Cronicas de Éverof: O Lobo e o amaldiçoado escrita por Red Mark


Capítulo 5
Rumo ao leste


Notas iniciais do capítulo

Bem galera! Após algum tempo venho com um novo capitulo! Espero que gostem, boa leitura! ^_^
E desculpem a demora.



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Kaider admirava o amanhecer do alto de sua sacada na sala do castelo. Ele usava um manto negro com ombreiras longas, seus cabelos não estavam penteados.

Kaider ouviu alguém bater a porta.

–Senhor? –Era Válvet. –Esta ai?

–Entre… –Disse o general.

–Esperava que o senhor estivesse adormecido. –Disse o homem de cabelos brancos entrando.

–Sabe muito bem que gosto de ver o amanhecer.

–De fato, me senhor. –Válvet se aproximou um passo de seu superior e abriu um rolo de papiro tal qual ele carregava. –Hoje temos muitos deveres e pouco tempo.

–“Pouco tempo” diz você… –As mãos de Kaider, que até então estavam juntas nas costas, abaixaram-se. –Você sabe o que é isto? –O general levou sua mão direita até uma mecha grisalha. –Não importa quanto eu arranque sempre aparecem mais.

–Se incomoda com cabelos brancos, meu senhor?

–Cada maldito fio branco mostra-me que o fim está cada vez mais próximo

–O fim chegara para todos um dia.

Kaider em um rápido movimento socou sua mesa.

–Não para um deus!

–Porem o meu senhor não é um deus.

–Os deuses calaram-se para os mortais a muito tempo. –Disse Kaider nostálgico.

–E o que isso tem a ver com seus cabelos grisalhos, meu senhor?

–Tudo, meu tolo subordinado! Os vinte deuses são poderosos, porém não únicos.

–O senhor fala dos contos antigos? Os poderes das trevas? Isso é blasfêmia!

O general, com pura irá, agarrou o pescoço de seu subordinado.

–Acha que isso é pecado? Nos adoramos deuses que nos deram as costas!

Válvet tentou dizer algo, porém em vão.

–Acredite ou não os deuses logo cairão. –Kaider imprensou a cabeça do homem de cabelos brancos contra a mesa. –E assim o anjo de piche negro reinara toda Éverof!

O general liberou seu subordinado de sua pegada.

–Partiremos para o leste amanha. –Completou Kaider.

–E o que a no leste? –Válvet levantou-se e mexeu no pescoço com sua mão direita. O ocorrido não era novidade. Não fora a primeira vez em que Válvet sofrera esse tipo de agressão da parte de seu senhor. –Estaria falando das ruínas de Gorgon?

–Não. –O general andou até a sacada mais uma vez. Kaider sacou seu punhal tal qual ele levava junto ao manto negro por proteção. –Bem mais ao leste. Depois da cidade caída. –O general levou seu punhal até sua mecha grisalha e a cortou. –Temos quatro dias até o despertar das trevas.

Válvet não respondeu. Ele apenas fez uma reverencia e saiu da sala. O subordinado do general, no fundo do seu coração sombrio, buscava vingança de seu senhor, porém o homem de cabelos brancos era covarde e fraco demais.

Válvet pegou seu rolo de pergaminho e o arremessou contra uma parede. O mesmo abriu-se. Válvet não deu importância ao que estava marcado. Algumas palavras destacavam-se no papel. Nelas estavam escritas: “Reunião com o rei”.

O Lobo cinzento já podia ver o reflexo do lago espelhado. O guerreiro estava com um péssimo pressentimento.

No vale em torno do lago não se escutava nem um som apenas o vento sobre as árvores. Até mesmo as borboletas já não planavam mais sobre o vento.

Cansado da caminhada o Lobo decidiu sentar-se no leito do rio por alguns minutos ignorando por completo seus instintos que diziam para continuar o mais rápido possível.

Frederik, sacou sua espada. Ele insistia em chama lá de Víbora. A arma possuía um cabo vermelho com inscrições muito antigas e uma gravura de um lobo. A lâmina era curva como o corpo de uma serpente

O Lobo encravou Víbora na grama. Em seguida reclinou sua cabeça para trás para admirar o céu sem nuvens. Havia amanhecido há poucas horas por isso o dia estava lindo.

–Calmaria antes da tempestade… –Disse Frederik para si mesmo. Esta frase era como um mantra para todos da Matilha por suas vidas dedicadas inteiramente a ser um Lobo. Muitos momentos da vida de um Lobo podiam ser incríveis, porém na história de Éverof nem um integrante da Matilha morrera de causas naturais. Sempre morriam em serviço.

Após alguns minutos o Cinzento levantou-se e recolheu Víbora. Ele tinha a sensação de ser observado, e de fato estava.

No alto das árvores da floresta escura criaturas observavam Frederik. Não criaturas malignas, mais sim seres chamados elfos.

O guerreiro cinza não demorou a voltar a seu trajeto.

O que elfos iam querer com um Lobo?

Em Éverof havia uma grande variedade de criaturas. Haviam inúmeros tipos de elfos, porém os que mais apareciam aos humanos eram os elfos com a aparência similar à dos humanos. Eles eram chamados de elfos Marizianos, nome tirado do reino dos elfos, Marizia dentro da mata ao leste da floresta escura, e os elfos selvagens.

Os elfos Marizianos eram similares aos humanos em uns aspectos e completamente diferentes em outros. Eles poderiam se passar por humanos se não suas pontudas orelhas, seus olhos claros, seus cabelos lisos e sua pele extremamente branca. Eles eram ensinados dês de cedo a se proteger e a sua tribo e eram tão espertos quanto qualquer humano e infinitamente mais ágeis.

Já os elfos selvagens eram vistos raramente por pessoas que se perdiam na floresta escura. Eles eram caçadores e viviam da natureza. Uma habilidade intrigante dos selvagens era que eles podiam se camuflar com folhas, plantas e árvores. No passado haviam milhares, talvez milhões de espesses élficas.

De dentro da floresta escura os seres continuaram a seguir o Lobo sem se atrever a sair da mata fechada.

No total eram seis selvagens na floresta. Todos eles estavam camuflados no alto das árvores. O mais forte deles tomou a liderança até o chão.

Seu nome era Ur. Ele não usava roupas, apenas folhagens tampavam-lhe parte do corpo, sua massa muscular superava de longe a do Lobo Cinzento, sua barba era verde como a flora a sua volta. Se qualquer uma pessoa não atenta olhasse de relance não notaria sua presença.

Com sua visão aprimorada Ur pode ver Frederik a uma grande distancia. Ele ordenou aos companheiros que seguissem o Lobo Cinzento e os acompanhou.

O guerreiro cinza nada notou, porém ele sentia que estava sendo seguido.

Vanys estava espantada. Seu líder havia morrido? Não, não podia! A jovem negava-se a acreditar.

Ela agachou ao lado de Bélter e averiguou o corte no ombro do líder ladrão.

–O que aconteceu.? –Valtor tomou s frente

–A ferida infeccionou! –Respondeu ela. –Thadeus pegue meus frascos!

Thadeus era um ladrão de quatorze anos. O único que se interessava por medicina como Vanys. Ele tinha cabelos encaracolados loiros, olhos verdes e lábios avermelhados. Suas roupas eram de couro porém bem velhas.

O garoto correu até os frascos que jaziam em um buraco na parede da caverna.

–Qual frasco? –Gritou ele a Vanys.

–Traga todos! –A garota retirou a armadura de Bélter pela tiras de couro e rasgou a sua camisa.

Thadeus correu de volta com os medicamentos.

–Aqui estão! –Ele colocou os cinco frascos transparentes com líquidos multicoloridos.

–Ótimo! –A jovem curandeira retirou uma folha grande de seu bolso. –Alguém misture todos sobre a folha!

Uma garota que estava entre os ladrões ajoelhou-se ao lado de Vanys. Seu nome era Riz. Ela devia ter entre quinze e dezesseis anos, com olhos castanhos e cabelos negros. Ela usava uma camisa de lã vermelha por baixo de uma armadura verde-musgo inteiramente cobertas de arranhões e riscos.

–Eu faço! –Disse ela.

Riz derramou um pouco dos líquidos sobre a folha e com um pequeno galho os misturou.

A mistura multicolorida ficou branca.

Sem esperar Vanys derramou o remédio no ombro de Bélter.

–Devemos esperar fazer efeito. –Disse a mesma. –Só nos resta esperar e rezar aos deuses.

Todos os Bruminods estavam tão atentos ao líder que esqueceram por completo o estranho homem. Ele se levantou e observou onde estava.

Qualquer um em seu lugar não levantaria, porém ele sentia-se bem. Seu corpo estava curado e descansado.

O homem retraiu o brilho de sua capa respirando fundo de olhos fechados. Em sua mente ele formulou várias maneiras de matar os ladrões em segundos, mas lembrou-se do auxilio que recebera de um dos foras da lei. Ele reparou em cima de uma pedra que era usada como mesa uma pequena saca com pedras preciosas. Ele se moveu rapidamente misturando-se as sombras.

Ninguém o viu.

O gorgon segurou as safiras.

Ele ouviu passos e rapidamente se virou.

O estranho homem pode ver uma lâmina contorcida a centímetros de seu pescoço.

–Roubar ladrões não é prudente. –Disse Frederik, o Lobo Cinzento que acabara de entrar na caverna.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por terem lido. Deixem um comentário se gostaram. Até o próximo capitulo.



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