionando.” Ela me olhou sem entender as palavras.

 

“Meu dom, você sabe como funciona?” eu perguntei me aproximando.

 

“Você infiltra imagens ou pensamentos em quem toca.” Ela disse seria.

 

“Então, não funciona.” Eu disse triste.

 

“Como você sabe?” ela me olhava curiosa agora.

 

“Eu segurei seu pulso e nada aconteceu.” Jane ficou em silencio por algum tempo.

 

“Tente.” Ela estendeu a mão para mim. eu segurei sua mão e tentei mandar a imagem dela na minha frente, mas nada aconteceu.

 

“Anda.” Ela disse seria.

 

“Eu já fiz. Eu não funciono.” Eu soltei a mão dela cruzando os braços.

 

E então veio novamente a dor, mais rapidamente se foi.

 

“O que ?” eu perguntei confusa.

 

“So queria saber se não tinha me privado outra vez.” ela disse sorrindo.

 

“Eu disse que não fiz nada!” eu reclamei.

 

“Mas da outra vez eu te toquei e fiquei fraca.” Ela reclamou.

 

“Você tocou meu bebê.”  Eu conclui com a respiração fraca.


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Notas finais do capítulo

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UM BILHÂO de d4esculpas!
eu não to com tempo de responder os reviews :S
e isso esta me matando! mas eu li todos, e vou responder assim que minha casa voltar ao normal :S

era escrever ou responder :S

mas li todos, e gardeça a cada um
amo todos!!
e por favor deixem mais alguns *------*
e Fic ta caminhando para o final

beijoos e obrigada

e gente, da uma passada la: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/53732/Dark_Red

vale a pena, a fic ta linda!! ta me consumindo a historia
:*