Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 4
Quando parte de mim se vai


Notas iniciais do capítulo

Capitulo triste, por favor não me matem ok?
Comentem!



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Deus a mulher simplesmente despencou! Corri até ela sendo seguida por Derek, também branco como papel, qual era o problema das pessoas nessa casa?

A senhora a caída a minha frente parecia ter uns 60 anos, era um pouco rechonchuda, de certa forma adorável com seus cabelos louros palha. Agachei-me ao lado dela.

– Martha?

Ela lentamente abriu os olhos, e aos foca-los em mim, fez algo que não esperava, se jogou contra mim, me abraçando desesperadamente.

– Sentimos tanto a sua falta doce Blair. – ela dizia entre soluços.

– Também senti. – não sei por que, apenas disse o que sentia. Sentia como se os tivesse perdido a muito tempo.

Horas depois me encontrava no ateliê pintando outra vez, ainda pensando no que ocorrera no café, ou como Martha ficara estranha, apenas levantara e deixara o comodo, ou como Derek parecia triste antes de se retirar com Claire. Me sentia extremamente confusa e solitária, nem mesmo Sam estava aqui. Ao que parece Derek o tinha levado ao Pet Shop para um banho.

Não os vi durante o resto do dia. Quando já ficava escuro e já havia terminado o quadro que começara de manhã, voltei para o quarto azul. Adormeci ainda suja de tinta.

– Blair? – alguém me chamava. – Blair?. – lentamente abri os olhos, vendo Claire em cima de mim. – Blair acorde, vamos a praia. – ela sorria abertamente. Usava um vestido azul celeste hoje. Gostaria de perguntar por que todos aqui adoravam azul.

– Acha que pode esperar alguns minutos? Preciso de um banho.

– Ah claro, ainda vamos tomar café, mas não demore muito, Sam fica muito elforico com a ideia de ir a praia, ele tem problemas com ansiedade. – era muito engraçado vê-la falar de si mesma por intermédio de Sam.

– Oh sim, não queremos desaponta-lo, não é mesmo. – disse enquanto a colocava gentilmente ao meu lado. – Não demorarei muito.

Tomei uma boa ducha, e quando deixei o banheiro tive uma surpresa. Claire havia arrumado minha roupa, um vestido muito parecido com o dela, até mesmo na cor estava estendido sobre a cama, ao lado dele uma grande bolsa preparada com acessórios para a praia. Para uma menina de 6 anos ela era extremamente esperta.

– Obrigado Claire. – respondi.

– Sam achou que se arrumasse tudo para você pouparíamos tempo. Ele anda meio mal humorado, acho que a praia lhe fara bem. – ao canto do quarto estava Sam, dormindo profundamente. Não pude deixar de sorrir.

– Concordo.

Depois de me trocar fomos até a sala de jantar para o café.

– Vejo que Claire já lhe contou sobre nosso passeio. – ele sorria calorosamente ao nos ver. – Gostei dos modelitos.

– Ideia de Sam. Ele acha que ficamos bem de azul. – respondi sorrindo. O que fazia muito ultimamente.

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– Ele tem razão. – Derek sorria melancolicamente, como se pensar sobre isso o entristecesse. Ele rapidamente mudou de postura quando percebeu que o olhava.

Santa Monica era mesmo linda, extremamente linda. Observava tudo ao caminho da costa. Derek dirigia tenso ao meu lado, embora seus movimentos fossem graciosos.

Quando finalmente chegamos, suspirei, tentando absorver toda a beleza daquele local paradisíaco. Derek disse que Santa Monica fica na Califórnia, próxima a Los Angeles. Ele também explicou o quanto L.A é bela, e que lá moram muitos artistas. Uma súbita vontade de conhecer o tal lugar inundou-me.

Claire corria alegremente até a areia, seguida por um Sam um tanto cansado.

– Magnifico, não? – totalmente absorta na imagem da garotinha e seu cão, não o vi se aproximar.

– Eu diria perfeito. – por que minha voz soava tão triste?

– Blair tem algo que ... – seus belos olhos me fitavam, estávamos tão perto, mas ainda sim tão distantes.

– Ela é uma mulher de sorte sabia. – falei antes de sair correndo atrás de Claire.

Queria chorar, era terrível de minha parte sentir o que sentia por essa família, era egoísta ama-los, até mesmo Sam.

Sentei-me próxima a Claire que fazia um castelo de areia. O cão parado ao lado dela logo que me notou, juntou-se a mim.

– Ei Sammy. – observei-o como nunca tinha feito antes, doeu constatar que ele estava velho. Provavelmente uns 12 anos. Lágrimas silenciosas rolavam enquanto agarrada a meu melhor amigo, fitava o horizonte.

– Não chore Blair. – Claire estava ao meu lado agora. A dor intensificava-se sempre que olhava seus olhos azuis. Ela era tão pequenina e inocente, era egoísta de minha parte desejar alguém para amar como seu pai, e quere-la como filha? Nem ao menos me conhecia, mas sabia que os conhecia, que os amava, talvez desde sempre.

Passei os braços ao redor dela a trazendo para mim, ficamos assim por um tempo, enquanto ela acariciava meu rosto e eu a olhava com adoração. Claire me lembrava alguém.

O dia passou e voltamos para casa. Claire dormia em meu colo enquanto a levava para a cama. Ela precisava de um banho, então a acordei.

– Blair? – ela me olhava enquanto a ensaboava na banheira.

– Sim amor?

– Não conte a minha mãe, mas queria que você fosse minha mamãe. – por essa não esperava, fora difícil mas consegui não chorar na frente dela. Porém, depois de deixa-la parti para o quarto azul onde chorei até adormecer.

Uma semana se passou, constatei que Claire estava de férias, também descobri um pouco mais sobre Derek, ele era professor de artes e dono de uma companhia de escolas e estúdios de arte por toda a Califórnia. Ninguém tocava no assunto sobre a mulher de Derek que viajava a negócios.

Também notei Sam muito quieto na última semana, tristonho. Desesperei-me no sábado de manhã quando o vi na estufa deitado em uma possa de seu próprio vômito.

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Voltei correndo para casa, onde encontrei Derek sentado lendo o jornal.

– Derek, tem alguma coisa errada com Sam.

Ele levantou-se num pulo e segui-me até a estufa. Menos de 10 minutos depois estávamos no carro em direção ao veterinário. Olhava aflita Sam, que me olhava de volta, cansado no banco de trás. Ele esta bem. Vai ficar tudo bem.

Chegamos ao veterinário e uma serie de exames foram feitas. Derek estava angustiado, assim como eu, andava de um lado para o outro na pequena sala de espera da clínica.

– Sr. e Sra. Campbell. – o médico que a algumas horas levara Sam estava de volta. – Me acompanhem por favor. – Não nos preocupamos em dizer que não éramos casados, Sam era mais importante do que qualquer coisa no momento.

Adentramos uma sala extremamente fria, onde Sam estava deitado em cima de uma maca. Corri até ele.

– Ei Sammy, tudo vai ficar bem ok, vamos leva-lo para casa em breve. – falei embora algo me dissesse que aquilo não era verdade. Ele apenas me olhava com seus olhos escuros, cansado.

– Não tenho boa noticias,- não diga, por favor não. – Sam está morrendo.

Senti como se o chão aos meus pés se abrisse e eu estivesse sendo sugada por ele. Não podia ser verdade, não. Eu só o reencontrara agora e... Não percebi que estava sentada no chão até Derek estar me abraçando e chorando tanto quanto eu.

– Isso é perfeitamente normal, ele esta velho e... – parei de ouvir, não queria ouvi-lo.

– Não há nada que possamos fazer? Deve haver algo. – Derek falava enquanto ainda me abraçava.

– Sinto muito. Posso dar alguns calmante a ele, e algo para a dor. Receio dizer que ele só tem alguns dias. – dizendo isso o médico deixou a fúnebre sala.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews ? *-*