Jogo da Morte escrita por Aryaah Niss


Capítulo 8
8º Dia


Notas iniciais do capítulo

Estou meio lenta, desculpem-me, fiéis e amadas leitoras...
Aqui segue mais um capítulo, onde começam as descobertas.
Espero que gostem e divirtam-se! ;3



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Acordamos bem cedo, hoje era o enterro de Charlotte, depois da necropsia a qual demorou um pouco, já que foi um caso de assassinato e nada poderia passar despercebido.
Era sexta, mas não tinha aula para o terceiro ano. Eu e Liss já não conseguíamos dormir. Ela estava péssima, chorou a noite inteira pela morte de Rosa.
– Tem certeza que quer ir? – perguntei carinhosamente, olhando em seus olhos – Se você não estiver bem, a gente pode ir para qualquer outro lugar.
– Não, eu estou bem. – Falou limpando os olhos com a manga de seu vestido preto – Nós a vimos morta, nunca gostei dela, mas...
– Não se obrigue... Você não está bem – passei meus braços por seus ombros, puxando-a para perto em um abraço.
– Eu não queria vê-la morrer, não queria ninguém morrendo – falou soluçando.
– Ninguém queria que acontecessem essas mortes, ninguém desejaria isso nem para um inimigo – tentei confortá-la – Vamos para outro lugar.
E nesse momento, fui interrompido pelo vestido preto de Liss que estava vibrando, ela colocou a mão em um dos bolsos e retirou o celular, levando-o ao ouvido.
– Oi, Ly – falou, trocando meia dúzia de palavras e algumas expressões de confusão ao olhar para mim, logo finalizando a ligação – Então estamos indo.
Olhei em sua direção, ela devolveu o celular ao bolso, enquanto eu aguardava algum tipo de explicação, que já imaginava que não viria.
Ela pegou um dos capacetes que estava em minha mão, enfiando-o na cabeça, virou-se para mim e disse apenas:
– Vamos para o cemitério – informou um pouco menos chorosa.
Dirigi em alta velocidade até começar a visualizar lápides e imagens de anjos desgastados por causa do tempo. Rapidamente encontrei um lugar para estacionar e de lá já avistamos Lysandre nos aguardando, encostado em seu carro prata conversando com Armin.
Chegamos ao lado deles sem que Lysandre nem sequer notasse nossa presença, ambos estavam vestindo preto como todos ali. Armin segurava alguns papéis e umas pastas negras com algo escrito em vermelho por cima. Não vi o que era, pois estava com os braços em cima das escritas, já meu amigo bicolor estava com toda sua atenção voltada para uma única folha de papel, com uma cara séria.
Depois de muito examinar a folha, levantou os olhos percebendo-nos pela primeira vez.
– Onde estavam? Precisavam demorar tanto? – resmungou ranzinza.
– O que tem que falar que é tão urgente? – Liss ignorou sua pergunta, fazendo-lhe outra.
– Quero que olhem isso. Reconhecem? – perguntou, passando-nos a folha – Familiar não é?
– Isso é a caixa de entrada do meu email?! – Liss pronunciou perplexa, olhando-o sem entender – Como vocês... – parou por um segundo, analisando o moreno e o prateado os quais estavam a nossa frente, logo seus olhos pararam em Armin.
–Culpado! – brincou Armin, levantando os braços como se estivesse se rendendo – Eu fui meio que, obrigado hackear seu e-mail e outras contas da internet, mas foi para ajudar na investigação, desculpe.
– Ontem quando vocês me encontraram conversando com o Armin próximo aos armários, ele estava falando exatamente dessa investigação relacionada às mortes – disse simplesmente observando nossa expressão – Por isso que, quando Liss propôs que investigássemos, nós dois já estávamos fazendo, foi quando falei para incluirmos vocês dois nisso.
– E por que tinham... – Armin a interrompeu, adivinhando sua pergunta.
– Nós tivemos que conferir o seu e-mail e o do Castiel... – olhei perplexo para ele quando citou que o meu também havia sido hackeado. – Porque ambos jogam o Jogo da Morte e eu desconfio...
– E o que isso tem em relação com essas mortes, você está ficando louco? – prossegui meio irritado pela invasão às minhas informações – E afinal, por que você resolveu procurar Lysandre se ele nem joga?
– Como estava dizendo, antes de ser interrompido... – comentou ignorando minha falta de educação e prosseguiu – Procurei Lysandre por causa das duas mortes de pessoas próximas à ele e, além do mais, não posso sair por ai hackeando tudo, tenho que ter informações mais concretas.
– E como eu tinha muitas informações sobre Rosa e Carl, já que eu os conhecia e meu irmão era mais próximo ainda, resolvi ajudá-lo – informou, desviando os olhos para dentro do cemitério – Melhor irmos, vamos levar as flores da Charlotte.
Concordamos e fomos em direção à entrada levando as flores que tínhamos comprado pouco antes de chegar ali. Fomos até uma lápide grande de cimento, com uma pequena imagem de um anjo, onde todos já se encontravam: os familiares de Charlotte, Ambre, Nathaniel, um garoto loiro com cara de surfista chamado Dake, já tinha ficado com todo o grupinho da Ambre, inclusive a própria e outras pessoas, o qual agora estava rezando pela alma da menina sendo enterrada.
Alguns olhares vieram em nossa direção, falamos com a família e depositamos as flores em cima do caixão, que logo depois foi enterrado por completo. Ficamos um tempinho ali, alguns rezando e outros apenas entristecidos com o ocorrido, olhando o solo sem muita ação. Pouco mais tarde, saímos dali para almoçar na casa de Lysandre, já que na casa de Armin teria Alexy para ficar bisbilhotando nossas conversas e não teria comida pronta na casa de Liss e muito menos na minha. Armin foi de carona com Lysandre e eu e Liss os acompanhamos logo atrás, de moto. Admira-me ela ter preferido vir comigo na moto e não no carro com Lysandre, que ela achava tão mais seguro que motos.
Chegando, comemos alguma coisa que Leigh havia feito no dia anterior e fomos para a sala. Armin puxou a pasta e alguns outros papéis de dentro da mochila entregando-nos e pude ver que eram cópias de emails que eu, Liss e outras pessoas receberam.
– Não me lembro desse email – comentou Liss observando uma das folhas.
– Eu já imaginava. Há quanto tempo os melhores jogadores não entram para jogar? – perguntou o moreno.
Olhei a baixinha que estava com olhos confusos, não entendia o que uma coisa tinha em relação com a outra.
– Acho que desde quarta, mas por quê?
– E o que diz no email?
Não entendíamos onde Armin queria chegar, sempre cheio de códigos.
– "Solicitamos que volte a entrar em sua conta regularmente, caso contrário, seu personagem irá sofrer sérios danos, pelos quais será irreversível. Você tem três dias para relogá-la ou será desabilitado para jogar. Agradecemos a sua atenção. Jogo da Morte" – repetiu o que tinha no e-mail.
– Então, o que tem de tão estranho?
– Eu sugiro que você entre antes dos três dias. Veja esse que Charlotte recebeu poucos minutos antes do acidente no parque – Armin parecia seguro do que estava tentando nos explicar.
Entregou outra folha à Liss.
– "Game Over! O jogador 5024 acaba de matar você. Boa sorte, jogador 4502, na sua batalha final! Jogo da Morte" – Liss estremeceu, como todos naquela sala. Ela encarou o hacker de uma forma cada vez mais confusa, o que poderia jurar estar expresso em meu rosto também.
– Mas que droga é essa? – perguntei.
– Tem outro – Armin virou-se para mim, entregando-me outra folha de sua pasta, que agora dava para ler muito bem o que estava escrito: “Jogo da Morte – vítimas”
– "Game Over! O jogador 1415 acaba de matar você. Boa sorte, jogador 5024, na sua batalha final! Jogo da Morte" – olhei os números meio em choque e prossegui – 5024?
– Sim, o jogador 5024 era Li – disse pouco entusiasmado – Não sei em que uma coisa se relaciona com a outra, mas algo muito estranho está acontecendo colocando todos os pontos interligados ao jogo.
Depois de tentar ligar todos os pontos, nada veio como resposta para nossas dúvidas, pelo contrário, surgiram mais e mais. Decidimos nos reunir novamente no dia seguinte, depois da aula de reposição, já que perdemos a aula de hoje por causa do enterro e teríamos que ter uma aula extra no sábado. Nessa reunião, começaríamos a relacionar alguns fatores da investigação.
Liss e eu saímos da casa de Lysandre extasiados com tanta coisa em um só dia. Puxei-a, a qual me acompanhou espontaneamente até onde estava estacionada Martha e seguimos por uma estrada calma, sem muitos movimentos. Dava para sentir o vento fresco, com cheiro da maresia, que lembrava a infância.
A miniatura às minhas costas apertou o abraço encostando cada vez mais a cabeça em meu ombro. Paramos ao chegarmos na praia, a orla estava pacífica com águas calmas que nos mantinha em paz. Levei-a até o final do píer sentando com as pernas balançando acima das águas, olhamos o céu tocando no mar, e ficamos ali, parados, olhando o mar em movimento.
Liss estava tão confusa quanto eu, tínhamos que agir e eu também tinha que agir e concluir o que deixei pendente com ela. Queria fazê-la feliz, e esse era um bom momento, para que pudéssemos esquecer desses últimos dias, que com toda a certeza do mundo, foram os piores, com exceção de alguns bons momentos que foram interrompidos por Dragon.
Ela me olhou com um rosto pidão, pedindo com os olhos para esquecer tudo aquilo, não tem como negar nada àqueles olhinhos negros como a noite.
Puxei-a para perto, passando o braço por sobre sua cintura. Ela me surpreendeu segurando docemente meu rosto, guiando-me em direção a si, encostou seus lábios aos meus beijando-me ferozmente, tentando lutar contra qualquer lembrança que não era bem-vinda. Empurrei-a ao chão, ficando por cima dela e acariciando seu rosto enquanto ela puxava levemente meu cabelo escarlate, com a outra mão segurava minha blusa subindo-a levemente. Meus beijos desceram um pouco, até encontrar seu pescoço e mais abaixo aproximando meus lábios de seu ombro, fazendo-a arrepiar-se. Minha mão desceu até a barra do vestido, subindo-o, esta ficou pousada em sua perna. Liss instintivamente tirou minha camisa, e depois me puxou de volta para perto dela. Era sua primeira vez, e a minha primeira vez feita com amor, estava mais preocupado em dar prazer do que receber. Era algo totalmente novo para mim, já que era sempre o inverso, nunca me importava com a garota, era apenas sexo.
Mas com Liss era diferente, ela era especial e queria ser o melhor para ela.


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Notas finais do capítulo

Quanto amor, o Castiel é um anjinho *u*
Eu quero um para mim, pena que é tão difíceis de existir na realidade Y_Y
Liss, sua sortuda... mas tudo bem, você merece.
Espero que tenham gostado e aguardo as reviews lindas que tanto amo!
Beijos e até o próximo! ;)



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