Love And Death escrita por Baabe


Capítulo 37
Apologize


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores tudo bem?
Vi que mais garotas recomendaram a fic. Não vou esquecer de colocar o nome de vcs nos agradecimentos especiais ok?!
Sobre esse capítulo, eu quero dizer que eu tenho umas três versões diferentes dele, e foi um sacrifício escolher uma. Talvez tenha sido um dos mais difíceis de escrever, e ainda pra ajudar minha inspiração não anda lá essas coisas, mas apesar de n ter gostado muito dele, ele é importante porque encerra uma fase da estória. Espero que agrade a todas vcs.
Boa Leitura!



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Timbaland feat. One Republic – Apologize

  Eu estou me segurando na sua corda

Estou a 10 pés do solo

E eu estou ouvindo o que você diz,

mas simplesmente não consigo emitir um som

Você diz que precisa de mim

Depois você me derruba, mas espera

Você diz que sente muito

Não imaginava que eu me viraria e diria:

 

Que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar,

é tarde demais

 

Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa,

Levaria um tiro por você

E eu preciso de você

como um coração precisa de uma batida

Mas não é novidade

Eu te amei com um vermelho fogo

Agora está se tornando azul, e você diz...

 “Eu sinto muito" como um anjo

O céu me fez pensar que era você

Mas eu receio...

Que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais...

 

 

 

 

Tom

 

 Eu mal pude acreditar no que os meus olhos viram ao chegar à lápide do Bill. Ela estava lá, a Melissa! Estava lamentando-se com a Cléo.

 Nenhuma imagem foi tão perturbadora de se ver a não ser a dela, daquela garota que eu tanto amei e quis ter comigo, mas que não pude por ela ser do meu próprio irmão, conseqüentemente me fazendo sofrer por desejá-la tanto, sem nem ao menos poder tocá-la. E essa mesma garota foi simplesmente capaz de mostrar-se tão fria e covarde fazendo o que fez... Como o Bill foi capaz de isentá-la de qualquer culpa? É claro que ela era culpada pela morte dele e não teria absolutamente nada que me fizesse mudar de opinião em relação a isso.

 

- Não existe nós Melissa! – eu disse impaciente – Nunca existiu! Mas eu passei muito tempo desejando que existisse...

 

- Você sabe que eu sempre amei você... – ela esperou Cléo nos deixar a sós para começar a falar- Mas, não podia assumir por medo. Medo de perder o Bill e de te perder também. Eu, não sabia que você gostava de mim... Eu tinha uma leve desconfiança, mas eu não podia correr esse risco.

 

- Para de falar do nosso passado garota! Larga de ser patética! Eu não quero saber, não quero conversar com você e eu, lamento do fundo do meu coração ter te encontrado aqui.

 

- Tom não fala assim... – ela veio em minha direção.

 

- Não se aproxime de mim. – a empurrei de leve – Eu não sei nem o que você está fazendo aqui!

 

- Eu sempre visito o tumulo do Bill. Sempre choro em cima dele pedindo desculpas e tentando convencê-lo do meu arrependimento.

 

- Eu já disse que o Bill te perdoou! Está satisfeita? Agora que você já sabe disso... Vá embora e não apareça mais por aqui.

 

- Você não tem o direito de me pedir isto Kaulitz! Acho que o Bill não se importa de eu vir visitá-lo. – me respondeu elevando o tom de voz.

 

- Mas eu me importo ta legal? Não quero correr o risco de vir aqui e te encontrar de novo.

 

- Mas você nunca vem aqui. Não foi capaz de visitar o seu próprio irmão!

 

- Isso é ridículo! Eu sei que o meu irmão não está ai. Esse túmulo é só um símbolo. Na verdade, ele está comigo e com a Cléo, o tempo todo... Ao lado das pessoas que ele realmente ama! – perdi a paciência com ela.

 

- Tom, pare de gritar comigo! Aqui não é lugar.

 

- Realmente Melissa, aqui não é lugar pra isso. Por esse motivo eu vou embora, e você deveria fazer o mesmo e esquecer que me encontrou aqui tudo bem?! – dei as costas a ela.

 

- Você acha fácil pedir para que eu te esqueça? – puxou meu braço fazendo com que eu ficasse de frente para ela – Você acha que eu não penso em você? Acha que eu não sofro?

 

- Não é só você que sofre neste mundo Melissa. Tem gente com dores bem maiores que a sua, e eu sou uma delas. – me livrei de suas mãos e continuei andando.

 

- Tom, olhe para mim! Eu não tive culpa. Você me ouviu? Eu não sou a culpada pela morte do Bill.

 

- É claro que você não é. Eu é que sou. – respondi com sarcasmo.

 

- Pois saiba que você é tão culpado quanto eu Tom. – me disse baixo, talvez não quisesse que eu ouvisse.

 

- O que você está dizendo? – fui raivoso até ela.

 

- Quer que eu repita? Você Tom Kaulitz é tão culpado pela morte do seu irmão quanto eu! – ela gritou desta vez, depois engoliu seco.

 

- Por quê? Anda, fala o porquê?! – a chacoalhei pelos ombros.

 

- Porque você poderia ter evitado que o Bill saísse naquele dia! – ela se livrou das minhas mãos - O que você fez para impedir que ele pegasse o carro em meio aquela tempestade e saísse feito louco pelas ruas da cidade hein Tom? NADA! Você não fez absolutamente nada!

 

 Meus pensamentos me fizeram voltar a aquele dia instantaneamente, no exato momento em que estávamos na sala e meu irmão se preparava para deixar o apartamento:

 

 

Flashback [on]

 

- Vou sair. – Bill me disse enquanto apanhava as chaves do carro.

 

- Vai sair pra onde? O mundo está caindo lá fora, você não tem para onde ir Bill. – levantei-me do sofá e fui até ele.

 

- Eu preciso me distrair, eu só quero parar de pensar, fugir de mim mesmo...

 

- Eu te distraio cara, mas sair nesta chuva que você não vai. – o empurrei de leve.

 

- Você não entende, eu preciso ir. – afastou-se de mim.

- Você está louco? Volte pra realidade Bill, não tem mais nada que você possa fazer por ela, não tem mais nada para viver com ela. Não seja fraco, você não é fraco Bill, muito pelo contrário. Não venha me dizer que eu não te entendo porque eu te conheço mais do que ninguém. – o abracei o mais forte que pude - Você não está sozinho cara, eu estou com você, sempre estive. Vamos passar juntos pelo que tivermos que passar, vamos compartilhar qualquer dor que tiver por vir, sempre foi assim. Sempre foi eu e você, lembra?

 

- Isto não tem a ver com você Tom. – se soltou de mim - Você não precisa mais sofrer por mim, não precisa mais tentar sentir tudo que eu sinto, não precisa mais viver por mim. Tem coisas que só eu devo fazer, sem precisar te envolver. Viva por você Tom! Deixe eu ser apenas o seu irmão e não uma parte sua.

 

 Lembro que aquelas palavras me fuzilaram por dentro e eu perdi a paciência:

 

- Então é assim que você quer que seja a partir de agora? – o encarei com os olhos carregados de lágrimas - Você quer que eu simplesmente dê as costas a tudo que você sinta e te diga que isto é problema seu? Tudo bem então Bill! – estava decepcionado - Vá fazer o que você tiver que fazer. Se você quiser sair nessa chuva saia, se quiser se matar, se mate. Realmente tem coisas nesta vida que nós nunca poderíamos compartilhar.

 

Eu praticamente o incentivei a fazer tal coisa e ele, nada respondeu, apenas saiu. Eu ainda tentei ir atrás dele, mas algo simplesmente me impediu.

 

Flashback [off]

 

 

 

- A culpa não foi minha Melissa. – respondi a ela engolindo o choro que tomou conta de mim ao me recordar daquele dia.

 

- É claro que a culpa não foi suaTom! – me segurou pelo rosto – Não foi sua, não foi minha e nem de ninguém. Se tiver alguém a quem pudermos culpar, vamos culpar o destino então porque foi ele que desejou que fosse assim.

 

 

Fui até o tumulo do meu irmão e me sentei ao lado dele apoiando a cabeça nas mãos.

 

- Me desculpe, eu não deveria ter insinuado que você também é culpado... Eu apenas quis te mostrar que, não há culpados nessa história toda. Você entendeu? – sentou-se ao meu lado, alisou minhas costas e continuou a falar:

 

- Eu passei essas ultimas semanas refletindo muito sobre o que eu fiz e tentando encontrar uma saída que me isentasse de qualquer culpa. Eu dizia a mim mesma: “Não, eu não posso ter sido responsável pela morte do Bill, eu não aceito isso!” E você era quem mais me acusava e fazia questão de jogar essa culpa em mim. Então eu me lembrei de que foi você a ultima pessoa que esteve com ele antes do acidente e cheguei a conclusão de que se eu tinha o mínimo de parcela de culpa na morte do Bill, por que você também não poderia ter? Quem era você para jogar isso na minha cara afinal?!

 

- Está feliz agora que me fez lembrar que eu poderia ter impedido tudo? – levantei-me e fiquei de frente a ela – Está mais aliviada por ter jogado metade da sua “culpa” para cima de mim?

 

- Tom, não foi essa a minha intenção! – levantou-se também – Você sabe que eu não estou jogando a culpa em você. Já disse e volto a repetir que foi o destino que quis assim.

 

- Ok Melissa, foi o destino. Vamos por a culpa nele e não em nós, nem em Deus. A propósito, eu te perdôo, mesmo sendo tarde demais, eu te perdôo. – eu disse rendido.

 

- Você está dizendo isso com sinceridade? De coração?

 

- Sim. Mesmo isso não mudando nada entre nós.

 

- Nossa... Eu pensava que ia me sentir radiante de felicidade com o seu perdão, mas agora eu percebi que ele não é o bastante. – sorriu triste.

 

- O que mais você quer de mim? – abri os braços e os fechei rapidamente.

 

- Me beije Tom! – veio caminhando provocativa em minha direção.

 

- O que? – fui dando passos para trás.

 

- Vamos saciar essa vontade de uma vez. Você quer esse beijo, tanto quanto eu.

 

- Não Melissa, para com isso! Não tem mais nada a ver.

 

- Como você pode dizer que não tem nada a ver se você nunca provou? Me beije primeiro e depois diga qualquer coisa.

 

 

 Nunca ninguém foi capaz de me intimidar tanto quanto ela. Eu vi o medo me tomar por inteiro, ao mesmo tempo em que era tentado pelo desejo de finalmente tê-la comigo. Até que ponto eu seria capaz de resistir? Era ela, a Melissa que estava tão vulnerável a minha frente e entregue a mim. Ela que me machucava, que me causava um ódio imenso, mas que ao mesmo tempo abalava minhas emoções.

 

- Vou fazer isso, apenas para ter certeza de que não sobrou nada do amor que eu sentia por você!

 

 

 Entrelacei meu braço em suas costas e a trouxe para junto do meu corpo. Colei minha testa na dela enquanto nossas respirações cruzavam-se ofegantes. Ela fechou os olhos e inclinou seus lábios aos meus. Com medo, eu tomei sua boca em um beijo ansioso.

 Eu a beijava cada vez mais forte, e ela correspondia da mesma maneira. Eu não me dava por satisfeito com aquilo, tinha algo estranho entre nós. Então eu a peguei no colo e a encostei em um tumulo qualquer (Deus que me perdoe por fazer tal coisa em um cemitério) e fui a pressionando cada vez mais contra o meu corpo, aumentando nosso atrito.

 Eu pensava que com ela seria diferente, mas assim como qualquer garota que eu já tive em minha vida, eu não atribuía a ela nada de especial e que fosse capaz de despertar em mim, algo além da excitação. Ela apenas me excitava, e aquilo me aliviou de certa maneira. Decidi então interromper o nosso beijo.

 

- O que foi? – ela me perguntou estranhando minha atitude.

 

- Nada, simplesmente nada. – comecei a rir.

 

- Qual é a graça então? – começou a rir comigo sem nem ao menos saber o motivo.

 

- Nossa, é tão estranho Melissa por que... Eu realmente esperei muito por isso, e imaginava que quando esse beijo acontecesse, eu sentiria coisas que nunca ninguém me fez sentir.

 

- E o que você sentiu?

 

- Nada que eu já não tenha sentido antes. – sorri ainda mais – Tudo que eu senti foi um grande nada!

 

 

Sua feição séria passou a ser inconformada.

 

- Nada? – ela deixou escapar.

 

- Nadinha. E você, o que sentiu?

 

- Foi a melhor coisa que eu já senti em toda minha vida. – começou a chorar inconformada.

 

- Geralmente todas que me beijam falam isso. – me vangloriei.

 

- Tom eu te amo! Antes eu precisava apenas do seu perdão, mas agora você me fez perceber que eu preciso de você também.

 

- E você me fez perceber, pro meu alivio, que eu posso viver muito bem sem você. Olha só o que um beijo é capaz de fazer, não é mesmo?! – sorri irritante.

 

- Aonde foi parar todo aquele amor que você sentia por mim hein? Tudo aquilo que você guardava ai dentro – tocou em meu coração – que era só meu e eu não pude enxergar. Nós poderíamos ter sido tão felizes...

 

- Acho que esse amor que eu sentia por você, era só uma paixão não correspondida.

 

- É, pode ter sido. – enxugou uma das lágrimas – Eu estou indo embora para o Canadá. Vou retomar a minha carreira de modelo. Depois de todo esse tempo parada, enfim. Tive muita sorte de ter encontrado você e a Cléo hoje aqui, vou com certeza mais aliviada por ter conseguido o perdão de vocês. – sorriu sem vontade.

 

- Boa sorte em sua nova vida. Eu sinceramente espero que você seja mais feliz do que eu, e eu acho que você conseguirá. Você vai se dar bem! – fiz carinho em seu rosto.

 

- Boa sorte pra você também e pro restante dos meninos. Adeus Tom! – me deu um selinho e foi se afastando.

 

- Espera! – a puxei pelo braço.

 

- O que?

 

- Você se lembra daquela vez que eu levei uma garota para dormir em casa, que você odiava?

 

- Ah, a Christine né? Como eu poderia me esquecer. – girou os olhos.

 

- Pois é. Eu disse para você que não sabia que vocês duas se conheciam e detestavam uma a outra, mas era mentira. Eu sabia de tudo. A levei para lá só para causar ciúmes em você.

 

- Tom Kaulitz, seu cafajeste! – me deu um tapa no ombro – Você e aquela vadiazinha me irritaram muito aquela noite.

 

- Ahaha, é mesmo. Eu lembro que você chegou para mim e disse: “Kaulitz, se eu ouvir um gemido se quer dessa safada no meio da madrugada, eu juro que entro lá e acabo com a raça de vocês!” – a imitei, o que me fez levar outro tapa.

 

- Então você fez tudo de propósito não é mesmo? Porque eu me lembro muito bem do barulho que vocês fizeram a noite inteira. Ah que ódio!

 

- O Bill era o mais engraçado. Ele odiava quando eu levava as meninas para casa, só que ele dava a entender que você se importava. Eu lembro que ele chegou para mim no dia seguinte e disse: “Tom, você sabe que a Mel não gosta que essas piranhas venham dormir aqui. Eu sei que você a odeia e quer me ver separado dela, mas não precisa passar dos limites. Na próxima, vá pro Motel ok?!”– imitei o jeito do meu irmão - E, era isso mesmo sabe... Eu realmente queria te ver separado dele, mas não por te odiar, e sim por te amar tanto.

 

- Tom, por favor... Não continue.

 

- Eu ia me declarar a você. – continuei mesmo assim - Quando você foi embora de casa, não vi aquilo como o fim da sua história com o Bill, mas sim como o começo da nossa história. Eu... Eu tive muita vontade de sair correndo atrás de você, olhar nos seus olhos e dizer: “Não, ele não te ama, mas eu sim. Fui eu que sempre te amei. Agora larga de ser orgulhosa e olha pra mim garota, fica comigo!” Mas... Você Melissa, só tinha olhos para si mesma.

 

 

Abaixou a cabeça como se sentisse vergonha de si mesma.

 

- Agora, esqueça o que eu te disse a pouco sobre o que eu sentia por você ter sido apenas uma paixão não correspondida! Eu realmente te amava. – peguei em sua mão.

 

- E eu estraguei tudo, não é mesmo?!

 

- Sim, você estragou tudo. – fiz carinho nela enquanto fitava seus olhos.

 

- O que nos resta é passar uma borracha nessa história toda e seguir com as nossas vidas. Mas, eu não garanto que eu vá te esquecer tão fácil assim. Seu beijo foi... A coisa mais especial que eu já recebi.

 

- Se te serve de consolo, você pode sair por ai espalhando que me beijou. Isso pode te ajudar um pouco na sua carreira, não acha? - pisquei para ela.

 

- Até que isso não será uma má idéia hein! 

 

- Um dia eu ainda vou comprar sua playboy Melissa!

 

- Quando você fizer isso, leve-a até mim para que eu possa te dar um autógrafo. - jogou os cabelos para trás.

 

- Até lá então!

 

- Até mais Kaulitz!

 

 Beijei sua mão.

 

 Ela deu as costas a mim e seguiu pelo longo corredor. Em nenhum momento sequer, olhou para trás, enquanto eu, não conseguia tirar meus olhos dela. No fundo, eu sabia que nós nunca mais voltaríamos a nos encontrar. Depois que sua imagem sumiu definitivamente a minha frente, me voltei ao tumulo do Bill, me sentei ao lado dele e simplesmente comecei a chorar:

 

 

- Fica tranqüilo irmãozinho. – eu disse a ele – Não estou chorando de tristeza, estou chorando de alivio.

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai gente, o que vocês acharam?
Ficou ruim né? Aaah sei lá!
Bem, o próximo cap. vai estar recheado de surpresas
e o Tom ainda vai ter que se explicar para a Cléo.
Beijos amores, até o próximo!