Meu querido diário, não conte isso a ninguém escrita por Ninha


Capítulo 9
Não mate seu companheiro de infância!




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— Entrem sem empurrar ninguém. Alertou o monitor.

Nós finalmente chegamos e vamos pra casa, que noite turbulenta, eu sonhei que eles haviam ficado juntos! Como maridos!

Rhay não falou comigo o tempo inteiro, parecia um pouco constrangido. Quentin estava demonicamente com raiva de Rhay. E minha fala tinha voltado definitivamente ao normal.

— Eu não me sinto muito bem. Estava sentindo uma tontura muito forte. –Droga.

Assim que cheguei com Laika, fui a primeira a descer do ônibus, estava tonta da viagem e ainda não havia comido nada.

— O segundo ônibus está demorando, não acha?

— Tanto faz, eu to passando mal.

— Claro, você não comeu nada desde manhã! Laika mexeu no telefone. —  Eu vou ligar pra sua mãe.

— Não precisa, laika. Mexi no meu bolso procurando o celular. — Caramba, a carga ta acabando.

"— Filha! Graças a Deus. Por que seu celular estava desligado o tempo todo?"

— Estava fora de área na verdade. Vocês estão em casa?

"— Eu tive que viajar porque a sua vovó está doente e seu pai está em casa com os meninos, aconteceu alguma coisa? Se tiver algum problema pode dizer que eu vou correndo para casa."

— Não, não, não, só liguei pra avisar que cheguei da viagem, manda um beijo para vó.

"— Sua avó perguntou sobre você de manhã, acredita? Assim que ela acordar eu aviso tá, beijo, me liga se estiver mal"

— Tchau mãe.

Eu desliguei o telefone, coloquei-o de volta no bolso. Minha dor só piorava, Laika estava ficando mais nervosa que eu.

— Você devia ter contado a verdade! Gritou Laika.

— Minha avó está muito doente, se ela ouvir que estou mal vai querer que minha mãe volte lá do interior pra cuidar de mim.

— Você está bem? Falou Quentin se aproximando.

— Não. Me aconcheguei no ombro de Laika. — Me leva pra casa Quentin.

Foi minha última frase antes de apagar.

E eu lembrei o que havia acontecido, quando fui dormir com Renata ela acabou puxando todo o cobertor, eu estava morrendo de frio! Eu acho que acabei pegando um resfriado junto com o estômago vazio, desmaiei de fraqueza.

— Pai? Vi meu pai olhando um termômetro. – Que bizarro, como cheguei aqui?

— Um garoto estupidamente parecido com o meu colega de infância e o Quentin a trouxeram, e suas trupe de amigas tagarelas saíram para almoçar faz cinco minutos, não se preocupe, sua febre já esta baixando.

— E o Rhay vai casar com a Monique não é?

Meu pai e eu nos entreolhamos com duas caretas horríveis.

— Você ainda é muito anãzinha.

— Minha irmã também é, e ela não sabe fazer nada sozinha, nem mesmo colocar um sutiã.

E reagimos com um longo suspiro.

— É, ela é realmente inútil.

Rhay entrou no quarto sorrindo com minha irmã nos braços e a deixou no chão.

— Me da um beijinho? Sorri para Monique e pulou em cima de mim.

Meu pai olhou com certa crueldade para Rhay, que apenas se sentou na minha cadeira, perto da cama na tranquilidade que dava ódio.

— Que tipo de relacionamento você tem com minha filha?

Como sempre, Quentin surge do nada sorridente, com um copo de água na mão.

— Sr. Menezes ela não é nada dele. Quentin tentava confortar meu pai. 

Ambos se olharam num sorriso que quase se estendia até a orelha.

— Ainda, não é nada. Desafiou a aura maligna dos dois comparsas de crime. — Mas não é por falta de iniciativa minha.

— Vocês dois são idênticos, até esse sorrisinho invisível. Meu pai saiu resmungando levando Monique em seus braços.

Sorrisinho invisível?

— Ah. Quentin sorria com a babação do meu pai. — Ainda bem que você melhorou! Tocou meu rosto e me senti fuzilada de algum lugar. – Trouxe água para você, eu vou pedir sua segunda dose do remédio para seu pai.

Quando Quentin desceu, Rhay continuou imóvel olhando pra mim, com um ar de angustia e raiva.

— Antes de ontem, Quentin foi atrás de você na trilha quando Renata sumiu, não foi?

Agora sim ele estava com muita raiva de mim, só mais um pouco ele explodia.

— S-sim, m-mas, é... Bom, eu... E-eu.

— Você. Se aproximou segurando fortemente meu maxilar. — Diga.

— Nada, ele apenas gritou comigo. Ele pareceu desconfiado, mas é verdade. – Está com raiva de mim? Perguntei e ele apenas ignorou.

— E o que aconteceu ontem?

Toquei fogo no seu diário, se não eu engravidaria você.

Eu te amo e quero ficar com você para sempre.

Vamos ter uma filha chamada cecília.

— Não estou lembrando bem.

— Aconteceu alguma coisa não foi? Soltou-me de sua mão. — Algo me diz que você não me contou tudo.

— Tá legal. Respirei fundo e levantei minha cabeça da cama. — Você tomou o chá de Renata?

— Ah, por isso apaguei. Colocou a mão na testa. 

Ele não lembra de nada, nem adianta...

— Bom, você queimou meu diário, não foi?

— Era muito inicial com Q, fiquei nervoso lendo tudo aquilo, eu vou lembrar de matar Renata quando chegar no apartamento.

Ficamos calados sem olhar um para o outro.

— Lembra daquela pulseirinha que me deu quando você foi embora?

Ele me encarou surpreso, ele ainda não notou que eu havia lembrado, não tive tempo de conversar decentemente com ele em nenhum momento.

— Não cabe mais, não é? Onde ela es...

Quentin abriu a porta inesperadamente com os remédios na mão, interrompendo nossa conversação. 

— Quando você melhorar, teremos nosso encontro, você prometeu e hoje já é segunda, então me faça o favor de melhorar. Sorriu. — Se estiver sem força posso dá-la diretamente na boca.

NÃO NA FRENTE DO RHAY! ELE VAI QUEBRAR A CASA.

Eu sorri rezando pra que a aproximação do Rhay fosse apenas por ele querer me ver de perto.

Coloquei o remédio na boca, quando fui pegar o copo de água no criado mudo ao lado, Rhay toma minha frente e bebe. Olhei pra ele perplexa e ele simplesmente veio até minha boca e me fez engolir a água que estava presa em seus lábios.

— Por favor, beba tudo. Piscou seus belos olhos negros.

Quentin respirava fundo com os punhos tremendo de ódio.


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Notas finais do capítulo

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