Capítulo 2 – O segredo das mudanças.

Os olhinhos verdes já divagavam pela janela embaçada da Ferrari vermelha por algum tempo. Chovia muito naquela manhã em que o pequeno Uchiha Koji ia para a escola pela primeira vez.

_Chegamos filho. Pegue seu material e abra o guarda-chuva. _Pediu Sasuke estacionando o carro em frente ao grande portão de ferro. Atrás dele havia um prédio de construção antiga com detalhes que lembravam o tempo em que o Japão ainda era governado por lordes medievais.

Nas paredes em azul e branco da fachada da escola era possível ler em caligrafia dourada “Instituto Tóquio Elite”.   

A melhor e mais luxuosa escola do país.

O melhor método de ensino.

Mas não o melhor lugar do mundo para o triste Koji.

Como queria estar em casa juntos dos pais ao invés de ir para um lugar desconhecido onde não teria a companhia deles. Pra que raios serviria ir à escola?

_Tudo bem filho? _Perguntou Sasuke abrindo o guarda-chuva para se proteger da garoa gélida.

_Sim. _Mentiu para que o pai não se aborrecesse com ele.

Mas Sasuke conhecia tão bem seu clonezinho que um olhar deprimido já lhe revelava muitas coisas.

_Não se preocupe Koji, são só algumas horinhas aqui e logo virei buscá-lo.

Caminharam mais um pouco até aproximarem do portão. Sasuke percebeu o filho parar de andar e baixar a cabeça fitando as poças d’água.

_O que foi filho?

_Nada. Só acho que não estou muito bem.

_E o que você tem?

_Minha barriga dói. Dói muito mesmo. _Explicou brincando com a gotinha de chuva que havia caído sobre a lancheira azul.

Sasuke estreitou os olhos.

_Essa dor de barriga é de ansiedade Koji e logo passa. É igual quando digo que vamos jogar tiro ao alvo no shopping aos domingos. Você fica tão ansioso que só melhora quando chegamos lá.

_Bem, acho que na verdade não é a barriga que está doendo papai... É a cabeça. Estou com uma terrível dor de cabeça.

Sasuke suspirou cansado.

_É mesmo? E o que sugere que façamos? _Perguntou entrando no joguinho dele.

_Seria bom deixar a escola para outro dia e procurar um médico, não acha? _Um fio de esperança pareceu brotar no rosto do menino.

_Sei. E além da cabeça e da barriga, o que mais dói? _Sasuke já segurava o impulso de rir para a esperteza do filho.

_O ouvido. Está doendo tanto que nem vou escutar nada do que a professora ensinar.

O moreno não podia rir para não perder a autoridade, mas jurava estar sendo uma verdadeira tortura não dar umas boas risadas depois das desculpas do menino. Por fim recompôs-se e se abaixou na altura do garoto para mirar os olhinhos claros.

_Escute filho, tenho certeza de que você não está doente. É o só o medo que tem aí que está causando essas sensações. Não precisa ficar nervoso, tudo vai dar certo. Logo eu venho te buscar e você vai me contar sobre tudo o que aconteceu. Não se preocupe, eu sempre vou estar com você... _Confortou-o segurando a mãozinha fria que tremia descontroladamente.

_H-Hai. _Assentiu Koji engolindo o choro. Era um Uchiha afinal, e não poderia nunca desapontar seu pai e ídolo.

Despediu-se dele na porta da sala onde muitas crianças faziam fila para entrarem. Abraçou Sasuke tão forte que foi difícil separarem-se.

Koji não sabia, mas o pai também estava apreensivo. Doía-lhe ter que deixar sua cria sozinha num lugar em que nunca estivera antes.

_Pronto. Agora vá e comporte-se. _Falou Sasuke sorrindo discretamente. Saiu dali o quanto antes para que não fosse surpreendido com algum choro ou súplica do menino.

Quando Koji sentou-se na carteira grande e fria notou uma sala cheia de crianças aparentemente da mesma idade que ele. Estava incomodado demais para sentir-se confortável naquele móvel estranho.

A mesa e a cadeira pareciam-lhe grandes demais ou era seu coração pequeno e apertado?

Algumas crianças corriam pela sala e outras choravam pedindo pelos pais. Havia barulho, mas Koji parecia distante. O rostinho triste não mais conseguia ser disfarçado.

Dentre os choros distantes um atrás de si pareceu-lhe chamar a atenção. A voz aguda misturada aos soluços despertou a curiosidade do pequeno Uchiha em descobrir quem chorava tão desesperadamente pedindo pelo pai.

A menina tinha a cabeça debruçada na carteira com os cabelos e os braços cobrindo-lhes o rosto.

_Ei por que está chorando tanto? São só algumas horas aqui e logo virão te buscar daí você vai poder contar tudo o que te aconteceu de bom e de ruim ao seu pai. _Falou Koji reproduzindo o perfeito discurso de seu ídolo à menina que chorava desconsolada. 

_Ah é e como sabe disso? _Perguntou ela cessando com a manha.

Mas não houve resposta. As duas crianças se encararam por alguns segundos, perdidas um nos olhos do outro como se o mundo naquele momento tivesse parado de girar.

CONTINUA...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH mas eu estou muito sensível hoje pra ter escrito um capítulo assim! Gente, de onde saiu tanta fofura? Será que se o Kishimoto ler isso ele fica mais EMO do que já é? *apanha muito*

Bem, acho que nunca disse, mas amo crianças. Acho que se eu não fosse jornalista [ano que vem oficialmente heheh] eu seria professora :-3 aaaauuunnnn. Mas enfim, essa cena do Koji sou eu no meu primeiro dia de aula na pré-escola, e daí que veio a inspiração para a cena. Mas foi a minha mãe que me levou e eu lembro de ter inventado umas cem mil desculpas para ela. Pra dizer a verdade, sempre morri de vontade de escrever uma cena onde Sasuke levava o filho para o primeiro dia de aula, e achei essa a oportunidade perfeita. Está aí, espero que tenham gostado.

No próximo capítulo, muitas surpresas ^^. Beijo a todos e por favor não custa nada deixar reviews, recomendar a FanFic e me dar pontos de popularidade se estiverem gostando né? Vocês vão me espancar muito se eu disser que estou em semana de provas f*didas e possivelmente não postarei diariamente [mas tentarei ò.ó]??? ó.ò' aaaiiinnn. Beijos.