The Walking Dead - Matar ou morrer escrita por WolfWalker


Capítulo 2
Uma luz ou uma escuridão?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capitulo.

Esses três pirmeiros capitulos vão se passsar na primeira temporada.
Quando eu estiver na segunda eu aviso ok.

Bjs e espero que gostem.



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Eu estava sozinha.

Após passar horas chorando ao lado de minha Tia, resolvi que era hora de ir. Para onde eu ia, não sabia ao certo, só sabia que precisava sair logo dali. Cedo ou tarde, aquela estrada não seria mais segura.
Então comecei a pegar apenas o essencial. Meus olhos ainda estavam inchados e havia poucos carros passando. Quando terminei de juntar tudo, me abaixei ao lado de Duck e o acariciei lhe apertando logo em seguida. De repente, escutei passos atrás de mim e quando me virei, me deparei com um Homem de meia idade, com cabelo curto e grisalio de pé me encarando. Ele estava usando uma calça Jens e uma jaqueta de couro.

– Esta tudo bem? Ele perguntou gentilmente.

– Esta! Falei enquanto tentava disfarçar meus olhos inchados esfregando a manga da minha blusa neles.

– Não parece... Ele continuava me encarando - Bom, Prazer... Ele falou enquanto estendia sua mão - Meu nome é Will Harrison.

Estranhei um pouco aquele homem, como disse não eu era muito sociável, mas ele parecia estar sendo gentil de verdade.

– Meu nome é Charlie. Eu disse enquanto apertava sua mão.

Ele sorriu e olhou para dentro do carro e ficou ligeiramente espantado. Não entendi o motivo pelo seu espanto, mas quando olhei para dentro do carro também, percebi o motivo.

Minha Tia estava viva.

– Tia Sky! Gritei ao perceber que ela estava se mexendo.

Rapidamente dei a volta no carro e parei em frente a sua porta. Ao movimentar minha mão para abri-la, percebi que o homem me encarava, mostrando desaprovação no rosto.
Não dei a mínima atenção e apertei o botão para abrir a porta.

Nesse instante, tudo aconteceu muito rápido. Antes de eu sequer puxar a maçaneta, minha Tia se jogou com tudo na porta, fazendo a abrir com tanta força, que eu cai no chão. Logo, ao ficar cara a cara com minha Tia, percebi que algo escuro e gosmento saia de sua boca e seus olhos estavam diferentes. Estavam quase brancos. Ela então começou a tentar sair do carro, mas estava presa pelo cinto de segurança. Em compensação, ela tentava me agarrar com suas mãos pálidas e seus dedos finos.

De repente, como se tudo fosse um sonho, um sonho não, um pesadelo, escutei um barulho tão alto que achei que fosse ficar surda. Eu instintivamente fechei os olhos e quando os abri, senti que fosse desmaiar.

Algo ``parecido com a minha Tia´ ´ estava a poucos centímetros dos meus pés. Sua cabeça agora era uma casca vazia, com um grande buraco bem no centro da onde saia um liquido vermelho escuro.

Até pensei em gritar, mas tinha uma bola na minha garganta que impedia isso. Eu só conseguia observar aquilo, horrorizada.

– Ei Charlie... O Homem me ergueu com apenas um puxão. - Você esta bem?

Eu não consegui responder, estava em choque. Logo, comecei a sentir falta de ar. Ofegante, dei outra volta no carro e fui ao porta luvas. Rapidamente peguei a bombinha e apertei. Ao me senti um pouco melhor, entrei em desespero. Onda estava Duck?

Ao olhar em todas as direções, me senti aliviada por ver que o homem chamado Will estava com o Duck bem ao seu lado. Havia também em sua mão esquerda um revolver.

– Sinto muito por isso que eu fiz.... Mas se eu não fizesse.... Ele se interrompeu.

– O que aconteceria hein? Respondi de forma mal educada e quase chorando.

– Ela te mataria, devagar... Bem devagar. Ele respondeu educadamente, embora apresentasse tristeza na voz.

Eu ia responder, mas percebi que mai alguém se aproximava. Era uma mulher de meia idade também, mas seus cabelos compridos brilhavam forte com a luz do sol que estava se pondo. Atrás dela vinha um menino. Ele tinha cabelos claros como a mulher. Ela parecia que havia saído de um prédio de advogados, pois estava usando um vestido preto um pouco colado ao corpo e pequenos sapatos pretos. Já o menino mais parecia um Walker do que com uma pessoa. Suas roupas estavam rasgadas e sua blusa azul claro estava cheia de sangue.

– Pai, o que aconteceu? O menino gritou preocupado.

– É querido... Ouvimos um tiro. A mulher completou.

– Não foi nada. Apenas tive que usá-la... O homem respondeu triste olhando para a arma em sua mão.

Logo, eles já estavam ao lado do homem.

Após conversarem um pouco - O homem provavelmente contou o ocorrido - A mulher veio até mim e se apresentou:

– Meu nome é Lúcia... O seu é....

– Charlie... Eu a interrompi.

A mulher sorriu e se virou, olhando diretamente para seu marido, que assentiu com a cabeça.

– Então querida... Queríamos saber se deseja vir conosco? Você esta sozinha não esta? Ela falou cuidadosamente.

– É, estou. Minha Tia, ela.... Não consegui completar.

– Tudo bem querida, eu já sei o que houve. Ela sorriu para mim.

Naquele momento, senti que deveria ir com eles. Não sei por que, mas achei que era o melhor a se fazer.
Aceitei o convite e deixei que eles vasculhassem o carro em busca de mais coisas para que pudéssemos levar. A Mulher chamada Lúcia disse que tinham um carro grande e que caberia bastante coisa. Fiquei um pouco afastada, com Duck ao me lado, observando enquanto eles fechavam o carro. Will achou melhor tirar o corpo da minha tia do meio da rua. Eu só fiquei observando. Até que o menino se aproximou.

– Seu nome é Charlie né? Ele perguntou olhando para os pais que arrastavam o corpo do que um dia fora minha Tia.

– É. Respondi secamente.

Nesse momento, ele se virou e estendeu a mão para mim.

– Meu nome é Richard.

Apertei sua mão, mas soltei logo em seguida.

– E quem é esse ai? Ele perguntou apontando o queixo para o Duck.

– É o meu cão... O nome dele é Duck.

– Legal. Sempre quis ter um cão, mas minha mãe nunca deixou. Ele falou sem demonstrar emoção alguma.

– Bom, acho que é tarde para se ter um. Eu disse sem me importar com sua reação.

– Tem razão. Ele respondeu para minha surpresa, e se virou, indo em direção a porta do carro.

Em pouco tempo, estávamos na estrada novamente. Não havia muitos carros na estrada, os que tinham estavam abandonados.
Fiquei imaginado o motivo de tudo isso, a origem desse vírus, até que foi tirada de meus devaneios com aquela mesma mensagem do governo sobre o centro de refugiados no rádio.

– Será que isso existe mesmo pai? Richard perguntou enquanto se inclinava para frente.

– Não sei filho. Mas não vamos precisar ir para lá... O homem respondeu.

– Não? Pra onde vamos? Perguntei sem pensar duas vezes, depois me arrependi. Eles estavam fazendo um favor de me levar com eles e eu continuava agindo de forma grosseira.

– Vamos para uma casa... Na verdade, uma fazenda. A mulher respondeu.

– Uma fazenda? Perguntei só por curiosidade.

– É bem afastada da civilização, por isso achei que seria uma boa idéia ficar por lá um tempo. Além disso, há bastante comida e lenha para nos manter vivos por bastante tempo. Disse Wil, que não tirava os olhos da estrada.

Concordei, afinal, eu era apenas um peso para eles. Se eu fizesse algo errado, eles simplesmente poderiam me jogar num carro qualquer e me deixar a mercê dos Walkers.
Decidi me distrair com outra coisa e comecei a observar Duck .Ele estava se comportando bem, embora eu soubesse que ele estava fraco. Precisava de comida e eu não tinha nada para oferecer a ele.
– Desculpe não ter nada para te dar Duck. Falei enquanto acariciava seu pelo macio.

– Não se preocupe querida, na fazenda tem comida para animais. A mulher falou enquanto se virava e olhava em meus olhos, com um sorriso estampado no rosto.

Fiquei meio envergonhada por ter pensado alto demais. Richard que estava ao meu lado ria da minha situação constrangedora.

No começo da noite, chegamos a tal fazenda. Era bem grande mesmo. Toda cercado por arame farpado, a casa ao longe não se parecia em nada com uma casa de fazenda de tão decorada que era.
A entrada da casa era cheia de vasos de plantas, muitas estavam mortas por causa da falta de água. Na varanda, vários enfeites pendurados no teto balançavam ao vento. A porta era de madeira maciça, mas era linda. Possuía um lindo desenho de cavalo esculpido.
Will foi à frente, com um molho de chaves na mão, ele foi testando uma por uma, até que encontrou a chave certa. A colocou na tranca e entramos.

A casa por dentro era mais linda ainda. Com quadros por todos os lados, o chão era coberto por um lindo carpete cor de vinho.
A escada que levava aos outros andares da casa era toda decorada. Seu corrimão era cuidadosamente esculpido em forma de pequenas rosas.

– Os quartos são lá em cima. Podem escolher qualquer um. Wil exclamou enquanto colocava uma bolsa no chão.
Richard e eu - com Duck logo atrás- subimos as escada correndo. O andar de cima não perdia em nada com o debaixo.

– Eu fico com esse. Richard Exclamou alto.

O quarto escolhido ficava do lado esquerdo. Percebi que no fim do corredor, havia uma pequena mesa, com um lindo vaso, recheado com flores mortas. Era iluminado pela luz da lua que entrava pela janela.

– ótimo. Eu não queria esse mesmo. Eu falei dando de ombros.

Ele riu e eu entrei em meu novo quarto. Ele era enorme, com lindas cortinas enfeitadas com rendas cobrindo a janela não muito grande e a cama parecia de princesa, rodeada com véus.

Ao ajeitar minhas coisas, me joguei na cama e comecei a pensar em tudo que aconteceu. Na minha Tia, se era ruim eu estar me sentindo bem mesmo com o que aconteceu com ela. Nas pessoas que me acolheram mesmo sem me conhecer. Será que foi sorte ou destino?
De tão cansada, eu acabei dormindo, com meu tênis velho e tudo. Duck estava deitado ao meu lado. Depois de tanta coisa, acho que nos dois merecíamos um descanso.

O problema é: Até quando isso vai durar.


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Notas finais do capítulo

E agora, será que essa paz vai durar?