As Peripécias de um Astronauta Solitário escrita por Luqui


Capítulo 4
IV - Preso... por piratas.




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De olhos vendados e amarrado de um modo aonde eu não conseguia me mexer, foi como eu passei um bom tempo desde que fora atacado na noite passada, ou na antepassada? Bom, atacado há algum tempo significativo do qual eu não fazia ideia. Mas eu sentia o vento bater no meu rosto, provavelmente estávamos em alta velocidade ou alguém fez o enorme favor de ligar um ventilador, pois estava um calor tremendo.

Foi então que me toquei que Pan estava junto comigo na hora, dormindo em outro galho, e onde estava ele? Nesse momento algo entrou na cela onde eu estava, me puxou pelos braços e me guiou caminhando pelos corredores: Esquerda, esquerda, direita, escadas, mais esquerda, reto, direita, barulhos, porta se abrindo, cutucada nas costas e pedaço de pano preto que cobria meus olhos sendo retirado.

Ao tirarem a venda, tive aquele breve momento de cegueira até meus olhos se acostumarem com o forte sol, após isso, me vi em um convés de madeira bem clara cheio de criaturas diferentes, com lenços e brincos. No alto, havia uma figura de longos cabelos, chapéu e vestida com roupas que eu presumi que seriam do capitão, e foi então que se virou e caminhou em minha direção.

Tive que me segurar para não rir, a tal figura que parecia imponente não passava de uma criança de no máximo 1,55 de altura.

– Presumo que seja o capitão dessa pequena embarcação - disse aos risos.

Foi uma péssima escolha, creio que ficou ofendido, pois levei um tapa na cara. Mas como o velho ditado diz, levo um tapa, mas não perco a piada, ou algo do gênero. Após esse momento de dor, a figura se apresentou e eu tive uma surpresa.

– Primeiramente, não é capitão, é capitã, Capitã Valentina, e depois, tenha mais respeito com o melhor barco construído no Porto Fleweon, o Heistenfire.

Porto Fleweon pelo o que eu sabia, nada mais era do que o maior porto pirata espacial conhecido entre as galáxias, porém era praticamente impossível adentrar ele sem atravessar os confins do espaço mais perigoso e selvagem, apenas os melhores piratas conseguiam.

Fiquei embasbacado, afinal, Valentina realmente era bonita, porém com um olhar imponente e um sorriso malicioso pronto para te devorar vivo, e acima de seu olho havia uma cicatriz, com cara de ter sido conquistada recentemente em alguma luta. E percebendo, muitos marujos tinham marcas recentes, e o navio parecia chamuscado em algumas partes.

– Perdoe-me senhora, onde estão meus modos! - E tentei me levantar para cumprimenta-la.

Alguns diriam que eu fiz uma péssima escolha, e eu concordo, maldito seja aquele indiano bigodudo chamado Chivil, pois na minha tentativa de ficar de pé, ele meteu a sua perna de pau nas minhas pernas, e cai de joelhos urrando de dor.

– Obrigado Sr.Chivil, espero que nosso hospede tenha gostado. - Dizendo com um sorrisinho, que tive vontade de levantar e arrancar daquele rosto.

– De nada Capitã - Respondeu com brilhos nos olhos.

– Adorei - Eu disse e levei outro chute.

O convés inteiro adorava o que via, dava para ver em suas risadinhas disfarçadas, e afinal, não eram eles que estavam na minha situação nem um pouco adorável.

– Chega, vamos logo resolver o assunto pendente, você, caro Sr...? - Dando a deixa.

– Andrew. - Falei, hesitando.

– Caro, Sr.Andrew, que está sendo acusado de...? - Dessa vez dando a deixa para a plateia.

– DE ROUBAR O NOSSO TESOURO! - Gritaram todos.

– Exato, de roubar o nosso precioso tesouro. - Disse a capitã.

Eles eram piratas, se não fosse algo relacionado à bebida, com certeza seria relacionado a tesouros.

– Ahn.. Que tesouro? - Que eu saiba, não havia roubado nada, que eu me lembre, é claro.

– O tesouro que você quer roubar, sabichão. - Gritou um marujo.

Bom, a única coisa valiosa que, deveria estar comigo, mas não estava, tinha ficado na mochila de Pan, e que também deveria estar comigo, mas também não estava. Eu poderia enrolar, ganhar alguns minutos, até que a capitã falou:

– Pois bem, não sabe do tesouro, melhor continuar não sabendo, será jogado do céu ao meio-dia em ponto. - Então se levantou e foi para seus aposentos.

– Vamos seu ladrãozinho. - Disse o marujo indiano me guiando de volta.

***

Assim, instalado na minha cela de forma desconfortável, olhando a vela dançando ao sopro do vento, já devia ser bem tarde da noite quando a cozinheira passou, deixando uma comida até que agradável e puxando assunto.

– Acho que todos que vão passar para o lado de lá, merecem uma ultima refeição. - Disse acariciando seu bebê num tipo de uma rede-berço.

– Espero que não seja a ultima - Respondi comendo.

A comida estava boa, e fui conversando com a cozinheira, ela se chama Marce, vinha do planeta Binblox, fugiu de casa, pois queria ser livre de seus rígidos pais, e foi correndo até o porto onde a Capitã a acolheu como um parente. Por fim, quando terminei de comer, ela pegou a vasilha, disse que eu era um bom ouvinte, me desejou boa sorte e saiu.

Fiquei pensando um pouco nisso, e quando estava quase pegando no sono, algo me chamou:

– Mestre? - Era Pan.

Creio que nunca fiquei tão feliz em ver alguém, porém ele não estava sozinho, estava com a Capitã.

– Olá Comandante. - Como ela sabia se eu nunca havia mencionado? Fiquei tenso, mas creio que ela percebeu, pois logo explicou que Pan havia contado toda a história sobre a Flor e sobre eu ser o mensageiro dos Deuses.

– Posso ajuda-lo chegar a sua nave, e com o navio chegaremos logo, apenas precisa me dizer a localização ou algo próximo. - Dizendo com um olhar sério.

– Ah, isso é simples, está ao nor..

E nisso uma luz roxa, uma explosão e depois gritos fizeram o assunto acabar ali, e quando Valentina me soltou da cela, fomos subindo a escada quando Pan gritou:

– São eles.

Então ao abrir a porta, me vi no meio de um caos e total destruição.


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Notas finais do capítulo

O navio é legal, mas, TÁ TUDO EXPLODINDO! ;-;



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