After Midnight escrita por Paloma Tsui


Capítulo 11
Não tão ruim...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/435442/chapter/11

A semana foi um completo stress. Era a penúltima semana de aula e ainda tínhamos algumas provas finais, e teve a mudança. A casa era exageradamente grande, tinha um quarto pra cada um de nós, além de uma cozinha imensa, três salas, umas delas de jantar vários banheiros e uma piscina nos fundos, parece maravilhosa, mas pra mim era apenas estranho. Fora o fato de que a casa é um tanto longe da escola, mas eu insisti que não mudaria de escola, e logo, tinha um carro preto enorme na garagem da casa que seria o carro que me levaria pra escola todos os dias, e eu poderia usar se quisesse. Fred e Jason concordaram que enquanto estivéssemos em casa eles me deixariam em paz, mas sempre faziam questão de estar no mesmo andar da casa que eu, eu ia pra escola e eles dirigiam o carro e ficavam lá parados até eu sair, mas eles não eram os mais incômodos da situação. Meio que de uma hora pra outra Tanner e Alisson decidiram que ano que vem iriam pra escola também, eles haviam conversado com alguém e feito alguma prova que dizia que eles estavam aptos a cursarem o quarto ano. Na semana as Hexembiests não falavam comigo, eles passavam por mim apenas e eu via elas na sala de jantar, mas elas quase nunca me dirigiam a palavra ou davam sinal de vida, já os ruivos, falavam mais do que deveriam, Alisson ficava me dizendo pra fazer coisas básicas do tipo sentar com postura ou levantar a cabeça, e eu obedecia só pra ela calar a boca, e o Tanner ficava me perguntando sobre as coisas de Portland e de como elas era diferentes da Áustria.

Eu descobri que o lugar onde eles moram, e onde eu vou morar em breve, é numa área mais fechada, pra minha própria integridade, o que era um saco.

Essa coisa de morar longe da escola incluía morar longe do Sam, então em parte da semana ele dormiu a minha casa, no meu quarto, comigo, mesmo havendo um quarto vazio, (por que sim), e em um desses dias ele me disse que era o único adolescente de Portland que estava com uma das garotas mais lindas dos Estados Unidos e a única coisa que ele queria fazer com ela no quarto dela e na cama dela era dormir, só dormir, e por ventura meu irmão estava passando na porta do quarto nessa hora, e acho que foi muito convincente por que ele nunca mais passou depois daquilo, que era totalmente verdade, mas hoje ele tinha voltado pra casa dele por que disse que tinha que tirar o pó da casa e as teias de aranha antes que os ratos invadissem.

Assim que nos mudamos um cara que chamado Marvel que era um Wildermann, que foi o cara que arrumou tudo, contratado ou sei lá o que pelo Sean, disse que me arrumaria o que eu quisesse, então eu pedi pra ele um teclado, um computador e um karaokê, e eu nem ao menos sabia por que, eu só pedi e pronto, e no dia seguinte ele trouxe, e me deu o telefone dele quase eu quisesse mais alguma coisa, mas eu não precisava de nada e nem aquilo podia fazer aquela casa aconchegante.

_ Ta tudo bem? – ouvi Tanner dizer

_ Comigo? – perguntei incerta e ele acenou que sim – esta sim

_ Você tem tido muitos devaneios, acho que isso não é saudável – ele continuou

_ Não é nada – falei me esticando no sofá – Posso te fazer uma pergunta? – Tanner acenou que sim – Qual era o nome do meu pai?

_ Eric Renard – ele respondeu – a gente não se via muito, nós meio que só estávamos lá – fiquei em silencio um tempo e meio que do nada Tanner se ajoelhou no chão e veio pra perto de mim, eu olhei pro lado e ele ficou abaixado encostado no sofá como se espreitasse alguma coisa olhando fixamente nos meus olhos – Seus olhos são cinza – ele mudou totalmente de assunto

_ Na verdade são verdes, mas às vezes são cinza

_ Como os meus, mas os meus são claros demais pra ficar cinza, no sol ele parece amarelo, quer ver? – antes de eu respondeu ele se levantou pegou minha mão e me puxou do sofá e me arrastou até a janela, ele ficou embaixo onde a linha do sol passava e levantou a cabeça como se contemplasse alguma coisa dos céus, daí eu olhei os olhos dele e realmente pareciam amarelos

_ Incrível – falei desviando o olhar e sem soltar minha mão ainda ele se virou e sorriu – Sabe o nome da minha mãe? – perguntei voltando pro assunto anterior

_ Adalind Schade – Stefania apareceu meio do nada falando – você tem os olhos dela, mas às vezes os olhos dela ficavam pretos, na verdade, você é toda ela, menos a cor do cabelo, ela era loira, mas você é totalmente ela

_ Ah, como você a conheceu? – perguntei a Stefania

_ Eu ajudei sua mãe a recuperar os poderes dela – ela respondeu e eu meio que levei um choque

_ Então foi você que me comprou? – aquilo me deixou um tiquinho de raiva

_ É foi sim, mas você caiu em mãos erradas – ela explicou

_ Informação demais – falei ainda segurando na mão do Tanner e puxei-o pra fora onde a piscina fica.

Era fim de tarde eu havia acabado de voltar da escola e o clima estava quente de um jeito ruim, estava calorento na verdade.

_ Seu namorado vem hoje? – ele perguntou trocando de assunto de novo. Uma coisa sobre o Tanner é que ele é aquela pessoa em que a única skill máxima dele é a beleza, no resto ele era apenas suficiente, e nem bom o suficiente era apenas suficiente. Ele não era muito inteligente, o que me espantava, uma pessoa que vive num lugar que se fala alemão, mas ele fala francês, só que não tem sotaque, e pra quem tem um professor particular, aquilo era estranhamente errado, mas eu entendi que o dever dele nunca foi ser inteligente foi apenas, ser bonito, e isso ele fazia com competência, mas acho que nada além.

_ Provavelmente – respondi – Você é mestre na arte do mudar de assunto muito rápido

_ Ah sim, é que quando eu era criança eu fui diagnosticado com déficit de atenção, e nunca exigiram que eu fosse muito inteligente, então eu apenas vivi assim.

_ Tanner isso é meio péssimo – falei um pouco chocada

_ Ah não é não, eu não tenho problemas com isso, pelo menos eu acho que não – ele ficou disperso por um instante – seus guardas – por um momento me esqueci completamente deles, mas eles estavam parados na cozinha que dava visão pro lado de fora, fiquei imaginando que se alguma coisa me atacasse eles transpassariam a janela, sem pensar duas vezes

_ Eu acho que eles não me incomodam mais – depois que me lembrei deles eu me lembrei da Alisson – Cadê a Alisson?

_ Ah – ele pareceu se lembrar só agora também – eu não sei – dei de ombros e deixei pra lá, tirei os sapatos e coloquei os pés na piscina a água estava gelada mesmo apesar do sol de 4 da tarde.Tanner tirou os sapatos dele, sentou do meu lado e fez o mesmo.

_ Plongée – Tanner disse que era a palavra em francês pra “mergulha”

_ Ah... Não... Não estou a fim e eu nem me vesti – respondi

_ É a sua casa, você pode fazer o que você quiser você é a senhora da realeza, não vai ficar aqui pra sempre, então viva a sua vida – assim que ele disse aquilo, não pensei duas vezes, dei um impulso com as mãos no chão e mergulhei na piscina, ela não era muito funda, mas a água batia acima do meu peito, então não foi difícil, depois que eu voltei à superfície, eu olhei pro Tanner e ele sorriu, depois ficou em pé e mergulhou também, depois ele surgir perto de mim e nós sorrimos – Vamos tentar uma coisa – ele colocou uma mão na linha da minha cintura e outra na linha do meu joelho, e me levantou, eu me estiquei e ele continuou me segurando e parecia que eu estava flutuando, era uma sensação incrível, depois de um tempo eu abri os olhos e ele me soltou, bati as mãos na água pra que espirasse nele e ele sorriu e nós ficamos jogando água um no outro, e daí eu percebi que não tinha idéia do por que eu estava fazendo aquilo, mas não importava, eu tinha que viver a minha vida.

Sam chegou ao exato momento em que o Tanner estava me ajudando a tirar a blusa por que não era nada confortável nadar com uma blusa tão apertada, e estava realmente difícil de tirar por isso eu pedi ajuda.

_ Ân... Gente? – ele falou incerto e depois de um pouco de esforço eu consegui me livrar da minha blusa molhada

_ Ah Oi Sam – falei num tom normal, percebi que ele estava com uma bolsa – vai passar o fim de semana? Que ótimo!

_ É, eu vou deixar isso lá dentro, continuem o que estavam fazendo – ele ainda parecia incerto

_ HEI! – ele olhou pra trás – troca de roupa e desce, eu vou dar uma festa intima apenas pros amigos mais chegados na piscina – eu sorri


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After Midnight" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.