Darkness escrita por Felipe Alves


Capítulo 3
Coincidências.




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– A propósito – Ali se virou para mim – Você não me disse seu nome.
– É Dante. Dante Alves
– hum... Família Alves ? Conheci seu avô..
– Robert ? Robert Alves ?
– Esse mesmo. Vamos dizer que eu e ele tivemos um ‘caso’.
– Vc pegou meu avô ? – Disse surpreendido.
– É...
– Nossa...
– Bem. Vamos para a aula de Português.
– Ok.
E foi assim o começo do dia. Fiz uma amizade. E tive que aturar a Sr. Mist falando sobre todas aquelas coisas de Português. Enchendo minha cabeça. Depois tivemos que ir para casa, porque acharam o corpo de Marcelo no vestiário. Sem nenhum sangue no corpo. Nenhum vestígio. Apenas uma mordida no pescoço. Acharam que algum animal entrou no colégio e nos mandaram embora.

...

Entrei no carro e quando ia dando partida vi Ali sentada no banco de passageiro.
– Posso saber o que você faz aqui ? – Perguntei
– Pegando uma carona.
– Você é uma vampira, você pode..
– Você também é um vampiro. Fica quieto e dirija.
E foi seguindo o caminho que ela me falava. Meia hora depois parei perto de uma floresta.
– Pode me deixar aqui, minha casa é perto daqui, vou andando.
– Por que não quer que eu a deixe direto na sua casa ?
– Vou caçar animais... O sangue deles é bom, não me deixa cheia, mas pelo menos ajuda.
– Tendi... Também está na dieta ?
– Só mato se for preciso...Ou quando eu to a semanas sem sangue humano.
– Ata.
Depois disso nos despedimos e ela foi para floresta. E eu segui direto para casa.

...

Cheguei em casa, deixei o carro na garagem e entrei direto no meu quarto. Fui ver algumas mensagens no meu e-mail. Depois deitei, peguei meus fones de ouvido e comecei a escrever. Eu escrevo em uma espécie de diário. Podem falar o que quiserem, mas eu gosto. Comecei a ouvir Nickelback e escrever. Por mais ou menos 1 hora fiquei ali.. até ficar com fome, peguei minha jaqueta com capuz e sai pra caçar.
Sai de casa, e fui seguindo o cheiro de animais, cervos para ser mais exato. Fui direto para uma floresta que tinha a uns 10km da minha casa. Eu seguia o animal, ele era veloz, mas comparado a um vampiro, não era nada. Perto dele, eu pulei, peguei seu chifre no ar e o arremessei até uma rocha. Antes dele bater na rocha, eu o segurei e o mordi. Comecei a drenar seu sangue, até não sobrar nada. Senti a fome dentro de mim. Precisava de mais. Muito mais. Limpei a boca e fui procurar outros cervos. Começou a chover. Eu ainda perseguia cervos. Matei mais 4 cervos ao total. Enquanto eu perseguia o quinto avistei uma menina. Ela era linda. Seus cabelos negros. Sua pele branca. Seus olhos eram azuis. Ela estava com uma blusa com toca preta, uma calça jeans clara e um tênis Nike branco. Ela parecia confusa. Perdida. Eu fique observando-a de longe. Quando a vi quase caindo de um barranco corri para ajudá-la. Ela ia cair mais segurei seu braço. A trouxe para cima. Ela estava realmente mal. Dava para ver que estava sem fôlego e desesperada. Seus olhos moviam-se com rapidez me estudando. Até que enfim ela falou.
– Obri...obri...gada.
– De nada. O que estava fazendo ?
– Como assim ?
– Correndo, quase caiu do barranco.
– Eu estava... – Sua voz falhou.
– Estava... ? – Insisti.
– Correndo de um monstro ?
– Monstro ?
– Parecia. Um humano. Mais com presas. Sangue escorrendo pela boca. Veias saindo de seus olhos. Parecia um... um... um Vampiro !
– Tem certeza disso ?
– Sim. Li histórias sobre eles. São idênticos.
– Nossa. Onde viu ele ?
– Perto . A uns 6 metros daqui.
– Acho que se ele estivesse atrás de você, já a teria alcançado antes de você completar 2 metros..
– Como sabe ?
– Eu... Eu já testemunhei um ataque,– Menti pra não me expor para ela – vampiros são muito rápidos. Acredite em mim.
– Nossa...Sinto muito.
– Como o vampiro não está mais atrás de você, não acha melhor voltar para sua casa ?
– Estou com medo.
– De que ?
– Ainda pergunta ? De voltar para meu carro. De voltar para minha casa.
– Se estiver em sua casa, estará segura.
– Posso te pedir um favor ?
– Claro. Pois não ?
– Me acompanhe até em casa ? Sei que é uma coisa de pedir para um estranho, mas..
– Tudo bem. Eu topo – Disse sorrindo.
Levei ela até sua casa, ela mora em uma casa relativamente luxuosa. A frente dela é uma parede de Mármore com algumas pedras preciosas que eu desconhecia. Tinha uma garagem no canto direito da casa. Uma casa de 3 andares. Um quintal gigante e o pai dela tinha um Camaro branco ! Sim, fiquei com vontade de pegar aquele camaro e sumir, mas acho que isso não seria o correto. Eu estacionei o carro dela na garagem, e ia me dirrigindo a saída quando ela pegou meu braço.
– Obrigada. – Ela sorriu, mostrando todos os seus dentes brancos e brilhantes.
– De nada...
– Você não pode ficar ?
– Posso. Eu acho...
– Maravilha ! Gosta de tbbt ?
– The Big Bang Theory ? Muito. – Sorri.
– Esta afim de assistir comigo ?
– Sim – Sorri pois nunca fora convidado para nada.
– É o mínimo que posso fazer. Vamos, entre.
E passamos horas e horas assistindo tbbt, quando estávamos quase terminando a temporada, uma loira estava me encarando bem atrás de mim com seus olhos negros fixados nos meus olhos. Pude ver que ela me olhava de um jeito estranho, como se soubesse...
– O que pensa que está fazendo ? – Ela disse para a menina ao meu lado, cujo nome nem sabia.
– Trouxe um... um... um amigo para assistir serie comigo.
– Um menino ? Sabe o que sua mãe pensaria disso. Ainda mais um... – Ela não terminou a frase, o que me deixou preocupado.
– Um o que ? Pode falar Nath – Ela pausou a serie, se virou e encarou Nath.
– Nada não, estava pensando alto, Amy – Amy ? Era esse o nome dela ? Que nome lindo, e pensar que nem nos apresentamos direito...
– Quer assistir conosco ?
– Sim. Vou fazer uma pipoca. Me ajuda aqui ?
– Claro – Ela se virou para mim – ahn...ahn...
– Dante.
– Dante, espero só um minuto ok ?
– ok.
– Já volto...
Ela foi para a cozinha, e pude ouvir armários se fechando e abrindo. Até que Nath sussura.
– Bonito ele, onde achou ?
– Ele meio que me ajudou. Ai o convidei para assistir comigo.
– Como assim te ajudou ?
– Foi fazer a matricula no colégio Foxtail. Na volta, um... vampiro tentou me matar.
– Um Vampiro ?! – Nath não parecia surpresa pelo seu tom de voz.
– Pois é.. Eu sempre achei que não existissem. Mas enfim... – Amy contou toda a história para Nath.
– Vou passar mais tempo com você para evitar esses ataques. Acho melhor levar isso para a sala, leve os refris depois.
– Ok.
Ouvi passos soando pelo corredor. Um cheiro bom de pipoca com manteiga chegando cada vez mais perto, até que Nath se senta ao meu lado. Agora posso ver ela com mais clareza. Ela é loira com mechas em azul e outras em roxo. Ela tinha olhos negros como um buraco sem fim. Aqueles olhos que sempre te faz ter um pensamento mais distante assim que os encara. Ela usa uma camisa xadrez preta e roxa. Uma calça jeans clara e um pouco rasgada ( acredito que seja aquelas calças rasgadas da moda) e um all-star preto.
– Eu sei que você é um vampiro. – Ela sussura para mim.
A partir daí fiquei sem rumo. Como ela poderia saber. Talvez estivesse brincando, mas seu olhar me dizia o contrário.
– Como... ? – Perguntei.
– O que você acha que eu sou ?
Parei para pensar. Ela parecia ser como qualquer menina comum. Nada de muito diferente das meninas de hoje em dia. Espera... é isso !
– Outra vampira.
– Acertou. Tento parecer mais como as meninas de hoje em dia, para não suspeitarem de mim só de olhar.
– Mas como vc sabia que eu... ?
– Para começar, tem um pouco de sangue no canto esquerdo de sua boca. Amy deve não ter notado isso.
– Quantos anos você tem ?
– Dezessete
– A verdade.
– cento e cinqüenta anos.
– Corro perigo ?
– Faça algo de errado com Amy que eu te mato.
– Estou me comportando.
– A propósito, quantos anos você tem ?
– Dezessete.
– A verdade – Ela me olhou com um sorriso na boca.
– Dezenove.
– Só isso ?
– Né...
– Quem te transformou ?
– Jace Wesker.
– O Wesker ?! – Ela abriu a boca, formando exatamente um O.
– Por que tanto espanto ?
– Ele deve ter uns duzentos anos. É um dos vampiros mais experientes vampiros que existem por aqui.
– Nossa... Posso te pedir um favor ?
– Diga.
– Lute comigo.
– O que ? Por que ?! Ficou louco ?
– Quero ver se é tão boa assim. Jace me ensinou a lutar e me defender. Como disse que ele é basicamente o top dos top’s eu quero testar minha experiência em luta contra você.
– Hoje ?
– Pode ser. Quando eu sair daqui.
– Combinado.
Nessa hora, Amy chegou com refrigerante para nós três e ficamos assistindo tbbt.

...

Depois de assistir mais duas horas, decidi ir embora.
– Dante, já vai ? – Amy me perguntou.
– Então. Já é quase duas da manhã.
– É mesmo, te acompanho até o portão.
– Ok. Tchau Nath.
– Até Mané. – Ela moveu os lábios e consegui entender suas palavras. “Outro dia lutamos”.
Eu e Amy entramos em um corredor cujo chão era daquelas madeiras processadas que eu sempre quis na minha casa. Andamos até chegar na frente do portão da casa.
– Você vai pegar um ônibus ? Eu posso te levar...
– Não, eu acho que posso pegar um ônibus mesmo.
– Ai Deus !
– O que ?
– Esqueci q o portão da fechado, vou lá pegar a chave.
– Ok.
Ela entrou, meio minuto depois saiu rodopiando as chaves por uma argolinha que tinha na chave. Ela sorriu para mim. Sorri de volta. E foi ai que a merda aconteceu.
Vi 2 luzes brilhando fortemente atrás de mim. Antes que eu conseguisse virar, um carro grande ( uma caminhonete, eu acho, não reparei direito) bateu no portão. O Portão de ferro caiu e as grades dele entortaram para cima. O pneu do carro travou na grande. Como ele estava vindo a alta velocidade, e com o impulso da grade, ele rodopiou em pleno ar e pela incrível coincidência em cima de mim. A roda se soltou, vindo com mais velocidade e a parte traseira dele veio em cima de mim. Me joguei no chão, e como era uma caminhonete ( Graças ) não me acertou com tanto força. Mas o suficiente para quebrar minhas costas. Os vidros quebraram que acertaram meus braços e minhas pernas. Fiquei ali por um tempo, pensando qual seria a reação de Amy quando eu saísse ileso dali. Tirei os cacos de vidro. Esperei me curar, e sai me arrastando pelo canto do carro, onde tinha uma batida, e deu o espaço perfeito para eu passar. Quando sai e vi Amy ali ajoelhada, chorando, me doeu o coração. Cheguei até ela.
– Amy ? Não chore.
Ela levantou a cabeça cuidadosamente, chorando, com aqueles olhos azuis me encarando. Ela se levantou, e deu um tapa na minha cara.
– Por que levei um tapa ?
– Estava... conferindo se você estava vivo mesmo. – Ela respondeu e me abraçou forte.
– Estou bem. É serio. Mas, e esses aí ? – Apontei para os dois homens mortos no carro.
– Vou falar para Nathálita chamar a Polícia enquanto te levo embora.
– Ta bom. – Dessa vez, entrei com ela na casa, mas esperei na frente do corredor.
Ela voltou e me guiou até a garagem, pegou o carro do pai dela ( Aquele Camaro lindo ), deu o contorno no carro, e saiu da casa. Eu ia dando as coordenadas e ela segui-as. Paramos em uma lanchonete eu ficava mais ou menos perto da minha casa. Paguei um suco para ela. Depois disso ela decidiu voltar.
– Tenho que ver como tão as coisas lá. Provavelmente meus pais vão me matar.
– Você não teve culpa, se quiser, vou também para te ajudar.
– Nath está lá. Ela ficou preocupada quando ouviu o som, mas com aqueles fones de ouvido Mega gigantes ela não percebe nada.
– Ah...
– Bem. Adeus, obrigado por hoje mais cedo.
– Por nada. Da próxima vez que decidir andar por ai sozinha, me chama. – Sorri.
– Ok.
Ela entrou no carro e foi embora, enquanto eu corri para chegar logo em casa.
Quando cheguei foi como se estivessem enfiados todas as estacas do mundo no meu coração. Minha casa estava completamente em chamas.


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