Meu querido diário, não conte isso a ninguém escrita por Ninha
— E-eu sou muito fraca, Miguel, mas muito obrigada pelo convite.
— Não fique tímida, Mônica, eu vi o que o presidente fez com você naquela sala no primeiro dia de aula.
— V-você viu? Não se preocupe! Ele falou da boca para fora, ele nunca me tocou.
E com certeza... Miguel não acreditou, me olhou com um ar de tristeza, era encantador seus olhinhos azuis e cabelinhos mais dourados que o sol.
— Minha mãe era muito assediada quando era mais nova, e eu também era, pois todos me acham parecido com uma garota, meus irmãos me ensinaram a me defender desses homens imundos, eu sei que você deve se sentir intimidada com o fato dele ser o presidente do grêmio.
— Você tem um coração enorme! Não sei como esses caras tinham coragem de olhar para você com maldade, você é o rapaz mais meigo que conheço!
— Você acha? Afirmei que sim. — Eu vou lhe ajudar!
Miguel caminhou em direção a porta antes que eu pudesse reagir, me levantei nervosa me perguntando como ele iria me ajudar.
— Mônica, vai pra onde? O professor já está vindo.
— Volto em dois minutos.
Corri para acompanha-lo, ele era incrivelmente veloz, acompanhar seus passos era um desafio, depois de dois minutos nos encontrávamos no bloco b da escola.
— E-ei, calma. Cai derrotada recuperando fôlego.
— O que está fazendo aqui? Sua aula não começou? Disse Rhay com a expressão mais confusa que possuía estendendo sua mão vazia para eu me levantar.
— Oh, eu estava procurando você. O baixinho se aproximou com olhar macabro. — Espero que você arda no inferno! Seu pervertido. Desferiu-lhe um soco na bochecha o fazendo cair.
— O-o que?! Meu Deus, meu Deus!
— M-mas que merda?! Cuspiu sangue acumulado. — O que deu em você Miguel?!
— Isso é para você aprender a nunca mais tocar numa moça!
Um círculo de alunos formou-se, eu estava em pânico vendo Rhay cuspir tanto sangue, insisti para leva-lo a enfermaria e ele não respondia, até que ouvi uma voz familiar no meio da multidão.
— Quem me fez esse favor? Quentin sorria fingindo pena. — Tá doendo muito, presidente?
— Ei. Bati no peito de Quentin. — Isso é sério!
— Você fica tão linda zangada. Tocou meu rosto. — Eu sinto tanta vontade de lhe beijar. Um sapato gigante voou no rosto de Quentin.
— Não ouse fazer isso. Disse Rhay pingando sangue entre os lábios.
Mesmo morrendo, ele sempre ser assustador.
Quentin olhou para trás de mim e viu Miguel.
— Me dê um bom motivo para não contar a seu irmão o que você fez hoje. Disse Quentin sério.
— Ele fica assediando ela o tempo inteiro.
— Bom motivo. Acariciou os cabelos do loirinho. — Mas quando for bater nele, evite deixar impressões digitais.
— Quentin, não incentive a violência! Gritei. — Miguel, eu entendo que você queira ajuda, mas ele não tem cura.
Ouço passos fortes pelo imenso corredor, quanto mais se aproximava, mais eu cogitava o infeliz diretor aparecer.
— O que está havendo aqui?! Vão para suas salas, imediatamente!
O círculo de alunos se desfez e a sombra enorme do diretor parecia se engrandecer a cada segundo. Quentin tomou a mão de Miguel e o protegeu em suas costas.
— O que houve com Rhayan?! O furioso diretor se direcionou a nós três.
— Um mal entendido. Disse limpando o sangue com a camisa. — Já está tudo bem.
— Tudo bem? Você é nosso aluno modelo, todos os estudantes os estudantes o tem como inspiração! Direcionou para nós três novamente. — É assim que vocês o respeitam?
Sim, desse jeitinho especial.
— Eu fiquei nervoso e o soquei, pode ser o aluno modelo, seja o que for, é alguém extremamente desagradável. Disse apertando cada vez mais forte a mão do Miguel. — Se quiser punir-me com suspensão, é totalmente plausível.
— Se acha esperto, em, senhor Lima?! Eu sei que foi muito bem o senhor Frufru, inclusive um outro aluno relatou ter sofrido violência mais cedo e eu não tole...
— Diretor. Rhay tocou o seu ombro tentando acalma-lo. — Eu fui um pouco rígido com ele, que estava muito nervoso, mas não acho necessário puni-lo, é melhor conversar com seus responsáveis. Cuspiu mais sangue. — Afinal suas notas não são ruins e nunca foi expulso de sala por nenhum professor, tenho certeza que isso não voltará a acontecer quando conversar com eles.
— É-é verdade. Tentei conter meu nervosismo pelos seus olhos diabólicos me fitando. — Ele é da minha sala, nunca vi ele tratar mal ninguém, inclusive ele nunca faria nada desse tipo se a pessoa não merecesse. Quentin colocou a mão na boca pra não rir.
Por um momento cruzou o olhar com Rhay, ou seja ele foi enfeitiçado, e por final resolveu ceder e ainda ameaçou se alguma outra vez acontecesse, Quentin suspirou e foi para a sala depois de um aceno, exprimindo um pouco mais de sua maldade, Rhay ainda brigou conosco e nos expulsou do bloco B, por um dia.
— Meu irmão vai me matar, ele é amigo Rhay! Se ele imaginar que fiz isso é o fim.
— Que? Por que eu nunca sei dessas coisas?!
— Ele meio que me salvou de uma suspensão, mas meu irmão ainda ficará muito chateado.
— Ah. Suspirei e virei para ele. — Não se preocupe, ele não vai brigar com você. A não ser que Rhay esteja de bom humor e queira ver o circo pegando fogo. — Vou conversar com ele antes de ir até sua casa, mas ele está calmo, ele é sempre estável, se eu pedir com jeitinho talvez ele obedeça. Se eu oferecer alguma coisa no caso.
— Hah. Riu com graciosidade. — Você é uma garota tão gentil! Você é perfeita para o Quentin. Ei... Você tá me ouvindo?
Empurrei-o sorridente para dentro da sala, o professor de português parecia não ter notado e lia algum trecho do nosso livro escolar, Miguel foi para sua cadeira e eu a minha.
— Mônica. Melanina estava com a voz dengosa de sempre. — Por que a gente não volta a fazer aquelas festas do pijama?
— Bom, você faltou a última que fizemos. Melanina quis protestar. — Não comece a justificar minha vida amorosa como empecilho.
— Mas você sabe que é a pura verdade. Disse Laika. — Parece que só tem homens na sua vida agora. Apontou para Miguel. — Ele é o novo membro do harém?
— Vamos apostar Laika, eu acho que ela não vai. Disse Franny desviando a atenção do professor.
— Por que você está apostando tanto dinheiro hoje?? Empurrou com os pés a cadeira de Franny.
— Q-que? Olha, eu vou sair com vocês, não terá homem no mundo que me tire de vocês! Inclusive Quentin. Olhei para Mel que sorria.
— Acho bom mesmo, sábado?
— Sábado! Confirmei.
Eu não irei traí-las, não mesmo, eu preciso ir!! essa vida amorosa tá acabando com minha vida social, não devia ser o contrário?
No intervalo decidir ir atrás do Rhay, para impedir que ele fosse duro quando se encontrasse com o familiar do Miguel.
Invadi o grêmio e novamente ele estava sozinho.
— Por favor não seja duro com o Miguel! Mesmo que eu tenha que agradecer por você não ter denunciado ao diretor... Foi muito gentil da sua parte usar essa alternativa. Disse numa gentileza anormal.
— Eu não disse que estava proibida de vir a este bloco? Tirou o gelo da bochecha. — E eu não sou idiota como você, se o diretor o levasse para a coordenação perguntaria o que aconteceu, ele contaria que lhe assediei e infelizmente isso é crime. Retraiu os lábios estranhamente e colocou o saco de gelo de volta.
ENTÃO NÓS FOMOS TODOS MANIPULADO NO FINAL??
— Contente?
Não tem jeito!! VOCÊ É UM MONSTRO!
Saí desesperada antes que minhas mãos falassem por sua garganta.
— Nenhum beijinho antes de ir?
— Não vou mais pedir seu telefone! Seu esnobe riquinho!
— Do que você está falando?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ahhh, eu adoro torturar o Rhay nos capítulos! Estou tomando como entretenimento pessoal de escrita.