Capítulo 3 – O segredo da bela íris

O homem dos cabelos castanhos e barba bem aparada caminhou pela sala com as mãos para trás. Cobiçou acender o cigarro guardado dentro da gaveta da mesa, mas não deveria dar mau exemplo ao jovem a sua frente que já tinha problemas por demais.

Fumar não estava mais na moda como em seu tempo, mas o vício continuava lhe perseguindo. 

Girou os olhos cansados pelas paredes alvas da diretoria, e depois percorreu pela grande vidraça que revelava o sol escaldante do meio dia castigar Tóquio. Refletiu um pouco para voltar a mirar o rapaz sentado na cadeira com a cabeça baixa e cotovelos apoiados aos joelhos.

_Brigas de novo? _Começou Sarutobi Asuma o diretor do Instituto Tóquio Elite. _Não sei sinceramente aonde pretende chegar se metendo em encrencas. De nada vai adiantar para a sua reputação ser o primeiro aluno da turma, o fabuloso capitão do time de basquete e o ídolo do maior fã clube feminino dessa escola se continuar se metendo em brigas de galo como vem acontecendo. _Ralhou o homem que pode notar as bochechas pálidas do garoto tomar um tom rosado pela última colocação feita.

Silêncio perturbador.

_Tem uma explicação plausível para tudo isso? _Perguntou sério.

Não houve resposta. O rapaz parecia distante tendo o corpo sentado a frente do diretor.

_Se perguntei, é porque espero uma resposta senhor Uchiha Koji. Tem um motivo para ter quase quebrado o nariz de Tanako Shiro numa briga estúpida durante o recreio?_Insistiu o diretor.

_Ele a chamou de manca... de novo. _Respondeu num timbre fraco ainda com a cabeça baixa e olhos fixos no chão.

O diretor suspirou cansado. Não era a primeira vez que Koji brigava por causa dela.

_Espancar seu colega de classe não foi a melhor opção. Se estavam causando danos morais à senhorita Hyuuga então o melhor a ser feito era comunica-me. _Replicou Asuma.

Koji levantou a cabeça sacudindo as longas madeixas negras para longe dos olhos verdes que destilavam cólera. Encarou o diretor e despregou as pregas da língua.

_Mas o senhor nunca resolveu nada nessa merda de escola, Sarutobi-Sama. _O olhar continuava duro sem um pingo de medo. _Já faz dez anos que esses infelizes zombam dela e a machucam com nomes pejorativos e nunca ninguém fez nada para definitivamente solucionar o problema.  

Asuma torceu o nariz para a grosseria do moleque petulante. Mas antes que reclamasse de alguma coisa, foi impedido de continuar pelas palavras que Koji ainda proferia.

_Dez anos. É muito tempo não acha? Até quando vão cultivar esse preconceito só porque Hyuuga Yumi tem uma anomalia na perna direita que a faz mancar quando anda? Até quando vão chamá-la de manca, aleijada ou cambeta? _Ele já havia se levantado e aproximava-se da mesa do diretor. _ Por que mesmo depois de dez anos no ‘belo Instituto Tóquio Elite’ eu ainda vejo essa estupidez acontecer? Vamos, me responda também! Que merda de diretor o senhor é para nunca ter solucionado o problema que faz Yumi sofrer todos os dias?! _Berrou Koji desta vez virando a mesa ao chão com todos os apetrechos que estavam sobre ela.

Se Asuma estivesse com o cigarro no vão dos dedos como de costume, com certeza ele o teria esmagado.

************************************************************

Mal pôs os pés na sala e encontrou seu superior sentado no sofá lendo um livro. Sabia que não adiantava mais disfarçar qualquer hematoma antes que o vissem. Abrir o jogo era a melhor saída para o jovem Koji.

_Aí velho, assina isso. _Falou olhando de canto ao mesmo tempo em que estendia o bilhete da advertência recebida na escola.

Sasuke esticou os olhos para papel mal dobrado que lhe chegava às mãos. Não teve bom pressentimento. Abriu e leu.

_ De novo?

_É.  _Grunhiu o filho com as mãos no bolso.

_Você sabe que está errado, não sabe?

_Sei.

_Então por que insiste em bancar o herói das donzelas indefesas se metendo em brigas?

Os esmeraldinos outra vez fuzilavam de raiva. Mas ele tinha que controlar-se afinal, estava diante do seu velho, o grande Uchiha Sasuke que apesar de ter seus trinta e dois anos passava longe de uma aparência idosa. 

_Dá um tempo! Um sermão por dia é o meu limite. Só assina isso e aparece no colégio para conversar como o diretor pediu. _Falou já de subida para o quarto. Era melhor que saísse dali antes que a preocupada mãe lhe fizesse um festival de perguntas ao reparar os ferimentos pelo corpo.

Deixou o pai e seus pensamentos confusos. Trancou a porta e jogou-se na cama dolorido. Fechou os olhos e perguntou-se por que diabos não conseguia se controlar todas as vezes em que alguém fazia algo de mal à Hyuuga. Por que era tão duro ver aquelas belas íris cor de chocolate encherem-se de lágrimas quando falavam ou zombavam de sua pessoa.

Nunca se aquietara diante de injustiças, mas incomodar Yumi era o mesmo que declararem-lhe guerra.

CONTINUA...

Yo povo lindo que acabou de ler esse capítulo três! E aí, gostaram? Sim, já se passaram dez anos e o nosso Koji [agora com quase 15] está um pitelzinho lindo além de um adolescente rebelde em crises. Que piti com o diretor foi aquele? HAHAHAHAH lembrem-se sempre do significado do nome Koji: expansivo e controlador, em outras palavras, muito genioso.

E não poderia ser diferente: KOJI PEGAEUUUUU!!! *.*

Esse era o meu mais novo segredo: a doce e bela Hyuuga Yumi, filha de Neji e Tenten. Muita gente adivinhou, mas tava meio óbvio mesmo. Só que ninguém suspeitou de que ela teria algum problema como ser manca [e acreditem, isso será mesmo um grande problema ;___;]

Fiz de tudo para postar esse terceiro capítulo hoje, mas agora só volto a postar segunda [12/10] à noite. Vou para o sítio dos meus avós passar o meu aniversário [09/10] com a família reunida. Enfim, aguardem muitas surpresas para os próximos capítulos. Agora as emoções começam de verdade.

AAAAAH não custa nada deixar reviews, pontos de popularidade e recomendar a fic né? Vai ser um presentão pra mim *___* [apanha]

A título de curiosidade – Yumi: nome dado às meninas que possuem uma bela íris. Significa arco. [retirado de um dicionário de nomes japoneses da internet].