Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 20
Viagem Parte 3




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Para Emma o homem a sua frente poderia ser qualquer pessoa menos Raoul. Ele ria, conversava com leveza com a mulher sem aparentar um décimo da frieza que transmitia ao falar com ela.

Então ele é frio assim apenas comigo?” se perguntou em pensamento confusa.

–Nonna o que tem feito em minha ausência? – Raoul perguntou afetuoso ao olhar para a mulher a sua frente. Eles estavam sentados em uma mesa, almoçando calmamente uma macarronada, a especialidade dela. –Pelo que provei andou aprimorando a sua comida.

–Você continua um amor, Raoul – ela disse sorrindo – e quando casou-se? Pelo jeito ela é bem nova. Os italianos e suas paixões pela juventude.

–Nonna – a repreendeu suavemente – posso dizer que... Ficaria surpresa em saber como nos conhecemos – olhou para Emma sorrindo levemente, o que a fez arregalar os olhos em espanto. Aquela era uma das poucas vezes, se não a primeira que o via sorrir sem ironia ou zombaria.

–Adoro escutar historias de amor – suspirou- conte-me como foi.

–Um dia... Um dia contarei – prometeu mudando de assunto. Logo a conversa foi regada a recordações deles, enquanto Emma escutava tudo fascinada. Para ela, o homem ao seu lado era outra pessoa.

O almoço transcorreu sem grandes novidades. Assim que terminaram, Raoul despediu-se, abraçando-a afetuosamente. Entraram no carro em silencio continuando desta forma ate ele estacionar em frente a casa de sua família, minutos depois.
–Emma – Raoul disse sério assim que ela estava prestes a abrir a porta – não fique sozinha com Enrico, me escutou?

Ela o encarou confusa. Para Emma, falar com Enrico havia sido divertido e de certa forma o via como a versão mais espontânea de Raoul.

–E porque eu não devo ficar só com ele? Não o considero perigoso. – sorriu levemente sem conseguir evitar ao perceber a sua mentira, pois perigo foi à primeira coisa que lhe veio a cabeça quando o viu.

–Apenas faça o que estou dizendo. – disse mal humorado saindo do carro apressado.

–Isso é bem estranho – Emma murmurou pensativa ao caminhar em direção a casa sozinha.

Raoul passou direto por seus familiares ao entrar na casa, foi ate a cozinha, pegou o primeiro vinho tinto que viu, colocou em uma taça e bebeu. Ele não conseguia se entender. Apesar de se sentir incomodado ao lado dela, de querer afastá-la de si, não gostava de vê-la ao lado de Enrico, um homem acostumado a seduzir qualquer mulher que quisesse.

–Preciso apenas relaxar um pouco – disse a si mesmo ao beber mais uma taça de vinho.

Giovanni fez um sinal, quase, imperceptível para Enrico assim que Emma entrou na sala. Ela cumprimentou a todos ainda com timidez e já estava prestes a ir em direção a escada quando escutou o seu nome. Virou-se se deparando com o sorriso gentil de Enrico.

–Como foi a sua primeira visita a Toscana com o marido? Romântica? – indagou ignorando os olhares acusadores sobre si.

–Oh, foi... Interessante – falou após pensar. Ela não conseguia encontrar uma palavra que descreve-se melhor o dia que teve com Raoul. – e como foi o restante do almoço?

–Bem tranquilo sem as ironias de seu marido – sorriu – tem compromisso para hoje a noite?

–Não.

–Agora tem – disse misterioso – assim que o sol de pôr, irei lhe esperar no jardim, atrás da casa. – piscou para ela antes de dar as costas e voltar para a sala, sentou-se ao lado de Giovanni com um sorriso vitorioso no rosto.

–Esteja preparado. Não quero falhas – Giovanni sussurrou para Enrico, o qual apenas assentiu silenciosamente. “Me perdoe Tio, mas tenho um plano melhor para Raoul. Com certeza este será bem melhor que sua vingança particular”pensou.

***
Raoul ainda estava na cozinha olhando para o nada segurando sua taça de vinho quando avistou Enrico, sorrindo ao entrar na cozinha.

–Nunca lhe vi assim, com problemas? – Enrico gracejou ao imaginar que ele seria o motivo do semblante raivoso.

–Não tens medo de nada, não é? – Raoul falou sem olhar para ele – fique longe dela. Ela é menor de idade, lembre-se disso.

–Não se preocupe. Tenho meu próprio tipo de mulher.

–Qualquer coisa que tenha seios. Sei bem o seu tipo.

–É uma verdade – disse pensativo, provocando – mas como foi o passeio com sua esposa? A levou há algum lugar romântico?

Raoul o olhou de soslaio e sem nada dizer, colocou a sua taça sobre a bancada e saiu do cozinha.

–Espero que sua noite seja... Esplendida – Enrico disse sorrindo. Raoul ignorou o seu comentário o deixou sozinho. – Eu realmente espero que goste do meu... Presente atrasado de casamento.

***
Apesar de estarem na mesma casa, Raoul e Emma não haviam se falado mais após o almoço. Ele parecia evitá-la a todo custo. Quando o final da tarde se aproximava a resistência de Emma se esvaia. Ela havia passado a tarde no quarto, olhando para a janela desejando conhecer a cidade, mas ressentia-se por Raoul, pois ele não aparentava estar feliz e muito menos com animo de entretê-la. Ela viu o dia passar sem poder fazer nada, deu de ombros ao se decidir por ir encontrar Enrico.

–O que pode acontecer afinal? – se perguntou ao abrir a porta. A casa estava vazia quando desceu as escadas, o que não passou despercebido por ela. Sentiu que algo estava estranho, entretanto optou por continuar. Encontrou Enrico sentado em um banco, com o semblante pensativo, segurando uma taça em sua mão. – “Isso daria uma bela fotografia” pensou encantada.

–Você veio – Enrico disse animado ao ver a jovem parada o olhando de forma deslumbrada. – Sente-se ao meu lado – pegou uma taça vazia, colocando vinho com um sorriso estranho no rosto.

–Não bebo vinho, na verdade nunca bebi – comentou ao sentar-se ao seu lado, pegando a taça que ele lhe oferecia.

–Não se preocupe. Se não puder confiar na família em quem mais confiará? – indagou sorrindo ao vê-la levar a taça aos lábios. Viu com fascinação os seus lábios ficaram avermelhados junto com o seu rosto. Ele sabia que não precisaria muito para o que seu plano desse certo. – “Apenas um afrodisíaco, vinho e o clima certo para Raoul parar de ser tão superior” pensou.

A medida que Enrico conversa amenidades com ela, a induziu a beber uma taça e meia de vinho, sorrindo com o resultado. Ela estava mais languida, mais maleável e muito mais insinuativa.

–Eu preciso ir porque não volta pro quarto e espera por Raoul? Ele disse algo como a noite de hoje ser importante. Não sei bem – mentiu ao levantar-se. Pegou a taça da mão dela, o vinho e saiu assobiando. Só faltava fazer Raoul beber o vinho que ele havia preparado, o que não seria difícil.

***

O quarto encontrava-se na mais repleta escuridão com exceção da luz da lua que iluminava. Emma sentia as suas faces queimarem, o seu corpo suava por um calor incompreensivo a mesma. Não importava quantos banhos tomassem ainda sentia-se queimar. Ao escutar um barulho na porta, imaginou ser Raoul, mas ao ver o olhar dele, estranhou. Raoul a olhava como um animal prestes a atacar a sua presa. Um predador faminto.

–Raoul? – o chamou ao vê-lo parado na soleira da porta a encarando com os olhos semicerrados. – Algum... Problema?

Sem dizer nada, ele fechou a porta indo em sua direção. Parou em frente a cama que ela estava sentada e a olhou demoradamente. A sua fina camisola com estampas infantis não conseguia ser sensual, mas despertava algo nele. Passou as mãos pelos cabelos querendo espantar o desejo que o consumia, mas ao vê-la mordiscar os lábios, de forma inocente, ao olhar para ele, não resistiu. A sangria modificada por Enrico já havia subido há sua cabeça. Ele não conseguia mais raciocinar como o frio homem de negócios. Ele estava pensando com os seus hormônios. Com o seu desejo adormecido.

Ajoelhou-se na cama, acariciou o rosto dela tentando não se abater pelo semblante confuso e temeroso dela. Suas mãos percorreram o rosto dela com suavidade, a viu fechar os olhos apreciando a sua caricia e em seu intimo perguntava-se se o motivo dela ainda permitir aquele contato.

Emma não conseguia afastar Raoul de si. Ela sentia que deveria empurrá-lo, brigar com ele, mas simplesmente não conseguia. O seu corpo correspondia aos toques dele sem que ela se desse conta. As mãos dele em seu rosto lembravam uma brisa refrescante no verão mais quente da Itália. O seu coração dizia para fechar os olhos e sentir as emoções, enquanto o seu cérebro mandava-a se afastar. Emma optou por seguir o seu coração assim que sentiu a fragrância tão suave que ele emanava.

Raoul não conseguia afastar-se de Emma, apesar de ter consciência do que estava fazendo ser errado. Ele não conseguia mais resistir. Aproximou os seus lábios dos dela. A beijou levemente, surpreendendo-se ao perceber a sua inexperiência. Em vez de retroceder, avançou ainda mais ensinando-a como um beijo deveria ser. Um beijo apaixonante e sensual. A apertou em seus braços, enquanto as suas línguas dançavam um ritmo sensual. Ambos arfavam de prazer. Do lado de fora do quarto uns gemidos roucos e abafados podiam ser escutados.

As mãos dele acariciavam o corpo de Emma com precisão e maestria. Ele sabia cada ponto de seu corpo que a fazia estremecer, deixando-a ainda mais atordoada com o que acontecia. Aos poucos, e sem que percebessem, as, pequenas, mãos dela acariciavam as costas de Raoul por baixo da blusa, a qual ele tirou em seguida sem interromper as caricias.

A respiração de Emma evidenciava o seu estado de pura excitação. O seu rosto encontrava-se ainda mais avermelhado. Os seus olhos encontravam-se fechados talvez por receio de que se os abrisse visse algo que a fizesse recuar.

Ele beijou o pescoço dela com delicadeza, descendo em direção aos seus seios por cima de sua roupa de dormir. Acaricio-os falando roucamente e com a voz, levemente, languida.

–Abra os olhos. Quero que veja quem esta fazendo isto contigo.

Sem poder negar aquele pedido que pendia mais como uma ordem, assim ela fez. Abriu os olhos vendo um homem com olhar sedutor, corpo em forma e desejo saindo pelos seus poros.

–Eu.. Eu.. Não sei se...

–Eu sei por nós dois – disse antes de interromper colocando os seus lábios transformando-se em um beijo regado a duvidas, desespero e desejo.


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