A Epidemia. - FIC INTERATIVA escrita por Merida Vison


Capítulo 2
À procura de resposta...


Notas iniciais do capítulo

gentee desculpem a demoraa ^^ espero que gostem . boa leituraa



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Transfiro o peso do meu corpo de uma perna á outra. De nada adianta, minhas pernas formigam, estou arcada sobre a cintura, escondida atrás de um estupido arbusto. Minha boca está seca, respiração entrecortada. Limpo o suor da mão na calça. Já esta anoitecendo e papai não vêm. O medo me manteve paralisada ali, sem forças pra fazer nada, apenas esperar. Vi pessoas correrem desesperadas, ouvi tiros e explosões. Minha atenção se volta para um vulto correndo, vindo em minha direção, com medo caio sentada. Para alivio meu, é papai. Ele me puxa e vendo que não consigo correr me joga em suas costas correndo em direção ao ginásio na próxima esquina. Coloca-me sentada na arquibancada e trancando a porta se junta a mim. O silencio perdura por muito tempo, papai não tem palavras, quanto a mim, nem sei o que pensar no momento. De repente a vida que parecia perfeita, havia de desmoronado. Por fim resolvi reagir, não podia continuar ali, sentada e esperar por um milagre, por que acredite: milagres não acontecem. Com um impulso coloquei-me de pé e me dirigi à porta; papai me segurou pelo braço dizendo que era loucura sair da li.

“Pai...” “Não minha filha”. Ele me interrompe. “Os militares ordenaram que ficássemos em lugares seguro, até o perigo se extinguir” Nada fara ele mudar de ideia. O fato é que papai é muito teimoso, sempre foi e não será agora em pleno fim de mundo que ele vai mudar. Sentados na arquibancada da enorme quadra de futsal, passamos os três dias seguintes. Sobrevivendo apenas com água, já me sinto mais magra. Na manhã do quarto dia finalmente papai decide agir. Meio receoso ele se levanta, sua fraqueza é bem visível, olhos fundos e lábios ressecados.

“Hanna, vamos morrer de fome, á espera desses desgraçados que não deram noticia.” Ele respira fundo, passa as mãos pelos cabelos, um ato que mostra claramente que está nervoso. Ele espera uma resposta, como não a dou ele continua.

“Eu vou sair em busca de abrigo e alimento e volto te buscar assim que encontrar...” “Negativo. Nem pensar, que vou deixar o senhor sair sozinho. Não, não!” Eu o interrompo. “Vamos juntos, ok pai?”

Ele apenas fecha os olhos e implora para que eu não insista naquilo. Eu penso um instante e por fim resolvo que ele ir sozinho não é tão ruim assim. Após um abraço longo e cheio de “eu te amo” papai sai, um erro que assim como eu, ele (se pudesse) também se arrependeria.

...

A rua está deserta. Olho em volta, o vento me assusta. Jogada no meio da rua uma moto, corro até ela na esperança de estar com a chave. “Porra”. Praguejo ao constatar que esta sem chave. Sento na guia da calçada, o pânico me atormenta novamente. Quando então para minha alegria a chave esta do outro lado, próximo ao portão da quadra. Sem saber que caminho seguir, ligo a moto e saio em disparada. Já havia percorrido um bom caminho e de longe avisto um posto de gasolina.

Chegando ao posto de gasolina, encostei a moto, já quase que esvaziada de combustível, e entrei na pequena loja de conveniências. Ali, estava um grande caos. Tudo no chão, pisoteado, sangue por toda parte. Fui gritando, e segurando forte o punhal, na esperança que alguém, racional, ainda estivesse por ali. Mas, nenhum sinal de vida.

Com a barriga doendo de fome, chafurdei pela loja em busca de algum alimento que ainda prestasse. Peguei alguns industrializados, e garrafas de refrigerante, e coloquei na mochila que também encontrei. Quando já estava indo furtar um pouco de gasolina, um sutil sussurro me despertou a atenção.

“Salve-me…”

Olhei para o lado, e havia uma mulher rastejando, completamente suja de sangue e lama. Ela vinha com dificuldade a minha frente, pedindo por ajuda, e eu não sabia o que fazer. Ela chegou perto dos meus pés, agarrou o meu tornozelo, e eu pude ver o seu rosto. Era uma jovem, de não mais que seus 30 anos, loira, de porte mediano, e com algo semelhante a uma mordida na bochecha esquerda. Eu podia ver os seus dentes através do buraco em sua face. Enquanto ela falava, um pequeno pedaço de carne balançava aquilo me deu extrema ânsia. Eu fiquei paralisada.

– Rápido, me ajude! Eles vão voltar… Eles, eles, eles… eles me morderam...

Em um movimento inconsciente de defesa, eu chutei o rosto daquela mulher, que parecia mais morta do que viva, e a vi ali agonizar. Seus olhos azuis me passavam uma impressão de extremo terror, até que no seu último respirar, eles apagaram-se de emoção por completo.

Comecei a chorar, e não entendia o que estava havendo. Apoiei-me sobre a bancada do caixa, sem forças físicas ou mentais para continuar. Até que, avistei um pequeno caderno de notas aberto em cima do tal balcão. Nele, haviam escritos completamente loucos sobre um colapso, uma grande falha, no ramo da medicina. Claro que não dei a mínima para aquelas bobagens. Respirei fundo, peguei a mochila, retomei a coragem, furtei gasolina, e continuei o meu trajeto.

Poucos quilômetros à frente, eu encontrei um furgão, com três pessoas. “Finalmente”. Pensei. Encontrei alguém que pudesse me explicar algumas coisas, ou pelo menos, pudesse me acalentar de tanto desespero. Eu buscava alguém que me dissesse que tudo ficaria bem.

“Não se aproxime, estamos armados!”. Disse o homem que acompanhava suas duas supostas filhas adolescentes.

“Calma, eu não vim fazer mal.” Respondo tremula. “Eu quero entender o que está havendo!”

“Graças aos céus!” O homem fala aliviado. “Você não foi contaminada!”

“Contaminada?”. Pergunto confusa. “Afinal o que realmente aconteceu com o mundo?”

“Você não sabe do que se trata tudo isso?”

“Não”. Respondo prontamente. “Estou à procura de respostas.”


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