Darkness escrita por Felipe Alves


Capítulo 4
Surpresas.




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Completamente em chamas. Madeiras caindo. Gritos saindo de dentro. Nessa hora surtei. Apenas queria a segurança da minha família. Entrei na casa. Para começar, a sala estava pegando fogo nas paredes e no teto. Ouvi um grito. É de Selena. O grito vinha do andar de cima. Mas infelizmente a escada estava em chamas. Não sabia como subir. Até que os gritos começaram a se mexer e ir na direção da janela do andar de cima. Quebrei a parede que não estava em chamas. Subi na árvore que tinha frente de casa e pulei para dentro do quarto de Selena. Foi a cena mais horrível que já vi em minha vida. A cama estava toda queimada. Com o fogo do teto da sala se espalhou ate alcançar o segundo andar. A porta estava jogada para o lado, não estava muito queimada, mas bastante destruída. Selena estava gritando do banheiro. A porta estava úmida. Mas bastante danificada, Selena deveria ter conseguido apagar com um pouco de água. O celular dela e da mãe estavam no chão, destruídos. Provavelmente foram pisoteados enquanto as duas corriam para o quarto. Mas infelizmente, na minha frente, jogada sobre o tapete de pelo semi-tostado de Selena, estava minha mãe. Com a boca aberta, mas toda queimada, e sem um dos braços. Ela fora queimada da cabeça ao pé. Seus ossos saiam do seu tornozelo. Sua cara fora derretida e grudada com a do esqueleto. Ficando com um aspecto de caveira viva. Suas roupas estavam jogadas em cima de seu corpo, não só as dela, mas a jaqueta e a camisa de Selena também. Não pude salva-las. Não estava aqui no momento. Eu não pude evitar. Ela, ela morreu... A pessoa com quem mais me importava morreu.... Não agüentei e chorei. Lembranças dela me vieram a mente. Como da primeira vez que fomos no parque de diversões e eu me perdi. Quando fomos a praia, eu tinha 8 anos, eu e Selena ficávamos pegando pérolas das ostras para dar para mamãe. Todas as lembranças vieram como um tiro em mim. Até que ouvi os gritos de Selena. Isso me fez voltar a realidade. Estava ajoelhada e chorando, quanto tempo eu passará ali ? Não importa. Tinha que ajudar Selena, não podia deixar tudo que me restava ir embora. Peguei e maçaneta de porta, e a arranquei. Coloquei minha mão no buraco que deixei e puxei a porta para trás. Logo vi Selena chorando em cima da pia. Chorando. Ela estava só de sutiã, com uma calça e descalça. Ela usou a roupa dela para proteger mamãe do fogo, mas mesmo assim, nem isso adiantou. Ela pareceu perceber que tinha alguém. Levantou a cabeça com seus olhos vermelhos. Ela não parava de chorar.
– Dante... ?
– Sim. Sou eu, olha, vamos sair logo daqui, ok ?
– Esta... Esta bem.. – Ela desceu da pia e me abraçou – Ela esta morta Dante. Ela esta morta...
– Eu sei – Não pude me conter e chorei também –, mas é melhor sairmos logo daqui.
Tirei minha jaqueta e dei para ela. Peguei ela pelos braços e a levei até a janela.
– Segure-se firme.
Pulei dali. Nesse exato momento, algo explodiu atrás de mim. Eu e Selena fomos arremessados para longe. Caímos uns 9 metros longe da casa, antes de cairmos, virei Selena para cima e deixei-a cair em cima de mim para não se machucar. Minha camisa estava toda rasgada e queimada nas costas, tanto que quando levantei, ela se soltou do meu corpo. Pude ver que meu carro havia explodido. A casa inteira já tinha praticamente caído aos pedaços. Tudo a 2 metros de distância da casa estava em chamas. E Selena, chorando em silêncio em meio a noite. Sentei-me ao lado dela e a abracei. E fiquei ali abraçado com ela, não conseguia conter muito meu choro. Ficamos assim por aproximadamente 10 minutos sem dizer absolutamente nada. Até que uma sombra se aproximou.
– Gostou do presente ? – Ele perguntou.
Encarei a sombra. Era um homem. Forte como um lutador de MMA. Ele usava uma jaqueta de couro preta cheia de espinhos de metal. Calças Pretas. Um tênis azul marinho. Óculos negros e luvas de couro também. Ele segurava um tocha com fogo na mão direita, e segurava uma espécie de mecanismo com pequenos botões na esquerda. Aquilo só podia significar algo. Logo me enchi de fúria e ódio. Eu odeio esse cara. Ele causou a morte da minha mãe. Ele fez tudo isso. Ele quase matou minha irmã. Aquilo não tinha perdão. Me levantei e o encarei cara a cara.
– Queimar minha casa ? Que coisa mais original. Está na hora de inovar, sabia ?
– Que tal matar sua irmãzinha ?
– Tente alguma coisa que você morre.
Ele me empurrou, chegou na frente de Selena, Pegou a tocha e ia enfiar no crânio dela se eu não o tivesse segurado e o jogado para uma árvore próxima dali. Seu mecanismo e sua tocha caíram de sua mão. Ele não chegou até a árvore, mas pelo menos ficou uns 18 metros longe de mim e de Selena. Agora tinha que defende-la. Era meu dever.
– Por que está fazendo isso conosco ? Por que ?! – Pergunto.
– Se me derrotar te darei todas as respostas que quiser. – Ele responde.
– Só isso ? Ok. Se prepare.
– Ok. Só um aviso, cuidado com sua irmã.
– Pode deixar.
Ele avançou. Ele é rápido. Muito rápido. Mas consegui derrubá-lo com uma rasteira. Ela segurou minha perna e me jogou em direção as rochas. Devo ter quebrado uns 3 ossos quando atingi as rochas. Peguei uma e joguei nele. Ele desviou, mas eu avancei com toda minha velocidade e enfiei um pedaço de uma estaca que estava no chão em seu abdômen. Ele gemeu de dor e se ajoelhou. Afundei um pouco mais a estaca. Ele começou a gritar.
– Agora fala seu porco filho da puta !
– Ainda não me derrotou – Ele pegou a estaca e foi tirando de seu abdômen e enfiou-a em meu peito –, mas como está preste a morrer, vou te contar algumas coisas.
– Filho duma p... – Tentava tirar a estaca do meu peito, mas ele enfiou muito dentro.
– Temos um enorme exército por assim dizer de vampiros. Vivemos perto daqui. Ficamos sabendo que nessa cidade tem vampiros bons, mas eles querem o bem dos humanos. Querem o bem-estar deles e estão agindo como humanos. Isso se tornou inaceitável e estamos vindo destruir Darknit. Não somos tão maus por completo. Esse era para ser um aviso para se prepararem. Iremos dar a vocês 3 meses para se preparar. Por que essa guerra provavelmente vai destruir a vocês também. Podem se unir a nós e nos ajudar a matar todos. Ou escolher o pior caminho, que é morrer tentando proteger esta cidade. A escolha será sua.
– Uma guerra ? Você mata minha mãe, destrói minha casa para me falar de uma guerra ?! Porra ! Não bastava você bater na porta ?!
– “Precisávamos inovar”.
– Desgraçado!
Tirei a estaca do meu peito. Peguei todas as rochas que via no meu caminho e tacava nele. Avancei até ele e enfiei a estaca em sua perna, depois peguei sua tocha e enfiei na outra perna, o deixando impossibilitado de se mover por um tempo. A jaqueta dele caiu quando ele se ajoelhou de dor e de lá saiu um explosivo em vermelho que tinha um número 7. Peguei o mecanismo dele e vi que tinha sete botões, seis dele já estavam apagados, só sobrou o sétimo. Peguei o explosivo, coloquei em seu peito. Me distanciei ate chegar em Selena, a abracei e apertei o botão. Logo ouço a explosão e quando me viro, um enorme buraco entre árvores e restos de uma casa. Mais desse buraco saiu o vampiro sombrio. Sobrava pouco dele, acho que ele se soltou a tempo da explosão não pega-lo totalmente. Ele veio caminhando até mim e Selena. Me coloquei na frente de Selena e esperei. Até Jace aparecer do nada e enfiar um pedaço da porta da minha casa no meio do vampiro.
– Ouvi tudo. Temos que nos preparar. – Ele me encarou.
– Espera ! Você esteve aqui o tempo todo ?!
– Não. Só quando ele começou a contar as coisas para você.
– E você nem me ajudou !
– Estava vendo se dois anos de treinamento serviram para algo.
– Maldito... Ele poderia ter feito algo a Selena!
– Eu nunca deixaria isso.
– Então o que vamos fazer ?! Preciso de um lugar para ficar, Selena também. Tem uma guerra chegando. Eles tem um exército de vampiros! Nós só temos três no mínimo.
– Três ?
– Conheci outra. Longa história.
– Vocês podem morar comigo.
– Espera, o que ? Você mora em uma casinha do centro!
– Eu disse isso ? Pelo amor... Meus pais são ricos. Eu moro em uma mansão!
– Acho que isso seria abuso de mais e... – Fui interrompido por Selena.
– Vocês... Vocês.. Vocês são vampiros!


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