Darkness escrita por Felipe Alves


Capítulo 7
Segurando Firme e Deixando Ir.




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Acordamos com Jace nós cutucando.
– Vocês estão bem?
– Sim. – Murmurou Selena enquanto ainda despertava.
– Sim. Por quê? – Levantei os braços, me espreguiçando.
– Lembra do funeral? – Ficamos em silêncio por um tempo. Relembrando de tudo. – Eu providenciei para hoje. Se troquem. Podem demorar quanto quiserem. Eu vou esperar aqui embaixo.
– Ok.
Levantei-me do sofá, e puxei Selena com cuidado para cima. Subimos as escadas e fui para o quarto dela. Senti-me na cama e ela se sentou na cadeira de frente para a janela. Ficou encarando a chuva que batia no vidro.
– Selena, eu vou indo me trocar... – Ia me levantando da cama quando ela se levantou e me abraçou.
– Por favor. Fique mais um pouco. – Senti uma lágrima escorrendo de seu rosto.
– Ok. – Coloquei meus braços sobre ela e ficamos ali por alguns minutos. Soltei meus braços dela e beijei sua testa. – Vou me arrumar. Volto quando terminar. Prometo.
Saí do quarto e entrei no meu. Percebi que a casa estava silenciosa. Acho que o pessoal devia estar dormindo. Não conheciam minha mãe. Não deveriam se importam com isso...
Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e fiquei por um tempo de baixo da água morna. Pensando. Se eu ficasse em casa naquele dia, poderia ter mudado algo? Será que se eu saísse com elas para algum lugar nada disso teria acontecido? Perguntas e mais perguntas passam pela minha cabeça naquele momento. Saio do banho, me troco e vou em direção ao quarto de Selena.
Selena estava em um vestido preto. Estava linda. Minha irmã parecia um pouco mais confiante naquele momento... E lembrar que meia hora mais cedo ela estava chorando em meus braços. Descemos as escadas. Notei que todos estavam sentados no sofá, olhando diretamente para mim e Selena.
– O que vocês estão fazendo? – Perguntei.
– Esperando vocês. – Wren respondeu.
– Vocês vão...? – Não pude evitar a lágrima escorrer do meu olho.
– Claro! Somos seus amigos! Por que te deixaríamos na mão?
– Não Sei...
Tony se levantou e pôs a mão no meu ombro.
– Sinto muito. Mesmo. Queria ter a conhecido. Parecia ser uma boa mãe.
– E era... – Selena murmurou ao meu lado. Fran se levantou e a abraçou, depois veio Alice e Nath.
– Vamos? – Tony pegou a chave do carro.
– Sim. – Respondi.

...

E lá estava na minha frente, o tumulo de minha mãe. Ajoelhei-me na frente dele, colocando um buque de rosas na frente dele. Todos colocaram uma flor no tumulo. Eu me mantive imóvel. Não tinha força para me mexer. Não tinha forças para fazer nada. Só ficar ali, ajoelhado, olhando o tumulo com o nome dela. Data de nascimento e o dia de sua morte. Percebi que estava a tempo demais ali. Tentei me levantar, mas foi em vão. Não consigo me mover.
– Pessoal? – Conseguia mover a boca ainda. Graças!
– Oi? – Lua virou a cabeça um pouco.
– Não consigo me mover!
– Como? – Fran se ajoelhou ao meu lado e tentou me mover, mas em vão também.
– Isso só pode ser... – Fran olhou para os lados, a procura de algo. – Um feitiço!
Nesse instante, uma névoa se formou na área. Corvos apareceram de todos os lados. Um deles Tinha olhos vermelhos como sangue. Por um instante, cheguei a acreditar que era sangue de verdade. Uma figura encapuzada apareceu na frente do tumulo. Ela chutou o tumulo para o chão, quebrando-o e colocou o polegar em minha testa. Senti meus músculos enferrujarem. Estava me petrificando! E o pessoal? Por que não faziam nada? Olhei para Fran e descobri.
Ela estava petrificada. Todos estavam petrificados. Menos eu. Eu estava petrificado, mas não inteiro. Dos pés ate o pescoço.
– Como vai, fora das leis? – A figura deu um sorriso de leve.
– Como assim?! Deixe-me e meus amigos em paz! Mais que merda fizemos para você?! – A figura tirou a touca. Seus cabelos loiros e castanhos destacam-na no meio daquela névoa toda. Uma mulher... Uma feiticeira!
– Vocês invadiram a fazenda. Derrotaram mais da metade do nosso exército, e você ainda quer que eu liberte seus amigos?! Pelo amor! Por que nos atacaram para começo de conversa?!
– Vocês estavam com uma de nós! – Gritei. Como ela poderia levar a destruição do exército em consideração a manter a Lua prisioneira.
– Ora! Você nem a conhecia! Nem deveria se importar com ela. – Ela franziu a testa.
– A questão que meu amigo a conhecia! Era namorada dele! Se for importante para ele, é para mim! Vocês começaram com uma injustiça, depois nós que somos acusados disso...
Ela ficou corada por um tempo. Sem saber o que dizer. Falta de palavras. Ela estava nervosa. Provavelmente não deveria ter ido ali por vontade própria... Alguém a mandou. Para nos matar. Mais especificamente, para me matar.
– Vocês... Não podiam ter nos atacado! Vocês poderiam bater na porta e dizer “Queremos da Lua de volta, tipo, agora”, mas não disseram. Vim aqui por ordem de Nocturne. Não por vontade própria, ok?! Agora vamos logo para o que interessa... – Ela ergueu o braço para cima, pude ver marcas contornam seu antebraço. Uma névoa começou a rodar em cima da palma da mão da loira, criando uma espécie de adaga. Senti um vento frio passar por ali. Seria minha morte? Morrer em cima do tumulo de minha mãe? Não! Não mesmo!
– Sua vadiazinha... Solte-me! Não tem coragem suficiente para me matar, pelo menos, tenha coragem de lutar mano a mano comigo! – Exclamei.
– Que venha então, já que é tão idiota a esse ponto. – Ela pôs o polegar no meu braço e deu um salto para trás. Volto ao normal. Pequenas pedras caídas ao meu lado. Formando um pequeno circulo. As pedras se moveram formando uma pequena espada de pedra. Ficou perfeitamente na minha mão. Segurei-a com força e a lancei na direção a loira, que a fez virar pó, antes de atingi-la. Avancei para mais perto dela. Pulei em direção ao seu pescoço. Ela segurou minha mão, que logo começou a se torcer, indo parar nas minhas costas. Fiz uma grande força para voltar ao normal. Ela havia desaparecido.
Olhei em volta a sua procura, mas nada. Ela simplesmente evaporou. Senti uma perfuração nas minhas costas. Uma estaca de madeira estava encravada na minha coluna. Puxei minha mão para as costas, segurei a estaca com força, puxando-a. Tirei-a, joguei ao meu lado e encarei a loira. Seus olhos cinza penetraram os meus. O que ela ainda tinha escondido? Era uma feiticeira/maga experiente. Se quisesse, já poderia ter me matado, mas por que não? Uma figura com um manto preto, igual ao da maga, só que maior, apareceu ao meu lado.
– Mas que merda Aline... – Ele levantou a estaca que estava ao meu lado, passando entre os dedos. – Você sabe que não pode matá-lo. Não tem força o suficiente para isso. – O homem foi se aproximando ate a Aline, ficando ao seu lado.
– Eryck, você sabe que eu tenho força suficiente para matar um exército inteiro! – Ela gritou.
– A menos que alguém seja mais forte do que um exército inteiro. – Ele dizia cada palavra com calma.
– Mas que merda vocês tão falando? – Perguntei.
– Ela foi mandada aqui para te exterminar. Mas não tem força o suficiente para tal coisa. E... – Aline o transformou em gelo. Congelou todo seu corpo.
– Cale a boca Rodrigues! Eu acabarei com esse fedelho. – Ela se virou para mim, estendeu a mão e começou a falar palavras estranhas. Feitiços. Uma esfera de poder surgiu em sua mão. O tempo ficou escuro. Totalmente escuro. Só se via eu e ela. A esfera ficava cada vez maior na palma de sua mão. A esfera estava mais ou menos, da altura de uma casa. Não, um pouco menos. Ela a lançou sobre mim. A esfera negra vinha com velocidade. Segurei-a com força. Senti que iria morrer. Minha mão começou a se queimar enquanto tentava jogar a esfera para outro lado. A esfera começou contornar meu corpo. Como se estivesse penetrando em minha pele. Por um momento, minha visão sumiu. Quando ela volta, vejo um espelho na minha frente, possivelmente mais uma obra da loira. Eu estou péssimo. Meus olhos estavam completamente vermelhos. Minha cara estava mais sombria do que o normal. Minhas mãos estavam pingando muito sangue, porem não estava machucada ou cortada. Então o que tinha acontecido? Através do espelho, vejo todos atrás de mim, meus amigos, mortos.
Eu havia os matado? Não, não podia ter feito isso. A raiva me comandou. Eu não conseguia agir mais por minha conta, simplesmente perdi o controle. Soquei o espelho. Voltei a quando a esfera havia entrado em mim. Eu estava ajoelhado no chão. Minha mão estava sangrando, com cacos de vidro penetrando minhas veias. Olhei para a loira, ela esta espantada, mas por quê?
– Como você conseguiu sair da minha ilusão?
– Pelo amor. Era apenas socar um espelho. – Disse com ironia.
– Ninguém nem consegue se mover. Provavelmente, alguém surtaria com tudo isso e morreria. Como você conseguiu? – Ela perguntou.
– Apenas quebrei seu espelho. – Ainda com ironia.
– Que seja. – Ela ia fazer outra daquelas esferas novamente. Mas Eryck segurou seu braço.
– Nem pense nisso. Já fez de mais hoje! – Eryck apareceu ao lado dela, dei uma olhada rápida, todo o gelo estava quebrado.
– Como você saiu? – Ela esperou um tempo, provavelmente já sabendo da resposta. – Mas Eryck. Ele atacou a todos nós...
– Primeiro que não foi só ele. Segundo que temos que reunir mais pessoas. Terá sua vingança, só terá que esperar.
– Que seja. – Toda a névoa contornou seu corpo, formando uma espécie de furacão. Segundos depois, nem névoa, nem maga esta mais ali.
– Sei que você deve estar puto. Eu achei uma idiotice ela vir ate aqui, mas ordens são ordens. Esteja preparado, você tem grande potencial. – Eryck tirou o capuz, mostrando seu rosto. Ele deu um sorriso de leve e desapareceu.
– Ai! – Pude ouvir Alice falando ao fundo, me virei. Todos voltaram ao normal.
– Que merda aconteceu aqui? – Tony perguntou. Mas não prestei atenção. Fui ate Selena ver como ela estava.
– Tudo Bom? Sem unha quebrada? – Pergunto.
– Tudo bom idiota. – Ela sorri e me abraça.
– Dante. O que aconteceu? – Tony repete a pergunta, e conto a todos o que havia acontecido enquanto eles estavam petrificados.
– Foi uma injustiça de todo modo, já que eles estavam com a Lua. Mas de qualquer jeito, estejamos preparados. – Wren aconselhou.
– Acham melhor irmos? Sei lá, eles podem voltar com mais pessoas. – Alice pergunta.
– Talvez. Mas primeiro... – Volto-me para o tumulo, que agora parece intacto.
– O que? – Lua pergunta.
– Nada... Vamos.
Todos se levantaram e foram. Eu fui logo atrás. Depois de alguns passos, me viro, para dar uma olhada, e vejo Cristina sentada em cima do seu tumulo, me observando. Ela sorri e uma lágrima escorre pelo canto do seu olho esquerdo. Pisco várias vezes. Ela não esta mais lá.


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Notas finais do capítulo

Se não gostaram, culpem o Eryck u-u



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