Kümby escrita por Gumi


Capítulo 9
Um Tacho Vazio


Notas iniciais do capítulo

Está meio curto, mas espero que gostem =)



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PDV Ellyon

   Meu coração parou. Meu estomago deixou de existir, deixando apenas um buraco vazio no lugar. Minha espinha gelou, fazendo até meus cabelos se arrepiarem.

   E essa foi a sensação de mal estar que tive quando escutei a voz da idosa sinistra que nos olhava como se fossemos carne na promoção. Pelo jeito não era só eu que me senti assim. Ralf e Fred também tinham os olhos arregalados e a expressão de pavor no rosto.

   Trocamos olhares preocupados e a velha já estava impaciente com a nossa demora, apressando-nos mais uma vez.

   _ Ora, vamos!! Não vamos esperar entardecer, vamos?

   Não conseguíamos decidir quem iria primeiro, então Ralf simplesmente respirou fundo e seguiu a velha encapuzada porta a dentro. Foi o mais corajoso de nós três. Isso me deixou com vergonha e Fred, pelo que pareceu, com raiva.

   _ Que garotos bonitos que temos aqui – e pegou o braço do meu irmão -... Saudáveis, mas não estão muito bem alimentados não é? O que andaram comendo esses dias? Vento? – indignou-se – Não, não... Não pode ser assim, vou ter que esperar – e falou quase inaudível – mas estou fraca. Muito fraca. Vou começar aos poucos. Sim. Aos poucos.

   Se eu não estivesse ocupada sentindo tanto medo, teria rido da birutice daquela mulher. Ela parecia ter esquecido da nossa presença e foi remexer num armário ao lado de um fogão velho e enferrujado.

   _ Er... Senhora? Desculpe interromper, mas... Precisamos chegar à Ilha do Casco... a senhora sabe o caminho mais curto até lá? – dessa vez quem se arriscou foi Fred. Para minha surpresa a velha chegou a se ASSUSTAR quando ouviu a pergunta. Virou para trás, deu um sorriso forçado e respondeu:

   _Ora meu filho, posso descobrir se vocês me derem o que preciso. – um sorriso verdadeiro começou a se formar no canto dos lábios e foi progredindo, mostrando os dentes amarelados e pretos. Voltou sua atenção ao armário, deu mais uma procurada e ergueu uma panela parecida com um tacho bem grande – Ahá! Aqui está! Sabia que um dia precisaria dela. Vejamos – e se virou novamente para nós- quem estará em melhores condições?

   Ela começou a rodear a mesa e nos olhar. Depois de muito analisado, agarrou meu braço com força, me puxando para fora da mesa onde estávamos e disse:

   _ Hoje teremos um banquete garotos.

PDV Fred

   Não deu tempo de agir. Quando nos levantamos já era tarde. A velha tinha corrido mais rápido e se trancado na cozinha com a minha irmã.

  Uma onda de desespero me invadiu. Estava suando frio e ficando zonzo. Não conseguia pensar em mais nada.

   _ Como vamos entrar? –perguntou Ralf – alguma idéia?

   Olhei em volta. Não via nada forte o suficiente forte para quebrar a porta. Chutei a porta na intenção de quebra-la, mas era muito resistente. O pior foi ouvir o estardalhaço de várias panelas caindo no chão, juntas, na cozinha.

   Batia cada vez com mais força na porta, mas sem sucesso.

   Ralf veio me ajudar, mas também não deu certo. Logo ele já estava remexendo nas coisas da maníaca, procurando alguma coisa. Meu coração ficou mais leve quando ele veio correndo na minha direção, segurando uma chave grande, que parecia combinar com a da fechadura. Mas logo a sensação de leveza foi tomada pela de vazio, pavor e desespero, pois foi quando ouvi, alto e cortante, os gritos da minha irmã.

                                                                  . . .

   Ralf foi rápido e preciso, apesar de parecer uma eternidade o momento que girava a chave e destrancava a fechadura.

   Adentramos pela porta e nos deparamos com uma velha macabra perseguindo Ellyon em volta da mesa com um olhar diabólico e uma faca suja de sangue na mão. Olhei para Elly e seu braço direito estava com um corte, não muito profundo, para minha felicidade.

   A velha nos olhou irritada e correu para cima de Ralf com a faca. Enquanto isso, Ellyon saiu correndo da cozinha e eu peguei o maldito tacho, que serviria para nos cozinhar, e bati com todas as forças na cabeça da canibal. Ela soltou um uivo de dor e caiu pesadamente no chão. Um filete de sangue lhe escorria pela boca entre aberta, e seus olhos reviraram para cima, parecendo totalmente branco, dando ainda mais ênfase na sensação de medo.

   _ Ela ainda está viva. Vamos embora o mais rápido possível.

   E saímos os três correndo, assustados com tudo que havia acontecido nas ultimas horas.         


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Notas finais do capítulo

Estou aberta a sugestões e reclamações!! Obrigada!!



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