Darkness escrita por Felipe Alves


Capítulo 8
Aliado ou inimigo?




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Digamos que ontem não foi um dos meus dias favorito. Hoje também não esta sendo. Dizer “Adeus” nunca foi fácil. Ter tido a ilusão de minha mãe chorando ali... Não foi nada bom para minha carência. Fui acordado às oito da manhã, por uma certa moreninha que pulava na minha cama ate eu acordar.
– Bom Dia Fran... – Disse, me espreguiçando.
– Bom Dia! – Ela me deu uma mordida na bochecha. Uma forma carinhosa, E dolorida de transmitir sua amizade por mim.
– Ei! Isso dói! – Exclamei. Mas isso me fez ganhar outra mordida.
– Eu sei. – Ela se levantou e saiu do quarto.
Acordei com muito calor. Tipo, muito mesmo. Tomei um banho, coloquei uma bermuda jeans e desci a escada. As meninas tinham preparado o café da manhã. Jace estava com Tony e Wren na sala vendo Supernatural. Nath estava conversando com Selena na porta dos fundos, Lua, Alice e Fran estavam se servindo com pão.
– Bom dia! – Disse alto o bastante para todos me ouvirem.
– Bom dia sarado! – Lua deu um grito e recebi assovios de Selena e Fran.
– Opa, já que é assim vou tirar a minha também. – Tony tirou a camisa, o que fez a Lua abandonar seu pão e o abraçar. – Nenhum assovio? – Ela baixou a cabeça. Selena e as meninas assoviaram para ele. – Mais que a obrigação de vocês.
– Vai nessa! – Dei um tapa em suas costas e fui fazer meu pão.

...

Meia hora depois, a porta tocou, fazendo todos gelarem.
– Eu atendo. – Jace foi ate a porta e a abriu.
– Olá. – Uma voz veio da porta. Uma voz bastante familiar...
Pude ouvir som de um chão se quebrando, me virei e deparei-me com Eryck na porta. Ela havia chutado Jace para o chão. Mas por quê? Ontem ele pareceu gentil...
– Ei! – Fran segurou sua garganta, o jogando para fora da casa. Ela saiu e a segui. O resto de pessoal foi ver como Jace estava.
Pouco tempo depois, ouço baralho de madeira se partindo e sigo na direção. Eryck estava em cima de uma árvore, e Fran o tentava acertar com outra.
– Dante... – Eryck pulou para outra árvore quando aquela foi partida, e depois para outra, e outra. – Ele tentou me matar. Por isso o chutei. Espere! – Eryck segurou a árvore que Fran lançou contra ele e arremessou de volta. – Me ajuda!
– Fran... – Ela tirou uma estaca do bolso e a cravou na testa de Eryck. Ele caiu no chão, e foi tirando a estaca pouco a pouco. Pisquei. Agora Fran estava em cima dele segurando a estaca, pronta para o golpe final. – Espera garota! Calma! Você não vai matar ninguém. Ok? Ninguém!
Fran se levantou, escondeu a estaca em um de seus bolsos e veio para perto de mim enquanto Eryck se levantava. Ele vem ate nós, Fran coloca a mão em seu bolso, esperando pelo seu próximo movimento.
– Eu apareci na porta. O loiro tentou me matar com uma estaca e eu o chutei. Só isso. Eu vim para falar com vocês.
– Falar o que? – Perguntei. – Ontem acho que foi o suficiente, não?
– Eu precisava me desculpar de verdade por Aline. Ela só estava obedecendo a ordens.
– Ela pareceu levar aquilo muito a sério. Como se me matar fosse algum tipo de entretenimento.
– Não é. Olha, eu vim aqui pedir perdão. Eu os abandonei...
– Quem? – Fran pareceu surpresa em tudo que ele dizia. Será que chegou a acreditar nele?
– O “Lado negro da força”. Eles estão tentando te matar. Estão meio que tentando te ferir pelas pessoas que você mais gosta. Seus amigos... Sua família... Nunca se distancie deles. Nunca!
– Veio para falar para eu não me distanciar deles? – Será que se ele não me falasse aquilo, eu não iria me separar dos outros? Será que eu pensaria da mesma forma?
– Não. Vim para me aliar com vocês.

...

– Nem pensar! – Tony gritou, antes de eu terminar a frase.
– E se ele estiver tramando tudo isso? Só para que acreditemos nele? Ai ele enfia uma estaca em cada um de nós enquanto dormimos! – Wren se irritou. Com motivos, é claro. – Ontem ele estava com a bruxa, e hoje é nosso amigo? Que plano é esse?!
– Não é plano. Eu cansei deles. Cansei de servir aqueles idiotas por séculos. Eu vim me aliar a vocês, por que acho que finalmente achei um bom motivo para sair de lá. Proteger essa cidade... Ajudar vocês. É. É realmente um bom motivo. – Eryck se encostou à parede, enquanto explicava. – Eu disse “Vou sair”. Não sei em que sentido eles entenderam, mas estou explicando o certo para vocês.
– E espera que acreditemos? Prove! – Alice foi para perto dele, o desafiando.
– Ok gatinha. Como quer?
– Morra, ai volte e acreditaremos em você.
– Algo que me faça ficar vivo.
– Tenho desafios tortuosos para você. – Alice levantou as duas sobrancelhas.
– Pode ser.
– Siga-me.
Ela o levou para o quintal. O acorrentou na parede de aço que Jace tinha – não sei o porquê – E cravou pelo menos, umas vinte estacas nele. Em lugares diferentes. Menos no coração.
– Fique ai. Sem se mover. Sem falar. Pelo resto do dia.
– Mas... Sei lá. Isso não deve provar nada.
– Eu avisei que de minuto em minuto em vou vim com uma faca arrancar seus olhos? – Ela sorriu e levantou uma sobrancelha.
– Ok. Ai já é sacangem.
– E vou colocar um tigre selvagem aqui também. Só por precaução.
– Mas... Mas...
– Sem mais!
Fomos para dentro da casa, deixando Alice e Eryck ali fora.
– Sabe que isso não vai dar em nada, certo? – Fran me perguntou.
– Sei...
Depois de um tempo, decidimos conhecer mais o pessoal que estava conosco. Para gerar confiança e vice-versa.
– Tony. Conte-me. Como virou Híbrido? – Jace perguntou.
– Meus pais eram lobos. Um híbrido me mordeu e aqui estou eu.
– Bela história. Alice, sua vez.
– Eu fui transformada por Fran. Um homem tinha me esfaqueado. Voltei para casa, minha família estava morta. Mataram minha irmã e meus pais. Os homens ainda por cima, nos roubaram. Fui atrás deles, matando um por um. Fui viver com a família da Fran. Nós roubávamos dinheiro para pagar as contas quando os seus pais morreram... Até conhecermos vocês.
– e você Nat... – A repórter começou a falar. Lua pegou o controle e aumentou o volume.
“A casa dos Alves foi destruída. Selena, Dante e Cristina estão desaparecidos. Falamos disso, dois dias atrás, mas hoje, testemunhas disseram que um homem entrou na casa. Alguns moradores que entraram no que sobrou casa para perguntar o porquê do homem estar ali, nunca mais foram vistos. Policiais entraram na casa. Mas ate hoje continuam desaparecidos. O FBI esta indo ruma a casa. Daqui a pouco voltamos com mais informações.”
– Dante. – Jace me cutucou. – Que tal irmos dar uma passada na sua antiga casa?

...

Chegamos quase uma hora depois. Uma chuva havia começado no meio do caminho e estava nos perseguindo. Desci do carro, subi um morro, e vi minha antiga casa logo abaixo. Carros de polícias. Quatro no total. E um do FBI. Tinha um da emissora perto de mim. Deviam estar tentando filmar a entrada dos agentes da FBI, mas sem correr riscos. A casa estava do mesmo jeito. Bem. Tirando o fato de ter marcas te tiros, tava quase igual a quando saí. Selena ficou no carro com Jace, eu e Tony descemos ate a casa.
– Quem são vocês?! – Um homem forte e alto nos encarava. – Por que vieram aqui?
– Viemos ver o que esta acontecendo aqui. Ouvimos o noticiário e ficamos curiosos. – Menti.
– Ok crianças. Já esta na hora de vocês voltarem para suas casas. Agora façam o favor de... – O homem me encarou. Olhou-me de cima a baixo. Chegou mais perto. Seus olhos penetravam os meus. – Qual seu nome garoto?
Dei uma rápida olhada para Tony. Ele balançou a cabeça, negativamente.
– Augusto. Por quê?
– Você parece Dante. Morava nesta casa. Poxa! Vocês são muito parecidos...
– Espere! – Tony apontou para bem abaixo da casa, em um conjunto de árvores. Se algo estava lá, não é visível daqui.
– O que foi? – O homem perguntou.
– Selena era uma moradora daqui, não? – Tony começou a respirar mais rápido.
– Sim. Por quê? – O homem levantou uma sobrancelha.
– Ela estava correndo ali abaixo!
– Em que direção garoto?
– Eu te mostro! Vem logo! – Tony correu para o conjunto de árvores, e o homem, foi atrás. Aquilo era uma brecha para eu entrar.
Graças, não tinha mais nenhum policial na frente da casa. Entrei sem muita dificuldade. Pergunto-me o que Tony fez com o homem. Matou-o? Apagou sua memória? Cheguei à sala, ou pelo menos, onde costumava ser. Percebi que a noite tinha caído rápido. Olhei em volta. Nenhum sinal de ninguém. Mas algo me incomodava. Como se algo dentro de mim estivesse queimando. Subi as escadas. Os quartos destruídos. O sótão tinha caído, formando um imenso buraco no teto. Desci as escadas novamente. Por que ninguém me atacava? O que estava fazendo os policiais sumirem? Se tiver algo, como ainda não percebeu minha presença? Fui ate à lareira. Onde achei a caixa com lápis-lazúli, aquilo tinha um buraco, como se alguém estivesse escavando ali.
– Bem vindo. – A voz veio de trás de mim. Virei-me e deparei-me com um homem forte, cinco centímetros mais alto que eu, usava uma camisa vermelha da Itália, calça jeans, tênis pretos e um machado na mão.
– Quem é você?!
– Ora! Não se lembra de mim?
– E deveria? Vou repetir de novo, quem é você?! – Apesar do machado dele ter pelo menos dois metros, eu estava confiante.
– Sou Nocturne. Seu Pai.


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Notas finais do capítulo

Fran deu ideias para esse capítulo :3



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