Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 19
Viagem Parte 2




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Enrico não conseguia entender o tamanho da ambição de Raoul para se casar com alguém tão jovem, com idade para ser a sua filha. O quanto mais olhava para Emma, mais curiosidade sentia pelo tipo de relacionamentos que eles teriam. Estava tão absorto em sua analise que não percebeu a fúria de um homem.

Raoul caminhou a passos largos e rápidos ao ver Emma conversando com Enrico de forma tão despreocupada. Ele não se importava com ela, o que importava a ele era tê-la submissa ate um ano. O tempo que precisaria para conseguir tudo em definitivo.

–Venha comigo – Raoul disse autoritário ao se aproximar deles – Emma, levante-se e venha comigo. – a olhou friamente ao vê-la despedir-se de Enrico indo em sua direção. Segurou em sua mão e a puxou em direção a casa – Não fique sozinha com ele.

O coração de Emma bateu, um pouco, mais rápido ao sentir a mão dela segurar a sua com firmeza e segurança. Ela não entendia o motivo de se sentir daquela forma, apenas desejava sentir o seu calor um pouco mais. Raoul a soltou assim que entraram na casa seguindo, sozinho, ate a cozinha onde escutou comentários ao seu respeito. Ela ficou sozinha na sala olhando ao redor buscando algo em que se apoiar ou alguém para conversar.

–Vejo que estão entretidas com a minha vida – Raoul disse ao adentrar na cozinha sério. Olhou para as três mulheres em sua frente – o que quiserem saber basta perguntar a mim.

–Não estávamos falando de...

–Eu escutei – a interrompeu – se não fosse por mim, vocês não teriam nada hoje. Acreditam mesmo que Giovanni, aquele imprestável ou o idiota do Enrico saberiam conduzir aquela empresa? Se não fosse por mim estariam declarando falência neste exato momento.

Todas se entreolharam sem admitir que ele tinha razão. Voltaram a cozinhar em silencio sobre o olhar acusador de Raoul.

***
Todos estavam sentados na enorme mesa na sala esperando a comida principal ser servida, entretanto a atenção estava voltada para Emma, a qual estava sentada entre Enrico e Raoul. O clima estava tão denso que nem uma navalha seria capaz de cortá-lo.

Porque ele apenas não conta a verdade? Que estamos juntos porque os meus pais morreram. Se eu contar.. o clima será amenizado, certo?” pensou confusa.

–Eu.. – todos voltaram a sua atenção para a dona da voz, enquanto Raoul mantinha-se impassível olhando para o celular – imagino que devem estar se perguntando o motivo deu estar morando com Raoul, certo? Na verdade foi algo que aconteceu.. Quero dizer,.. meus pais..

–Porque esta tentando se explicar para eles? – Raoul indagou sem tirar os olhos de seu celular, a interrompendo – a única pessoa a quem deve explicar as coisas aqui é a mim. Eles são apenas... Parte do pacote ao ter se casado comigo.

–Como pode dizer essas coisas de sua família? – olhou para ele perplexa – eles estão apenas...

–Impactados com a noticia. Nada demais.

–Eu diria assustados. Eu também estaria. Não é todo dia que um homem com 30 e poucos anos se casa com uma garota de 15.

–Eu tenho 30 anos, querida – ironizou olhando para ela – e antes que diga algo desnecessário. Todos sabiam que eu me casaria contigo, apenas não imaginavam ter 15 anos. O que convenhamos, não é nada demais.

–Ele tem razão – Enrico sorriu – se eu a tivesse conhecido antes, poderia ter me casado com ela sem problemas.

Alguns sorrisos foram escutados, o que deixou Emma sem graça. Raoul apenas olhou friamente para Enrico.

–Entendo sua preferência por mulheres casadas, só irei lhe advertir uma única vez: aproxime-se dela e juro que irá se arrepender. Sabe tão bem quanto todos aqui nesta mesa que posso ser incrivelmente vingativo e traiçoeiro quando preciso. – ergueu-se da mesa oferecendo a mão a sua esposa, a qual apenas o olhou sem reação – levante-se. AGORA.

–Mas por que...

–Da Dio – pegou em sua mão, forçando-a se levantar. A levou em direção as escadas entrando no quarto onde Emma havia acordado. Fechou a porta, largando-a. – Porque não me obedeceu?

–Qual.. O problema?

–O problema? É Tudo e neste momento foi você.

–Eu?

–Da próxima vez me obedeça sem falar nada. – sentou-se na cama fechando os olhos. Por mais que não quisesse admitir, aquele final de semana seria mais desgastante que poderia ter imaginado. Emma olhou para o semblante preocupado dele, avançou em sua direção, sentou ao seu lado e o abraçou, surpreendendo-o. – O que esta fazendo? – perguntou frio.

–Apenas lhe dando apoio – falou próxima do ouvido dele. Os braços dela rodeavam o seu pescoço como se aquilo pudesse salvá-lo de seus pensamentos e angustias.

Raoul sentiu um cheiro doce vindo da jovem ao seu lado. A sua vontade era de poder sentir a fragrância mais e mais. Seus olhos foram atraídos para as pernas dela, para o contorno de seus seios no, pequeno, decote da blusa. “O que estou fazendo?” indagou-se ao fechar os olhos. Sem dizer nada, retirou os braços de Emma de si.

–Está com fome, certo? – perguntou ao se levantar da cama – vamos comer fora – anunciou segurando a maçaneta da porta – estarei te esperando no carro. Desça em menos de 30 minutos.

Ela o olhou ir embora ainda confusa consigo mesma e com ele. Ao vê-lo tão pensativo com o semblante preocupado não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse abraçá-lo e confortá-lo.

–O que está acontecendo comigo, afinal? – se perguntou olhando para o nada sabendo que não teria uma resposta. Levantou-se da cama foi ate o banheiro buscando a sua nécessaire, passou protetor solar no rosto, ao olhar para si mesma sentia vontade de trocar de roupa. Sentia vontade de ser elogiada. –Mas o que.. – meneou a cabeça a fim de espantar seus pensamentos. Saiu do quarto ainda mais confusa ao encontrar Raoul encostado no carro a esperando. “Ele é mesmo bonito.” Pensou encantada.

O carro seguia em uma velocidade, considerada, alta pela paisagem tranquila da Toscana. A poeira era levantada fazendo contrateste com o sol. Em questões de minutos, ele estacionou em frente a uma casa com aparência antiga. Desligou tudo, saiu e esperou que Emma fizesse o mesmo.

–Onde.. Estamos? – perguntou olhando tudo em volta com curiosidade. Assim que Raoul bateu na porta, uma senhora com aparência cansada a abriu e um sorriso se instalou em seu rosto. O abraçou afetuosamente, olhando em seguida para ela.

–Então quem é a ragazza?

–Minha esposa – ele respondeu sério como sempre. – Não precisa ficar tão surpresa, nonna – garantiu ao vê-la com os olhos esbugalhados. – um dia lhe explicarei a historia, enquanto isso. Estou faminto e ela também, podemos almoçar com a senhora? - Aquela era a unica mulher no mundo que poderia mandar, tranquilamente, em Raoul. Ela havia cuidado dele quando criança e ele tinha um enorme apreço por ela.

–Não precisava ter perguntado – disse ofendida, sorrindo em seguida. Fez um sinal para Emma, mandando-a se aproximar – Venha, não precisa ter medo. – olhou a jovem de cima a baixo pensativa a medida que andava em sua direção, parando em sua frente – és molto bella. Terão lindos filhos. Tenho certeza.

Emma ia dizer algo, mas viu o semblante de Raoul alterar-se, olhando-a de uma forma que a fez se calar. Raoul e a mulher entraram na casa sorrindo, conversando longamente. Emma apenas os seguiu sem outra alternativa.

****
Enrico revirou os olhos entediado. Ele odiava aqueles encontros em família desde que sua avó havia o colocado como uma das opções de herdar a sua herança. Desde aquele dia, o seu tio, Giovanni o tratava como se fossem cúmplices em algo.

–Diga de uma vez o motivo de ter me chamado aqui – falou olhando ao seu redor. O quarto de Giovanni era claro, possuía poucos moveis e uma mesa repleta de papel próxima a janela, a qual vivia fechada.

–Muito bem – Giovanni disse sério – sabes tão bem quanto eu o perigo de ter Raoul como presidente da seguradora, não é? Precisamos tirá-lo de lá.

–Porque eu iria tirá-lo da presidência? Com toda a certeza, ele foi a melhor escolha. Eu não saberia administrar nada, enquanto o senhor roubaria o Maximo que poderia – sorriu ao ver a expressão incrédula dele – é a verdade.

–Isto é um ultraje.

–Claro que é – murmurou desinteressado.

–Enrico, lembre-se que o dinheiro que ganha é da empresa e que sem ele, você seria apenas um vagabundo sem rumo, pois sua vida de viagens iria terminar.

–Tenho ações ainda. – disse dando de ombros – sei muito bem o quanto valem.

–É verdade, mas e se Raoul cometer algum erro? Tudo irá ruir.

–E se o senhor cometer? Qual a diferença afinal?

–A diferença está que eu lhe darei um, excelente, bônus todo mês se me ajudar a tirá-lo da presidência.

–Foi bem direto, querido tio – sorriu – espero que seja uma boa quantia.

–Dez vezes o valor que ganha todo mês.

–Hum, estou dentro – disse após pensar – e o que quer que eu faça?

–Você é um casanova, apenas faça o que sabe melhor. Seduzir.

–Quer que eu seduza aquela criança?

–Precisamente, mas de uma forma em que ela peça o divorcio a ele.

–Interessante – murmurou – quer que eu a seduza em apenas um dia? Isto pode passar de um simples romance de verão. Não fará diferença a ela.

–Fará, se saber como agir.

Enrico viu o brilho ambicioso nos olhos de seu tio e por um capricho resolveu ajudá-lo em seu plano. Ele não tinha pretensões de passar horas sentado em uma sala trabalhando, o que deseja era divertir-se e isto, Giovanni, lhe oferecia com um bônus.


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