Jogo da Morte escrita por Aryaah Niss


Capítulo 7
7º Dia


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem, fiéis leitoras...
Sei que demorei um pouquinho muito, mas depois desse domingo, focarei por completo na fic, já que não precisarei mais estudar tanto para os vestibulares.
Me desejem sorte no vestibular de amanhã...
E aproveitem o capítulo, tem uma aparição especial ;3



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Estava sonolento, mas não conseguia pegar no sono, eram 03h35min quando escutei uma doce e cansada voz ao meu lado.
–– Cas... –– sussurrou –– Está acordado?
–– Não. Sou sonâmbulo, por isso falo dormindo –– sussurrei implicante.
Ela se virou lentamente para que ficássemos frente a frente. Conseguia vê-la, por causa da luz fraca que vinha das frestas da porta, seu rosto estava com as marcas das lágrimas de ontem, e permanecia encolhida, apoiada com a cabeça em meu braço.
–– Estou com medo –– falou seriamente, com uma voz trêmula.
Passei meus braços por sua cintura, puxando-a para mim. Ontem tínhamos tido um dia péssimo, o resto do tempo passamos em uma delegacia, dando mais um depoimento, era o segundo em apenas três dias. Ela estava apavorada, achei melhor trazê-la para dormir aqui, mas não funcionou muito, nenhum de nós conseguíamos manter os olhos fechados por muito tempo.
–– Eu não deixarei que nada aconteça com você, é uma promessa! –– sussurrei em seu ouvido fazendo-a se arrepiar. Puxei-a para cada vez mais perto de mim, até que não restasse nem um espaço a nos separar, nossas respirações ficaram irregulares e o coração de Liss dava saltos sob sua pele. Sentia a respiração quente da baixinha que me arrepiava, tirei minha mão que estava em sua cintura, levando-a a seu queixo, fazendo-a olhar para mim e vejo-a corar. Aproximei meus lábios para próximo dos dela e suavemente encostei-os nos seus, como um pedido não dito, ela o aceita e dá passagem para meu beijo calmo, que logo muda para um beijo feroz e cheio de vontade de ambas as partes.
Liss, em resposta, toca meus cabelos acariciando-os lentamente, minha mão desce de seu rosto e passeia por seu corpo. Estávamos completamente sem fôlego quando afastamos nossos lábios por um segundo para puxar um pouco de ar e logo em seguida voltamos aos beijos e carícias.
Levei meus beijos até seu pescoço, pousando minha mão em sua perna, a cada toque um arrepio era causado em ambos.
–– Eu não quero te ver com outro –– falei possessivamente por fim.
–– Eu te amo! –– ela me disse em resposta –– Não quero estar com mais ninguém.
Vi seu rosto mais vermelho que o normal. Com essa doce declaração, não resisto mais...
–– Espera... –– ela me interrompe olhando a fresta da porta.
–– O que foi? –– segui seu olhar.
–– Vi um vulto na porta –– comentou com um olhar confuso –– Eu acho.
–– Claro que não, meu pai não está em casa –– digo, mas ela não se acalma.
–– Eu juro, eu... –– Liss parece cada vez mais confusa –– Eu...
–– Você deve estar com medo da história de ontem –– citei interrompendo- a. –– Se você quiser, eu vejo o que tem lá fora.
Levantei da cama seguindo em direção a porta até que Liss segura meu braço com suas pequenas mãozinhas tentando usar a força, que não tinha suficientemente. Parei olhando-a, estava com um olhar de medo, não gostava de vê-la assim.
–– Não vai –– pediu, quase implorando.
–– Não tem nada aqui, Liss, apenas nós dois e o escuro –– citei tentando acalmá-la.
–– Por favor, Castiel –– puxou-me para perto de si.
Escuto batidas na porta. Nesse momento ambos olhamos assustados, esperando o que poderia estar atrás da porta aparecer, mas ela não se abriu, apenas bateram novamente e fizeram alguns barulhos com correntes batendo no chão e nas paredes.
Coloco Liss para trás, mandando-a ficar no quarto, mas aposto que ela me seguirá. Pego um taco de beisebol e sigo até a porta, abrindo-a devagar, ao olhar pelo grande corredor, não encontro absolutamente nada, apenas a mesa que ficava embaixo de um quadro antigo caída ao chão, espatifando os retratos de família.
Andei até o final do corredor, e sinto um vulto atrás de mim, ao olhar para trás me deparo com uma figura segurando minha guitarra utilizando-a como arma.
–– O que você pensa que vai fazer com a minha guitarra? –– olho perplexo para Liss, acabo sorrindo bobamente para o jeito infantil da menina.
–– Vim te salvar –– cochichou em resposta.
O mesmo barulho das correntes vem logo atrás de mim. Olhamos juntos para o fim do corredor, levantando o taco, e Liss instintivamente levantando minha guitarra, minha preciosa guitarra.
–– Dragon? –– falei olhando para o Pastor Beauce a minha frente com as correntes arrebentadas.
–– Como você se soltou, Dragonzinho? –– falou Liss fazendo voz de bebê para meu cachorro que era maior que ela.
–– Ele é forte, deve ter escapado das correntes, olha, está com ela arrebentada –– comentei indicando a ponta da corrente.
–– Que menino mais levado, aprontando com o papai, não pode, Dragon –– voltou com a voz infantil. Fazendo carinho na cabeça de Dragon –– Assim você mata a mamãe do coração.
Ela se autodenominou mãe de Dragon, tudo bem que ela estava comigo quando ganhei meu cão, mas ela nunca tinha dito isso, principalmente de uma forma tão doce e meiga. Isso já era um progresso.
–– Agora você pode ficar despreocupada, Liss, o Dragon te protegerá –– comentei fingindo não notar o comentário anterior –– Vamos, já está quase na hora de irmos para a escola.
Levei Dragon até os fundos de casa, antes que destruísse toda ela, logo em seguida fomos para a cozinha tomar café. Imagino que hoje será um longo e cansativo dia de aula, com mais algum tipo de anúncio da diretora sobre mais uma morte.
Peguei as chaves e fomos até a garagem, como sempre o carro do meu pai não estava, tenho certeza de que ele não vem para casa novamente essa noite, só vinha nos fins de semana, quando se lembrava de vir, é claro.
Liss pegou os capacetes em cima da bancada, me jogando o vermelho, e colocando o azul na cabeça bagunçando um pouco seus longos cabelos, segui pelas ruas em direção a escola.
–– Vamos nos atrasar, faltam 10 minutos para as aulas começarem –– disse ela atrás de mim.
Aumentei a velocidade e ela gritou.
–– Foi você quem pediu! –– gritei, para que ela me escutasse no lugar atrás. Ela apertou mais os braços em mim.
Ao chegarmos, ainda tínhamos uns minutos, nunca cheguei tão cedo na escola. O que essa baixinha me faz fazer. Fomos andando até os corredores, para nossa sala, quando uma voz soa atrás de mim chamando-a.
–– Liss –– pronunciou, viramos automaticamente encontrando um garoto de cabelos azuis com fones de ouvido, e olhos lilás correndo para nos alcançar.
–– Alexy? –– se surpreendeu.
–– Oi... –– cumprimentou sem fôlego, parando para respirar –– Soube do que aconteceu ontem na casa do Nath, estão todos bem?
–– Mais ou menos, ontem foi um dia horrível, mas hoje começou bem. –– ela disse docemente, olhando para mim.
Sorri maliciosamente, em resposta ao seu comentário.
–– Vejo que a noite foi boa, heim?! –– comentou entre risinhos mirando nossa troca de olhares –– Mas pelo visto o dia não vai ser tão bom, a diretora nos chamou para a quadra novamente, outra reuniãozinha sobre assassinatos e o que devemos ou não fazer... Que droga, nem sei o porquê vim à aula hoje.
–– Viu o Lysandre por ai? –– perguntei.
–– Querem contar a novidade do namoro? –– mais risinhos, como Liss aguentava todo dia ele no conselho? Sim, ele era tesoureiro por alguma razão desconhecida. Liss enrubesceu e eu continuei a falar não o deixando continuar.
–– Você o viu?
–– Claro, estava perto dos armários do segundo andar, estava com meu irmão.
–– Obrigada. –– agradeceu a baixinha e eu a puxei em direção as escadas que dava ao segundo andar.
Fomos até lá e o encontramos com Armin, como Alexy havia dito. Armin e Alexy eram irmãos, gêmeos, mas com personalidades completamente opostas. Alexy era extrovertido e alegre, falava com todos. Já Armin era tímido e quieto, amava jogos online e RPGs. O garoto tinha cabelos pretos e olhos azuis, fora isso, um era o clone do outro.
–– ... então ta, até mais –– Lysandre se despediu de Armin, encerrando o assunto.
–– Oi. –– Cumprimentou Armin.
–– Oi. –– Liss e eu o cumprimentamos em uníssono. Quando ele se afastou eu e Liss puxamos Lysandre para as escadas, em direção ao telhado.
–– O que aconteceu? –– ele perguntou sem entender.
–– Vamos –– falamos novamente em sincronia.
Chegamos ao telhado e fomos para o nosso lugar de sempre. Assim que nos sentamos Lysandre quebrou o silêncio.
–– Soube o que rolou ontem. Aconteceu de novo –– comentou.
–– Então... –– começou a baixinha –– Acho que devíamos investigar isso, deve haver alguma relação entre as mortes a qual a polícia não está vendo.
–– Impossível! Como você quer investigar algo, que nem sequer a polícia sabe? –– falei pessimista.
–– Se bem que ela pode ter razão, mas como vamos relacionar essas mortes com as de outras cidades? –– meu amigo só podia estar ficando louco. Ele estava mesmo entrando nessa.
–– Vocês só podem estar ficando malucos. Isso leva tempo e é perigoso –– pronunciei tentando botar um ponto final no assunto.
Eles se entreolharam e continuaram a conversa tentando me ignorar. Até que resolvi aceitar e entrar nos planos, já que não iria deixá-la ficar sozinha. A hora passou rápido, ficamos ali até o final da aula.
Saímos os três do colégio e fomos ensaiar. Nada de mais estava acontecendo até então, tudo normal, até Leigh entrar em casa em desespero, com lágrimas nos olhos. Corremos até ele que estava descontrolado.
–– Calma. O que aconteceu Leigh? –– perguntou Liss segurando seu rosto.
–– E-ela... –– não conseguia concluir uma frase completa –– Nã-ão...
–– O que foi? –– Lysandre estava preocupado.
–– R-ro-sa...
–– Rosalya? –– perguntamos juntos.
Ele apenas afirmou com a cabeça. Agora vejo lágrimas saírem dos olhos de Liss, elas viviam juntas quando Liss não estava comigo e Rosa com o namorado, é claro. A baixinha começou a se desesperar, andava de um lado a outro sem rumo. Puxei-a para um abraço forte, ela chorava alto em meus braços.
–– Melhor irmos para casa –– falei, Lysandre concordou com a cabeça acariciando a cabeça da minha menina que soluçava.
–– Leigh...
–– Deixa, ficará tudo bem, mas agora... –– Lysandre nos olhou com seriedade –– Temos que investigar.
Afirmei com a cabeça, se a polícia não conseguia agir, nós tínhamos que fazer algo, antes que mais gente se machucasse, e eu não estava aqui para perder mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo ;)



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