Love And Death escrita por Baabe


Capítulo 16
A vingança de Melissa


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. é um dos meus favoritos porque eu me dediquei muito a ele. Ficou enorme...não me matem! :x

Espero que gostem *-*


Boa Leitura!



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Adriana Calcanhoto - Mentiras 

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua
Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria

Que é pra ver se você volta

Que é pra ver se você vem 

   Que é pra ver se você olha pra mim...

 





Cléo foi seguindo o longo caminho de terra que levava até o casarão. Passava das sete da manhã, estava cansada e com fortes dores no coração. Suas mãos suavam de medo. Não tinha medo de encarar a sua mãe, o medo que tinha era desconhecido.

- Cléo que bom que você chegou. - A enfermeira Susili corria em direção a garota desesperada.

- Oi Susili. - ela engoliu seco.

- Sua mãe está uma fera. Ela sabe que você fugiu com aquele menino estranho que você gosta, ela não é idiota.

- Eu imaginei. - Cléo abaixou a cabeça.

- Agora vamos entrar. - a enfermeira a puxava pelo braço. - Você não tomou seus remédios ontem menina, mas que louca você foi.

Susili foi guiando Cléo até o seu quarto. Quando a menina entrou neste deu de cara com a sua mãe sentada na cama de braços cruzados. Dulce encontrava-se com olheras profundas.

- Eu posso saber aonde a senhorita estava? - ela fuzilava os olhos da filha.

- Mamãe, o Bill e o irmão dele me levaram para dar um passeio na cidade. Eu fui no Rio Alster, estava com saudades de lá e...

- O que? - Dulce a interrompeu dando um salto da cama. - eles te levaram até Hamburg? Mas que ódio que estou daquele irresponsável do Bill...

- Mamãe não fale assim dele. Ele me libertou, ele sentiu a minha tristeza em ficar presa neste lugar e só quis me trazer um pouco de alegria.

- Alegria? Filha mais uma vez ele foi um delinquente colocando sua vida em risco. Por causa desta sua aventura você não tomou os seus remédios noturnos. Meu Deus ele veio aqui ontem dizendo que queria falar comigo e eu fiquei feliz em ve-lo entrar pela porta porque me senti aliviada, pensei que ele nunca mais fosse lhe ver depois que eu o mandei embora aquele dia, então ele chega com toda aquela simpatia para apenas me enrolar enquanto você foge com sei lá quem. - Dulce berrava inconformada.

- A culpa não foi só dele mãe!

- Eu sei. A culpa foi sua também. Sua louca irresponsável. Será que você não tem amor pela sua vida? - Dulce apontava brutalmente para ela.

Cléo abaixou a cabeça para chorar, as palavras de sua mãe doiam como facas enterradas em seu peito. A garota caiu de joelhos no chão com as mãos no rosto soluçando como uma criança desamparada. Dulce começou a chorar também, aquela não era a hora de brigar daquele jeito com a sua única filha, ela então se jogou no chão com ela a abraçando forte e a amparando em seus braços.

- Eu só queria sentir como é ser feliz outra vez. - Cléo explicava-se comovida.

- Eu sei minha filha eu sei...Me desculpe por gritar com você, é que você me deixou preocupada ontem, entenda o meu lado também por favor. - Dulce a beijava com carinho na testa. - Você está cheirando a Bill Kaulitz sabia?

- É eu sei. - Cléo sorriu em meio as lágrimas respirando fundo para sentir o perfume de Bill impregnado em seu corpo.

- Eu sei que você o ama muito filha mas prometa que você sempre terá um pé atrás com ele. -      Dulce a aconselhava.

- Um pé atrás com Bill? Por que mamãe?

- Porque...Hmm, nada filha é só cuidado de mãe. Apenas isto.

 Dulce deixou Cléo no quarto para a garota tomar um bom banho e descançar. Ela estava receosa com o romance que sua filha estava vivendo com o vocalista do Tokio Hotel.


Dulce


Deus me ajude a ser forte para contar toda a verdade a Cléo. Ela precisa saber daquele bendito acordo. Por falar neste acordo...Será que Bill ainda está "jogando"? Ele para mim é um enigma a ser desvendado, eu não consigo decifrar os sentimentos dele em relação a Cléo. Ontem nós conversamos muito sobre ela, eu até mostrei a ele os exames que a Cléo fez confirmando a doença dela e o risco de vida que minha filha corre. Ele pareceu tão preocupado, disse várias vezes a mim que o que ele mais deseja neste momento é salva-la, mas isto significa que ele esteja verdadeiramente apaixonado por ela? Por que tenho esta desconfiança dele? Por que sinto aqui dentro de mim que ele irá fazer Cléo sofrer muito? Encontro-me totalmente dividida. Não sei mais se Bill faz bem a ela, as vezes acho melhor que minha filha fique afastada dele e de tudo que diz respeito a ele.



 
Melissa havia retornado a casa de seus pais, em Hamburg mesmo. Lá ela desabafava com sua mãe sobre o que Bill havia lhe feito, na vergonha que ele estava a expondo para todo mundo.

- Mamãe, eu juro que irei me vingar de Bill e daquela nojentinha doente. - ela dizia com muito ódio no olhar.

- O que tem em mente filha? – Dona Katrine, mãe de Melissa, perguntava com interesse.

- Farei uma visitinha a doentinha e levarei isto comigo. – Melissa disse segurando várias revistas com matérias sobre Bill e Cléo

- Ah entendi tudo, você quer que ela acredite que...

- Quero que ela acredite que Bill apenas se aproximou dela por interesse. Quero que ela se sinta usada por ele, quero que ela saiba que o mundo todo está assistindo a vida dela, só esperando ela morrer e enquanto isso Bill vai ganhando fama de “bonzinho”, de ídolo que se preocupa com uma fã em estado terminal. – Melissa disse em um tom maléfico. - Vou abrir o jogo mamãe, direi a ela que foi tudo um golpe publicitário.

- Sabe Melissa, eu poderia dizer que você é muito má, mas minha filha, eu te apoio, não perdoe o que Bill te fez, acabe com a boa reputação dele, e aproveite e faça com que ele perca o amorzinho da garotinha, que certamente depois que ouvir tudo isso de você, nunca mais irá querer ver Bill na frente. AHAHAHAHAHA – Dona Katrine falava em um tom mais maléfico ainda.

- Não perderei mais tempo. Irei até aquele Spa maldito agora mesmo.

 Melissa se preparava para sair quando notou um pequeno movimento de repórteres a frente da casa de seus pais. Ela adorava tudo aquilo, mas naquele momento, não muito. Decidiu então sair de nariz em pé, e responder todas as perguntas que lhe foram feitas.

- Melissa, Melissa uma declaração, por favor! – Os repórteres gritavam.

- Tentarei responder rapidamente o que me for perguntado. – ela dizia num tom de superioridade.

Repórter: Como se sente depois de ter descoberto que Bill Kaulitz a trocou por uma fã a beira da morte, pouco antes de vocês ficarem noivos?
Melissa: Sinto-me péssima, não só por mim, mas também pela pobrezinha da Cléo que está sendo enganada por Bill. Sim, eu tenho muita pena dela, claro que sinto um pouco de magoa também, mas nada que se compare ao que Bill está fazendo a esta garota. Ele está a usando para ganhar publicidade, está a usando para ter destaque na mídia, isso é horrível.


Repórter: E o que Bill lhe disse quando você soube que ele estava tendo um caso com a fã?
Melissa: Bill tentou me convencer a ficar ao lado dele, disse que o romance com Cléo não passava de um jogo de marketing, mas eu não aceitei, não pude mais me submeter a ficar do lado de alguém como ele, que é tão interesseiro, que só pensa em si mesmo. Oh Meu Deus onde estava com a minha cabeça quando pensei um dia na possibilidade de aceitar ficar noiva de um cara como ele? – Melissa se fazia de coitada.


Repórter: E agora o que pretende fazer de sua vida?

 Melissa não respondeu mais a nenhuma pergunta. Ela se sentiu bem, sentiu que estava dando a volta por cima e sabia que jogaria todo país que Bill havia conquistado há pouco tempo contra ele. Ela entrou em seu carro, e seguiu viagem para o Spa Medicinal tomada de pensamentos maléficos. A única coisa que ela queria naquele momento era vingança.


 Ao chegar ao casarão, a garota esbarrou primeiramente com a enfermeira Susili:


- Olá, meu nome é Melissa Kartner eu sou amiga de Cléo e desejo visita-la. - ela dizia delicadamente.

- Olá Senhora Kartner, eu não sei se Cléo poderá lhe receber agora, acho que ela está descançando.

- Não está não. - um enfermeiro se intrometeu na conversa apenas para se aproximar de Melissa. - ela acabou de sair para o jardim.

- Ah então eu vou procura-la. Com licença! -  a ex de Bill retirou-se com um sorriso falso no rosto.


 Melissa se dirigiu para o Campo onde começou a procurar por Cléo. Ela trazia consigo uma bolsa enorme, onde carregava o máximo de revistas e jornais que conseguira juntar com as últimas novidades do mundo do Tokio Hotel. Ela então avistou Cléo sentada a beira do rio, a garota parecia meditar. Melissa foi deslizando como uma cobra em direção a menina, quanto mais perto chegava mais ódio ela sentia.
Cléo sentiu uma presença estranha atrás dela, virou-se para ver de quem se tratava deparando-se com Melissa Kartner, a agora ex namorada de Bill Kaulitz.


- Olá prazer Melissa, sou a namorada de Bill Kaulitz, ou melhor, a ex namorada dele, bom, você deve saber muito bem quem eu sou. – Melissa apresentava-se com superioridade.

- Sim, eu...Eu sei quem você é. - Cléo levantou-se ficando a altura da garota. O que você está fazendo aqui? - ela a encarava sem medo.

- Bom, eu vim dizer que eu sei de tudo, tudo sobre você e Bill.

- Eu, eu já desconfiava.Você descobriu sozinha ou ele te contou?

- Não ele não me contou. Eu descobri juntamente com todo mundo.


- Todo mundo quem? – Cléo não entendia o que aquela afirmação significava.

- Todo mundo mesmo. Olha doentinha, ops, quer dizer, Cléo. Eu não vim aqui brigar com você,  por incrivel que pareça eu vim como uma amiga. Vim para alertá-la. - Melissa começava sua encenação.

- Me alertar sobre o que? – Cléo estranhava.

- Olha, temos muito que conversar, e eu tenho algumas coisas para lhe mostrar. Que tal sentarmos naquela mesinha simpática perto daquela árvore ali?!

- Sim, vamos! – Cléo disse guiando Melissa.


  Elas então caminharam até a mesa, onde cada uma se acomodou em uma cadeira. As duas se olhavam com muita curiosidade. Queriam ver o que Bill havia visto em cada uma delas, queriam achar semelhanças entre elas, mas não. Uma parecia muito estranha para a outra. Cléo não se sentia intimidada, ela estava curiosa e um pouco envergonhada na presença de Melissa. Melissa com seus 20 anos, aparentava ser muito segura de si, enquanto Cléo, parecia ser frágil como uma boneca de porcelana.


- Bom Cléo vou direto ao ponto. Bill está te enganando, assim como fez comigo.

- O que está me dizendo? – Cléo perguntou desacreditada.

- Você é fã mesmo do Tokio Hotel? Sabe tudo sobre eles? Porque se você for fã de verdade, saberá me dizer em que condições comecei a namorar com o Bill.

- O que exatamente você quer que eu te diga a respeito disto?

- Não quero que me diga nada, apenas me escute e veja que tenho razão. Antes de Bill namorar comigo, o Tokio Hotel estava completamente fora de cena, eles estavam sumindo da mídia, não tinham mais o mesmo destaque, estavam com uma popularidade baixíssima.

- Sim eu me lembro desta fase. Foi péssima porque nós quase não viamos o TH nas revistas e nos programas televisivos. - Cléo recordava-se da "má" fase da banda.

- Sim. - Melissa continuava.- Então eles perceberam que precisariam de uma novidade, algo que voltasse a atenção do país novamente a eles. Então Bill decidiu que faria o que a vista de todo mundo parecia impossível. Bill decidiu achar uma namorada.

- É... Quando ele anunciou que estava com você, uma garota que ninguém conhecia, todo mundo ficou super curioso para saber quem você era. Toda mídia realmente se voltou a vocês. Foi uma choradeira só. Bill dizia que só namoraria se encontrasse o amor da vida dele, nós fãs ficamos arrasadas quando soubemos que ele havia encontrado o amor que ele tanto procurava em você e não em nós - Cléo caiu no risada lembrando-se de como ela era uma fã boba naquela época.

- Sim, sim isso mesmo. Mas a verdade é que Bill nunca me amou, ele me iludiu me enganou, me usou apenas para voltar a ser noticia. Bill e o empresário dele, o David Jost, são pessoas totalmente interesseiras, que só pensam em si próprios.

- Não. Eu não acredito nisto. Bill é uma pessoa maravilhosa que demonstra facilmente as emoções puras e sinceras dele. E David Jost, ele é o nosso pai, sem ele o TH não seria nada. - Cléo defendia com unhas e dentes Bill e seu empresário. - E quanto Bill nunca ter te amado...Ele me disse que nunca te amou mesmo. Desculpe estar sendo tão sincera. - Cléo recuou-se um pouco envergonhada pelo que tinha acabado de dizer.
 
Melissa respirou fundo para não voar no pescoço de Cléo naquele mesmo instante. Sorriu dissimulada para ela e disse:

- Não, tudo bem Cléo. Eu sei que ele nunca me amou. Na verdade eu descobri isso há pouco tempo porque, eu pensava sim que ele me amava. Ele me dizia coisas tão lindas, olhava no fundo dos meus olhos com tanto amor. E eu fiquei louca por ele, você sabe muito bem o quão encantador ele consegue ser.

 - Sim, quando ele olha bem no fundo dos seus olhos, parece que o chão se abre, é como uma luz que se acende no fim de um túneo. – Cléo dizia suspirando apaixonada e isto deixava Melissa com certo nojo.

- Sim Cléo, era assim que eu me sentia, era assim que eu falava dele para as minhas amigas, com este mesmo brilho no olhar, completamente apaixonada. Mas era tudo ilusão, ele estava me iludindo, assim como ele está fazendo com você.

- Como sabe que ele está me iludindo Melissa? Ele nos conheceu em situações diferentes. Ele se aproximou de você para atrair os olhares da mídia, mas com que interesse ele se aproximaria de mim se não por amor?

- Ah Cléo como você é inocente. Você me faz lembrar de mim mesma há um ano atrás. Bill justamente se aproximou de você com o mesmo interesse que se aproximou de mim, apenas por causa disto... – Melissa pegou as revistas e as jogou na mesa -... Olha Cléo, você está em todas as revistas, o mundo inteiro sabe quem você é, o mundo inteiro sabe que você está à beira da morte, mas Bill está ganhando fama em cima disto, todos sabem que ele vem te visitar, ele sai dizendo para todos que pode te salvar e todos estão esperando ansiosos por este milagre.

Os olhos de Cléo corriam aflitos sobre todas aquelas revistas. Em todas, ela se via com Bill e ao mesmo tempo ela ia ouvindo as palavras tão difíceis de Melissa entrando pelo seu ouvido e penetrando em sua mente. Cléo se sentiu sufocar, seu coração doía, parecia que estavam a apunhalando pelas costas. Sua respiração foi ficando fraca e sua cabeça se questionava * Por que fez isso comigo Bill? Por que brincou com a minha vida assim? Não pensou nos meus sentimentos? Por que foi tão covarde?*

- Veja Cléo, veja todas estas matérias! ““Bill Kaulitz, um exemplo de solidariedade”, “ Vocalista do Tokio Hotel realiza ultimo desejo de fã a beira da morte” , “ Bill Kaulitz realiza ultimo pedido de fã doente beijando- a.” “ Bill Kaulitz o ídolo alemão.”.. – Melissa ia jogando todas as revistas na cara de Cléo.

- PARA EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! – Cléo gritava com as mãos na cabeça soluçando de chorar.

- Me desculpe Cléo, eu sei que é difícil pra você, eu também passei por isso, mas eu precisava te mostrar e você ainda nem sabe do pior. Sua mãe também participou de tudo isso Cléo, Bill não veio aqui por livre e espontânea vontade, sua mãe que foi procurá-lo, praticamente o intimou a vir visita-lá, sua mãe ameaçou fazer um escândalo para a imprensa se Bill não viesse vê-la.

- O que? Não pode ser verdade, diga que isso não é verdade, por favor! – Cléo chorava em prantos enxugando as lágrimas que escorriam quentes pelo seu rosto.

- É cruel, é duro, mas é essa a verdade, se quiser, pergunte para a sua mãe. Olha Cléo agora preciso ir, me desculpe por ter vindo aqui, mas eu apenas quis abrir teus olhos, não queria que você partisse desta vida como alguém que foi enganada, usada por um cafageste como Bill.

Melissa levantou-se, beijou a testa de Cléo que se encolhia chorando e partiu deixando todas as revistas na mesa. Cléo soluçava, se sufocava nas próprias lágrimas. Pegou as revistas e as amassou com ódio. Seu coração doía tanto. Cléo sentiu que poderia morrer naquele mesmo instante. Seu corpo foi amolecendo, sua respiração falhava, seus olhos foram se fechando e as pernas não conseguiam mais sustentar o próprio corpo, então ela caiu estirada sobre a grama.

Melissa saiu praticamente fugida do Spa Medicinal. Não queria que ninguém a visse. Entrou rapidamente em seu carro e seguiu estrada a fora. Ela estava se amando naquele momento. Se sentindo uma verdadeira atriz por ter desempenhado tão bem o papel da vilã que se passa por boazinha. Melissa havia sem dúvidas conseguido o que queria. Vingança.


 

 

 


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Notas finais do capítulo

Cléo ficou completamente arrasada em saber de toda verdade daquela maneira tão bruta e fria. Como Bill pode ter a usado de maneira tão covarde?
O que acontecerá agora?
Prepare seu coração para as próximas emoções desta história.



Reviews? *-*