Rose Weasley

– Encontramos outra.

Foi a única coisa que havia escutado de Alvo assim que ele desceu as escadas correndo, subindo logo em seguida, também correndo.

– Vem, Henrie – disse para o garoto loiro ao meu lado, subindo a escadaria do dormitório masculino atrás de Alvo. Ouvia os passos de Henrie atrás de mim, mas não ousei olhar para trás nem um minuto, ansiosa para ver se eles haviam encontrado mais um Splendor, e torcia para que fosse um enviado por Rachel e Elizabeth – Mais rápido, loirinho! – dizia, quando comecei a ouvi-lo ofegar.

– Calma... Rose – ele dizia, entre grandes puxadas de ar – Eu... Tô cansando.

Finalmente, chegamos à porta. Abri-a e entrei, encontrando Jake, Kate e Alvo segurando um cobertor que pulava freneticamente.

– Ajuda seria bom agora, Rose – Kate disse, impedindo que o que estava embaixo do cobertor saísse, com muita dificuldade.

– Ahn, claro – pulei em cima do cobertor, que continuou se contorcendo. Logo, Henrie pulou para a outra ponta, e então conseguimos contê-lo.

– Isso é o Splendor? – Henrie apontou para o cobertor, que tentava se libertar de qualquer forma.

– Não, o Splendor está embaixo do cobertor – Alvo respondeu, limpando a testa com as costas da mão.

– Chame o Scorpius, Rose – Kate disse, puxando minha varinha do bolso de minha calça e me entregando.

– Ah, ok – disse, vasculhando minha memória para me lembrar do feitiço que produzia um Splendor. Levantei minha varinha e disse – Dicitur in instanti.

Um fiapo de luz azul saiu da ponta de minha varinha. Esse fiapo começou a girar, formando uma pequena bola, somente esperando minhas ordens.

– Scorpius, venha o mais rápido que puder para a Torre da Grifinória, dormitório 507.

A bolinha disparou em direção à não-sei-aonde, e uns cinco minutos depois um Scorpius afobado com uma mochila estufada entra no quarto:

– Cheguei, cheguei. Você pensou, Rose? Ou é só aquela luz idiota de novo?

– Mais respeito com o Splendor, Malfoy – disse, andando até seu lado – E não, eu ainda não pensei – sussurrei.

Vi que seu rosto desanimou, mas ele não perdeu a pose de Malfoy:

– Bem, o que estamos esperando, então? – ele disse, jogando a mochila na cama de Jack.

– Estamos esperando você se voluntariar para trocar de lugar comigo, Malfoy, para eu realizar o feitiço – Henrie disse, apontando para si mesmo – Ah, é. Rose, traga as vassouras, por favor?

– Accio vassouras – eu disse, e cinco vassouras entraram pela janela do dormitório, parando ao lado de seus respectivos donos – Malfoy, troque de lugar com o Henrie, por favor.

Os louros trocaram de lugar. Henrie veio para meu lado e Scorpius foi para a ponta em que o Thompson estava, olhando para a coisa que se contorcia embaixo do cobertor.

– Rápido, quando eu disser "três", levantem o cobertor – Henrie disse, puxando a varinha.

Henrie Thompson

– Um – comecei – Dois – Alvo, Kate, Jake e se prepararam – Três! – eles levantaram o cobertor em um puxão rápido, e o Splendor pulou, flutuando no ar.

A voz de Elizabeth saiu, temerosa:

"Shiu, Rachel! Ela vai nos ouvir! Alvo, rápido. Não devemos durar mais de um mês aqui. Venha, por favor! Rastreie o sinal, vamos!"

– Invenit Originen – eu disse, e foi como se o Splendor se dissolvesse, formando uma trilha para formigas – Vamos, isso não vai durar muito tempo.

Todos tiraram mochilas não sei de onde e montaram nas vassouras. Alvo foi na frente, seguido por Scorpius. Kate não tinha vassoura, então foi com Jake, logo depois de Rose ter decolado. Eu, como sempre, fui por último.

Nós seguimos a trilha até os limites de Hogwarts. Devo admitir que hesitei um pouco, mas no final acabei seguindo-os.

Percebi que a trilha seguia para leste, a direção contrária de Hogsmeade. Deveríamos ir para o interior da Irlanda, onde a maioria das aldeias bruxas são localizadas, de acordo com o meu conhecimento de geografia trouxa e mágica.

Ficamos aproximadamente cinco horas seguindo a trilha, o mais rápido que conseguíamos. Se fôssemos a pé, demoraríamos alguns dias, mas, graças às vassouras, demoramos apenas algumas horas. Obrigado, tecnologia!

Rose apontou para uma casa logo abaixo de nós, onde a trilha azul terminava. Seguimos para ela diretamente. A linha azul, já fraca, apontava para a parte de trás da casa, onde tinha uma porta, como se fosse um baú inclinado: um porão.

"Vamos entrar" Alvo formou as palavras com os lábios, sem som.

– Alohomora – Jake, o que estava mais perto da porta, sussurrou, fazendo o "baú" abrir.

Ele abriu a porta e deu espaço para entrarmos.

Kate Finnigan

Fui a primeira a entrar. Mesmo morrendo de medo do espaço escuro, acendi minha varinha e me pus a explorar o lugar.

Lá era... Bem, escuro. E grande. Isso, era escuro e grande. Sério, bem grande. Acho que aquela casa inteira caberia ali, e olha que a casa não era pequena.

– Rachel? – Alvo gritou atrás de mim, e levei um susto – Desculpa, Kate...

– Não, tudo bem – respirei fundo e continuei a andar.

– Lumos Maxima – Rose recitou o feitiço e o lugar se encheu de luz. É, tinha razão, aquele porão era bem grande mesmo. Lembrava um galpão, cheio de caixas e móveis velhos.

Andamos por um tempo. Talvez vinte minutos de caminhada, até que vi um vulto em caixas próximas a mim.

– Pss! – o vulto disse, e eu me agarrei ao braço de Jake, que estava logo ao meu lado.

– Quem está aí? – Henrie gritou, apontando a varinha para as caixas.

– Calma! – o vulto respondeu, saindo detrás das caixas.

"Merlin...", pensei, apontando a varinha pro vulto, que agora se revelava.