_ O que vocês estão falando? Quem são vocês? – repeti

_ Paloma, nós estamos indo – Pâmela falou

_ Vocês não vão a lugar nenhum, vão ficar bem ai – respondi

_ Senta aqui, nós vamos explicar tudo – o homem de terno chamou e eu fui e me sentei – Meu nome é Sean Renard, eu sou seu tio

_ Não me lembro de você – falei

_ Ah claro, você nunca me conheceu embora eu também more em Portland, mas a questão é que você nunca conheceu essa sua família – Sean continuou – mas me deixe apresentar os outros no recinto, essas três, são Beth, Stefania e Anne – ele disse apontando pras mulheres ciganas – elas são Hexembiests, assim como eu, aqueles dois ali São Tanner e Alisson eles são Genio innocuo – ele apontou pros adolescentes ruivos, a garota era um tanto bonita deveria ter mais ou menos a minha idade, mas era menor que eu, os cabelos ruivos pareciam naturais e os olhos eram de um castanho mel, e o Tanner era mais bonito do que qualquer garoto da idade dele tem direito de ser, os olhos dele eram de um verde mais claro que as águas cristalinas das ilhas de verão, o cabelo ruivo em um penteado arrepiado, ele parecia totalmente completo ele olhava pra mim e sorria.

_ Eles tem algum parentesco comigo? – perguntei

_ Não, mas estão aqui por um motivo – Sean respondeu – e aqueles dois ali são Fred e Jason – soltei um leve risinho com ironia dos nomes – Eles são... Mauvais Dentes

_ O QUE? TROUXE MAUVAIS DENTES PRA DENTRO DA MINHA CASA? MEU PROPRIO TIO! ACHA ISSO SENSATO? - gritei meio entrando em pânico, são Mauvais Dentes, cara.

_Calma, eles não vão te machucar – Sean tentou me acalmar – aliás, muito pelo contrario, estão aqui pra te proteger

_ Me proteger contra quem? – perguntei confusa já mais calma

_ Paloma, essa é a hora de você saber que nós dois fazemos parte de uma das sete famílias da realeza – Sean falou e eu meio que levei um choque

_ Que? Como? Você tem certeza? Acho que você se enganou. Eu... – falei meio confusa ainda

_ Me deixei explicar – Sean interrompeu – Sua mãe era uma Hexembiest que engravidou do meu irmão, que infelizmente morreu antes de você nascer, para que ela pudesse te vender para recuperar os poderes dela, já que ela havia sido morta por um Grimm, funcionou muito bem, você nasceu, foi vendida pra uma família com incríveis más intenções, mas a mulher que você acreditava ser sua mãe, sentiu todo o poder do seu sangue e não podia deixar que qualquer coisa fosse feita com você ou qualquer coisa que quisessem fazer não poderia ser realizada, então ela te seqüestrou e trouxe pra cá.

_ É muita informação – falei já meio tonta

_ Sim, mas você precisa saber – Sean prosseguiu – Nós achamos que havíamos te perdido há muito tempo, mas no domingo passado recebemos os nomes dos novos wesens

_ No dia da reunião! – exclamei olhando pras meninas que observavam tudo caladas parecendo espantadas demais pra falar

_ Exatamente, vimos o nome, Paloma Blake lá, mas não tínhamos certeza, mas daí descobriu-se que você era filha de Marie Elizabeth, que era exatamente a mulher que havia seqüestrado uma criança, não tínhamos certeza ainda, mas depois de observar, de algum modo sabemos que é você.

_ Eu sinto o poder dela – uma das ciganas eu pensei ser Stefania falou

_ Mas por que vocês queriam me achar? Eu estou bem aqui, não tem nada de errado comigo – Falei ainda meio incrédula

_ Nada ainda, você tem 16 anos e agora o seu poder flui com mais força dentro de você, e o eu sangue cheira mais forte, qualquer pessoa que descobrisse que você é sangue da realeza, poderia querer te machucar de algum jeito, e é por isso que estamos aqui – Sean falou

_ E o que farão? – a história estava tão confusa na minha cabeça, como eu poderia ser sangue da realeza? Mas fazia sentido. De algum modo eu sentia isso

_ Primeiramente queríamos te levar pra Áustria– Sean disse como se fosse muito simples

_ÁUSTRIA? Não posso ir pra Áustria – eu meio que gritei

_ Você precisa, não é seguro aqui pra você e se continuar aqui, não será seguro apenas pra você, como também pra todos que você ama – Sean completou olhando pras meninas

_ Não vai jogar essa chantagenzinha pra cima de mim, eu não vou pra Áustria, você não disse que é sangue da realeza e mora em Portland, por que eu não posso? – perguntei agora mais meio triste pelo fato das coisas estarem acontecendo tão rápido

_ Por que eu sou um bastardo – Sean disse que eu meio que fiquei sem expressão – o meu irmão era sangue puro, e como você tem o sangue dele, a guarda da realeza te pertence.

_ Não posso ir para a Áustria– repeti – simplesmente não posso

_ Você não precisa agora... Pelo menos não agora, pode terminar esse ano e se formar aqui, mas não mais que isso, você tem um dever na Áustria, e você também não pode deixar todos aqui correndo perigo – Sean disse pegando na minha mão – Não pense em nada agora, temos que fazer uma coisa antes, é por isso que elas estão aqui – ele apontou pras ciganas/Hexembiests

_ Ta bem façamos o que temos que fazer, terei tempo pra pensar.

_ Não quer saber o que nós fazemos aqui? – Tanner disse se levantando de um jeito lindo, tudo que ele faz parece lindo

_ Tanner, agora... – Sean começou, mas eu interrompi

_ Não, não, tudo bem, eu quero saber

_ Eu serei o que você poderá chamar de príncipe acompanhante – ele respondeu sorrindo do jeito mais encantador – eu explico melhor depois – ele piscou pra mim

_ E eu serei sua amiga/tutora Alisson, mas você pode me chamar de Ali – ela falou e eu franzi o cenho do jeito que ela disse amiga-barra-tutora e veio até mim e me abraçou

_ Ta bem, voltamos ao que interessa, precisamos fazer um feitiço, para termos certeza se o sangue da realeza corre em você

_ Não farão nada com ela – Brad falou pela primeira vez depois de toda a conversa

_ Brad, tudo bem eu preciso fazer isso – falei calmamente sorrindo levemente – Temos que ir lá pra fora ou o que?

_ Tem um terreno atrás da sua casa, é bem aberto, vai servir – Anne disse dessa vez

Nós saímos da casa e fomos até a cerca e passamos o que pareceu ser um tanto difícil pras Hexembiests, mas enfim conseguimos. Nesse meio tempo eu mandei uma mensagem pro Sam, dizendo simplesmente que ele tinha que muito rápido vir pra minha casa.

Quando ele chegou não me encontrou em uma posição muito receptiva, eu estava deitada no chão no meio do mato, com três velhas parecendo ciganas ao meu redor. Ele passou pelo arame e foi até as meninas e perguntou:

_ O que esta acontecendo com ela?

_ Ela te explica depois – acho que Pâmela respondeu

E depois de eu ter passado um longo tempo olhando pro céu sem nuvens que alguns passarinhos passeavam por ali, o Sean finalmente disse:

_ Beth, acha que pode fazer isso?

_ Será um prazer – Beth disse vindo até mim e alguma coisa que poderia ser medo fez minha barriga doer. Ele tirou um punhal de algum bolso daquela saia se ajoelhou e segurou minha mão – Sinto muito por isso – ela disse e passou o punhal pela minha mão, fazendo um corte do tipo meio enorme, olhei pro lado pra ver Sam e as meninas e Priscila estava com a mão no Sam como meio que em bloqueio, daí Beth levantou minha blusa e derramou o sangue na minha barriga, depois ela soltou minha mão e eu observei o corte e daí eu percebi que o meu sangue não parecia normal, era um tanto mais denso e mais escuro, e eu nunca havia percebido isso por que eu nunca havia me machucado, do mesmo jeito que nunca tinha ficado doente, sempre achei que fosse por ser uma Hexembiest, mas não era – Seu sangue é forte – Beth já estava de pé fazendo qualquer coisa, e do nada eu senti o meu sangue se mexer por cima da minha barriga como algum animal que rasteja, eu levantei a cabeça pra ver o que estava acontecendo – Abaixe essa cabeça – Beth mandou e eu abaixei, mas senti o movimento de novo e levantei - Tanner segure a cabeça dela – E o Tanner pareceu muito rápido e colocou as duas mãos na minha testa e ficou me encarando com aqueles lindos olhos verdes

_ Quem é esse garoto? – Sam perguntou

_ Xiu – Pâmela e Priscila disseram juntas e daí meio do nada eu senti que alguma coisa estivesse sendo descolada da minha pele e por uns instantes eu vi o sangue da minha barriga virar uma fumaça vermelha com uma forma que me parecia uma caveira e daí ele voltou pra minha mão, que cicatrizou imediatamente.

_ É ela – Beth disse

_ É ela – Stefania e Anne concordaram