The Walking Dead - Matar ou morrer escrita por WolfWalker


Capítulo 1
Capítulo 1 Antes de Tudo.....Eu quase era feliz.


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fic de TWD. espero que gostem pq eu simplesmente amo TWD.
Criticas são bem vindas.



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O que você diria se alguém lhe dissesse que esta acontecendo um Apocalipse Zumbi? Bom, eu certamente iria rir da cara da pessoa. Mas não era brincadeira.

Aé, meu Nome é Charlie Foster Walsh. Tenho 14 anos e sou uma sobrevivente. Ai você se pergunta, como eu sobrevivi? Simples. Éramos somente eu e minha Tia, que era irmã da minha mãe.

É. Eu não morava com minha mãe. Para falar a verdade, nem sei onde ela esta agora. Ela me abandonou quando eu nasci. Segundo minha tia, ela detestava crianças. Mas ai conhceu meu Pai, Shane Walsh, que sempre sonhou em ter filhos. Eles então começaram a namorar e, bom, eu nasci pouco depois. Não sei bem o que aconteceu, pois minha Tia não gostava de falar sobre isso, só sei que ela desistiu de mim e foi embora.

Como meu pai era policial e morava em outra cidade - King County - Ele não tinha como cuidar de um bebe sozinho e resolveu me deixar com minha Tia, mas se comprometeu a me bancar.

Para você ter uma ideia, eu o via uma vez por ano, as vezes nem isso. Apesar de morarmos perto, ele não gostava que fossemos visita-lo.

De acordo com minha tia Sky - o nome dela era Scarlet- Eu havia puxado quase tudo da minha mãe, cor dos olhos (azuis), altura, cor de pele bem clarinha, exeto a cor dos cabelos (o cabelo dela era ruivo e encaracolado, os meus são da cor preta e são lisos) e o formato do rosto. Isso eu puxei do meu Pai.

Mas chega de falar disso. O que importa e como sobrevivi até agora, apesar de não estar com nenhuma vantagem no momento - Estou no meio do mato, sem comida, água, ou seja, sem nada. Só um pé de cabra que carrego comigo desde que sai de casa, junto com minha tia e o Duck. - Mas com certeza onde eu estava era bem pior.

Atlanta sempre foi uma cidade cheia e movimentada como qualquer grande cidade do mundo. No dia em que começou tudo, percebi que as noticias estavam muito estranhas.

Mas como sempre, eu preciso ir à escola, embora as autoridades recomendassem que as pessoas ficassem em casa, minha tia insistia em dizer que era exagero do governo. Eu tinha que obedecê-la. O caminho até a escola não era muito grande, uns 10 minutos a pé - eu gostava de caminhar -, às vezes ia de bicicleta, era bem melhor, mas justo nesse dia, a minha estava no conserto.

Antes de ir, fui alimentar o Duck, meu cão. Sempre gostei de cães grandes e Duck era um cão de rua. De tanto eu insistir, minha tia me deixoueu ficar com ele. Ele não tem uma raça definida, embora eu ache que ele deva ter alguma coisa com Border Collie e Husk, pois ele tem um olho de cada cor (um azul e o outro castanho), é preto e branco, com uma mancha preta em uma das orelhas, que por sua vez estão sempre alertas. Duck sem duvida é meu melhor amigo, pois sou meio difícil para se fazer amizades.

Voltando ao assunto principal `` zumbiS´´, o dia até que tinha sido tranquilo, estava a ponto de se tornar um caos. À tarde, após as aulas, meu telefone começou a tocar incessantemente, era minha tia.

- OI tia... Tudo bem? - Charlie, onde você está? Minha tia estava estranha, nervosa e aflita.

- Estou na escola tia, onde mais eu estaria? Respondi com ironia.

- Querida, por favor, vem logo para casa. Minha tia parecia muito nervosa, mais que o normal.- Por favor, venha o mais rápido que puder ta.

Nesse instante, minha pulsação começou a acelerar e comecei a sentir falta de ar. Rapidamente peguei minha bombinha para asma.

- Charlie, você me ouviu?

- Ouvi tia. Já to indo. Mas o que ta acontecendo? Perguntei preocupada. - E com o Duck?

- Não, ele ta bem. Só vem pra casa rápido ta?

Respondi sim e minha tia desligou o telefone. Logo, eu já estava correndo, mas às vezes tinha que parar, pois a falta de ar era horrível. Nesse dia, lembro de ter visto algo no jornal, antes de ir para a escola, relacionado a uma doença que estava assolando o mundo todo. Ninguém sabia o que era, mas pelas noticias, percebi que era algo serio.

Tentei acelerar mais os passos. Mas parecia que os 10 minutos estavam durando uma eternidade. No caminho, vi muitas pessoas enchendo os carros com caixas e mais caixas de papelão, cheias de coisas que eu não sabia o que era. Vi pessoas correndo desesperadas, pessoas ao celular chorando. Aquilo me assustou.

Logo, estava em casa. Percebi que o carro da minha tia estava cheio de caixas, cobertores, kits de primeiros socorros, garrafas de água etc. Ao entrar em casa, me deparei com minha tia arrumando várias malas.

- tia, o que esta havendo?

- Ah Charlie, graças a Deus que você chegou... Vamos, me ajude a arrumar as coisas. Minha tia falou enquanto me arrastava para os quartos.

- Tia, para. Falei alto enquanto me livrava de suas mãos.

- Querida não temos tempo. Eles estão chegando e vão colocar essa parte da cidade em quarentena.

- Quarentena? Por quê? Tia por favor, me fala o que ta acontecendo.

Minha tia estava desesperada. Sem dizer nada, ligou a TV e justamente neste momento, passava imagens de pessoas atacando outras pessoas e. Comendo-as vivas. Em seguida, o apresentador declarou estado de alerta Mundial. Aconselhou as pessoas a ficarem em casa e estocarem alimento para uma ou duas semanas.

Eu continuava em pé, em frente à TV, absorvendo tudo isso. Até que me sentei no sofá e fiquei olhando para o nada. Minha tia ficou ao meu lado em silêncio. Até que fui despertada de meus pensamentos com os latidos descontrolados de Duck.

- Duck. Gritei me levantando rapidamente do sofá e indo em direção ao quintal dos fundos, deixando minha tia parada meio sem reação, só me observando enquanto eu saia correndo.

Ao chegar ao quintal, vi que Duck estava mais agitado do que o normal. Ele latia em direção a janela do vizinho, que dava de frente para o quintal. Quando eu olhei mais atentamente a janela, percebi que havia uma mancha meio que vermelho escuro no formato de uma mão estampada nela. Achei estranho, pois aquilo parecia recente. O liquido vermelho estava escorrendo até o parapeito. Rapidamente tirei o Duck da coleira e entrei em casa.

Percebi que minha tia estava com uma arma na mão e a olhava atentamente. Suas feições estavam apreensivas. Seu cabelo que estava amarrado em um coque estava se desfazendo.

- Não sei se me lembro como usar isso. Ela disse quase num sussurro.

- Tia Sky... Não consegui continuar, pois meus olhos já estavam cheios de água.

Minha Tia se levantou e guardou a arma na cintura e veio até mim, me dando um abraço bem apertado.

Lie (esse era meu apelido), sei que isso tudo é estranho... Ela continuou. - Mas temos que sair da cidade antes que eles, os militares, cheguem.

- Mas porque, se esta acontecendo isso tudo, devemos ficar juntos dos militares não é? Perguntei enquanto enxugava minhas lagrimas com a manga da minha blusa vermelha.

Não. Se ficarmos, eles... Tia mãe se calou por uns segundos. -Eles vão nos matar.

Afastei-me de seu abraço - e me arrependo até hoje de ter feito isso - e a encarei.

-Nos matar, por quê?

- Eu não entendi direito, mas parece que essa área onde estamos está em alerta vermelho. Eles deram um tempo para nos sairmos antes de colocarem em quarentena. Se ficarmos, seremos consideradas ameaças. Seremos considerados infectados.

- tia eu... Ela me interrompeu.

- Lie, eu também não entendi, só sei que temos que sair daqui. Por favor, confie em mim.

- Ok tia. O que tenho que fazer?

Ela disse para eu pegar roupas confortáveis e tudo que fosse precisar para nossa sobrevivência. Peguei pilhas, garrafas vazias para armazenar água, Lanternas, uma bússola que até hoje duvido que ela funcione de verdade, anzol, Cloro para a limpeza de água etc. Ao terminar, levei minha mochila até a sala, onde encontrei minha tia sentada no sofá, vendo outra noticia.

Dessa vez, um cara estava relatava algo. Ele falava rápido demais, mas consegui entender que sua mulher havia sido mordida por uma dessas coisas e que após uma febre terrível, ela morreu. Em seguida, uns 15 minutos depois, ela retornou, mas estava diferente. Estava pálida e seus olhos estavam brancos. O homem tentou se aproximar da mulher, mas ela rapidamente agarrou seu braço, apertando forte, fazendo com que suas unhas penetrassem na pele. O homem tentou a todo custo se soltar e quando conseguiu, saiu correndo para fora. Foi ai que o repórter o abordou. Ele inclusive mostrou a marca das unhas no braço. Ela, ao perceber minha presença, desligou a TV e se virou para mim.

- Pronto Charlie? Tinha quase certeza de que ela estava chorando.

- Sim... Não espera... A gente pegou comida só para nos e esquecemos do Duck, Já venho. Eu falei e me virei para ir até a dispensa.

Minha tia até tentou me impedir, mas não funcionou. Duck precisava de comida apropriada. Cheguei à dispensa e fui procurar o pacote de ração. Ao encontrar, senti um aperto no coração. Não havia nada no pacote. Foi quando me lembrei que tinha colocado tudo na Vasilia hoje de manha. Sai da dispensa decidida a convencer minha tia a passar numa loja de ração.

Ao chegar à sala, percebi que minha ela não estava lá. Percebi também que as malas não estavam onde as tinha deixado.

- Ela já deve ter levado para o carro. Pensei comigo mesma.

Apenas Duck estava na sala. Ao me ver, veio em minha direção, abanando seu rabo. Foi à primeira vez naquele dia que tudo parecia que ia ficar bem.

Só parecia.

De repente, escutei gritos vindos lá de fora. Sem pensar, sai em disparada. Ao abrir a porta, meu coração congelou.

Várias pessoas correndo... Atrás delas, Outras pessoas, mas essas eram diferentes. Todas elas estavam com uma cor esquisita de pele, uma cinza meio verde. A maioria estava mutilada, com roupas rasgadas e ferimentos expostos. Percebi que um tinha metade do braço faltando. Outro estava com uma mordida gigantesca no rosto, era possível inclusive ver sua arcada dentaria.

Logo, outro grito. Foi ai que eu despertei e olhei para o lado. Minha Tia lutava para se livrar de uma pessoa - Se é que posso chamar aquilo de pessoa - que estava em cima dela. Antes de correr em seu socorro, percebi que sua blusa branca, agora estava manchada. Manchada de sangue. Duck, que estava ao meu lado, correu para ajudá-la também.

Aquilo parecia uma eternidade. A ``Pessoa´´ agora estava comendo um pedaço do braço da minha tia, que gritou de dor. Senti-me uma inútil, pois estava paralisada de medo. Logo percebi que mais dessas coisas estavam chegando perto. Rapidamente, peguei um Pé cabra que estava encostada a parede da frente de minha casa e acertei bem nas costas daquilo. Ele por sua vez, agiu como se nada tivesse acontecido e continuou a devorar o braço de minha tia.

Dei outro golpe, dessa vez na cabeça. Por sorte, a coisa cai no chão, desacordada. Duck que havia ido em direção a perna daquilo, estava com um farrapo entre os dentes. Fui ao encontro de minha tia, que segurava o braço tremula. A ajudei a se sentar num murinho que separava um pequeno pedaço de terra, onde minha ela plantava algumas flores. Percebi que ela estava meio branca, provavelmente pela falta de sangue.

- Tia Sky, temos que ir ao medico, agora. Falei enquanto rasgava um pedaço da minha blusa e enrolava no braço dela.

- Char...Lie... Tem que sair daqui. Ela falou, mas percebi que sua voz estava muito fraca.

- Tá. Vou te levar ao medico. Exclamei enquanto tentava levanta-la, mas ela gritou ainda mais.

- Não consigo... Ela chorou. - me deixe aqui. Vá procurar o seu pai.

- Ele nunca ligou pra gente, Tia Sky. Respondi secamente. Mas era verdade. Meu pai sempre nos ignorou. Podia contar nos dedos em quantas festas de aniversário ele veio nos ver.

- Não Lie... Temos que sair daqui... Há mais dessas coisas.

Logo, percebi que meus olhos estavam cheios de água de novo. Olhei então para o corpo estendido a poucos metros de nos e percebi que era nosso vizinho da casa ao lado. A casa que tinha uma janela que dava no nosso quintal. Aquela mesma janela onde tinha visto a marca de sangue. Ele usava um terno preto, seus cabelos estavam bagunçados. Percebi uma mancha de sangue em seu colarinho branco.

Voltei-me para minha tia. Ela estava mais branca ainda. Decidi que era hora de colocá-la no carro e achar um lugar que seguro. Se realmente fossem colocar aquele lugar em quarentena, não iriam demorar. Dei um jeito de colocar ela no carro. Por pouco eu não esqueci o Duck. Coloquei-o ao lado dela, no banco de trás e dei meia volta. Ao me sentar no banco do motorista, senti que a asma estava começando a atacar novamente. Remexi nos bolsos da minha blusa, mas não encontrei. Entrei em desespero. Depois de olhar em todos os cantos possíveis, percebi que minha Tia segurava algo. Era minha bobinha.

-Charlie... Você deixou cair. Ela falou com dificuldade.

- Obrigada Tia Sky...

De repente, varias daquelas coisas se amontoaram no capo e nas laterais do carro. Por pouco não gritei. Voltei minha atenção para o volante.

- Espero que aquelas aulas com o meu pai tenham algum sentido agora. Falei num sussurro e sai em disparada, atropelando tudo que estava na frente. O sangue e outras coisas que não sei indentificar se espalhavam pelos ares.

Antes de ligar o carro, olhei pelo espelhinho de relance para minha Tia. Percebi que sua respiração estava fraca. Seu tempo estava acabando. Virei-me novamente para o volante, desejando afastar os pensamentos ruins, e o liguei.

Em pouco tempo, estávamos na avenida principal. Havia muitos carros saindo de varias partes da cidade. Resolvi ligar o Radio. Fiquei uns 5 minutos procurando algo e nada, até que consegui captar uma mensagem, acho que era do governo.

Atenção, Quem estiver em Atlanta, dirija-se o mais rápido que puder para a parte central da cidade. Lá esta sendo construído um Centro de Refugiados os sobreviventes. A área esta segura. os policiais e militares estão fazendo tudo que podem para proteger a população.

- Ouviu isso Tia? Perguntei enquanto olhava para o lado. Percebi que muitas pessoas dos carros ao lado me encaravam, provavelmente por nunca terem visto uma menina da minha idade dirigindo antes.

Ignorando esse fato, achei estranho ela não ter respondido. Logo, Duck estava latindo desesperado.

- Tia? Perguntei receosa.

Não ouve resposta.

- Tia? Falei mais alto.

O silencio foi arrematador.

Desesperada, virei o volante com tudo para o acostamento, à direita. Claro que recebi varia buzinas por causa disso. Rapidamente desci do carro e abri a porta que dava acesso a minha tia. Percebi que ela não estava se mexendo.

- Tia Sky? Por favor, fale alguma coisa.

Exclamei desesperada e com raiva de mim mesma por estar chorando igual a uma louca. Ao ver que ela não respondia, nem mesmo tinha pulso, desabei no chão. A única pessoa que realmente tinha se importado comigo, embora não fosse minha mãe, estava morta. Eu agora estava sozinha, num mundo onde de agora em diante, os mortos dominavam.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?
Aguardem o proximo capitulo.