Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 21
Viagem Final




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Enrico sorriu consigo mesmo ao ver Raoul subir as escadas atordoado. Ele não se arrependia de ter lhe oferecido o vinho batizado por ele, afinal o que mais desejava era vê-lo menos irônico, orgulhoso e frio.

***
Emma despertou por causa do barulho do celular de Raoul. Ficou de olhos fechados tentando entender de onde vinha a dor que sentia. O seu corpo formigava, a sua cabeça latejava e por algum motivo sentia-se desnuda. Imaginou estar sonhando, mas ao abrir os olhos e olhar em volta percebeu estar no quarto sem conseguir lembrar-se, direito, da noite anterior. Ajeitou a coberta levantando-a ate os ombros estranhando. Olhou por de baixo da coberta e um olhar de terror passou pelo seu rosto. Lentamente virou-se, com medo do que veria, e se deparou com Raoul deitado de bruços ao seu lado, sem roupa.

O som não saiu de sua garganta. Ela ficou parada sem reação olhando para o homem ao seu lado tentando lembrar-se de algo, entretanto o que vinha a sua mente eram apenas imagens desconexas.

–O que.. Eu fiz? – se perguntou abalada. A sua vontade era de fugir do quarto, mas sabia que a resposta para as suas perguntas viriam de Raoul. Sentou-se na cama acanhada levando as pernas ate o seu peito, abraçando-as. Naquele momento, ela desejava, ardentemente, que nada tivesse acontecido.

Raoul remexeu-se na cama antes de colocar o braço em cima do rosto. Abriu os olhos, lentamente. Sentiu que algo estava errado e ao olhar para o lado teve a certeza disso. Olhou para o semblante da jovem sentada ao seu lado e em seguida para o seu estado.

–Droga – murmurou antes de engolir em seco. Ergue-se na cama tentando não encará-la – se lembra de alguma coisa?

–Não – meneou a cabeça pensativa – e.. você?

–Muito pouco – falou sério. Ele sabia o que havia acontecido. Não precisaria ser um gênio para descobrir que ele havia ido para a cama com sua, jovem, esposa. Uma garota de apenas de 15 anos de idade.

O silencio impregnava o quarto onde outrora havia tido paixão. A mente de Raoul trabalhava rapidamente a fim de entender o que havia acontecido com eles. Não demorou muito para entender.

–Enrico.. Ele te deu algo? – perguntou abruptamente encarando-a com os olhos demonstrando fúria.

–S.. Si... Sim. Uma taça de vinho – sussurrou temerosa – porque?

–AQUELE DESGRAÇADO – gritou enfurecido. Não precisou pensar muito para entender que aquilo tudo havia sido obra dele como uma brincadeira. Afastou o lençol do seu corpo sem importa-se com a nudez. Ignorou o grito de susto vindo de Emma, andou ate o banheiro onde olhou para o seu estado no espelho. Viu suas olheiras e alguns arranhões em suas costas. – Não há mais duvidas – murmurou pesaroso. Tomou uma ducha rápido, vestiu o roupão e ao retornar ao quarto a encontrou na mesma posição – Ficar depressiva não vai ajudar em nada. Não espere que eu me desculpe, pois não tive culpa. – observou Emma assentir em silencio e sem paciência falou – arrume-se. Irei levá-la em um hospital. Não vamos deixar que este erro se prolongue. – abriu o guarda-roupa, vestiu uma calça jeans, uma blusa branca saindo do quarto em seguida.

Emma sentia vontade de chorar só tinha duvida pelo motivo. Não sabia se era por ter perdido a sua virgindade com alguém que não amava ou por não se lembrar ou ate mesmo pelo modo como ele estava a tratando.

–Espero que esse ano passe rápido – pediu ao fechar os olhos com força. Entretanto a imagem que veio a sua mente foi a de Raoul sentado no sofá, sozinho.

Raoul procurou por todos os quartos por Enrico, quando já estava desistindo o avistou sorrindo no jardim. Não se importou em sua família estar reunida ao lado dele, avançou em sua direção. O pegou pelo colarinho da camisa, erguendo-o.

–Seu DESGRAÇADO. Como se atreveu a fazer isso? – gritou antes de bater em seu rosto. Voltando a segurar-lhe pelo colarinho.

–Ora, eu disse que lhe daria um presente de casamento – brincou sentindo, um pouco de, medo. Aquela era a primeira vez que via Raoul tão descontrolado.

–Por sua culpa... Por sua causa, sabes a consequência dessa brincadeira sem sentido?

–Pode me culpar, mas o único que subiu foi você – disse sério – eu não te forcei a nada, apenas lhe deixei mais animado. Poderia muito bem ter recusado, ter fugido como faz tantas vezes, mas não fez.

Raoul o encarou sem saber o que dizer. Ele sabia que Enrico estava certo, pois desde o momento em que sentiu-se estranho não conseguiu pensar em mais nada que não fosse nela, em Emma. Seus pensamentos estavam confusos, respirou fundo antes de soltar Enrico, o qual sorriu. Olhou sem jeito para os seus parentes sem conseguir explicar o que havia acontecido. Bufou antes de voltar para dentro de casa.

Giovanni olhou toda a cena com curiosidade e assim que Raoul afastou-se, se aproximou de Enrico.

–O que você fez? Conseguiu seduzi-la tão rápido assim?

–Não fiz algo melhor – respondeu sério – não me coloque em seus planos. Não gosto de ser manipulado, sou apenas um bon vivant, apenas isso.

–E a sua promessa? Os nossos planos?

–Seus planos. Sua promessa – corrigiu sorrindo – voltarei a minha antiga vida e espero que faça o mesmo. Esqueça aquela empresa, agora Emma não poderá pedir a anulação do casamento. Não tem como separá-los, meu tio.

Giovanni rangeu os dentes com o intuito de controlar-se. Ele nunca esperou uma traição vinda de Enrico, o único em quem confiava para trair Raoul.

***
O carro de Raoul parou em frente a um hospital. Desde que havia falado com Enrico duvidas começavam a pairar em sua mente. Ele não aceitava sentir atração por uma jovem como Emma. Olhou para ela de soslaio e percebeu o quanto ela estava abalada. Ela encontrava-se pálida, quieta e com um olhar distante.

–Vamos – disse sério ao sair do carro esperando que ela fizesse o mesmo, o que não demorou para acontecer. Entraram no hospital e não demorou para ele se aproximar do balcão onde uma mulher sorria, afetuosamente – Sou Raoul Belinni, marquei uma consulta para minha.... Esposa esta manhã.

–Sim, pode seguir em frente. Consultório numero dois – ela falou olhando para Emma, a qual estava atrás dele.

Raoul assentiu ao segurar na mão dela de forma inconsciente. Ela não conseguiu evitar de sentir seu coração bater mais forte ao sentir o seu toque. Ficou inebriada beirando a fascinação. Ela não entendia como seu corpo poderia pulsar tão forte por um, simples, toque. Ele como se ignorasse o que vinha em sua mente a levou pelo corredor parando em frente a uma porta.

–Entre ai.. Converse com a medica. Estou lhe esperando aqui fora – disse sem graça ao dar as costas a Emma. Ela estranhou, mas nada disse. Abriu a porta encontrando uma mulher aparentando trinta anos com um sorriso gentil.

***
Emma saiu do consultório quarenta minutos depois com o semblante confuso e o coração mais leve. Se aproximou de Raoul imaginando como falar a ele o que a medica havia contado, mas optou por esperar ao vê-lo olhar para ela de uma forma diferente.

Não estou querendo ser especial para ele, apenas... Não queria sentir a mesma frieza de antes. Mas prometo que irei contar a verdade, quando o momento certo chegar” pensou.
Raoul olhou para Emma caminhando em sua direção sem saber como seria a sua vida dali em diante. Ele não tinha mais certeza de nada com exceção de que se separaria dele em ano caso não esperasse um filho seu.

O melhor para esta criança é ter uma vida e não ser usada por mim. Irei libertá-la disso tudo em um ano. Preciso ter paciência e calma. Um ano não é muita coisa, afinal o que pode acontecer ate lá?” pensou sem imaginar o quanto a sua vida estava prestes a mudar.


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