Darkness escrita por Felipe Alves


Capítulo 9
Reencontro.




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– Não... Você não é! – Gritei.
– Sim eu sou.
– Como tem coragem de sumir, abandonar sua família, e reaparecer depois de anos, querendo destruir a todos?! – Gritei com toda a força que pude. Aquele homem que se dizia ser meu pai será que seria mesmo? Não... Não é possível.
– Isso não é de sua conta, garoto.
– Sim! É da minha conta! Tem haver com minha família, meus amigos, e a minha cidade!
– Olha. Eu estou aqui para te fazer uma oferta.
Meu coração parou, se era capaz de fazer isso novamente.
– O que?
– Venha comigo. Abandone tudo e todos. Prometo que te darei mais poder do que pode conseguir em milênios que esses idiotas.
– Eu sou um Híbrido, mas que merda você quer que eu tenha a mais? Eu sou forte, rápido, posso ser vampiro e lobo ao mesmo tempo, vai me ensinar a matar inimigos enquanto danço agora? – Encarei-o com ironia.
– Podemos começar praticando com o que você ainda não consegue controlar. Aceita? – Ele se aproximou, e estendeu a mão para mim.
Por um pequeno segundo, eu pensei como seria aceitar tudo aquilo. Ser mais forte. Ter a companhia de meu pai. Poder sobre tudo, e todos. Mas meus pensamentos me trouxeram de volta a realidade.
– Não mesmo.
– Olha. Eu estive te acompanhando durante muitos anos. – Algo dentro de mim me fez perceber que ele dizia a verdade. – Escondido, ou mandando pessoas atrás de você – Ele prosseguiu – Eu vi você matando Vanessa. Que menina era aquela? Linda. Por que a matou mesmo? – Ele olhou para cima em busca de alguma resposta.
– Não foi intencional.
– Mas acabou matando-a do mesmo jeito. Sendo intencional ou não, isso não muda as coisas para você garoto. – Ele fez uma pausa, talvez estivesse apreciando minha raiva, um sorriso de leve se formou em seu rosto. – Quando finalmente transformado em Híbrido, recebeu o sangue da cópia, que Jace guardou ate ter necessidade. Depois de seus treinos, você ia para casa, fugia e ia para festas, aproveitar-se do sangue. Durante muito tempo isso foi acontecendo. Ate você realmente prestar atenção no que Jace te falava. O que demorou muito tempo. Depois veio o encontro com Wren e BUM! Você pensou que seria apenas um vampiro, Apenas isso. Mas posso ver mais em você do que um Híbrido qualquer.
– Já disse que minha resposta é não.
– Posso trazer sua mãe de volta.
– Ela morreu. Não tem mais nada que se possa fazer...
– Sim. Tem algo que eu posso tentar. Que provavelmente dará certo. Só quero saber se você terá coragem suficiente para me acompanhar. – Sua mão ainda continuava a minha frente, esperando para ser apertada. Só me dei conta agora, o quanto tinha agido mal com minha mãe antes de sua morte. Será que meu pai... Ou quem quer que esse seja, conseguiria trazê-la de volta? Minha mão foi de rumo ao de Nocturne, quase a apertando, quando uma voz ecoou pelo cômodo.
– Não confie nele. – Senti uma forma ao meu lado, puxando minha mão para longe do Nocturne. Virei o olho para ver quem era. Meu corpo todo se imobilizou. Era minha mãe.

...

– Mãe...? – Usei toda a força que tinha para dizer tais palavras.
Ela não respondeu, continuava a encarar Nocturne.
– Como pode...?! – Ela se referiu a Nocturne, que gargalhou após sua aparição.
– Trazer ele para o lado certo?
– Como pode me matar? Como pode levar ele para o mau caminho? Você não é assim... Noc... Eu te conheço, você...
– Você não me conhece de verdade! – Nocturne a cortou. – Você acha que me conhece, mas não sabe nem metade dos planos que tenho parar nossos filhos. – Minha mãe apertou minha mão com força, e pude ver lágrima percorrendo seu rosto.
– Você não vai levá-los! – Mais lágrimas escorriam a cada palavra. – Nunca!
– Que tal deixar essa decisão a eles? Vanessa! – Ele gritou para o alto. Em questão de segundos, a menina que eu acabara matando no passado, estava descendo as escadas, ou pelo menos, o que sobrou delas. Ela usava um vestido azul longo, e bastante grudado. Ela estava arrastando uma garota. Amy.
– Deixe-a ir! – Gritei, avançando, mas Cristiana me segurou pelo braço. – Mãe. Não. Eu tenho que... – Baixei a cabeça, sabendo que palavras não a convenceriam.
– Não. É arriscado de mais.
Vanessa jogou Amy no chão. Amy usava regata branca, calça jeans e uma bota preta. Vanessa mordeu seu pulso, deixando o sangue escorrer pelo piso de madeira. Ela estendeu o braço, colocando-o na boca de Amy, que sem força, não pode fazer nada. Sua boca tocou o pulso de Vanessa, o sangue entrando em seu organismo...
– Não! Mãe me solte, não! – Avancei mais minha mãe conseguiria uma força sobrenatural, por que me deterá.
– Se avançar ela vai morrer! – Minha mãe gritou para mim.
– Se eu não avançar ela vai morrer do mesmo jeito! Deixe-me ir. – Cristina provavelmente diria algo, mas Nocturne a cortou.
– Nossa! Tempo esgotado, que pena. – Um sorriso largo se abriu no seu rosto. – Vanessa, mate-a logo. – Ele foi ate a parede mais próxima e escorando nela.
– Não! – Soltei-me de Cristina, que por sua vez caiu no chão. Cheguei a Vanessa, arrancando sua cabeça, antes que pudesse fazer algo. Abaixei-me ate Amy, que estava quase desacordada.
Mas eu ainda sentia cheiro de sangue, mas como? Foi ai que percebi que Amy estava morrendo.
Uma faca estava encravada nas suas costas, de modo que eu não pude ver da primeira vez. Tirei-a com cuidado, mais ainda fazendo gemidos saírem de Amy. Tirei a faca, colocando-a no meu lado.
– Olha... Você vai ficar melhor, ok? Eu vou te ajudar. – Disse silenciosamente.
– Não adianta... – Uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho. Foram sua ultimas palavras antes de morrer.
– Não... Por favor... Não... – Senti-me no chão com a cabeça baixa. Não conseguia pensar em mais nada. Raciocinar mais nada. Em algum tempo Amy acordará como uma vampira. Como pode deixar isto acontecer? Não tinha mais volta. Não tem, pensei. Devo ter ficado assim por um bom tempo, por que quando voltei a mim, Cristina estava com a faca apontada para o peito de Nocturne.
– Sabe que não pode me matar, certo? – Ele a provocou, levantando uma sobrancelha e sorrindo.
– Vamos arrancar seu coração fora e ver o que acontece. – Ela aproximou a faca anda mais, fazendo um pequeno corte do lado esquerdo. Ele a segurou e a jogou fazendo-a parar na porta da casa. Ela estremeceu e começou a chorar baixo. – Por que Noc? Por que me matou? Eu te amava.
– Não sei como eu pude amar uma tola como você. Eu devia ter sido hipnotizado na época. – Ele sorria, mostrando todos os dentes. – Nossos filhos viram para o lado sombrio, isso eu posso te garantir. Dante, um dia, você verá como eu estou certo. Divirta-se com sua namorada vampira. E você, – Ele apontou o dedo para Cristina. – me esqueça de uma vez por todas. Aja como se eu tivesse morrido, pois é assim que penso quando chego a lembrar de você. Espere. Você morreu mesmo. – Um sorriso largo surgiu em seu rosto. Antes que pudesse fazer algo, Nocturne desapareceu.
Fui ao encontro de minha mãe, que tinha se encolhido perto a porta.
– Mãe, não fique assim. – Tentei usar as palavras certas, para não a magoar mais. – Ele... Ele é um idiota. Ele... – Eu perdi a voz. Não sabia mais o que falar. Não sabia consolar ninguém. Nunca soube.
– Tudo bem querido, tudo bem. – Ela me deu um beijo na testa. Abracei-a e ficamos assim por mais alguns dez segundos.
– Espere mãe. Como você pode aparecer assim? Você...
– Sim. Eu morri. Eu também não sei como isso funciona. Eu posso ficar vendo todos vocês, o que fazem. Eu os observo, mas vocês não podem me ver. Mais de um jeito ou de outro, eu sempre estou aqui. Nesses últimos dias, eu acho que vocês tem me visto, não? – Fiz que sim com a cabeça, me lembrando do momento do funeral. – Eu apareci. Sem mais nem menos. Mas não sei se tenho capacidade de fazer isso de novo. Eu apenas quis me despedir no funeral e acabou acontecendo. – Ela começou a ficar transparente, e eu não pude mais tocá-la. Ela começou a desaparecer aos poucos, como uma espécie de poeira levada pelo vento. – Querido. Eu te amo, lembre-se sempre disto. Eu não estou magoada nem nada por você ter agido estranho comigo antes de minha morte, é normal, quando você é um vampiro. Diga a Selena que eu a amo, e para ela ter cuidado com... – Ela se fora, deixando-me sozinho na casa. Foi como ver sua morte pela segunda vez. E mais uma vez, eu não consegui nem dizer um “Adeus”. Tento me levantar, mais sem forças, desabo no chão. Fecho os olhos. Eu não compreendia o que sentia, mas alegria que não era. Fiquei jogado no chão, por um tempo, até algo se movendo na minha frente. Abro os olhos, é Amy.


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