Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 5
Godbye Sammy.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo meio triste mas tá valendo, espero que gostem, esse é provavelmente o ultimo do ano.
Comentem, Recomendem e Favorizem!



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Enquanto voltávamos para casa pensava em uma maneira de dizer a Claire o que estava acontecendo. Derek me olhava constantemente preocupado. Eu chorava porque tinha medo, porque estava doendo, embora não soubesse bem o porquê da dor.

– Vai ficar tudo bem. – Derek era otimista, queria ser como ele. O grande portão de sua propriedade se abriu e a adentramos.

Não respondi, apenas sai do carro, indo até a porta do passageiro onde Sammy dormia por conta dos tranquilizantes. Esperei por Derek, não poderia nem se quisesse carregar o cão sozinha.

Como esperava Derek o tomou, levando-o até o quarto azul, ou meu quarto provisório agora.

– Ainda temos algumas horas antes dele acordar.

Apenas assenti, não estava com animo para conversar, embora tivesse de falar a respeito disso com Claire.

– Acha que ela já voltou do balé? – perguntei angustiada.

– Não, ela volta em 1 hora. – ele suspirou, parecia cansado, mais velho até. A vontade de abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem era tanta que frustrada deixei uma lágrima solitária escorrer por minha face. – Não chore por favor. – Derek se aproximou de mim e tocava meu rosto, o que não ajudava. Era errado dizer que estava chorando não só pelo fato de Sammy estar morrendo, e também porque queria toca-lo, porque achava que o a... Pare Blair, ficar imaginando o que não é possível, não é a melhor solução.

Afastei a mão dele, que por um minuto pareceu magoado com minha ação. Já sentia falta do calor produzido pelo contato de sua pele na minha.

– Precisamos conversar, há coisas que preciso te contar e...

– Posso ficar sozinha com ele? – perguntei interrompendo-o, sentindo-me vazia.

– Claro, mas realmente temos que conversar.

Assisti Derek deixar o quarto. Deixei-me cair no chão e apenas fiquei lá chorando, doí, tamanha era minha dor, uma dor desconhecida, esmagadora.

Não me lembro como, mas apenas fui paro o banheiro, onde fiquei muito tempo e permiti-me chorar sob a água fria.

Depois do banho, já trocada, deitei-me ao lado do adormecido Sammy, fiquei ali o acariciando até pegar no sono.

– Vamos só Blair, acorde.

Lentamente abri os olhos, vendo Claire mais uma vez encima de mim, ainda com a roupa do balé. O desespero me tomou, como poderia contar a aquela doce garotinha que seu melhor amigo estava morrendo?

– Olá Car, onde esta seu pai? – perguntei, seria mais fácil o faze-lo com Derek aqui.

– Não sei, acabei de chegar da aula e Madame Jani.... Oi Sammy!!! – Claire pareceu notar o cão adormecido ao meu lado e atirou-se contra ele, o dando um grande abraço de urso. – Sam? Sam? Blair, por que ele não acorda? Sammy?

Não era uma cena muito bonita, Claire tinha os olhos cheios d’água, preocupada com seu amigo.

A peguei no colo, e a coloquei no chão ao lado de Sammy.

– Blair, por que ele não acorda? - ela era tão pequenina e adorável vestida de bailarina. Meu coração doía mais e mais a cada palavra dela.

Não sabia o que dizer a ela.

– Ele esta dodói.

– Não, Sammy nunca fica dodói Blair, ele é um super cão, também tem medo de injeções, uma vez agente foi ao medico de cachorros e...

– Claire, por favor, me escute.

Ouvi o som da porta sendo aberta e aliviada vi Derek adentrar o quarto.

– Oi Pai! O Sammy não quer acordar, acho que ele deve estar muito cansado, Blair disse que ele esta dodói, ele nunca fica dodói não é mesmo pai?

Derek também tinha lágrimas nos olhos.

– Não é pai? Pai?

Ele se abaixou e tomou as mãos delas nas deles, respirou fundo e disse.

– Sammy não pode mais ficar conosco amor, ele esta dodói e vai se juntar a Erin, lá no céu.

– Não, ele prometeu pai, prometeu que nunca ia me deixar, por que esta contando mentiras? Isso é feio. – Claire dizia, embora no fundo soubesse a verdade pois derramava lágrimas silenciosamente. – Ele prometeu.

– Sinto muito princesa.

Nós três chorávamos, Derek a abraçava e eu assistia.

Sam não acordou o resto do dia, nem a tarde, parecia tão sereno dormindo em minha cama. Claire não o deixou nem por um minuto se quer, adormeceu ao lado dele, ainda chorando um pouco.

Já era noite e Derek havia ido até o porão buscar um saco de dormir já que Claire não queria deixar o quarto.

Levante-me da poltrona onde lia um livro e fui até o banheiro, um banho me faria bem. Enquanto me secava ouvi a voz de Claire.

– Sabe Deus, é que meu melhor amigo esta com alguns problemas, papai disse que eu podia pedir a você o que quisesse, pode curar o Sammy? Ele prometeu que sempre seria meu amigo e ... – a pequena garotinha soluçava, me aproximei da porta a abrindo apenas o suficiente para ver Claire ajoelhada no chão. – também tem a Blair, eu menti, é feio eu sei, disse a ela que tinha uma mamãe, mas não tenho, pensei que ela não fosse gostar de mim sabe, como as outras crianças na escola, elas são más porque não tenho uma mamãe. Eu posso pedir outra coisa não posso? Queria que Blair fosse a minha mamãe. Obrigado por me ouvir. Acho que o Sam já esta melhor.

Sai do quarto e fui até ela, a abracei, também queria ser a mãe dela.

3 dias, Sam ficou conosco por três longos dias. Não sei bem o por que, mas sentia como se nunca pudesse ser feliz outra vez, meu vinculo com aquele cão era algo que estava além de minha compreensão. Estávamos extremamente preocupados com Claire, ela não comia, não dormia, chorava constantemente e só ficava calma quando estava perto de mim, ou quando íamos a praia.

Derek também parecia mal, mas magro, com olheiras, acho que todos nós nos encontrávamos assim inclusive Martha, acho era alguma espécie de efeito dominó.

Fazia quase duas semanas que estava aqui e tudo o que sabia até agora era que meu nome era Blair, só Blair, que amava Sammy, que amo Claire e que talvez possa estar me apaixonando pelo pai dela. Pensava nessas coisas enquanto tentava limpar “meu” quarto, e acabei tropeçando em uma tabua solta.

– Merda. – é eu caí.

Meu pé esquerdo doía consideravelmente, olhei a causa de meu pequeno acidente e fiquei intrigada, vendo que dentro do buraco que a tabua cobria haviam alguns livros.

Curiosa os peguei, pareciam um tanto antigos, haviam quatro deles feitos de couro, na capa lia-se “Erin Everly I, Erin Everly II, Erin Everly III, e Erin Everly IV”

Abri o primeiro e comecei a ler.

“1, fevereiro, 2005 15:17

Sim fazem anos que não escrevo mas hoje tive um grande incentivo, voltei recentemente para Santa Monica, para casa que meus pai deixaram para mim e minha irmã, matriculei-me num colégio aqui perto mesmo onde conheci um garoto lindo de olhos castanhos. Especificamente falando, estava atrasada para a aula do Sr. Jones, e como não tive tempo para tomar café, comprei um cappuccino na Starbucks. Justo quando virava o corredor, trombei nesse cara lindo de morrer, derramando todo a minha bebida nele, é eu sei, patético. A reação dele foi meio estranha, mas acho que é coisa da minha cabeça. Ele é um fofo, seu nome é Derek Campbell e temos praticamente todas as nossas aulas juntas. Coincidência? Não, eu diria destino. Tenho que ir agora, minha irmã chega hoje da Inglaterra e quer nos apresentar seu noivo em um jantar chato.

Acho que volto mais tarde.”

Intrigada, virei mais uma pagina e continuei a ler.

“Ainda 1 de fevereiro, 23:05

Era bom demais para ser verdade não? Derek Campbell é ninguém menos que o noivo de minha irmã Blair.”


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Curiosas?